Dermatologia Flashcards
Manchas salmão - outro nome
Nevus simplex
Manchas salmão - principais características
- Alteração vascular
- Coloração rósea
- Limites indefinidos
- Desaparece a vitropressão
- Fica mais intensa durante o choro
- Desaparece até o 3º ano de vida (localizadas na nuca podem persistir até a vida adulta)
Manchas salmão - localização mais comum
Occipital - bicada da cegonha
Frontal
Glabela - beijo dos anjos
Pálpebras superiores
Manchas salmão - tratamento
Sem indicação de tratamento específico
Mancha vinho do porto - principais características
- Alteração vascular permanente
- Coloração vinhosa intensa e homogênea
- Não há alteração por esforço
- Pode estar associada com a Síndrome de Sturge-Weber
Manchas vinho do porto - localização
Face
Costumar ser unilateral e isolada
Manchas vinho do porto e Sd. Sturge-Weber
É sugerido quando a mancha está presente na região inervada pelo ramo oftálmico do nervo trigêmeo
Porção superior da face, compreendendo principalmente a região da cavidade orbital
Características Síndrome de Sturge-Weber
- Malformação capilar facial (manchas vinho do porto)
- Anomalia de vasos cerebrais (angioma leptomeníngeo)
- Anomalia da vasculatura ocular - glaucoma
Pode apresentar convulsões, cefaleia, ADNPM, hemiparesia
Manchas vinho do porto - tratamento
Laser
O mais precoce possível
Milia - principais características
- Cistos de inclusão epidérmico
- Podem estar presentes já no nascimento ou aparecer depois
- Desaparecem no 1º mês de vida
- Pápulas peroladas de 1-2mm de diâmetro
Milia - localização
Fronte / Mento - principalmente
Mas pode ocorrer em qualquer lugar do corpo
Pérolas de Epstein - o que são
Pequenos cistos de queratina localizados na cavidade oral
Semelhante a milia
Milia - tratamento
Sem tratamento específico
Miliária - o que é
Retenção de suor devido a obstrução das glândulas sudoríparas
- pode ser rubra ou cristalina
- mais comum em climas quentes, durante episódios febris e em crianças muito agasalhadas
Miliária Cristalina - características
- Mais superficial (obstrução no estrato córneo)
- Vesículas cristalinas puntiformes
- Pode recobrir áreas extensas
- Durante cicatrização pode ocorrer descamação
- Surge nos primeiros dias de vida, mas podem surgir em crianças maiores
Miliária Rubra - características
- Popularmente conhecida como brotoeja
- Mais profunda e há processo inflamatório
- Pápulas, vesículas e pústulas com eritema subjacente
- Acomete regiões de oclusão ou flexurais (cervical, axila, inguinal)
- Surge após 1ª semana de vida
Miliária profunda - o que é
Episódios recorrentes de miliária rubra podem levar ao quadro de miliária profunda
Ocorre ruptura ainda mais profunda dos ductos de suor
Miliária - tratamento
- Evitar aquecimento excessivo
- Manter criança em locais frescos
- Evitar talco pelo risco de aspiração
- pode ser usado pasta d’água, maizena na água do banho
Eritema tóxico - principais características
- Autolimitado e benigno
- Surge no 2º/3º dia de vida
- Vesícula, pápula ou pústula com 1-3mm de diâmetro, halo eritematoso ao redor
- Semelhante a picada de inseto
Eritema tóxico - Teste de Tzanck
Evidencia presença de eosinófilos
Eritema tóxico - localização
Surge na face, espalha para o tronco e extremidades
Palma e planta costumam ser poupadas
Eritema tóxico - tratamento
Sem tratamento específico
Melanose pustulosa transitória neonatal - principais características
- Benigna e autolimitada
- Mais comum em peles fototipo V e VI
- vesículas e pústulas presentes no nascimento, que se rompem em 24-48h, formam máculas hiperpigmentadas com colarete descamativo
*Histologia: presença de neutrófilos e escassos eosinófilos - cultura para bactéria negativa
Melanose pustulosa transitória neonatal - localização
Qualquer região, inclusive palmas e plantas
Melanose pustulosa transitória neonatal - tratamento
Sem tratamento específico
Fototipos de pele
I - pele branca, sempre queima, não bronzeia, muito sensível ao sol
II - pele branca, sempre queima, bronzeia muito pouco, sensível ao sol
III - pele morena, queima moderadamente, bronzeia moderadamente, sensibilidade normal
IV - pele morena moderada, queima pouco, sempre bronzeia, sensibilidade normal ao sol
V - pele morena escura, queima raramente, sempre bronzeia, pouco sensível ao sol
