Embriologia Flashcards
Como se forma e qual importância da linha primitiva.
A gastrulação inicia-se na região posterior do embrião, futura região caudal, onde o nó primitivo se forma. A linha primitiva aparece como uma faixa linear espessada do epiblasto no aspecto dorsal do embrião. Essa estrutura é resultante da proliferação e movimento das células do epiblasto para o plano mediano do disco embrionário. Este espessamento se alonga para ocupar cerca de metade do comprimento do disco embrionário.
Quando chegam á região da linha primitiva, essas células adotam um formato de garrafa (movimento morfogenético de invaginação), se soltam do epiblasto e deslizam para baixo dele. Com a invaginação forma-se um sulco na linha primitiva.
A porção mais cranial da linha primitiva é o nó primitivo, uma região levemente elevada que circunda a fosseta primitiva. A fosseta primitiva é uma pequena depressão no nó primitivo, que assim como o sulco primitivo, constitui uma região de invaginação celular.
Com a formação da linha primitiva é possível definir os principais eixos corporais: eixo craniocaudal, eixo dorso-ventral e direito-esquerdo. A linha primitiva se estende da região caudal para a cranial e as células migram dorsal para o lado ventral.
Quais tecidos são originados de cada folheto germinativo gerado durante a gastrulação?
As primeiras células a ingressar do epiblasto invadem o hipoblasto e deslocam suas células para formar o endoderma. Depois, algumas células migram para formar uma camada de células frouxas entre o epiblasto e o endoderma, dando origem ao mesoderma. Por fim, quando já ocorreu a formação do endoderma e do mesoderma intraembrionário, as células que permanecem no epiblasto formam a ectoderma. Ectoderma e endoderma são separadas pelo mesoderma em todas as regiões do disco embrionário, exceto em uma região caudal, a membrana cloacal, e em uma região cefálica, a membrana orofaríngea ou bucofaríngea.
O mapa de destino celular estabelecido durante a gastrulação mostra que:
- As células que migram pela região cranial do nó, tornam-se a placa pré-cordal e a notocorda.
- As células que migram nas extremidades laterais do nó e da porção cranial da linha tornam-se mesoderma paraxial
- As células que migram pela região média da linha tornam-se o mesoderma intermediário.
- Aquelas que migram pela parte caudal da linha formam o mesoderma lateral.
- As células que migram da região mais caudal, contribuem para a formação do mesoderma extraembrionário.
Descreva como ocorre a formação da notocorda e sua importância.
Algumas células mesenquimais que ingressam pela região cranial do nó primitivo, formam um cordão celular mediano chamado processo notocordal. O processo notocordal se alonga pela invaginação de células pela fosseta primitiva e cresce cefalicamente até alcançar a placa pre-cordal.
Em um próximo passo, a fosseta se estende para dentro do processo notocordal formando uma luz, o canal notocordal. Agora, o processo notocordal é um tubo e não mais um cordão celular.
O assoalho do processo notocordal funde-se com o endoderma, e posteriormente, essas camadas fundidas sofrem degeneração gradual até desaparecerem completamente. A placa notocordal resultante (teto do processo notocordal) dobra-se e forma a notocorda.
A notocorda define o eixo primitivo do embrião, dando a ele certa rigidez. Além disso, fornece sinais indutivos para o desenvolvimento do SNC e das estruturas musculoesqueléticas axiais. Também forma o núcleo pulposo dos discos intervertebrais.
Descreva o processo de neurulação.
Conforme a notocorda se forma, ela induz o ectoderma a se diferenciar em uma placa neural. Durante este processo, as células da ectoderme sofrem indução neural e tornam-se neuroepiteliais, formando um epitélio pseudoestratificado cilíndrico chamado de neuroectoderma. A placa neural aparece cranialmente ao nó primitivo e dorsalmente á notocorda e se estende até a membrana bucofaríngea.
O segundo passo do processo de neurulação é a formação do sulco e das pregas neurais. Isso acontece porque a placa neural invagina-se ao longo do seu eixo central para formar o sulco neural, que tem as pregas neurais elevadas em cada lado.
O próximo passo é a fusão das pregas neurais. Este evento converte a placa neural em um tubo oco, o tubo neural. Á medida que as pregas se fundem, o tubo neural se separa do ectoderma de superfície (que irá se diferenciar em epiderme)
Conforme acontece a fusão das pregas neurais, as células da borda lateral dissociam-se de suas vizinhas, sofrem uma transição epiteliomesenquimal e deixam o neuroectoderma por migração, formando a crista neural.
Descreva a neurulação secundária.
Existem duas formas principais para converter a placa neural em tubo neural: a neurulação primária e a secundária. Regra geral, a porção anterior do tubo neural provém de uma neurulação primária, enquanto a posterior é secundária. O tubo neural completo é constituído pela junção dos dois tubos formados separadamente. Na neurulação secundária, o tubo neural ascende a partir da coalescência das células mesenquimatosas para formar uma estrutura sólida que, posteriormente, cavita e se converte em tubular. O conhecimento da neurulação secundária é importante em medicina devido à prevalência das malformações da medula espinhal posterior
Quais são as vesículas primordiais formadas a partir do tubo neural? Que estruturas elas geram?
