Entrevista Plano de Pesquisa Flashcards

1
Q

Quando foi o isolamento da América do Sul no Cenozoico?

A

Sua última conexão foi perdida por volta de 55 Ma (REGUERO et al., 2014), até cerca de 2.8 Ma com a formação do Istmo do Panamá (Bartoli et al., 2005).

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2
Q

Qual é a composição atual do grupo Xenarthra?

A

O grupo é composto por tatus (Cingulata), tamanduás (Pilosa: Vermilingua) e preguiças (Pilosa: Folivora).

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3
Q

Qual é o caractere chave de Xenarthra?

A

Articulações suplementares nas vértebras torácicas posteriores e lombares (Gaudin, 1999).

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4
Q

Quantas espécies o grupo possui atualmente?

A

Juntando as informações em Abba et al., 2015; Feijó & Anacleto, 2021; Feijó, Patterson & Cordeiro-Estrela, 2018; Gibb et al., 2016 e Miranda et al., 2018, são cerca de 38 espécies.

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5
Q

Qual a origem dos grupo? Como era seu ancestral?

A

Região Pan-amazônica durante o período Cretáceo segundo a mito genômica de viventes presente em Gibb e colaboradores, 2016. Gaudin & Croft, 2015, entendem o ancestral como insetívoro com possíveis adaptações para cavar e escalar em árvores.

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6
Q

Qual a diversidade total alcançada pelo grupo?

A

Grande diversidade em termos de locomoção, alimentação e outros caracteres ecológicos em quase 200 gêneros fósseis (Mckenna & bell, 1997).

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7
Q

Quais são os primeiros registros de Xenarthra?

A

Gênero Riostegotherium de São José de Itaboraí (RJ) datado de cerca de 55 Ma, no período paleógeno do Eoceno segundo Bergqvist, abrantes & avilla, 2004. São ossificações dérmicas chamadas de osteodermos.

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8
Q

O que caracteriza o clado Cingulata?

A

A presença de osteodermos (Engelmann, 1985; gaudin & mcdonald, 2008) e uma carapaça com escudo cefálico, carapaça dorsal e envoltório caudal (mcdonald, 2003).

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9
Q

Quais são as duas famílias organizadas por Gibb e colaboradores em 2016 para Cingulata? Quais outras linhagens estão presentes no clado?

A

Dasypodidae e Chlamyphoridae (que Delsuc e colaboradores em 2016 incluíram Doedicurus além dos gêneros viventes Chaetophractus, Chlamyphorus e Priodontes). Ainda existem os pampatherídeos e o gênero Peltephilus (Fernicola, vizcaíno & fariña em 2008).

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10
Q

O que são os Vermilingua? Qual a sua classificação interna?

A

Os tamanduás são xenartros altamente especializado para a mirmecofagia (Mcdonald, vizcaíno & bargo, 2008) que dividem o clado Pilosa com as preguiças. Eles tem duas linhagens: a família Cyclopedidae (Cyclopes e Palaeomyrmidon) e a Myrmecophagidae (Protamandua, Tamandua e Myrmecophaga + Neotamandua, segundo Casali et al., 2020).

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11
Q

Quais são os dois gêneros de preguiça atuais? Qual a relação entre os dois?

A

Os dois últimos membros do clado Folivora são os gêneros Bradypus e Choloepus (segundo Gaudin, 2004). Apesar de similares, a relação filogenética dos dois não é recente (divergência a 30 Ma) e as suas características arborícolas são resultado de extrema convergência para a vida em florestas neotropicais (explicado por Gibb e colaboradores, 2016; e Pujos, De Iullis & Cartelle, 2016).

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12
Q

Quais são as famílias presentes no clado Folivora?

A

Bradypodidae, Megalonychidae, Megatheriidae, Mylodontidae e Nothrotheriidae (Gaudin, 2004).

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13
Q

Qual é a origem do Istmo do Panamá?