VI - pele negra, nunca queima, totalmente pigmentada, insensível ao sol
Acne neonatal - principais características
- Está envolvida com a estimulação de glândulas sebáceas por andrógenos maternos
- Pápulas eritematosas e pústulas (não forma comedão)
- Regiões de nariz, fronte e malar
- Some em 1-3 meses
Acne neonatal - tratamento
Sem tratamento específico
Hiperplasia sebácea - características principais
- Hipertrofia das glândulas sebáceas, devido a exposição aos andrógenos maternos e do próprio RN
- Pápulas amareladas
- Região nasal, malar e de lábio superior
- Desaparece nas primeiras semanas de vida
Acropustulose infantil - características principais
- Doença benigna crônica ou recorrente (surtos a cada 2-4 semanas com duração de 5-10 dias)
- Etiologia desconhecida
- Pode iniciar no período neonatal e persistir nos primeiros 2 anos de vida
Acropustulose infantil - tratamento
Nos surtos pode ser usado corticoide tópico
*diagnóstico diferencial com escabiose
Foliculite pustulosa eosinofílica - características principais
- Pode surgir desde o nascimento ou durante os primeiros dias de vida
- Região acometida: couro cabeludo, face, tronco, extremidades
- Etiologia desconhecida
- Pústulas que evoluem para crostas 2-3 dias após
- Dá muito prurido
Foliculite pustulosa eosinofílica - histologia
Numerosos eosinófilos
*diferencial com eritema tóxico, piodermite, melanose pustulosa, acropustulose…
Foliculite pustulosa eosinofílica - tratamento
Corticoide tópico de baixa/média potência e/ou ATB
Anti-histamínico pode ser útil no prurido
*outros: dapsona, cimetidina, corticoide sistêmico
Manchas mongólicas - causa
Defeito na migração dos melanócitos da crista neural durante o desenvolvimento embrionário, com acúmulo das células na derme
Manchas mongólicas - características principais
- Mais comum em asiáticos e negros
- Máculas de coloração azulada ou acinzentada, de tamanho bastante variado
- Principal localização: região lombossacra
- Some com o passar dos anos, não precisa de intervenção
Nevos melanocíticos congênitos - causa
Anomalia no desenvolvimento dos melanócitos
Podem ser congênitos ou adquiridos
Nevos melanocíticos congênitos - classificação
- Pequeno: <1,5cm de diâmetro
- Médio: 1,5-20cm de diâmetro
- Gigante: >20cm (1:20.000RN)
- pequeno e médio não tem potencial oncogênico
- gigante tem grande risco de malignização - o risco do melanoma é proporcional ao tamanho
Nevos melanocíticos congênitos - manejo
- Controverso
- Alguns indicam a remoção, ainda que parcial da lesão
- Deve ser feito acompanhamento periódico e biópsias de lesões suspeitas
Cútis marmórea telangiectásica congênita - características
- Lembra a lesão do rendilhado na pele do RN
- Lesão fixa, não some com o aquecimento, associada com atrofia da pele local
- Pode estar associada a outras malformações
Necrose gordurosa subcutânea do RN - características
- Hipodermite benigna e autolimitada
- Etiologia: desconhecida
- Início: 1ª-6ª semana de vida
- Eritema e edema, que evolui para placa e nódulos de consistência endurecida, bem delimitado e não aderido
Dermatose mais frequente na infância
Dermatite atópica ou Eczema atópico
Dermatite Atópica - Fisiopatologia
- Origem multifatorial
- Alterações: barreira cutânea, resposta imunológica e genética
- Fatores ambientais, psicológicos e da microbiota da pele também interferem
- Fase aguda predomina resposta Th2
- Fase crônica predomina resposta Th1
Dermatite Atópica - fatores desencadeantes
- Agentes infecciosos: S. aureus, fungos (Malassezia)
- Alérgenos alimentares, aeroalérgenos e fatores ambientais
Dermatite Atópica - Clínica
- Prurido é fundamental para o diagnóstico
- Lesões eczematosas
Fase aguda: lesões eritêmato-vésico-papulosas com exsudação
Fase subaguda: menos exsudação e surgem crostas
Fase crônica: liquenificação (espessamento da pele e aumento dos sulcos naturais) - Característica de surtos e remissões
Dermatite Atópica - Clínica no lactente
- Afeta principalmente face (poupa região central), couro cabeludo, pescoço e superfícies extensoras, normalmente poupa região de fralda
- Prurido é variável, mas pode tornar a criança chorosa
- Quando a criança consegue coçar, podem surgir escoriações e infecção secundária
Dermatite Atópica - Clínica pré-puberal
- Pode surgir meses ou anos após o desaparecimento do quadro inicial