Durante a gestação humana, o tubo neural na sua extremidade cranial dá origem a três dilatações, denominadas vesículas primordiais, que são o procencéfalo, mesencéfalo e o rombencéfalo. Já a cavidade caudal forma o canal central da medula espinhal.
- O prosencéfalo com o passar do desenvolvimento aumentam lateralmente e originam duas vesículas, o telencéfalo e o diencéfalo, originam-se o celebro.
- O mesencéfalo desenvolve sem se dividir e a luz permanece como um canal estreitado, permanece com a mesma denominação, como uma parte do SNC.
- O rombencéfalo subdivide-se em metencéfalo e mielencéfalo, sendo que metencéfalo origina o cerebelo e a ponte. O mielencéfalo origina o bulbo.
Como é formado o córtex cerebral, em relação a neurogênese e migração dos novos neurônios para organização das camadas corticais?
oi?
Quais os tipos celulares formados a partir da crista neural? Como ela pode ser subdividida em relação a sua origem no tubo neural?
A crista neural é formada a partir das células neuroectodérmicas e se divide em duas partes que originam os gânglios espinhais e cranianos. As células da crista neural originam os gânglios espinhais e os gânglios do sistema nervoso autônomo, além de formar a bainha de nervos e meninges do cérebro. Na região cranial contribuem para a formação do esqueleto craniofacial, bem como dos neurônios dos gânglios craniais, células da glia, melanócitos e outros tipos celulares. Na região do tronco, as células da crista neural migram por uma via dorsal e dão origem aos melanócitos da pele e os folículos pilosos, e por uma via ventral para tornarem-se os gânglios sensoriais, neurônios simpáticos e entéricos, célula de schawann e células da medula da suprarrenal.
Onde estão localizados os derivados do mesoderma?
As células que estão próximas á notocorda, formam o mesoderma paraxial, que é uma placa espessa de tecido mesodérmico. Lateralmente ao mesoderma paraxial, a camada mesodérmica forma a placa lateral, que com o aparecimento de cavidade intercelulares se divide em duas camadas, somática superiormente e esplâncnico inferiormente. Entre o mesoderma paraxial e as placas laterais está o mesoderma intermediário.
Descreva sobre o mesoderma paraxial:
O mesoderma paraxial aparece de duas formas: na região da cabeça é não-segmentado e forma o mesoderma da cabeça, que vai dar origem aos músculos estriados da face, mandíbula e faringe; na região do tronco, o mesoderma paraxial é segmentado e forma os somitos.
Explique como são formados os somitos?
Os somitos aparecem no fim da terceira semana, quando o mesoderma paraxial sofre um processo de diferenciação, condensa-se e começa a ser dividir em corpos cuboides pareados, os somitos se estendem da região cefálica até a caudal. Sendo estes responsáveis pela formação do esqueleto axial (coluna vertebral e costelas) incluindo a parte occipital do crânio; pela formação dos músculos estriados e tendões.
Descreva a mesoderma intermediária:
Entre o mesoderma paraxial e o mesoderma lateral está o mesoderma intermediário. O mesoderma intermediário contribui para a formação do sistema urogenital: rins e ureteres, gônadas e ductos.
Descreva a mesoderma lateral:
A mesoderma lateral se divide em duas camadas: o mesoderma lateral somático e o mesoderma lateral; que é a camada dorsal associado ao ectoderma; e o mesoderma lateral esplâncnico, que é a camada ventral associado ao endoderma. Juntos, o mesoderma lateral somático e o ectoderma são chamados de somatopleura; e o mesoderma lateral esplâncnico junto com o endoderma, esplancnopleura. A cavidade entre as duas camadas de mesoderma lateral é a cavidade embrionária primitiva.
O mesoderma lateral somático, após o dobramento do embrião, reveste a cavidade intraembrionária, forma as membranas mesoteliais ou serosas que revestem as cavidades corporais (peritoneal, pleura e pericárdia).
O mesoderma lateral esplâncnico ou visceral recobre os órgãos; forma as membranas serosas finas ao redor de cada órgão; o músculo liso e tecido conjuntivo das vísceras; participa da formação do coração.
Descreva o fechamento do embrião.
- Dobramento cefalocaudal: O alongamento do tubo neural faz com que o embrião se curve na posição fetal. O encéfalo em desenvolvimento se projeta dorsalmente na cavidade aminiótica e, simultaneamente, o coração primitivo e a membrana bucofaríngea se deslocam para a superfície ventral do embrião. A membrana bucofaríngea, deste modo, se posiciona no local da futura boca e o coração primitivo no futuro tórax. De forma simultânea, com o crescimento do embrião, a eminência caudal se projeta sobre a membrana cloacal. O pedículo de conexão do embrião também é trazido ventralmente até se unir ao saco vitelino.
- Ao mesmo tempo que acontece o dobramento cefalocaudal, também ocorre o dobramento lateral. No dobramento lateral, os lados direito e esquerdo do disco embrionário também se flexionam ventralmente, constringindo e estreitando o saco vitelino. Como resultado deste dobramento, há o fechamento da parede corporal ventral. A parede corporal ventral se fecha completamente, exceto na região umbilical.