A

Colisão das Placas caribenha e Sul-Americana (Coastes et al., 2004).

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14
Q

Qual foi o registro mais antigo de Xenarthra na américa do norte?

A

Pliometanastes (Megalonychidae) e Thinobadistes (Mylodontidae) a cerca de 9 Ma segundo Morgan (2008).

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15
Q

Qual é a fauna de xenartros de Guanajuato e qual sua idade?

A

Glossotherium, Megalonyx, Plaina e Glyptotherium são encontrados no sítio mexicano em 4.8 Ma.

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16
Q

Quando acontece as migrações principais do GIBA?

A

Perto de 2.6 Ma segundo Woodburne e colaboradores (2010).

17
Q

O que se pode dizer do gênero Glyptotherium no final do GIBA?

A

Ele reinvadiu a América do Sul, continente de origem da sua linhagem (Carlini, Zurita e Aguilera, 2008).

18
Q

Qual o resultado do GIBA?

A

A fauna de mamíferos da América do Sul começou a ser dominada por linhagens da américa do norte, mas o contrário não aconteceu.

19
Q

Qual foi o trabalho de Carrillo e colaboradores (2020)? Qual a sua relação com a nossa pesquisa?

A

Eles buscaram analisar a dispersão, diversificação e extinção de diferentes clados do GIBA e encontraram uma alta taxa de extinção nas linhagens sul-americanas, o que influenciou na diversidade resultante do norte. Entretanto, queremos saber se a complexidade da história de Xenarthra afetou esses parâmetros, contrastando a metodologia do trabalho com um foco único no grupo e aprofundando seus registros com mais detalhamento.

20
Q

Qual o objetivo geral do trabalho?

A

Investigar as dinâmicas biogeográficas e macroevolutivas de Xenarthra durante o Grande Intercâmbio Biótico Americano.

21
Q

Quais os objetivos específicos da pesquisa?

A

Obter uma base de dados a partir dos registros paleontológicos, atualizando estes segundo a bibliografia pertinente e a consulta a especialistas;
Inferir a importância relativa dos processos de especiação, extinção e dispersão para configurar a diversidade e distribuição históricas de Xenarthra no continente americano.

22
Q

Como vai ser a coleta de dados? Qual a indicação de novidade?

A

Ela vai começar no PaleoBiology DataBase igual o trabalho de Carrillo e colaboradores (2020), e depois serão feitas correções e ajustes usando a literatura: novos registros; conferência de sua geocronologia e alterações que melhorem os dados coletados.
Um levantamento preliminar demonstrou cerca de 80 táxons de Cingulata com incongruência entre os dados da plataforma e da literatura, sejam em nível taxonômico, ausência de informação de registro fóssil ou ausência geral no banco de dados.

23
Q

Como será feita a análise do trabalho? Como será decidido o nível taxonômico da análise, a localidade dos registros e o escopo temporal?

A

Ela será feita seguindo a metodologia de Carrillo e colaboradores (2020), utilizando do pacote PyRate (como visto em Silvestro e colaboradores em 2019 e 2016). Entre outras coisas, o pacote permite utilizar um modelo de dispersão-extinção-amostragem dentro de um framework bayesiano para entender a dinâmica biogeográfica levando em consideração o viés de amostragem do registro fóssil. O nível taxonômico e a localidade dos registros vão ser decididos por análises exploratórias que possam avaliar melhor a potencialidade dos dados. Também poderá ser feita consulta com especialistas.
O intervalo de tempo seguirá o de Carrillo e colaboradores (2020): do Mioceno até o início do Pleistoceno, evitando registros mais jovens para evitar um possível viés.

24
Q

Quais são os produtos pretendidos da pesquisa?

A

Artigos científicos (pelo menos dois) em períodicos de alto impacto da área (PNAS, Zoological Journal of the Linnean Society, Journal of Mammalian Evolution, etc.); resumos parciais ou totais em reuniões científicas; textos de divulgação científica da área.

