ESTÔMAGO E DUODENO - DOENÇA ULCEROSA PÉPTICA Flashcards
1) UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – RJ (2016)
Homem, 58 anos, refere gastrectomia parcial à BII há cerca de 1 ano devido a úlcera péptica pré-pilórica estenosante. Há 2 meses, queixa-se de desconforto e dor em região epigástrica tipo cólica, diária, que alivia imediatamente após vômitos biliosos. Nega diarreia e constipação.
O diagnóstico mais provável é:
a) Síndrome de alça eferente.
b) Síndrome de alça aferente.
c) Gastrite alcalina.
d) Síndrome de dumping.
QUESTÕES
1) B
Reconstrução à Billroth II
- Técnica: coto gástrico anastomosado ao delgado de forma terminolateral → coto gástrico anastomosado à parede lateral do jejuno, coto duodenal “pendente” suturado em fundo cego (escoamento do suco biliopancreático e sem contato com secreção gástrica) → alimento passa do lúmen gástrico para jejuno, misturando-se com o suco biliopancreático que vem do duodeno (alça aferente)
Reconstrução à BI
- Técnica: anastomose gastroduodenal término-proximal → coto gástrico anastomosado com o início do duodeno → sem coto duodenal pendente
Síndrome da alça aferente
- BII
- Fisiopatologia: segmento de alça aferente (coto duodenal pendente) muito longo → kinking (dobradura) torção, hérnia, aderência → obstrução transitória do lúmen duodenal → acúmulo de suco biliopancreático retido → distensão da alça e dor abdominal aguda crescente → próprio aumento de pressão na alça desfaz obstrução → suco biliopancreático chega ao estômago e é eliminado como vômito “bilioso”
- Quadro clínico
- Vômito bilioso: melhora após o vômito
Síndrome da alça eferente
- Fisiopatologia: obstruçãodo jejuno pós-anastomose (obstrução intestinal qualquer)
- Quadro clínico
- Mais persistente
- Võmito: sem melhora após os vômitos
- Constipação
Gastropatia por refluxo biliar (Gastrite alcalina)
- Mais na BII
- Fisiopatologia: refluxo do suco biliopancreático para o estômago
- Quadro clínico
- Dor
- Vômitos “biliosos”
- Processo inflamatório persiste na mucosa (gastrite): sem melhora rápida e completa após vomitar.
Síndrome de Dumping (“Inundar”)
- BI e BII
- Fisiopatologia: mau funcionamento do piloro por cirurgias como gastrojejunostomia, gastroduodenostomia ou piloroplastia → rápido esvaziamento gástrico pós-prandial
- Quadro clínico
- Sintomas precoces: próximos às refeições (15-30 minutos após)
- Dor abdominal
- Taquicardia
- Diarreia explosiva
- Tontura
- Diaforese: transpiração excessiva
- Náuseas
- Vômitos
- Rubor
- Sintomas tardios: 1-3 horas após as refeições
- Hipoglicemia (ás vezes): rebote hiperinsulinêmico à rápida elevação inicial de glicemia.
- Sintomas precoces: próximos às refeições (15-30 minutos após)
1) HOSPITAL SANTA MARTA – DF (2016)
Um paciente com quarenta anos de idade foi submetido à vagotomia troncular com antrectomia e reconstrução do trânsito intestinal por gastrojejunostomia do tipo Billroth II para tratamento de doença ulcerosa péptica. Por apresentar persistência dos sintomas pépticos no pós-operatório, foi submetido à investigação laboratorial e, embora apresentasse valor de gastrina sérica normal no pré-operatório, ela agora estava elevada. Com base nesse caso hipotético, assinale a alternativa que apresenta a causa mais provável de hipergastrinemia nesse paciente:
a) Hiperplasia de células G.
b) Síndrome de Zollinger-Ellison.
c) Síndrome de intestino curto.
d) Anemia perniciosa.
e) Antro excluído retido.
