Doenças Respiratórias do RN Flashcards

1
Q

Introdução - Diagnóstico Inicial

A
  • Exame Físico pouco ajuda - sempre desconf. respiratório, dispnéia…
  • História e radiografia ajudam mais a estabelecer etiologia nesses casos
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Doença de Mebrana Hialina - O que é uma doença

A
  • Deficiência de surfactante pulmonar em quantidade adequada.
  • Incidência inversamente proporcional à idade
    gestacional e ao peso de nascimento; outros fatores de risco usados ​​para diabetes materno, sexo masculino, asfixia e raça branca.
  • Clínica: desconforto respiratório que se inicia logo após o nascimento ou em <24h após.
  • Radiografia: infiltrado reticulogranular difuso ou no
    padrão de vidro moído.
  • Ocorre, tipicamente, a diminuição do volume pulmonar.
  • Na avaliação complementar, é típica a presença
    de acidose respiratória e metabólica.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Doença da Mebrana Hialina - Tratamento

A
  • Suporte ventilatório (CPAP, ventilação mecânica);
  • Surfactante pulmonar exógeno.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Doença da Membrana Hialina - Prevenção

A
  • Prevenção: evitar parto prematuro; administração antenatal de corticoide;
  • surfactante profilático.

*Betametasona em mulheres com risco de parto prematuro por 48 horas (2 dias que precedem o parto) ese corticoide atravessa mebrana placentária e pode aumentar a produção de surfactante.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Surfactante - Síntese e composição

A
  • Produzido nos alvéolos pelas células alveolares tipo II (pneumócitos II).
  • Composto por lipídios (90%) e proteínas (10%). Os principais constituintes do surfactante são lecitina (dipalmitoilfosfatidilcolina), fosfatidilglicerol, apoproteínas (SP-A, SP-B, SP-C, e SP-D) e colesterol.
  • De todos esses, a lecitina é o principal componente.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Surfactante - Mecanismos de ação

A

Alvéolos contém líq. superficial → As moléculas dessa camada de líquido se atraem, gerando uma tensão superficial. A tensão superficial exercida por essa camada de líquido se opõe à insuflação alveolar e predispõe ao colapso alveolar.

Considere que p é a pressão necessária para manter o alvéolo aberto; y é a tensão superficial; e R é o raio do alvéolo. Agora, lembre-se da Lei de Laplace que nos diz que p = 2 y/ R. Por essa equação, que caso a tensão superficial se mantenha constante, a diminuição do raio do alvéolo deverá ser acompanhada de um aumento na pressão para manter este alvéolo aberto, pois são fatores inversamente proporcionais. Se isso não ocorrer, o alvéolo tenderá ao colabamento. Porém, o que ocorre normalmente é que a tensão superficial varia em função do raio do alvéolo. Exatamente isso! O surfactante é capaz de diminuir a tensão superficial e isso ocorre de forma mais eficiente quando o raio do alvéolo diminui.

Outra alteração comum é a presença de gemido, que nada mais é do que uma tentativa de prevenir o colapso alveolar (o gemido surge quando a glote fecha-se parcialmente na expiração, numa tentativa de manter o ar “aprisionado” no pulmão e impedir o colapso alveolar).

A formação dessas áreas de atelectasia leva ao estabelecimento de um shunt intrapulmonar, pois os capilares pulmonares estarão perfundindo alvéolos atelectasiados.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Shunt

A

Shunt é o termo utilizado para descrever o sangue que entra no leito arterial sistêmico sem passar pelas áreas ventiladas do pulmão, levando à redução da pressão arterial parcial de oxigênio (PaO2).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Doença da Membrana Hialina - Fatores de Risco

A

A doença ocorre em 60-80% dos nascidos com menos de 28 semanas e em cerca de 15-30% daqueles nascidos entre 32 e 36 semanas de gestação.

