Doenças Clínicas Da Gestação Flashcards

1
Q

Tipos de hipertensão na gestação

A
  • Hipertensão Cronica: HAS pre existente que se agrava após a 20 semana, acompanhada de surgimento de proteinuria.
  • HAS gestacional: HAS que se desenvolve após a 20 semana, sem presença de proteinuria. Volta ao normal após 12 semanas de puerpério.
  • Pre eclampsia: hipertensão e proteinuria que surgem após a 20 semana, em paciente previamente normotensa.
  • eclampsia: ocorrência de crises convulsivas tonicoclonicas generalizadas, seguidas ou não de coma, em uma paciente com pre eclampsia. Pode aparecer antes, durante ou após o parto.
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2
Q

Aspectos fisiopatologicos da DHEG

A

Normalmente, na segunda onda de invasão trofoblastica, há vasodilatacao e diminuição dos níveis pressóricos.
Ausência da 2a onda trofoblastica -> isquemia placentária -> lesao endotelial -> espasmo das arteriolar placentario e sistêmico -> aumento da permeabilidade vascular
=
Hipertensão arterial com espasmo arteriolar placentario e sistêmico, com consequente lesão de órgãos alvo, aumento da permeabilidade vascular pela lesão endotelial e ocorrência de eventos de coagulação intravascular.

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3
Q

Diferenças entre a pre eclampsia e a hipertensão cronica

A
  • Hipertensão Cronica: >35a, multigesta, HAS antes de 20 semanas, proteinuria ou não, calciuria > 100mg/24h, persiste no puerpério
  • Pré-eclâmpsia: <18a ou >35a, nuligestas, HAS após 20 semana, proteinuria após 20 semana, calciuria < 100mg/24h, melhora em até 12sem pós parto.
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4
Q

Acometimento renal na pre eclampsia

A
  • Glomeruloendoteliose capilar: lesao característica, leva a proteinuria não seletiva, pode ocorrer após o parto, inclusive.
  • Diminuição da perfusão renal, levando a oligúria, aumento de ureia e creatinina, diminuição da calciuria.
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5
Q

Diagnóstico de Pre eclampsia

A

Inciada após a 20 semana, com PA >=140/90 + proteinuria >= 300mg/dia ou relação proteina/albumina >= 0,3 ou >= 1+ na urina

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6
Q

Acometimento hepático na pre eclampsia

A

Pode haver disfunção hepática, com aumento de transaminases e necrose periportal hemorrágica. Pode estar associada a trombictopenia e hemolise, configurando a síndrome HELLP. estas lesões podem causar rotura hepática e edema subcapsular => dor em epigastrio, sugerindo gravidade/eclampsia

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7
Q

Acometimento sanguíneo e da coagulação na pre eclampsia

A
  • Hemoconcentracao: o aumento da permeabilidade vascular com perda de líquido para om3 espaço
  • Trombocitopenia: agregação e ativação plaquetaria pela lesão endotelial
  • CIVD: ativação da coagulação pela lesão endotelial
  • Hemolise microangiopatica: aumento de bilirrubina, DHL, esquizocito e reticulocitos
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8
Q

Pre eclampsia sem proteinuria??

A

HAS > 20 sem + outro achado de pre eclampsia (plaquetopenia < 100.000, creatinina > 1,1, EAP, aumento de transaminases, sintomas cerebrais ou viscerais

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9
Q

O que fazer se gestante com proteinuria antes das 20 semanas?

A

Acompanhar função renal, hepática, sinais de Trombocitopenia, ou piora da proteinuria para classificar como pre eclampsia

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10
Q

Classificação da pré-eclâmpsia (leve ou grave)

A
  • Leve: aquela que não é grave.
  • Grave: hipertensão grave, proteinuria grave, edema grave, HELLP, chance de eclampsia
    • PAS >= 160 ou PAD >= 110
    • Proteinuria >=5g/24h ou >= 2+ na fita
    • EAP, Creatinina > 1,3g, oligúria (<500ml/24h)
    • HELLP: hemolise, aumento de enzima hepática, plaquetopenia -> DHL > 600, bilirrubina > 1,2, esquizocito, AST > 70, plaqueta < 100.000
    • Iminência de Eclampsia: cefaleia, escotoma, epigastralgia (distensão da cápsula hepática), aumento dos reflexos neurológicos.
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11
Q

Uso de antihipertensivos na pre eclampsia

A
  • Não aumento o tempo de gestação, não melhora o peso de nascimento da criança, não evita o agravamento da doença. Previne complicacoes maternas, como AVC.
  • Só deve ser usado se pre eclampsia com PAS >= 160 ou PAD >= 110. Nao usar em pre eclampsia leve para não mascarar os níveis.
  • Objetivo: PAS 140-155 e PAD 90-100
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12
Q

Drogas anti hipertensivas utilizadas na pre eclampsia e quais não pode, ser utilizadas

A
  • Crise: Hidralazina IV, Labetalol IV, Nifedipina VO
  • Manutenção: Metildopa VO, Hidralazina VO, Pindolol VO

Evitar: diurético (a gestante já tem hipovolemia normalmente), IECA (contra indicação absoluta), propranolol (risco de ciur)

Obs.: se EAP, conduzir como não gestante.