QUESTÕES
1) E
Caso clínico
- Hipergastrinemia após uma antrectomia com vagotomia troncular e reconstrução à Billroth II
Reconstrução à Billroth II
- Técnica: coto gástrico anastomosado ao delgado de forma terminolateral → coto gástrico anastomosado à parede lateral do jejuno, coto duodenal “pendente” suturado em fundo cego (para escoamento do suco biliopancreático e sem contato com secreção gástrica) → alimento passa do lúmen gástrico para jejuno, misturando-se com o suco biliopancreático que vem do duodeno (alça aferente)
Síndrome do antro retido
- Fisiopatologia: parte do antro foi deixada junto ao coto duodenal sem contato com HCl ácido clorídrico → HCl não inibe secreção de gastrina nesse local → recidiva da doença ulcerosa péptica (pouco comum)
1) UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – PI (2016)
O dumping pode ser caracterizado por:
a) Taquicardia.
b) Dor abdominal e diarreia.
c) Diaforese.
d) Tonturas.
e) Todas as opções acima.
QUESTÕES
2) E
Síndrome de Dumping (“Inundar”)
- BI e BII
- Fisiopatologia: mau funcionamento do piloro por cirurgias como gastrojejunostomia, gastroduodenostomia ou piloroplastia
→ rápido esvaziamento gástrico pós-prandial - Quadro clínico
- Sintomas precoces: próximos às refeições (15-30 minutos após)
- Dor abdominal
- Taquicardia
- Diarreia explosiva
- Tontura
- Diaforese: transpiração excessiva
- Náuseas
- Vômitos
- Rubor
- Sintomas tardios: 1-3 horas após as refeições
- Hipoglicemia (ás vezes): rebote hiperinsulinêmico à rápida elevação inicial de glicemia.
- Sintomas precoces: próximos às refeições (15-30 minutos após)
1) HOSPITAL UNIVERSITÁRIO CASSIANO ANTÔNIO DE MORAES – ES (2017)
Paciente submetido à gastrectomia à Billroth II (BII), devido à doença péptica, vem relatando discreta perda de peso e agravo nos vômitos biliosos. Foi submetido à endoscopia digestiva alta, que evidenciou gastrite erosiva intensa, associada a importante refluxo biliar. Devido à intratabilidade clínica, foi decidido pelo tratamento cirúrgico. Qual o procedimento mais utilizado?
a) Gastrectomia total com reconstrução à BII.
b) Gastrectomia total com reconstrução em y de Roux.
c) Conversão de anastomose à BII em y de Roux.
d) Gastrectomia subtotal com reconstrução à BII.
e) Nenhuma das anteriores
2) HOSPITAL INFANTIL VARELA SANTIAGO – RN (2016)
A finalidade de se fazer o y de Roux nas gastrectomias amplas é evitar:
a) Gastrite alcalina de refluxo.
b) Diarreia pós-gastrectomia.
c) Úlcera de boca anastomótica.
d) Acúmulo de alimentos no estômago.
e) Síndrome de má absorção.
QUESTÕES
Reconstrução à Billroth II
- Técnica: coto gástrico anastomosado ao delgado de forma terminolateral → coto gástrico anastomosado à parede lateral do jejuno, coto duodenal “pendente” suturado em fundo cego (escoamento do suco biliopancreático e sem contato com secreção gástrica) → alimento passa do lúmen gástrico para jejuno, misturando-se com o suco biliopancreático que vem do duodeno (alça aferente) → secreções pancreatoduodenais entram em contato com a mucosa gástrica.
Gastropatia por refluxo biliar (Gastrite alcalina)
- Mais na BII
- Fisiopatologia: refluxo do suco biliopancreático para o estômago (secreções pancreatoduodenais entram em contato com a mucosa gástrica) → erosão da mucosa (vista na EDA) → gastrite de refluxo biliar.
- Quadro clínico
- Dor
- Vômitos “biliosos”
- Processo inflamatório persiste na mucosa (gastrite): sem melhora rápida e completa após vomitar.
- Tratamento
- Y de Roux (gastrojejunostomia + duodenojejunostomia): refaz anastomose gastrojejunal → fluido pancreatoduodenal entra em uma porção do jejuno após o seu contato com o estômago → secreções pancreatoduodenais desaguem no jejuno em um ponto que não chega ao estômago → evita refluxo alcalino
1) C
Caso clínico
- Reconstrução Billroth II.
