Distúrbios de Hemostasia Flashcards

1
Q

Hemostasia primária

A
  • plaquetas e vasos
  • fisiologia: plaquetas – produzidas na medula óssea, pela linhagem mielóide.
    Megacarioblasto -> megacariócito -> sua fragmentação leva à liberação de plaquetas (processo dura aprox. 7-10 dias).
    Baço -> sequestro de plaquetas (normal 10-20% das plaquetas).
    Esplenomegalia -> 90% das plaquetas no baço.
  • valores de referência: 150 a 450 mil.
    Pseudo-plaquetopenia – formação de agregados.
  • funções: adesão, secreção (ex. metabolismo ác aracdônico), agregação, atividade pró-coagulante.
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2
Q

Via de adesão e ativação plaquetária

A
  • Lesão endotelial -> exposição de colágeno -> estímulo da produção de FvW -> media a adesão plaqueta com endotélio (via GPIb da membrana plaquetária) e ativação plaquetária (atração de células inflamatórias e plaquetas via liberação de ADP e tromboxano A2).
    FvW gera também estresse de cisalhamento -> maior adesão plaquetaria.
    GPIIbIIIa -> ligação plaqueta-plaqueta via fibrinogênio (cascata de coagulação).
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3
Q

Hemostasia Secundária

A
  • fatores de coagulação
    Fatores dependentes de vitamina K (jejum, internação prolongada, uso de ATB = def. de vit K) – II, VII, IX e X.
  • Cálcio – fundamental para a cascata.
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4
Q

Cascata de coagulação

A

• Via extrínseca – primeira ativada na lesão tecidual.
VII (normalmente na circulação). Se entra em contato com fator tecidual (fator III) liberado pela lesão, se ativa -> ativação fator X.
• Via intrínseca – CAPM + pré-calicreína -> calicreína -> ativação do XII -> ativação do XI -> ativa o IX (AT) -> ativa o X (mediado por Ca, PL e fator VIIIa).

Via comum - Xa -> Va atua como cofator -> pró-trombina (fator II) em trombina (fator II ativado).
Trombina -> conversão do fibrinogênio -> fibrina.
Fator XIII -> ação final estabilizadora da rede de fibrina.

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5
Q

Sistemas anti-trombóticos

A

– antitrombina III, proteína C e proteína S, inibidor de fator tecidual = TFPI e sistema fibrinolítico.
Heparina se liga a antitrombina.
Fibrinólise – plasminogênio -> plasmina por ativadores de plasminogênio.
Isso gera: fibrina polimerizada (produtos de degradação de fibrina, D-dímero).

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6
Q

Diagnóstico

A

– tempo de sangramento, contagem de plaquetas em hemostasia primária e coagulograma (TTPA, TP e TT) na secundária.

TP = tempo de pró-trombina (mede vias extrínseca e comum – fator VII, X e V).
TTPA = tempo de tromboplastina parcial ativado (via intrínseca e comum). 
TT = fibrinogênio. 

Exceção – diátese hemorrágica grave com exames normais – deve-se testar fator XIII.

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7
Q

Distúrbio homeostase primária x secundária

A
  1. Primária: distúrbio de plaquetas
    - sangramento em pele e mucosas
    - sangramento após pequenos cortes
    - petéquias
    - equimoses pequenas, superficiais
    - raro hemartrose
    - sangramento após cirurgia é imediato, leve.
  2. Secundária: distúrbio de fatores de coagulação
    - sangramento em articulações e mm
    - pouco frequente sangramento após pequenos cortes
    - sem petéquias, equimoses grandes, palpáveis
    - hemartrose, hematomas mm
    - sangramento após cirurgia é tardio e grave
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8
Q

Plaquetopenia

A

Diante de plaquetopenia isolada -> fazer contagem manual de plaquetas ou com sangue c/ citrato ao invés de EDTA.

  • Diminuição da produção: doenças primárias da medula óssea (aplasia medular, leucemia aguda), carcinoma metastático, fibrose medular, distúrbios hematopoéticos clonais, quimioterapia, radiação, toxicidade por etanol, infecções (HIV, CMV, EBV e varicela).
  • Aumento da destruição – imunológicas primárias (PTI) ou secundárias (Sd Evans = SAF, infecções como HIV, hepatites, leucemia linfocítica) ou não-imunológicas (sepse, CIVD, microangiopatias, ex. PTT; SHU, pré-eclâmpsia ou eclâmpsia, hemangioma cavernoso gigante). Outros: heparina (imunomediada contra complexo heparina-FP4), medicamentos (ATB, antivirais, digoxina, ranitidina, IFN, hidralazina), sepse, deficiência de B12.

Na SHU, PTT e induzida por heparina –TROMBOFILIA.
• Sequestro esplênico – esplenomegalia – hipertensão portal, doenças infiltrativas = trombocitopenias moderadas (40-50 mil).