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13
Q

Conduta na prevenção de eclampsia

A

Fazer em toda PE grave, iminência de eclampsia ou eclampsia.
Droga de escolha é o sulfato de magnésio.

Métodos de aplicação:

  • Pritchard: A- 4g IV + 10g IM; M- 5g IM 4/4h
  • Zuspan: A- 4g IV; 1-2g/h IV em BIC
  • Sibai: A- 6g IV; M- 2-3g/h em BIC
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14
Q

Intoxicação pelo sulfato de magnésio na prevenção de eclampsia

A

Hipermagnesemia é causa de toxicidade. Nível terapêutico 4-7mEq/L. Os 3 R’s:

  • Respiração: FR < 16 (normal maior que 16)
  • Reflexo Patelar: ausente
  • Rins (oligúria): < 25ml/h
  • a oligúria não é sinal de intoxicação, mas devemos diminuir a dose de manutenção de sulfato pela metade para evitar intoxicação
  • intoxicação = reflexo patelar ausente ou respiração < 16 -> suspender sulfato de magnésio e fazer gluconato de cálcio (10ml a 10%)
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15
Q

Interrupção da gestação na pre eclampsia

A

É a única forma de curar os distúrbios hipertensivos
- Leve: expectante até o termo, conforme condições maternas e fetais

  • Grave: tratamento definitivo é o parto.
    - <34semanas: avaliar bem estar fetal para fazer corticoide
    - >= 34 semanas: parto!!
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16
Q

Via de parto na pre eclampsia

A

Preferencialmente vaginal, depende das condições maternas (gravidade, bishop) e fetais (sfa)

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17
Q

Definição de diabetes gestacional

A

Intolerância aos carboidratos iniciado durante a gestação. Há aumento da resistência à insulina na gravidez, pois a placenta produz muitos hormônios contra insulinicos (estrogenio, progesterona, lactogeneo placentario) -> modificações para preservar o feto.
Gera hiperinsulinemia materna. As mulheres sem reserva pancreatica desenvolvem a diabetes gestacional. Ocorre a partir do 2o trimestr!!! No 1o trimestre há tendência a hipoglicemia.

18
Q

Porque toda gestante deve ser rastreada para diabetes

A

A gravidez é fator de risco para desenvolvimento da doença

19
Q

Quando podemos dizer que a gestante tem diabetes previo?

A

Diabetes diagnosticado no primeiro trimestre

20
Q

Diagnóstico dde diabetes gestacional de acordo com o Rezende e o Zugaib

A

1a consulta no 1o trimestre = glicemia de jejum

  • GJ < 92 = TOTG 75g entre 24 e 28 semanas
  • GJ entre 92-126 = Diabetes Gestacional
  • GJ >= 126 = Diabetes previo; Glicemia sem jejum >= 200 com sintomas = diabetes previo; Hemoglobina glicada >= 6,5% = Diabetes previo
  • TOTG 75g entre 24-28semanas: GJ > 92, após 1h > 180, após 2h > 153 => Diabetes gestacional (pelo menos 1 valor alterado)
21
Q

Diagnóstico de Diabetes Gestacional de acordo com o protocolo do ministério da saúde

A

1a consulta no 1o trimestre: Glicemia de Jejum

  • Sem fator de risco (>35a, obesa, HAS, DM em parente de primeiro grau) e GJ < 85 = fazer nova GJ ENTRE 24-28s
  • Fator de risco ou GJ entre 85 e 126 = fazer TOTG 75 (GJ > 95, 1h > 180, 2h > 155 = diabetes gestacional se 2 alterados)
  • Se GJ >= 126: repetir e confirmar = diabetes gestacional que
22
Q

Conduta na diabetes durante a gravidez

A

Manter a paciente euglicemica - HIPOGLICEMIANTES NÃO!!!
- DM gestacional: dieta fracionada + exercício físico + controle de glicemia. Se não houver controle (GJ >95, 1h > 140, 2h > 120) em 2 semanas = iniciar insulina.