Outros fatores - até mesmo próximos do termo:

  • história de diabetes materno (as bancas adoram este fator de risco)
  • nascimentos múltiplos e asfixia.
  • Outros fatores de risco incluem a raça branca, sexo masculino e ausência de trabalho de parto
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Doença da Membrana Hialina - Clínica

A
  • taquipneia,
  • gemência e aumento do trabalho respiratório, traduzido pela presença de retração da musculatura respiratória e batimento de asa nasal.
  • cianose, palidez, letargia e apneia.
  • estertores inspiratórios
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Doença da Membrana Hialina - Sinais de melhora

A
  • A produção e secreção de surfactante é continua ocorrendo após o nascimento e, após uma fase de piora, a tendência é que ocorra a melhora.
  • Essa melhora costuma ocorrer a partir do terceiro dia de vida e costuma ser precedida por aumento da diurese espontânea e melhora do padrão gasométrico.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Doença da Membrana Hialina - Radiografia de Tórax

A
  • padrão reticulogranular difuso com presença de aerobroncogramas
  • diminuição no volume pulmonar, como consequência do colapso alveolar difuso e da diminuição da capacidade residual funcional.
  • Aspecto de Vidro Moído (imagem)
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Doença da Membrana Hialina - Incidência

A

A doença ocorre em 60-80% dos nascidos com menos de 28 semanas e cerca de 15-30% desses nascidos entre 32 e 36 semanas de gestação.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

Doença da Membrana Hialina - TTO

A
  • A antibioticoterapia é empregada em função da dificuldade na distinção entre o quadro deSDR e o de pneumonia pelo GBS.
  • Esses RN costumam receber antimicrobianos ao menos até o resultado das culturas estarem disponíveis.
  • Parte dos prematuros “mais maduros” irá me-
    lhorar em até três dias apenas com o suporte
    fornecido por CPAP e, caso administrássemos
    o surfactante para todos, um número razoável
    de crianças estaria sendo desnecessariamen-
    te submetido a uma intervenção que não é
    isenta de riscos.
  • Devemos, porém, indicar o surfactante no tratamento de todas os RN com doença mais grave, que são aqueles que necessitam de ventilação mecânica invasiva com FiO2 > 30-40%.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Taquipnéia Transitória do RN

A
  • Provocada pelo retardo na reabsorção do líqui-do pulmonar.
  • Fatores de risco: parto cesáreo eletivo (sem trabalho de parto), asfixia, asma materna.
  • Quadro de desconforto leve-moderado, autolimitado (até 24-72 horas); necessita de suporte ventilatório mínimo.
  • Aspecto radiográfico típico: hiperinsuflação pulmonar, aumento da trama vascular, cissuras visíveis, derrame pleural, cardiomegalia.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Taquipneia Transitória do RN

A

A Taquipneia Transitória do Recém-Nascido (TTRN), também chamada de síndrome do pulmão úmido, consiste em um quadro caracterizado por um desconforto respiratório leve ou moderado, autolimitado, com evolução benigna, e que é decorrente de um distúrbio na reabsorção do líquido pulmonar.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

Taquipneia Transitória do RN - Evolução Clínica

A
  • Quadro que resolve-se em 24-72 horas. Preste bastante atenção nisso: essa evolução benigna e autolimitada será a grande dica para pensarmos no diagnóstico de TTRN.
  • Essas crianças recebem oxigenoterapia, mas dificilmente necessitarão de uma FiO2 maior que 40%.
17
Q

Taquipneia Transitória do RN - Radiografia de Tórax

A

Este é o ponto mais importante para o diagnóstico. Se não tivermos a descrição da evolução benigna e autolimitada, iremos estabelecer o diagnóstico de TTRN pela avaliação da radiografia de tórax, que irá mostrar as seguintes alterações:

  • Hiperinsuflação pulmonar.
  • Aumento da trama vascular pulmonar com a presença de hilo congesto, de onde irradiam-se condensações (estrias) lineares.
  • Cissuras espessadas (derrame cissural).
  • Eventualmente, discreta cardiomegalia e/ou derrame pleural.
18
Q

Taquipneia Transitória do RN - TTO

A

O tratamento consiste essencialmente em suporte. Os cuidados gerais incluem o controle térmico, a monitorização da saturação de oxigênio, jejum (quando a frequência respiratória diminuir, pode-se oferecer o leite materno ordenhado através de sonda orogástrica), hi-
dratação e controle da glicemia.