- Lesões com menos exsudação, pele mais seca e com liquenificação residual persistente
- Infecção secundária é menos comum
- Afeta principalmente áreas flexoras (poplítea e cubital), nádegas, raiz posterior da coxa, dorso das mãos, tornozelo e pescoço
Dermatite Atópica - Clínica puberal
- Semelhante ao encontrado no adulto
- Predomínio de liquenificação
- Acomete principalmente áreas flexoras, punhos (liquenificação), dorso das mãos, pescoço e pálpebras inferiores
Dermatite Atópica - Critérios diagnósticos
- Prurido nos últimos 12 meses (obrigatório) + 3 a seguir:
- Xerose ou história de xerose no último anos
- Rinite / Asma pessoal ou em parente de 1º grau com menos de 4 anos
- Idade de início precoce, em geral antes dos 2 anos, mas também considerado antes dos 4 anos
- Lesões em região de flexura
- Em menores de 4 anos: lesões em região malar, fronte e face extensora dos membros
Dermatite Atópica - Sinais que auxiliam no diagnóstico
- Dupla prega ou prega de Dennie-Morgan (encontrada em até 50% dos atópicos)
- Sinal de Hertoghe: rarefação ou ausênciade pelos no terço lateral do supercílio
- Queratose pilar: pápulas nos óstios foliculares nos braços, coxas e face (lesões da face tendem a desaparecer na puberdade)
- Queilite
- Pitiríase alba
- Dermografismo branco ao atritar a pele
- Escurecimento periorbital
- Palidez facial
- Hiperlinearidade palmar e plantar: acentuação das linhas
- Alterações oculares: ceratoconjuntivite, prurido e fotofobia
- Eczema nos mamilos
Dermatite Atópica - Avaliação complementar
- Diagnóstico é clínico, mas tem exames que auxiliam
- Eosinofilia e aumento de IgE: são comuns, mas não obrigatórios e nem exclusivos desta condição
- Teste cutâneo (Prick test): a positividade do teste não tem, necessariamente, qualquer relevância clínica
- IgE específica: apenas documenta a sensibilização
- Teste de contato para atopia (Atopy Patch Test): permite determinar sensibilização mesmo na ausência de IgE específica (resposta positiva representa reação imunológica mediada por linfócitos T ou reação de fase tardia mediada por IgE
- Teste de provocação oral na suspeita de alergia alimentar
Dermatite Atópica - Complicações
Infecção
- Herpes simples ou varicela-zoster
- S. aureus
Aumento de exsudação, fissuras periauriculares, pústulas superfficiais e crostas são indicadores clínicos de infecção secundária
Dermatite Atópica - Tratamento não farmacológico
- Educação do paciente e familiares (explicar caráter crônico e recidivante da doença, bem como fatores desencadeantes)
- Hidratação: usar hidratantes ainda com a pele úmida após o banho, a base é com uso de emolientes, pelo menos 2x/dia
- Higienização da pele (preferir Sindets: sabonetes sintéticos com pH neutro ou levemente ácido)
- Banhos devem ser mornos (27-30ºC) com duração de 5-10 minutos, usar toalha macia, sem fricção
- Controlar exposição a fatores desencadeantes (detergentes, alvejantes, sabões, amaciantes, roupas sintéticas, cloro de piscina, fumaça de cigarro, poluentes, ácaros…)
Dermatite Atópica - Tratamento farmacológico
- Corticoides tópicos: inibem a atividade das células dendríticas e dos linfócitos, diminuindo a síntese de interleucinas
Fase aguda: creme ou loções
Fase de liquenificação: pomadas
Iniciar logo no surgimento das lesões (1-2x/dia)
Duração: alguns dias a semanas
Evitar região genital, dar preferência para baixa ou média potência
Efeitos colaterais: atrofia cutânea, estrias, alteração de pigmentação, fragilidade vascular - Imunomoduladores tópicos: podem ser usados nos surtos, mas não são a 1ª escolha
Pimecrolimo (Elidel® em >3m) e Tacrolimo (Protopic® em >2 anos)
Aplicar 2x/dia no início da lesão e manter no máximo até 1 semana após desaparecimento das lesões
Tem maior segurança que o corticoide para ser usado em face, genitais e áreas próximas a mucosas
1ª opção em lesão nas pálpebras - Anti-histamínicos (1ª geração pode ajudar no sono)
- Controle do prurido: capsaicina, agonistas de receptores canabinoides
- Casos graves e refratários: imunossupressão sistêmica com ciclosporina
Marcha atópica - história clássica
Dermatite atópica nos primeiros meses de vida (pode estar relacionada com sensibilização alimentar). O pico de prevalência é nos primeiros anos, depois tende a diminuir.