- Gastrite erosiva
- Refluxo biliar
2) A
COMPLICAÇÕES AGUDAS
HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA
Para que serve e como é a classificação de Forrest?
1) FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS – TO (2017)
Paciente masculino, 60 anos, deu entrada no hospital com quadro de hematêmese de grande volume, há 1 hora. Nega comorbidades. Nega episódios prévios. Nega tabagismo e etilismo. Ao exame físico: regular estado geral, hipocorado, sudoreico; PA: 90 x 60 mmHg; FC: 140 bpm; saturação: 95% em ar ambiente. Abdome flácido e indolor.
Com relação ao caso clínico, é CORRETO afirmar que:
a) A conduta imediata para esse paciente é a realização de Endoscopia Digestiva Alta (EDA) de urgência, com o intuito de cessar o sangramento.
b) Se durante a realização de EDA for visualizado úlcera duodenal com vaso visível, essa será classificada como Forrest IIB.
c) Se durante a EDA for diagnosticado com úlcera gástrica sangrante, deve-se biopsiar para pesquisa de Helicobacter pylori e realizar EDA de controle na sexta semana para confirmar a cura e excluir malignidade.
d) Se durante a EDA for visualizado varizes de esôfago, a preferência na técnica para cessar o sangramento é pela escleroterapia, já que esta é mais eficaz que a ligadura elástica.
e) A cirurgia de urgência para o tratamento da hemorragia digestiva alta secundária à ulcera gástrica ocorre em aproximadamente 40% dos casos e apresenta uma elevada taxa de mortalidade.
QUESTÕES
1) C
Hemorragia digestiva alta
- Conduta inicial: estabilidade hemodinâmica.
- Classificação de Forrest: achados endoscópicos estima o risco de ressangramento (mais usada)
- I: hemorragia ativa (risco de 90%)
- IA: sangramento em jato
- IB: sangramento lento “babando”
- II: hemorragia recente
- IIA: vaso visível não sangrante (50%)
- IIB: coágulo aderido (30%)
- IIC: hematina na base da úlcera (10%)
- III: úlcera com base clara (risco < 5%)
- I: hemorragia ativa (risco de 90%)
- Tratamento endoscópico
- Úlceras gástricas mesmo com o aspecto benigno, podem ser, na verdade, adenocarcinoma ulcerados e, por isso, devem ser biopsiadas.
- Varizes de esôfago: paciente cirrótico apresenta coagulopatia → ligadura elástica (mecânica) tem maior eficácia.
- Cirurgia
- Minoria: 10%
COMPLICAÇÕES AGUDAS
HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA
Para que serve e como é a Classificação de Forrest?
2) SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE – PARAÍBA – PB (2017)
No manejo dos pacientes com hemorragia digestiva alta, o aspecto da úlcera péptica vista durante a endoscopia é fator determinante na evolução do paciente. Assinale a alternativa CORRETA sobre a classificação de Forrest das úlceras pépticas:
a) Forrest I - com sinal de sangramento recente.
b) Forrest IIa - úlcera com hematina no fundo.
c) Forrest IIb - úlcera com sangramento em jato.
d) Forrest IIc - úlcera com sangramento em babação.
e) Forrest III - sem estigmas de sangramento.
Classificação de Forrest: achados endoscópicos estima o risco de ressangramento (mais usada)
- I: hemorragia ativa (risco de 90%)
- IA: sangramento em jato
- IB: sangramento lento “babando”
- II: hemorragia recente, sem sangramento ativo
- IIA: vaso visível não sangrante (50%)
- IIB: coágulo aderido (30%)
- IIC: hematina na base da úlcera (10%)
- III: úlcera com base clara, sem sangramento (risco < 5%)
QUESTÕES
1) E
RESIDÊNCIA MÉDICA 2016
(ACESSO DIRETO 1)
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE PORTO
ALEGRE – RS
22 – Considere as assertivas abaixo sobre presença de
Helicobacter pylori na mucosa gástrica:
I - Úlceras gástricas estão associadas à pangastrite com
hipocloridria, e úlceras duodenais associadas à gastrite
predominantemente antral com hipercloridria;
II - O diagnóstico endoscópico pode ser realizado através
de histologia e teste rápido da urease, sendo que o uso
de inibidor de bomba de prótons pode ocasionar resulta-
do falso-negativo;
III - A erradicação da bactéria diminui a recidiva das doen-
ças pépticas.