  • O suporte respiratório consiste em oxigenoterapia por campânula nasal ou CPAP. Lembre-se
    sempre de que não costuma haver necessidade de oferta de grandes concentrações de
    oxigênio (em torno de 40%).
19
Q

Síndrome de Apiração Meconial - Conceitos

A
  • Acomete tipicamente RN a termo ou pós- termo.
  • Estabelece-se na presença de líquido amniótico meconial e, geralmente, asfixia.
  • Desconforto respiratório habitualmente grave, com necessidade de suporte ventilatório invasivo.
  • Radiografia com infiltrado grosseiro, hipe-rinsuflação e extravasamento de ar.
20
Q

Síndrome da Aspiração Meconial - Fisiopatologia

A

A eliminação de mecônio também pode ocorrer na ausência de asfixia, como nas apresentações pélvicas sem sofrimento.As partículas impactadas nas pequenas vias aéreas funcionam como válvulas, permitindo que o ar entre na inspiração, mas mantendo-o aprisionado na expiração. Ocorre o aumento na resistência das vias aéreas, hiperinsuflação com barotrauma e volutrauma e diminuição da complacência pulmonar. Não é rara a descrição de pneumotórax e/ou pneumomediastino nesses RN.

A atelectasia causa um shunt intrapulmonar, agravando a hipoxemia. A hipoventilação será consequência do aumento do espaço morto e do aumento do trabalho respiratório.

21
Q

Síndrome da Aspiração Meconial - Clínica

A

O diagnóstico será tipicamente encontrado em um RN a termo ou pós-termo. Podere-mos identificar marcadores de sofrimento, como retardo de crescimento intrauterino, história de sofrimento fetal e asfixia e baixo
índice de Apgar.

  • Primeiramente, devemos sempre procurar pelo relato de mecônio no líquido amniótico ou pela descrição de sinais que indiquem a impregnação por mecônio, que pode ser observada na pele, unhas e cordão umbilical. - Quando a eliminação for recente, essa impregnação pode não ser observada.
  • No exame físico, podemos encontrar hiperinsuflação torácica à simples inspeção, além de sinais de desconforto, como tiragem, cianose. A ausculta respiratória, pouco específica, pode revelar
    estertores bolhosos em ambos os campos
    pulmonares. A obstrução das pequenas vias aéreas irá se traduzir por um prolongamento no tempo expiratório.
22
Q

Síndrome da Aspiração Meconial - Laboratório

A
  • A gasometria evidencia acidose metabólica, pela asfixia e hipoxemia. A hipercapnia correlaciona-se com a gravidade da insuficiência respiratória.
23
Q

Síndrome da Aspiração Meconial - Radiografia

A
  • O aspecto clássico é de infiltrado grosseiro e difuso alternando com áreas de hipotransparência e hiperinsuflação.
  • Os infiltrados correspondem a áreas de atelectasia e consolidação. Devemos tentar localizar precocemente áreas de extravasamento de ar, enfisema intersticial e pneumotórax.
24
Q

Síndrome da Aspiração Meconial - Diagnóstico

A

É feito com base na história clínica (asfixia perinatal, relato de líquido amniótico meconial, aspiração de mecônio da traqueia), quadro clínico e radiografia compatível.

