Doença ulcerosa péptica Flashcards

1
Q

Causas

A
  • Infecção por H.pylori
  • Uso de AINEs (pp os não-seletivos)
  • Sd Zollinger-Ellison (gastrinoma)
  • Hiperfunção de células G antrais
  • Mastocitose
  • Leucemia basofílica
  • Policitemia vera

A CAUSA MAIS COMUM DE DISPEPSIA É DISPEPSIA FUNCIONAL!

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2
Q

Úlcera gástrica

A

Mais comum em > 40 anos (pp 55 a 65 anos)

Dor desencadeada por alimentação; náuseas e perda de peso são comuns

Classificação:
I - pequena curvatura (mais comum) – normo/hipocloridria
II - corpo gástrico + duodeno – hipercloridria
III - pré-pilórica – hipercloridria
IV - pequena curvatura, parte alta próxima a JEG (mais rara) – normo/hipocloridria
V - associada a uso de fármacos

SEMPRE BIOPSIAR!

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3
Q

Úlcera duodenal

A

Tipo mais comum; ocorre pp em mais joven (20 a 50 anos)

Dor aliviada pela alimentação; ocorre 2-3 horas após as refeições e à noite

Sempre associada a hipercloridria

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4
Q

Conduta AINEs x DUP

A

Paciente sem fator de risco para DUP = usar AINE não-seletivo

Paciente com pelo menos um fator de risco para DUP = usar AINE COX2-seletivo ou associar IBP a AINE não-seletivo + investigar e tratar H.pylori
- Fatores de risco: idade > 65 anos; história de DUP ou hemorragia digestiva; uso concomitante de AAS, corticoides, clopidogrel ou warfarin

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5
Q

Quando indicar EDA?

A

1) Idade > 40 anos
2) Sinais de alarme:
- Perda ponderal
- Anemia
- Sangramento
- Vômitos recorrentes
- Disfagia
- Odinofagia
- Massa abdominal
- Linfadenopatia
- HFam CA gástrico
- Gastrectomia parcial prévia

Se não for indicada EDA, sempre pesquisar H.pylori!
- Positivo = erradicar
- Negativo = uso de IBP ou anti-H2
Indicar EDA se doença refratária ou recorrente

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6
Q

Quando e como pesquisar H.pylori?

A

Indicações clássicas de pesquisa e erradicação:

  • Todo paciente com dispepsia, estando ou não indicada EDA
  • DUP ativa ou cicatrizada
  • Linfoma MALT

Também…

  • Lesões pré-neoplásicas: gastrite atrófica, metaplasia intestinal
  • HFam CA gástrico 1o grau
  • História prévia de tumor gástrico tto com endoscopia ou gastrectomia parcial
  • Imigrantes de regiões endêmicas
  • Anemia ferropriva inexplicada
  • Deficiência de B12
  • Portador de PTI
  • Usuário crônico de AAS/AINE, pp se alto risco (> 65 anos, história de DUP ou hemorragia digestiva, uso de anticoagulantes)

Métodos não-invasivos:

  • Teste da ureia respiratória (padrão-ouro)
  • Sorologia – não serve para acompanhamento
  • Pesquisa de antígeno fecal

Métodos invasivos:

  • Teste rápido da urease
  • Análise histopatológica (padrão-ouro)
  • Cultura – pouco utilizada, apenas para TSA se suspeita de resistência

Controle de cura

  • Fazer 4-6 sem após fim do tto de erradicação
  • Suspender uso de IBP por 14 dias antes
  • Preferir teste da ureia respiratória ou análise histopatológica, a depender da indicação de EDA de controle
  • Não utilizar sorologia!
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7
Q

Tratamento clínico

A

Medidas gerais: evitar alimentos que causem sintomas; cessar tabagismo; moderar etilismo

Drogas antissecretoras = 1a linha

  • IBP em dose usual 1x/dia 4-8 sem (maior eficácia)
  • Bloqueadores H2 1x/dia 4-8 sem (mais recidiva)

Antiácidos – usados para alívio imediato, inadequados para controle regular

Sucralfato – protetor da base da úlcera, bastante eficaz (comparável a anti-H2)

Tto do H.pylori (BR):

1) Terapia tripla (padrão-ouro) = IBP dose plena 12/12h + amoxicilina 1,0 g 12/12h + claritromicina 500 mg 12/12h por 14 dias
2) Terapia quádrupla:
2. 1. IBP + bismuto + tetraciclina + metronidazol 14 dias
2. 2 IBP + amoxicilina + claritromicina + metronidazol 14 dias
- Manter IBP por 4-8 sem se úlcera gástrica
- Se falha terapêutica: IBP + amoxicilina + levofloxacino 10-14 dias
- Se alérgico a penicilina: IBP + claritromicina + levofloxacino 14 dias OU IBP + doxiciclina 14 dias

Sempre que possível, suspender AINE! Se impossível, realizar tratamento obrigatoriamente com IBP.