Após, sensibilização aos aeroalérgenos e a criança desenvolve sibilância.
Depois surge o quadro de rinite e asma. A prevalência de rinite e asma aumenta conforme a gravidade do quadro de dermatite atópica
Dermatite de Contato por Irritante Primário - características
- É causada por um dano direto do agente irritante
- Lesões são restritas ao local de contato
Dermatite de Contato por Irritante Primário - Por irritantes absolutos
- Pode desencadear o quadro logo no primeiro contato
- Lesão: vesículas, bolhas, ardor e calor local
- Prurido é discreto ou ausente
- Ex. Irritantes absolutos: ácidos ou álcalis fortes
Dermatite de Contato Alérgica - Características
- Reação imunológica tipo IV
- Inicialmente ocorre a sensibilização e após, os linfócitos sensibilizados estimulam a produção de mediadores inflamatórios, levando ao eczema
- A reexposição pode ocorrer por diversas vias, como a transepidérmica e a sistêmica (parenteral, inalação, ingestão…)
Dermatite de Contato Alérgica - Fatores predisponenetes
- Fatores individuais: integridade cutânea, local de exposição, pressão, fricção, tempo de exposição, pH da pele
- Fatores da substância: baixo peso molecular, concentração e alcalinidade
- Substâncias mais comuns: metais, perfumes, calçados, medicamentos tópicos, cosméticos
- alérgeno mais comum é o níquel
Dermatite de Contato - Diagnóstico
História clínica
Teste epicutâneo pode ser realizado
Dermatite de Contato - Tratamento
- Eczemas agudos:
Compressas frias
Corticoides tópicos
Inibidores da Calcineurina
Dermatoses eritemato-escamosas - Nome da principal patologia
Dermatite Seborreica
Dermatite Seborreica - Epidemiologia
- Acomete de 2-5% da população
- Na pediatria acomete os dois extremos: crianças no primeiro ano de vida e adolescentes
Dermatite Seborreica - Característica da lesão
- Placa eritematosa com escamas amareladas de aspecto oleoso
- Localização: regiões ricas em glândulas sebáceas (couro cabeludo, região central da face, áreas intertriginosas)
- Não há prurido! Ou é discreto
*No lactente, a lesão do couro cabeludo é chamada de Crosta Láctea
Dermatite Seborreica - Fisiopatologia
- Não está bem estabelecida
- Aumento da atividade das glândulas sebáceas por exposição aos andrógenos
- Presença de Malassezia furfur parece estar relacionada com a doença
- No adolescente é aceito que o estímulo hormonal seja o desencadeante
Dermatite Seborreica - Clínica no lactente
- Crosta láctea observada no RN ou lactente
- Lesões com escamas graxentas ou oleosas
- Lesão também pode surgir na sobrancelha
- Principal local acometido é o vértice e a fronte
- Tem resolução espontânea no primeiro ano de vida
- Não há prurido ou é discreto!
*existe uma forma disseminada, eritrodérmica nos primeiros 3 meses de vida
Dermatite Seborreica - Clínica no pré-adolescente e adolescente
- Localização: face, sulco nasolabial e retroauricular
- Couro cabeludo pode haver descamação fina (caspa)
- Prurido pode ser ausente ou acentuado
- Pode acometer cílios e cursa com eritema e escamas amareladas (Blefarite)
- Quadro não é autolimitado e tem caráter crônico recidivante
Dermatite Seborreica - Diagnóstico
Clínico
Dermatite Seborreica - Tratamento
- Uso de substâncias para amolecer e permitir a remoção das escamas: vaselina, óleo mineral, óleo de amêndoas…)
Nos lactentes costuma ser o suficiente - Medicamentos tópicos
Sabonetes e Xampus a base de enxofre ou ácido salicílico 3-5%, Xampus de Cetoconazol 2% - duração é determinada pela resposta ao uso
Cetoconazol 2% creme 1x/dia por 1-2 semanas
Hidrocortisona 1% creme pode ser usada em casos mais resistentes
Inibidores da calcineurina também são opções para casos mais resistentes
Qual o tumor vascular benigno mais comum na infância?