25
Q

Síndrome da Aspiração Meconial - TTO

A
  • Suporte ventilatório: CPAP ou ventilação mecânica (quando há hipoxemia persistente ou elevação na PaCO2).
  • Antibioticoterapia: costuma ser indicada pela possibilidade de pneumonia associada.
  • Surfactante: a indicação de surfactante exógeno ainda não é rotineira, mas diversos estudos têm mostrado bons resultados com essa intervenção.
26
Q

Síndrome da Aspiração Meconial - Complicações

A
  1. síndromes de extravasamento de ar, como por exemplo, pneumotórax e pneumomediastino, que acometem 15 a 30% dos bebês com SAM
  2. hipertensão pulmonar persistente: acontece em um terço dos casos com SAM.
27
Q

Complicações da Oxigênioterapia

A

As duas principais complicações do ex-
cesso de oxigênio no período neonatal
são a retinopatia da prematuridade e a
displasia broncopulmonar.

28
Q

Displasia Broncopulmonar

A

A classificação mais atual recomenda que o diagnóstico de DBP seja considerado em qualquer RN que permaneça dependente de oxigênio em concentrações acima de 21% por um período maior ou igual a 28 dias de vida.

  • Esses RN devem ser avaliados com 36 semanas de idade gestacional corrigida ou 56 dias de idade cronológica, de acordo com a idade gestacional ao nascimento.
29
Q

Displasia Broncopulmonar - Fisiopatologia

A

Ainda que estejamos estudando essa condição dentro das consequências da oxigenoterapia, é importante que você entenda que a etiologia é multifatorial. A associação de vários fatores leva à inflamação e à lesão do pulmão que ainda está em desenvolvimento.

  • No processo de reparação a essas agressões, ocorre fibrose com vascularização e alveolização anormais, levando à doença.
30
Q

Displasia Broncopulmonar - Radiografia

A

Os achados radiográficos também variam conforme a gravidade da doença. Nas formas graves observa-se hiperinsuflação, linhas de opacificação densas que representam áreas de fibrose, atelectasia e fissuras pleurais.

31
Q

Hipertensão Pulmonar Persistente Neonatal (HPPN)

A
  • está associada à síndrome de aspiração meconial, mas também a outras condições, como os quadros de hipoplasia pulmonar, algumas cardiopatias congênitas, os quadros de sepse/pneumonia e à asfixia perinatal.
  • Caracteriza-se por um aumento da resistência vascular pulmonar, com elevação da pressão arterial pulmonar e um consequente shunt direita-esquerda pelo canal arterial e pelo forame oval, levando à hipoxemia.
  • É mais comum nos nascidos a termo ou pós-termo.
32
Q

Resumo

A
  • Doença da membrana hialina, muito mais comum nos RN com menos do que 34 semanas.
  • A hipertensão pulmonar é um quadro que costuma estar associado à asfixia.
  • Taquipneia transitória do RN é associadaa cesariana eletiva antes do início do trabalho de parto.
33
Q

Apneia idiopática da prematuridade

A

Pode ser definida como uma pausa na respiração por um tempo maior que 20 segundos ou com qualquer duração, se associado à cianose ou à bradicardia.

  • uma condição que pode ser idiopática e estar relacionada a um mecanismos obstrutivo, central (relacionado com a imaturidade dos centros respiratórios) ou misto. Nos prematuros, o quadro
    surge após um ou dois dias de vida e costuma se resolver quando a criança atinge 36 semanas de idade gestacional corrigida.
  • a frequência de apneia é inversamente proporcional à idade gestacional.

TTO: Metilxantinas

34
Q

Atresia de coanas

A

A descrição de desconforto respiratório que
melhora com o choro em um recém-nascido é
bem característica do diagnóstico de atresia
de coanas.

Além da impossibilidade de passagem da sonda nasal. Na atresia de coanas ocorre um estreitamento ou
obstrução da abertura posterior da cavidade nasal.

TTO: O tratamento deve ser emergencial: a intubação
traqueal ou o uso de cânulas mantém a perviedade do trato respiratório, mas a cirurgia de reparo é o tratamento definitivo. NÃO TEM COMO FAZER CPAP NASAL !!!