25
Q

Qual será o cronograma do projeto?

A

O levantamento bibliográfico será constante para que a pesquisa se mantenha atualizada; no segundo bimestre será iniciado a construção da base de dados; a análise será iniciada a partir do quinto bimestre; e a elaboração dos produtos científicos e da dissertação será iniciada no sétimo semestre, após o término das disciplinas de pós-graduação.

26
Q

Quais serão os orientadores da pesquisa?

A

A profa. Dra. Mariela Castro e o Dr. Daniel Casali /Cazali/, que agora é pós-doutorando do laboratório do Dr. Max Langer.

27
Q

Como vai acontecer a orientação em relação a localidade?

A

O meu local de ação vai ser Ribeirão Preto, e a profa. Mariela e Daniel irão se deslocar para o laboratório quando possível. Entretanto, devido as características da pesquisa, a orientação pode acontecer de forma remota.

28
Q

Como o projeto se relaciona com o programa de Biologia Comparada?

A

O projeto carrega a ideia de investigar a diversidade histórica dentro de Xenarthra, então acredito que seja relacionado a linha de Evolução da Biodiversidade.

29
Q

Faça um resumo do projeto.

A

O plano consiste em estudar e quantificar os aspectos macroevolutivos e biogeográficos de Xenarthra a partir do contexto do Grande Intercâmbio Biótico Americano (evento biogeográfico após a formação do Istmo do Panamá e conexão das Américas), utilizando uma base de dados do PaleoBiology Database atualizada com informações da literatura (e possível consulta a especialistas) e o pacote PyRate, que entre outras ferramentas permite um modelo de especiação-dispersão-amostragem que considera o viés presente no registro fóssil.

30
Q

Quais as novidades que o projeto apresenta?

A
  • O plano prevê a formação de uma base de dados que pode ser usada em outras pesquisas futuras;
  • A combinação de um estudo que seja sobre Xenarthra, nos limites do GIBA e que esteja dispostos a quantificar as dinâmicas que geralmente só são qualificadas.
31
Q

Quais suas experiências prévias e como elas se relacionam com o projeto?

A

Entre a iniciação científica na área de Ensino de Ciências e o Trabalho de Conclusão de Curso, eu consegui adquirir uma familiaridade com esse tipo de pesquisa que envolve base de dados, coleta de informações em artigos e análises. Também consegui familiaridade com o tema através do tcc. Então acredito que junto ao conhecimento dos orientadores a pesquisa se desenvolva com mais facilidade.

32
Q

Qual a familiaridade com o grupo?

A

Desde a graduação o grupo já tinha sido de interesse em seminários e disciplinas da área de zoologia/educação. Mas acredito que a maior aproximação aconteceu através da literatura que os orientadores me proporcionaram durante todos os estágios da formação do plano de pesquisa. A Mariela sendo especialista em Cingulata e o Daniel em Pilosa me deixou muito confortável em relação a lidar com o grupo de cara.

33
Q

Quais os desafios do plano e como superá-los?

A
  • Base de dados: o trabalho de atualizar os dados do paleobiology database requere atenção e a consulta a especialistas pode ajudar muito;
  • Análise usando o pacote: serão necessárias análises exploratórias para entender como o pacote e os dados vão se comportar, acredito que aqui a experiência do co-orientador Daniel com R será muito útil;
  • Organização final dos resultados: será importante organizar os produtos da pesquisa para que ela fique coesa através das publicações.
34
Q

Qual a hipótese do plano?

A

Devido a natureza da pesquisa, não pensamos em uma hipótese a priori, mas considerando os acontecimentos da época espera-se que o grupo como um todo apresente um aumento na taxa de dispersão, mas que a diversificação diminua até o final do intervalo aferido.

35
Q

Qual a sua pergunta de pesquisa?

A

Como as mudanças que levaram ao Grande Intercâmbio Biótico Americano modificaram a diversidade e dispersão do grupo Xenarthra?