Hemangioma
Classificação das lesões vasculares
- Malformações vasculares: erros na morfogênese (capilares, venosas, arteriais, linfáticas ou mistas). Podem ser simples, combinadas, de vasos maiores ou associadas com outras anomalias
- Tumores vasculares: proliferação de células endoteliais. Pode ser benigno, localmente agressivos (borderline) ou malignos
- Ex. Hemangioma
Hemangioma da Infância - Epidemiolgia
- Acomete 3-10% de toda a população
- Mais comum em meninas
- Mais comum em RN MBP (23-30% dos RN <1.000g) e quando há relato de biópsia de vilo coriônico
Hemangioma da Infância - Fisiopatologia
- Não é totalmente esclarecida
- Desequilíbrio na angiogênese, com proliferação aumentada e remodelamento dos elementos vasculares
- Há teorias que defendem alterações intrínsecas das células endoteliais
- Recentemente foi aventada a hipótese de relação com hipóxia antenatal
Hemangioma da Infância - Clínica
- Não está presente no nascimento! Porém, pode ser visto mancha anêmica, pápula eritematosa ou telangiectasia no local
- Mais comum ser único (mas 20-30% são lesões múltiplas)
- Localização mais comum: cabeça e pescoço (60-80%) e em seguida no tronco
Hemangioma da Infância - Classificação profundidade
De acordo com a profundidade da proliferação endotelial
- Superficial: atinge apenas derme
Lesão elevada, vermelho-brilhante, bem delimitada e pouco compressível - Profundo: atinge subcutâneo
Nódulos cor de pele ou azulados, compressíveis, pode ter telangiectasia na superfície ou vasos de drenagem ao redor
Avaliação mais difícil, pode ser necessário exame complementar
Antigamente chamados de hemangiomas cavernosos (não deve ser mais usado esse termo) - Mistos: ambos os componentes estão presentes
Hemangioma da Infância - Classificação extensão
- Localizados
- Segmentares
- Multifocais
Hemangioma da Infância - Evolução natural
1) Fase Proliferativa
- Crescimento mais intenso nos primeiros 3 meses de vida e depois mais lento até 8-10 meses de vida
2) Fase Regressiva
- Regressão gradual da lesão
- Pode durar alguns anos
Até 30% regride até 3 anos
50% até 5 anos
90% até 9 anos
Diferença do Hemangioma da infância com o Hemangioma congênito
Hemangioma Congênito:
- Pode involuir ou persistir, acompanhando o crescimento da criança
- É muito menos comum
- Está presente no nascimento
- Marcador GLUT-1 negativo
Hemangioma da Infância:
- Marcador GLUT-1 positivo
Hemangioma da Infância - Complicações
- 20-40% dos casos pode ter complicação
- Ulceração: complicação mais comum, principalmente em lesões no períneo
- Infecção Secundária: acontece nos hemangiomas ulcerados, normalmente se restringe a pele, mas pode ficar mais profundo
- Sangramento: não costuma ser abundante, se for, suspeitar de outras malformações
- Compressão: pode comprimir ou distorcer outras estruturas
Hemangiomatose Múltipla - o que é, problemas, investigação
- Presença ≥ 5 hemangiomas pequenos distribuídos pelo corpo
- Há risco de envolvimento de órgãos internos e maior chance de Hipotireoidismo
- Investigação: US abdome, função tireoidiana, HMG, sangue oculto nas fezes, urina tipo I
Hemangiomas na linha média - problemas e investigação
- Hemangiomas localizados em região lombossacra
- Pode estar associado com disrafismos ocultos, ânus imperfurado, anomalias esqueléticas, anomalias renais
- Realizar exames de imagem da coluna, avaliação gastrointestinal e geniturinária
Problema dos Hemangiomas na “área da barba”
Pode estar associado com hemangiomatose laríngea
Problema dos Hemangiomas Segmentares Cervicofaciais
Pode estar associado com a Síndrome PHACES
P: posterior fossae abnormalities H: hemangioma A: arterial/aortic anomalies C: cardiac anomalies E: eye abnormalities S: sternal/supraumbilical raphe