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8
Q

Controle de cura

A

Repetir EDA após 8-12 sem em caso de úlcera gástrica! Se ainda estiver presente, biopsiar novamente.

Principais causas de úlcera refratária ou recidivante:

  • Falha na erradicação do H.pylori
  • Uso de AAS/AINEs
  • Baixa adesão
  • Úlcera não-péptica (ex: CA)
  • Hipersecreção ácida (ex: SZE)

Nesses casos, pesquisar novamente H.pylori, biopsiar novamente se gástrica e iniciar IBP em dose plena
Realizar nova EDA de controle em 8 sem

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9
Q

Indicações de tratamento cirúrgico

A
  • Intratabilidade clínica ou recidivas constantes, mesmo após erradicação de H.pylori e suspensão de AINEs. Excluir presença de gastrinoma antes!
  • Perfuração
  • Hemorragia refratária
  • Obstrução
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10
Q

Técnica cirúrgica eletiva

A

Úlcera duodenal

  • Vagotomia troncular + antrectomia + reconstrução a BI ou BII –> menos recidiva, maior morbimortalidade
  • Vagotomia troncular + piloroplastia
  • Vagotomia superseletiva (ou gástrica proximal ou de células parietais) –> mais recidiva, menor morbimortalidade

Úlcera gástrica = sempre retirar a úlcera!
I - antrectomia + reconstrução a BI ou BII
II e III - vagotomia troncular + antrectomia + reconstrução a BI ou BII
IV - gastrectomia subtotal + reconstrução em Y de Roux (cirurgia de Csende) OU antectomia com extensão vertical + reconstrução a BI ou BII (cirurgia de Pauchet)

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11
Q

Complicações do tto cirúrgico

A

1) Sd alça aferente
- Apenas na reconstrução a BII
- Semi-oclusão do coto duodenal; risco maior quanto mais longa a alça aferente
- Dor e distensão abdominal pp pós-prandial; vômitos biliosos em jato que ALIVIAM a dor
- Tto: Y de Roux

2) Gastrite alcalina
- Após piloroplastia ou antrectomia; mais comum após BII
- Dor abdominal contínua, em queimação; vômitos biliosos que NÃO ALIVIAM a dor
- Tto: Y de Roux

3) Diarreia pós-vagotomia
- Aumento da secreção de sais biliares – diarreia secretória baixa
- Geralmente 1-2 horas após refeição
- Tto: antidiarreicos (loperamida, difenoxilato) + colestiramina

4) Sd de dumping
- Esvaziamento rápido do estômago após piloroplastia ou antrectomia
- Distensão intestinal aguda + contração do volume plasmático + liberação de hormônios vasoativos
- Precoce (15-30 min após refeição): dor abdominal, náuseus, vômitos, diarreia explosiva + taquicardia, palpitações, sudorese, tonteira
- Tardia (1-3 horas após refeição): hipoglicemia
- Tto: evitar carboidratos (pp refinados), comer lentamente, evitar ingesta líquida durante refeições, deitar por 30 min após refeição
- - Acarbose ou octreotide podem ser usados
- - Se grave: tto cirúrgico com interposição de alça

5) Disabsorção
- Perda de peso
- Deficiência de B12, ferro, vit D e cálcio

6) Sd alça eferente
- Após BII
- Herniação e obstrução da alça eferente
- Geralmente no primeiro mês pós-op
- Dor abdominal, vômitos com restos alimentares
- Tto: correção cirúrgica da hernia

7) Sd antro retido
- Mucosa antral retida no remanescente duodenal após antrectomia
- Produção de gastrina pelo antro retido
- Recidiva ulcerosa
- Dx: cintilo com tecnécio
- Tto: IBP ou cirurgia (transformação de BII em BI ou excisão da mucosa retida)

8) AdenoCA (risco 15x maior no remanescente gástrico)

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12
Q

Úlceras “especiais”

A
  • Curling = associada a queimadura grave
  • Cushing = associada a lesão do SNC
  • Cameron = úlcera localizada no interior de hérnia hiatal
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