  • DM previo: suspender hipoglicemiante oral e iniciar insulina!
23
Q

Manejo da dose de insulina na gestação

A

1o tri: < dose de insulina
2o/3o tri: > dose de insulina

Se hipoglicemia no 3o trimestre = insuficiência placentária

24
Q

Como avaliar o parto da gestante Diabetica

A
  • tratou com dieta: não precisa antecipar
  • Tratou com insulina: antecipar o parto para 38/39 semana.
    Se a mãe e o feto estão bem = pode ser parto vaginal; se criança com peso estimado > 4.000g = indicação relativa de cesárea
25
Q

Complicações relacionadas a diabetes na gestação

A

Macrossomia fetal (hiperinsulinemia estimula o crescimento), polidramnia (diurese hiperosmolar do feto), distocia de espáduas, SFA, malformação fetal (síndrome de regressão caudal, mais específico e relacionado com DM previo -> diabetes gestacional não causa malformação )

26
Q

Conduta na distocia de espáduas

A

Sai a cabeça e o ombro fica. Causa de morbidade materna e fetal (lesão de plexo braquial, fraturas de clavícula e asfixia)

  1. Manobra de McRoberts: hiperflexao e abdução da coxa materna
  2. Pressão supra púbica: realizada no sentido vertical para comprimir os ombros
  3. Jacquemier: tirar o braço posterior e deixar o anterior (que está preso)
  4. Manobra de Woods (saca-rolhas): rotacionar em 180 graus. Fazer pressão na face anterior da clavícula posteiror

Obs.: Não fazer kristeller ou tração cervical

27
Q

Fatores de risco para gestação gemelar

A

Dizigotica: história familiar (tendência familiar), raça negra, idade avançada.

Monozigotica: técnica de fertilização (também é risco para dizigotica)

28
Q

Classificação da gestação gemelar de acordo com o número de ovos, placentas e saco amnioticos

A
  • Monozigotica: mesmo ovo
    * se divisão em menos de 4d -> dicorionica -> diamniotica
    * se divisão entre 4 a 8 d -> monocorionica -> diamniotica
    * se divisão entre 8 e 12f -> monocorionica -> monoamniotica (maior chance de complicação)
  • Dizigotica: ovos diferentes.
    * Dicorionica e diamniotica
29
Q

Diagnostico de gestação gemelar e como classificar

A

Melhor método: USG de primeiro trimestre; avaliamos o córion

  • Dicorionica: sinal do Y/lambda (presença de reentrância de tecido coriônica emtre as duas membranas amnioticas de grande espessura)
  • Monocorionica: sinal do T (presença de discreta reentrância em meio a duas membranas amnioticas)

Obs.: se sexo discordante = dizigotica. O USG também pode avaliar se é monoamniotica ou diamniotico.

30
Q

Complicações da gestação gemelar

A

Está relacionada com anemia materna, êmese acentuada, hipertensão, pre eclampsia, DM gestacional, polidramnia, abortamento, parto prematuro, CIUR, insuficiência placentária….

31
Q

Complicações específicas da gestação gemelar monocorionica

A
  • Síndrome de Transfusão Fetofetal (diamniotica): presença de anastomose arteriovenosa na placenta, com feto doador e receptor. O feto doador vai ser pálido, oligodramnio, ciur. O feto receptor vai ser polidramnio, hidropsia (morre primeiro). Tratamento é amniocentese seriada ou fotocoagulacao a laser da anastomose.

Obs.: perfusão arterial reversa do gemelar (monoamnioticos, anastomose arterioarterial -> o feto bombeia sangue desoxigenado para o irmão); morte fetal intrauterino, gêmeos conjugados

32
Q

Indicações de cesariana no parto gemelar

A

> = 3 fetos, monoamniotico, complicações, 1o feto não cefálico.

33
Q

Apresentação mais comum da gestação gemelar

A

Cefálico - cefálico: pode fazer parto vaginal.

34
Q

Relação da gravidez com infecção urinária

A

A gravidez é fator de risco para infecção. Toda grávida deve ser rastreada com EAS e urinocultura na primeira consulta.

35
Q

Agente etiológico da infecção urinária na gestante

A

E. Coli

36
Q

Importância da bacteriuria assintomática na gestação

A

Pode evoluir para infecção aguda sintomática, tem relação com abortamento, amniorrexe prematura, baixo peso ao nascer

37
Q

Diagnóstico e tratamento da bacteriuria assintomática na gestação

A
  • Urocultura(colhida por jato médio) com > 10^5 UFC/ml em pacientes assintomáticas.
  • Toda gestante deve ser tratada e feito UROC de controle (1-2 após)
  • Tratamento: amoxicilina, nitrofurantoina, fosfomicina, cefalexina
38
Q

Tratamento da cistite na gravidez

A

Infecções urinárias sintomáticas devem ser tratadas independente de cultura.
Tratamento com amoxicilina, nitrofurantoina, fosfomicina, cefalexina.
Controle com UROC após 1-2 semanas.

39
Q

Quando fazer profilaxia de infecção urinária em grávidas

A

Quando > 2 Itu na mesma gestação -> 01 comprimido de cefalexina até o parto.

40
Q

Conduta na pielonefrite na gestação

A

Sempre internar, não importando o estado geral + ATB IV.

Alta após 48h sem febre.