Hemangioma da Infância - Indicações de Tratamento
*Maior parte dos casos é orientar família e acompanhar
Indicações:
- Hemangiomas periorbitários e palpebrais: deve ser avaliado por oftalmologista especializado em lesões vasculares. A oclusão palpebral nos primeiros meses, pode levar à amaurose ou ambliopia
- Hemangiomas genitais/anais: costuma crescer e ulcerar
- Hemangiomas labiais e nasais: labiais costumam ulcerar com frequência e os nasais podem crescer e destruir a cartilagem nasal
- Em qualquer região com crescimento acelerado e/ou prejuízo estético
- quando indicado, iniciar nos primeiros meses de vida (fase proliferativa)
Hemangioma da Infância - Opções de tratamento
- Hemangioma misto ou profundo:
Primeira escolha:
Propranolol sistêmico 2-3mg/kg/dia de 8/8h ou 12/12h - iniciar com 0,5mg/kg/dia e aumentar a cada 4-5 dias, manter por 6 meses ou até 9-12 meses de idade (fase proliferativa) - Hemangioma Superficial:
Timolol tópico 0,5% dose varia na literatura (1 gota 2x/dia) - Corticoides já foram primeira linha de tratamento, mas atualmente uso está restrito para casos de contraindicação ao uso de ß-bloqueador
Prednisolona 1-4mg/kg/dia por 1-3 meses
Hemangioma da Infância - Tratamento das ulcerações
- Analgesia sistêmica
- Curativos especiais não aderentes (telas ou espumas de silicone)
- ATB se tiver infecção secundária
O que são Piodermites?
Infecções bacterianas da pele e seus anexos
- Impetigo: acomete apenas epiderme
- Celulite e Erisipela: acomete epiderme e derme
- Foliculite e Furunculose: acomete unidades pilossebáceas
Impetigo - Etiologia
Maioria por cocos Gram-positivos
Streptococcus
Stafilococcus
Impetigo - Fisiopatologia de quadros estreptocócicos
Estreptococo coloniza a pele e costuma ser precedido por um trauma local
Impetigo - Fisiopatologia quadros estafilocócicos
Estafilo costuma colonizar a mucosa nasal e à partir daí surge a contaminação cutânea com o aparecimento das lesões
Impetigo - forma mais frequente
Crostosa (70% dos casos)
Impetigo - germe envolvido na forma bolhosa
Estafilococcus
Impetigo Crostoso - Clínica
- Pode acometer adultos e crianças
- A lesão surge como vesícula ou pústula com base eritematosa subjacente, que se rompe e resseca, formando uma crosta de coloração melicérica
- Local comum: ao redor do nariz e cavidade oral
- Pode aparecer lesões satélites por autoinoculação
Impetigo Bolhoso - Clínica
- O quadro ocorre pela produção de uma toxina epidermolítica secretada pela bactéria (semelhante à Sd. Pele Escaldada)
- Lesões surgem como vesículas e evoluem para bolhas flácidas com paredes finas de conteúdo claro que passa para turvo. As bolhas se rompem e é possível ver uma área de erosão com colarete da bolha ao redor
*Impetigo bolhoso ˜ Pele escaldada localizada
Impetigo - Diagnóstico
Clínico
Eventualmente pode-se pedir cultura da secreção - falha terapêutica, lesões recorrentes, presença de imunodepressão ou para fins epidemiológicos
Impetigo - Tratamento
- Autolimitado (melhora mesmo sem tratamento)
- Medidas gerais: limpeza das mãos, higiene local
- ATB tópico: poucas lesões, com acometimento apenas de uma área do corpo. Ex.: Mupirocina ou Retapamulina
- ATB sistêmico: ≥5 lesões, mais de uma região do corpo acometida, lesões próximas à cavidade oral (criança lambe a pomada), presença de febre ou linfadenomegalia. Ex.: Cefalexina ou Amoxicilina+Clavulanato
**Afastar a criança da escola por até 24h após o início do tratamento
Impetigo - Complicações
- Osteomielite, artrite séptica, septicemia
- Celulite (até 10% dos casos de Impetigo Crostoso)
- GNPE
Ectima - Semelhante a lesão de qual doença?
