Doença inflamatória intestinal Flashcards
A DII é um termo utilizado para designar duas patologias de origem pouco conhecida, que se caracterizam por distúrbios inflamatórios inespecíficos do trato GI e tendem a apresentar evolução longa. Quais são essas duas patologias?
Retocolite ulcerativa (RCUI) Doença de Crohn (DC)
Acredita-se que são manifestações distintas de uma mesma doença.
Qual é a etiologia da DII?
É indefinida. Acredita-se que indivíduos tenham uma alteração genética que resulta em erros da resposta imunológica a estímulos ambientais. Fatores psicológicos não estão relacionados com a etiologia da doença mas sim com a piora do quadro!
Qual é a relação do tabagismo com a DC e com a RCUI?
O tabaco ameniza a RCUI e piora a DC
Quais são as características gerais da RCUI?
É uma doença que afeta mucosa e submucosa. Inicia-se no reto e tem comportamento ascendente acometendo o intestino grosso de forma contínua. Com a evolução da doença a mucosa fica hiperemiada, edemaciada, friável (sangra fácil). Há surgimento de ulceras superficiais, rasas e largas na mucosa. Presença de pseudopólipos (pólipo da mucosa preservada que ficou edemaciada).
Pacientes geralmente apresentam bom estado geral, mas quando a pancolite, há queda no estado geral apresentando: perda de peso, anemia, hipoproteinemia, edema, dor abdominal, febre e megacólon tóxico (pode perfurar).
Na RCUI, como é feita da descrição das lesões?
Quando a doença atinge:
- Reto: Retite ou Proctite
- Reto e sigmoide: Colite distal ou Proctossigmoidite
- Reto, sigmoide e colo ascendente: Colite esquerda
- Todo o cólon: Pancolite
A RCUI pode ser classificada como leve, moderada ou grave. Explique essa classificação.
Esta classificação leva em conta o número de evacuações. É considerada:
- Leve: Pacientes com doença clínica leve têm quatro ou menos fezes por dia com ou sem sangue, sem sinais de toxicidade sistêmica e taxa de hemossedimentação normal (VHS). Dor cólica leve, tenesmo e períodos de constipação também são comuns, mas dor abdominal intensa, sangramento profuso, febre e perda de peso não fazem parte do espectro de doença leve.
- Moderada: Pacientes com doença clínica moderada têm fezes soltas e sanguinolentas frequentes (> 4 por dia), anemia leve que não requer transfusões de sangue e dor abdominal que não é grave. Os pacientes apresentam sinais mínimos de toxicidade sistêmica, incluindo febre baixa.
- Grave: Pacientes com apresentação clínica grave geralmente apresentam fezes sanguinolentas frequentes (≥6 por dia) com cãibras graves e evidência de toxicidade sistêmica, como demonstrado por febre (temperatura ≥37,5 ° C), taquicardia (frequência cardíaca ≥90 batimentos / minuto ), anemia (hemoglobina <10,5 g / dL) ou VHS elevado (≥ 30 mm / hora).
Quais são as características gerais da DC?
É uma doença transmural, ou seja, acomete mucosa, submucosa,muscular e serosa). Pode acometer todo o trato gastrointestinal (da boca até o anus), sendo mais prevalente na porção do íleo terminal. As lesões tendem a ser descontínuas, logo, áreas afetadas e áreas não afetadas no mesmo segmento. São comuns as úlceras aftoides geralmente isoladas, podendo haver também ulceras longitudinais, profundas e estreitas. Podem estar presentes fissuras profundas na parede dando um aspecto calcetado ou “pedras em calçamento”
Quais são as manifestações extraintestinais das DII?
Articulares: são as manifestações mais comuns, cursam com artrite periférica migratória. Pcte pode apresentar sacroleíte e espondilite anquilosante
Cutâneo-mucosa: eritema nodoso (DC), pioderma gangrenoso (RCUI)
Hepatobiliares: colangite esclerosante, hepatite, cirrose, colangiocarcinoma…
Oculares: uveíte, conjuntivite
Urológicas: litíase renal, fístula com ureter e bexiga…
Como é feito o diagnostico das DII?
RCUI: exame proctológico e retossigmoidoscopia, são bastante importantes já que a doença acomete o reto.
Dosagem de ANCA (RCUI), ASCA (DC): são autoanticorpos presentes em 70% dos pacientes.
Além disso, são importantes para o exame físico: anamnese, exame proctológico, EDA, histopatológico, RNM, TC, enema baritado.
Quais são os exames solicitados para o acompanhamento da doença?
Hemograma VHS PCR Calprotectina Eletroforese de proteínas
Quais são as indicações para o tratamento cirúrgico da RCUI?
Cirurgia eletiva: Intratabilidade clínica, risco de malignização, manifestações extraintestinas e retardo do crescimento.
Cirurgia de urgência: Hemorragia maciça, colite fulminante, megacolo tóxico, perfuração.
Quais são as indicações para o tratamento cirúrgico na DC?
Cirurgia eletiva: intratabilidade clínica, malignização, manifestações extraintestinais, fístulas, pcte corticodependente e retardo do crescimento
Cirurgia de urgência: Obstrução intestinal, abcesso cavitário, perfuração, sangramento maciço, colite fulminante, megacolo tóxico, abcessos perianais.
Explique a malignização das DII.
Em pacientes com RCUI com duração da doença entre 8 - 10 anos, tem a mesma chance de desenvolver neoplasia m comparação com o restante da população. Após 10 anos da doença, as chances de malignização aumentam conforme o tempo de progressão da doença.
Pacientes com doença de Crohn de longa duração também apresentam chance de malignização tanto do intestino delgado quanto do cólon.
Qual é a relação do granuloma, da displasia e produção de muco nas RCUI e na DC?
Granuloma: nunca na RCUI / Patognomônico na DC
Displasia: Ocasinal na RCUI / Rara na DC (Crohn causa estenose que impossibilita a passagem do aparelho e atrapalha a investigação).
Produção de muco: diminuída na RCUI / aumentada na DC
Qual é a relação do curso clínico, dor abdominal, sangramento, doenças perianais e da diarreia nas RCUI e na DC?
Curso clínico: períodos de exacerbação e remissão na RCUI / contínua e progressiva na DC
Sangramento: comum pois atinge o reto na RCUI / incomum na DC
Dor abdominal: incomum na RCUI / comum na DC
Doença perianal: fissura e hemorroidas na RCUI / fístulas e abcessos na DC
Diarreia: presença de sangue, muco e pus na RCUI (disenteria) / diarreia acompanhada de dor abdominal e perda de peso na DC.