Quais são CORRETAS?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2017
(ACESSO DIRETO 1)
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE
GOIÁS – GO
40 – De acordo com o Terceiro Consenso Brasileiro sobre
o Helicobacter Pylori (HP), a erradicação do HP:
a) Favorece o aparecimento da doença do refluxo gas-
troesofágico.
b) É contraindicada para pacientes com dispepsia funcional.
c) Conserva inalterado o risco de ulceração péptica e de
sangramento em pacientes em uso crônico de aspirina e
anti-inflamatórios não esteroides.
d) Previne o câncer gástrico antes do aparecimento de condi-
ções pré-neoplásicas (gastrite atrófica e metaplasia intestinal).
QUESTÕES
Em primeiro lugar, dois conceitos
fundamentais: (1) o H. pylori é a principal etiologia de
úlcera péptica (95% das úlceras duodenais e 70-80% das
úlceras gástricas); (2) sua erradicação — no paciente com
história de úlcera — reduz de forma significativa a chance
de recidiva da doença (de 60-70% para menos de 10%) —
assertiva III CORRETA. Diversos métodos são capazes de
demonstrar a presença do H. pylori na mucosa gástrica.
Por meio da EDA, por exemplo, podemos coletar um frag-
mento de biópsia e submetê-lo tanto à análise histopatoló-
gica (que permitirá a visualização direta do patógeno, tal
qual uma bacterioscopia) quanto ao teste da urease (que,
se positivo, revela a existência de um agente produtor de
urease, isto é, o H. pylori) — assertiva II CORRETA. Por
fim, sabemos que na fisiopatologia da úlcera duodenal
ocorre HIPERCLORIDRIA (aumento na secreção ácida
do estômago). Neste caso, o H. pylori infecta as células D
da mucosa antral, produtoras de somatostatina. A queda
na produção local de somatostatina repercute sobre o
funcionamento das células G (vizinhas às células D),
responsáveis pela produção do hormônio gastrina: o efeito
final é o aumento da secreção de gastrina, um fator sabi-
damente estimulante da secreção ácida! Desse modo,
surge hiperacidez, o que acaba lesando diretamente a
mucosa duodenal. Em se tratando das úlceras gástricas,
por outro lado, sabemos que estas podem se acompanhar
de hipo/acloridria (gastrite atrófica como sequela de uma
gastrite crônica). Neste caso, o próprio H. pylori acaba
lesando diretamente a mucosa gástrica — assertiva I
CORRETA. Logo, resposta correta: E.
2) Não há relação causal entre H.
pylori e DRGE! O que acontece é que em alguns pacientes,
por conta da pangastrite e consequente queda na secreção
ácida do estômago que o H. pylori pode causar, os sintomas
da DRGE acabam sendo “silenciados”, já que não há ácido
refluindo até o esôfago. Na medida em que esses pacientes
erradicam o H. pylori, o estômago retoma a secreção ácida
e os sintomas de DRGE se manifestam — mas a DRGE
já estava presente antes (A errada). Atualmente indica-se
a erradicação do H. pylori em portadores de dispepsia
funcional (dispepsia sem doença orgânica associada).
A taxa de resposta não é muito boa (em torno de 10-30%
de melhora), mas mesmo assim uma tentativa terapêutica é
indicada (B errada)! A erradicação diminui de forma signifi-
cativa a chance de recidiva da doença ulcerosa péptica (de
60-70% para menos de 10-20%) — C errada — além de
reduzir a chance de câncer gástrico (tanto adenocarcinoma
quanto linfoma MALT). O risco de surgimento de lesões
pré-malignas (gastrite atrófica e metaplasia intestinal),
evidentemente, diminui. Resposta certa: D.