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9
Q

Púrpura Trombocitopênica Idiopática (PTI)

A
  • doença crônica, autoimune (história recente infecção viral), Ac antiplaquetários circulantes.
  • plaquetopenias graves -> cuidado com transfusão porque pouco adianta e potencializa a resposta imune.
    Somente em casos de sangramentos fatais: SNC, TGI, hematúria, hemoptise.
  • predomina sangramento mucocutâneo – epistaxe, sangramento gengival, hematomas, hematúria, melena ou hematoquezia, sangramento vaginal.
  • dx: de exclusão - plaquetopenia isolada + esfregaço de sangue periférico normal, sem esplenomegalia.
  • tratamento: prednisona oral (1mg/kg/dia) – casos cortico-refratários/sensíveis e córtico-dependentes/independentes + imunossupressores (azatioprina, dapsona, ciclosporina) para poupar corticoide
    esplenectomia (retira sítio destruidor de plaquetas), geralmente no 2o ano da doença porque no 1o ano tem muita remissão.
    Em córtico-refratários – Ig endovenosa ou rituximab (anti CD20 = LB).
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10
Q

Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT)

A
  • fisiopatologia: deficiência de uma protease que cliva grandes multímeros do FvW em multímeros menores, mais eficientes na ligação e ativação de plaquetas. Logo, ficam grandes multímeros formando trombos e que são ineficientes.
  • associada a anemia hemolítica mecânica microangiopática.
  • congênita ou adquirida.
  • sintomas clássicos (penta): plaquetopenia, anemia, febre, alterações neurológicas e anormalidades renais.
    Trombocitopenia = sangramento mucocutâneo excessivo ou evento trombótico = mais comum (flebite, IAM, AVC) – trombos hialinos.
  • esfregaço periférico - esquizócitos = eritrócitos fragmentados, células precursoras de eritrócitos.
  • tratamento: plasmaférese.
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11
Q

Síndrome Hemolítico Urêmica (SHU)

A
  • anemia hemolítica microangiopática.
  • causa IRA.
  • toxinas endoteliais diretas – infecciosas (E. Coli hemorrágico O157:H7 produtor da toxina Shiga, após diarreia sanguinolenta) ou secundárias a medicamentos (inibidores de calcineurina como tacrolimos e ciclosporina).
  • também formas hereditárias – deficiência fator H.
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12
Q

Alterações da função plaquetária

A

• Congênitas – trombastenia de Glanzmann (disfunção complexo GPIIbIIIa = menor agregação plaqueta-plaqueta) – sem plaquetopenia, sem plaquetas gigantes, mas sintomas disfunção hemostasia 1ária.
Sd Bernard-Soulier (deficiência ou disfunção da glicoproteína de membrana plaquetária = menor adesão ao vaso, macro-plaquetas) – autossômicos recessivos.
• Adquiridas – drogas (AAS, AINEs), insuficiência hepática, insuficiência renal, paraproteínemias.

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13
Q

Defeitos da Coagulação

A
  • Congênitos – hemofilias A (deficiência de fator VIII), B (deficiência fator IX ou Christmas) e deficiências de outros fatores.
  • Adquiridos – doença hepática, CIVD (aborto retido, resto placentário, coágulo retido).

Diante de TTPA alargado, fazer teste da mistura:
Deficiência de 1 fator ou Ac contra esse fator (ex. SAF).

Na CIVD: esgotamento de todos os componentes (primários e secundários)

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14
Q

Hemofilias

A
  • Hereditárias - ligadas ao X.
  • Hemofilia A (fator VIII) – mais incidente que a B (fator IX).
    • 30% surgem de novas mutações espontâneas.
    • eventos hemorrágicos espontâneos frequentes nas articulações e tecidos moles e hemorragia profusa com traumatismo ou cirurgia.
    Hemartroses – parestesia ou queimação seguida de dor intensa e edema.
    • RN – hemorragia intracraniana ou hemorragia persistente de coto umbillical
    • alargamento TTPA (via extrínseca) com TP normal.
    • diagnóstico: dosagem dos fatores (inclusive FvW para fazer diferencial), TTPA alargado
    • manejo: reposição do fator de acordo com gravidade da doença
    • indicação de reposição a 100%: hemorragia SNC, cervical ou retroperitônio
  • Hemofilias adquiridas – Ac anti-VIII ou anti-IX.
    Lúpus, neoplasias.

TP alargado: deficiência VII, uso de varfarina, deficiência de vitamina K (porque o VII é mais dependente de vit K) -> comum em pacientes internados. Em hepatopatas, dosar fator V para diferenciar.

TTPA: hemofilia A e B, heparina não fracionada.

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15
Q

Doença do Fator de von Willebrand

A
  • diferencial com PTI
  • usualmente, hereditária autossômica dominante.
  • mais comum sangramento hereditário no mundo.
  • pode ocorrer como adquirida.
    FvW – media adesão plaquetária e estabiliza fator VIII.
    Deficiência pode ser quantitativa (parcial ou total) ou qualitativa.
  • Tipo 1: diminuição quantitativa + funcional
  • Tipo 2: mais disfuncional
  • Tipo 3: ausência FvW = sangramentos graves –
  • distúrbio 1ário e 2ário, pois há destruição do fator VIII: TTPA alargado, DD: hemofilia A.
    Mas QC de distúrbio 1ário: Sangramento vaginal, pós parto, hemorragia mucocutânea, mas plaquetas normais – desconfiar de def. FvW.

Laboratorial: Ag do FvW, atividade do cofator ristocetina, atividade coagulante do fator VIII.

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16
Q

Trombofilias

A

Trombofilia – deficiência de proteína C (APC), proteína S – fator Va.
Marevan – inibe vitamina K – proteína C e S.
TVP – proteína C, proteína S, ATIII, resistência a proteína C (fator V Leiden).