Distúrbios da Hemostasia Flashcards
Quais as características da hemostasia primária?
- Responsável pela formação do tampão plaquetário.
- Desencadeada pela exposição de colágeno no endotélio.
Quais as fases da hemostasia primária?
- Adesão: as plaquestas se ligam ao colágeno e ao Fator de Von Willebrand (GP Ib).
- Ativação: liberação de ADP e teomboxano A2, que recruta novas plaquetas.
- Agregação: as plaquetas se ligam entre si por meio do fibrinogênio e da GP IIa/IIIb.
OBS.: apenas as plaquetas ativadas conseguem agregar.
Quais os exames utilizados pra avaliar a hemostasia primária?
- Plaquetometria: 150.000 a 450.000.
- Tempo de sangramento (TS): 3 a 7 minutos.
OBS.: sempre que a contagem de plaquetas diminuir, o tempo de sangramento aumenta.
Quais as drogas que interferem na hemostasia primária?
- AAS: inibe a COX-2, diminuindo a produçãp de TXA2.
- Bloqueadores do receptor ADP (clopidogrel, prasugrel): inibem a ativação plaquetária pelo ADP.
- Antagonistas do GP IIb/IIIa (abciximabe): inibem a agregação plaquetária.
OBS.: deve-se suspender o AAS e o clopidogrel entre 5 e 7 dias antes de uma cirurgia.
Qual o quadro clínico dos distúrbios da hemostasia primária?
- Sangramento cutâneo e mucoso (epistaxe, petéquias, gengivorragia, etc).
- O paciente não para de sangrar, mas possui fácil controle.
Quais as características da hemostasia secundária?
- Responsável pela formação da rede de fibrina.
- Possui 3 vias: extrínseca (ativada pelo fator tecidual), intrínseca (ativada por cargas negativas) e a comum.
Quais os fatores de coagulação dependentes de vitamina K?
Fatores II, VII, IX e XI.
OBS.: proteina C e S também!
Qual fator de coagulação depende do Fator de Von Willebrand para não ser inativado?
Fator VIII.
OBS.: também é o único não produzido pelo fígado, e sim pelo endotélio.
Como ocorre a via extrínseca?
- Composta pelo fator VII.
- O fator tecidual ativa o fator VII, que ativa o fator X e inicia a via comum.
- É a via mais rápida.
Como ocorre a via intrínseca?
- Composta pelos fatores VIII, IX, XI e XII.
- Na presença de cargas negativas, o fator XII ativa o fator XI, que ativa o IX e, por fim, ativa o X, que inicia a via comum.
- O fator VIII também auxilia na ativação do fator X.
- É a via mais lenta.
Como ocorre a via comum?
- Participam o fator X, V, XIII, protrombina e fibrinogênio.
- O fator X ativado, na presença do fator V e de Ca, converte protrombina em trombina, e esta converte fibrinogênio em fibrina.
- O fator XIII não participa da cascata de coagulação, mas sim da fixação da rede de fibrina.
Quais os exames avaliam a hemostasia secundária (via extrínseca)?
- Tempo de protrombina (TAP): 10 a 13 segundo.
- INR: < 1,5.
Quais as drogas que interferem na hemostasia secundária (via extrínseca).
Cumarínicos (ex.: warfarim): antagonistas da vitamina K.
OBS.: apesar de inibir fatores das duas vias, o fator VII é o de meia-vida mais curta. Por isso, altera o INR mais rapidamente.
Qual a conduta na intoxicação cumarínica?
- INR < 10: suspender droga.
- INR > 10 ou sangramentos: suspenser droga + vitamina K.
- Sangramentos graves (ex.: intracraniano): vitamina K + plasma fresco congelado ou complexo protrombínico.
Qual o manejo pré-operatório de pacientes em uso de cumarínicos?
- Cirurgias eletivas: suspender droga 5 dias antes.
- Cirurgias de urgência (1 a 4 dias): suspender droga + vitamina K VO.
- Cirurgias de emergência: suspender droga + vitamina K EV + plasma fresco congelado.
OBS.: liberar cirurgia se INR < 1,5.
Qual a principal complicação do uso de cumarínicos?
Necrose hemorrágica cutânea.
OBS.: nas primeiras 24h os níveis de proteína C caem mais rápido do que os do fator VII, causando um estado pró-trombótico. Para evitar isso, deve-se utilizar heparina até o INR atingir a faixa terapêutica (2-3).