3) B
Erradicação da H. pylori
- Indicações do Consenso Brasileiro
- Úlcera gastroduodenal (ativa ou cicatrizada)
- Pós-cirurgia para câncer gástrico avançado em pacientes submetidos à gastrectomia parcial
- Pós-ressecção para câncer gástrico precoce (endoscópica ou cirúrgica)
- Gastrite histológica intensa
- Risco de úlcera e complicações que usarão AINEs
- História prévia de úlcera ou hemorragia digestiva alta que deverão usar AINEs e tratamento de dispepsia funcional
- Indicações do Colégio Americano
- História de câncer gástrico em parente de 1° grau
- Gastrite atrófica
- Anemia ferropriva inexplicada e púrpura trombocitopênica idiopática
- NÃO Indicações
- DRGE (Doença do Refluxo Gastroesofágico)
- História familiar de câncer gástrico
- Maioria das gastrites
RESIDÊNCIA MÉDICA 2016
(ACESSO DIRETO 1)
COMISSÃO ESTADUAL DE RESIDÊNCIA
MÉDICA DO AMAZONAS – AM
58 – As alternativas sobre a erradicação de H. pylori são
verdadeiras, EXCETO:
a) A cura da infecção prognóstica, uma taxa bastante re-
duzida de recorrência de úlcera.
b) A terapia antimicrobiana adequada leva à erradicação
em mais de 80% dos casos.
c) O tratamento bem-sucedido pode ser documentado re-
petindo-se a sorologia em quatro a seis semanas.
d) Os pacientes em uso crônico de aspirina ou anti-inflama-
tórios têm indicação de pesquisa e erradicação da infecção.
QUESTÕES
Conceito clássico, que por incrível que pareça ainda “pega” muita gente nas provas de resi-
dência. Veja bem: a SOROLOGIA para H. pylori permanece positiva indefinidamente após infecção por este patógeno,
mesmo após a cura (“cicatriz sorológica”). Logo, a sorologia simplesmente não é útil no controle de cura da infecção.
As demais opções são conceituais e verdadeiras, resposta certa: C.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2017
(ACESSO DIRETO 1)
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE PORTO
ALEGRE – RS
4 – Considere as assertivas a seguir sobre complicações
gastrointestinais graves induzidas por Anti-Inflamatórios
Não Esteroides (AINEs).
I - Idade avançada, doenças multissistêmicas e uso de
clopidogrel são fatores de risco;
II - Quando ocorrem complicações digestivas graves indu-
zidas pelo uso de AINEs, elas são, na maioria dos casos,
precedidas por sintomas dispépticos;
III - O uso de AAS em doses abaixo de 100 mg/dia pode
ser considerado seguro por não estar relacionado a even-
tos digestivos graves.
Quais são CORRETAS?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I,II e III.
QUESTÕES
As complicações gastrointestinais do
uso de AINEs, notadamente a doença ulcerosa péptica e seus
desfechos adversos (hemorragia e perfuração), são mais
comuns em pacientes com idade > 60 anos, na presença
de múltiplas comorbidades e no uso concomitante de outras
medicações capazes de afetar a hemostasia (ex.: antipla-
quetários como o clopidogrel) — I correta. Não se esqueça
de que, principalmente em idosos, é comum que a primeira
manifestação da DUP relacionada ao uso de AINEs seja
uma complicação, isto é, o paciente abre com hemorragia
ou perfuração sem nunca ter experimentado previamente
qualquer sintoma dispéptico — II incorreta. Apesar de o uso
de AAS em baixas doses ser seguro do ponto de vista da
gastrotoxicidade, tal complicação não é 100% eliminada, ou
seja, mesmo com doses baixas alguns doentes desenvolvem
DUP e suas complicações — III incorreta. Resposta certa: A.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2017
(ACESSO DIRETO 1)
HOSPITAL ESTADUAL DO ACRE – AC
47 – Paciente do sexo masculino, 58 anos, iniciou quadro
de dor em andar superior do abdome intensa, há 2 horas.