Quais os exames avaliam a hemostasia secundária (via intrínseca)?
Tempo de tromboplastina ativada (PTTa): 25 a 35 segundo.
OBS.: deficiências do fator XIII causam sangramento com todos os exames laboratoriais normais.
Quais as drogas que interferem na hemostasia secundária (via intrínseca).
Heparinas (agonistas da antitrombina III).
Quais as características da heparina de não fracionada?
- Deve ser acompanhada pelo PTTa.
- Dose terapêutica: 80U/kg.
- Dose profilática: 5.000U.
Quais as características da heparina de baixo peso molecular (enoxaparina)?
- Não precisa acompanhar com o PTTa.
- Dose terapêutica: 1mg/kg.
- Dose profilática: 40mg/dia.
Qual a conduta no sangramento induzido por heparina?
- Suspender heparina.
- Administrar protamina (1mg pra cada 100U).
OBS.: a heparina de baixo peso molecular não responde bem a protamina (mas administre mesmo assim).
Quais os medicamentos que interferem na hemostasia secundária (via comum)?
- Inibidores diretos do fator Xa (rivaroXabana).
- Inibidores diretos da TRombina (dabigaTRana).
OBS.: não precisa avaliar o INR e PTTa.
Qual o quadro clínico dos distúrbios da hemostasia secundária?
- Sangramento em articulações, músculos e órgãos internos (ex.: hematomas, hemartrose, etc).
- Hematoma pós-vacina.
- Para de sangrar inicialmente, mas volta e com difícil controle.
Quais as caracterísrticas da terceira fase da coagulação?
- Ocorre a fibrinólise.
- O principal agente é a plasmina, que quebra a rede de fibrina.
- Os principais fármacos trombolíticos são o alteplase (rtPA) e a estreptoquinase.
Quis os principais anticoagulantes endógenos?
- Antitrombina III.
- Proteína C.
- Proteína S.
Quais as principais causas dos distúrbios da hemostasia primária?
- Problemas na quantidade de plaquetas.
- Disfunção plaquetária.
Quais as indicações de transfusão de plaquetas?
- Plaquetas < 100.000: se cirurgia de grande porte.
- Plaquetas < 50.000: se sangramento ou procedimentos invasivos (ex.: biópsia, punção lombar).
- Plaquetas < 10.000: sempre.
OBS.: 01 concentrado de plaquetas aumenta a plaquetometria em 10.000 (fazer 01 concetrado a cada 10kg).
Paciente de 8 anos vem ao PS com queixas de sangramento gengival e epistaxe há 2 dias. Alega virose há 1 semana. Hemograma revela plaquetopenia isolada. Não apresenta linfonodos ou baço palpáveis. Qual o diagnóstico?
Púrpura trombocitopênica imune (PTI).
Quais as características da PTI?
- Opsonização das plaquetas, que são destruidas pelo baço.
- A maioria dos casos é idiopática, ocorrendo após infecções respiratórias.
- Mais comum em crianças.
- Geralmente aguda e autolimitada (em adultos, a maioria é crônica).
Qual o quadro clínico da PTI?
- Sangramento cutâneo e mucoso.
- Raramente apresenta sangramentos graves.
- Ausência de outros sinais e sintomas (“plaquetopenia e mais nada”).
Quais os achados laboratoriais da PTI?
- Plaquetopenia.
- Alargamento do TS (pela plaquetopenia).
- Biópsia de medula óssea com hiperplasia do setor megacariócito.
- Hemácias e leucócitos sem alterações.
Como é o diagnóstico da PTI?
Clínico e de exclusão.
Qual o tratamento da PTI?
- Sangramento leve ou plaquetas < 10.000 em crianças/20-30.000 em adultos: predinisona.
- Sangramento grave: imunoglobulina, corticóide IV.
- Casos refratários (principalmente adultos): esplenectomia.
OBS.: NÃO transfundir plaquetas (exceto se risco iminente de morte).
Quais as principais causas de PTI secundária?
- Drogas (heparina, penicilinas).
- Vírus (HCV e HIV).
- Lúpus.
- Gestação.
Quais as características da trombocitopenia induzida por heparina?
- Formação de anticorpos contra o complexo heparina-PF4, levando a ativação e destruição de plaquetas.
- Independenda dose e do tipo da heparina (mas a não fracionada tem mais risco).
- Causa queda > 50% da plaquetometria.