Nega quadro semelhante anterior ou cirurgias prévias. Ao
exame físico: abdome plano, em tábua. Considerando a
hipótese de perfuração de úlcera péptica, quais as prin-
cipais etiologias?
a) H. pylori e Anti-Inflamatório Não Hormonal (AINH).
b) Câncer gástrico e doença de Dieulafoy.
c) Gastrite erosiva aguda e síndrome de Ménétrier.
d) Gastrinoma e tumor estromal.
QUESTÕES
As principais causas de doença ulcerosa péptica são a infecção por H. pylori, uso crônico de
AINEs e câncer gástrico, sendo o último menos comum que os dois primeiros. Gabarito: opção A.
1) HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ONOFRE LOPES UFRN – RN (2016)
Apesar da diminuição nas indicações, a cirurgia para tratamento da úlcera duodenal ainda tem seu papel. A respeito das cirurgias de úlceras pépticas, é CORRETO afirmar que:
a) As cirurgias de ressecção apresentam altos índices de recidiva.
b) A vagotomia gástrica proximal está contraindicada na estenose pilórica.
c) As principais complicações da vagotomia gástrica proximal são o dumping e a diarreia.
d) A estenose pilórica deve ser considerada indicação para cirurgia de ressecção.
QUESTÕES
Vagotomia gástrica proximal (“vagotomia superseletiva” ou “vagotomia de células parietais”)Este procedimento possui menos compli-
cações pós-operatórias que as vagotomias mais amplas, não
causando dumping ou diarreia, como pode ocorrer após a
vagotomia troncular (alternativa C incorreta), porém a recidiva
é mais frequente. Como não altera a inervação (e a contratili-
dade) do antro gástrico, não é necessário um procedimento
de piloroplastia, bem como não se espera uma piora dos
sintomas obstrutivos na vigência de estenose pilórica (alter-
nativa B incorreta).
A cirurgia com ressecção (vagotomia tron-
cular com antrectomia) é o procedimento que possui a menor
taxa de recidiva da doença ulcerosa péptica dentre todas
modalidades cirúrgicas disponíveis (alternativa A incorreta).
A estenose pilórica, em consequência à doença ulcerosa,
indica a necessidade da cirurgia, devido à obstrução ao trato
de saída do estômago, o que geralmente vai se acompanhar
de deficit nutricional e incapacidade de alimentação, fora o
fato de poder estar associada a uma neoplasia (alternativa
D correta). Resposta da questão: alternativa D.
1) HOSPITAL E MATERNIDADE DONA ÍRIS – GO (2017)
O tratamento cirúrgico para úlcera duodenal, que estatisticamente está relacionado com menores taxas de recidiva, é:
a) Vagotomia troncular com antrectomia.
b) Vagotomia superseletiva.
c) Vagotomia seletiva com piloroplastia.
d) Vagotomia troncular com piloroplastia.
QUESTÕES
1) A
Vagotomia troncular com antrectomia
- Taxa de recidiva: - invasivo → maior taxa de recidiva
- Vagotomia troncular com antrectomia < vagotomia troncular ou vagotomia superseletiva (vagotomia gástrica proximal ou vagotomia de células parietais)
- Eficácia na redução da secreção ácida
- Vagotomia troncular com antrectomia < vagotomia troncular ou vagotomia superseletiva (vagotomia gástrica proximal ou vagotomia de células parietais)
RESIDÊNCIA MÉDICA 2016
(ACESSO DIRETO 1)
SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE
RIO DE JANEIRO – RJ
19 – Durante uma antrectomia por doença ulcerosa pép-
tica, ocorre a retirada das células:
a) G produtoras de gastrina.
b) Parietais produtoras de HCI.
c) Principais produtoras de pepsinogênio.
d) Enterocromafins produtoras de histamina.
QUESTÕES
A organização e a concentração de
cada tipo celular gástrico variam de acordo com a sua loca-
lização no órgão. A cárdia apresenta as glândulas mucosse-
cretoras. O corpo gástrico possui glândulas organizadas com
células parietais, produtoras de ácido clorídrico, e células prin-
cipais, que secretam pepsinogênio. O fundo também possui
algumas células parietais. Por fim, o antro apresenta a maior
quantidade de células G, produtoras de gastrina — hormônio
que estimula a secreção ácida do fundo e corpo gástrico. A
retirada das células G garante uma elevada eficácia em dimi-
nuir a secreção ácida do estômago. De fato, classicamente,
o tratamento considerado de maior eficácia na prevenção
das recidivas da doença ulcerosa péptica é a antrectomia
+ vagotomia troncular. Resposta da questão: alternativa A.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2017
(ACESSO DIRETO 2)
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS
DA UNICAMP – SP
2 – Homem, 70a, chega ao pronto atendimento com história
de vômitos com sangue há 6 horas. Antecedente pessoal:
hipertensão, em uso de captopril; artralgia, em uso de diclo-
fenaco. Refere hábito etílico de 2 cervejas no fim de semana.
Exame físico: consciente; descorado ++/4+; FC = 100 bpm;
PA = 90 x 50 mmHg. Abdome: flácido, indolor; toque retal:
sem sangue. Hemoglobina = 6,5 g/dl e RNI = 1,1. A etiologia
do sangramento e a primeira conduta são:
a) Varizes esofágicas; passar balão de Sengstaken-
- Blakemore.
b) Úlcera duodenal; realizar endoscopia digestiva alta.
c) Varizes esofágicas; realizar endoscopia digestiva alta.
d) Úlcera duodenal; reposição volêmica e transfusão de
sangue.
QUESTÕES
Paciente idoso, em uso de diclo-
fenaco, dá entrada no pronto-socorro com quadro de
hemorragia digestiva alta. Qual é o provável diagnóstico?
Fica claro que o hábito etílico do paciente não parece
justificar uma doença parenquimatosa do fígado e varizes
esofágicas (A e C erradas) e que o anti-inflamatório não
hormonal deve ser o causador da hemorragia por ulce-
ração péptica. Qual é a conduta prioritária? Diante de
um doente com hemorragia digestiva de QUALQUER
ETIOLOGIA, o primeiro passo é estabilizá-lo (B errada)!
Devemos empregar os passos iniciais do atendimento,
conforme o mnemônico MOV (monitorização cardios-
cópica, de PA, saturação de oxigênio; oxigenoterapia
se necessário; obtenção de acessos venosos, que,
neste caso, deverão ser DOIS e CALIBROSOS, já que
precisaremos infundir VOLUME de forma agressiva).
Como essas etapas são realizadas pela equipe de enfer-
magem, o médico já deve ir abordando o doente com
base no ABC do suporte avançado (vias aéreas, respi-
ração e circulação). Com esses conceitos em mente,
nos resta decidir qual fluido utilizaremos para reposição
volêmica. Lembre-se de que, quando o paciente tende
à hipotensão num quadro hemorrágico (choques grau
III ou IV), devemos, no mínimo, considerar a infusão
de CONCENTRADO DE HEMÁCIAS, além de solução
cristaloide. Resposta: D.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2016
(ACESSO DIRETO 1)
HOSPITAL NACIONAL DO CÂNCER – RJ
20 – A úlcera duodenal posterior pode gerar hemorragia
gastrointestinal alta maciça. Qual artéria ou ramos são
mais acometidos nestes casos?
a) Gastroduodenal.
b) Gástrica esquerda.
c) Gastroepiploica esquerda.
d) Gastroepiploica direita.
QUESTÕES
A causa mais comum de hemor-
ragia digestiva alta é a doença ulcerosa péptica, cuja
complicação mais comum é justamente o sangramento!
Quando falamos em sangramento maciço temos certa-
mente um sangramento arterial, havendo duas possibili-
dades: artéria GASTRODUODENAL na úlcera duodenal
ou artéria gástrica esquerda na úlcera gástrica. O Sabiston
afirma que, apesar de as úlceras duodenais serem mais
comuns que as gástricas, estas últimas sangram mais.
Não obstante, a principal causa de sangramento MACIÇO
ocorre por úlcera DUODENAL, por ruptura da a. GASTRO-
DUODENAL! Gabarito: A.