Inicialmente se assemelha ao Impetigo Crostoso
Ectima - Característica da lesão
Início com vesícula ou pústula sobre base eritematosa, evolui com erosão pela epiderme e derme, formando uma úlcera com bordos elevados
A úlcera é recoberta por uma crosta (quando removida, é possível ver que a lesão é mais profunda)
Ectima - Localização
Acomete principalmente membros inferiores e nádegas
Ectima - Etiologia
Principalmente S. Pyogenes
S. Aureus pode estar envolvido também
Ectima - Tratamento
Remover a crosta após amolecimento com compressa
ATB sistêmico com cobertura para estreptococcus
Ectima gangrenoso - Principal agente envolvido
Pseudomonas aeruginosa
Ectima gangrenoso - condição tipicamente associada
Paciente imunocomprometido com neutropenia
Ectima gangrenoso - Característica da lesao
Mácula eritematosa ou purpúrica, que evolui para vesícula e ulceração com bordos elevados, coberta com uma crosta escurecida e enegrecida, envolvida por halo violáceo
Ectima gangrenoso - Tratamento
ATB sistêmico com cobertura para Pseudomonas aeruginosa
Molusco Contagioso - Etiologia
Poxvírus de DNA
Molusco Contagioso - Transmissão
- Contato direto
- Enquanto houver lesão, a transmissão é possível
- Em adultos pode ser transmitido via sexual - na criança considerar possibilidade de violência sexual
Molusco Contagioso - Histologia
Epiderme encontra-se hiperplásica e hipertrofiada, estende-se para derme e projeta-se para cima da superfície da pele
Molusco Contagioso - Clínica
- Lesão tipica: pápulas lisas e brilhantes, com uma pequena depressão no centro - Pápulas umbilicadas, de ˜2-3mm
- Principal localização: axilas, face lateral do tronco, região genital e perianal, face
- Raramente acomete mucosa
Molusco Contagioso - Diagnóstico
Clínica
Na dúvida diagnóstica, pode ser feito exame histológico pela curetagem - grande quantidade de material viral intracelular, que desloca o núcleo para periferia da célula
Molusco Contagioso - Tratamento
- Alguns autores recomendam conduta expectante, pois a condição é autolimitada - porém é bastante contagioso
- Pode ser feito curetagem (doloroso) ou expressão manual das lesões
- Medicações tópicas: crioterapia (nitrogênio líquido), substâncias cáusticas (hidróxido de potássio), imiquimode algumas vezes por semana
Escabiose - Etiologia
Ácaro - Sarcoptes scabiei variante hominis
Escabiose - Transmissão
Contato direto com doente ou com roupas infestadas
Raramente por fômites
Molusco Contagioso - Período de Incubação
Varia de 1 semana a vários meses
Escabiose - Incubação
Varia de 1 dia a 6 semanas
Escabiose - Fisiopatologia
- Ácaro perfura a pele em poucos minutos
- Fêmeas grávidas penetram na epiderme e formam um túnel onde depositam seus ovos e morre lá dentro
- Após 2-4 semanas os ovos formam novos adultos
- Prurido intenso é causado por reação de hipersensibilidade pelo parasita e suas fezes
Escabiose - Clínica
- Lesão: vesículas, pápulas ou pequenos sulcos (túneis)
- Localização: região interdigital, face anterior do punho, axilas, periumbilical, sulco interglúteo, órgãos genitais externos
- Crianças e idosos podem ter lesões em palmas e plantas
- Prurido mais intenso à noite!! (Período de colocação dos ovos)
Escabiose - Clínica em lactentes
- É mais difícil fazer diagnóstico nessa população
- Lesões tendem a ser mais disseminadas e terem um aspecto inflamatório mais exuberante
- Lesões podem ser mais urticadas ou eczematosas
- Os túneis podem não ser encontrados
Escabiose - Diagnóstico
Clínico: aspecto das lesões e prurido mais intenso à noite
Na dúvida, pode ser feito raspado ou biópsia da pele que irá visualizar o ácaro
Escabiose - Tratamento
- Ivermectina 200mcg/kg dose única e repetir após 10-15 dias (peso mínimo de 15kg, não podendo ser usada na maioria dos lactentes)
- Permetrina 5% (loção cremosa)
1ª opção em > 2 meses
Aplicar sobre o corpo, lavar com água após 8-12h e repetir após 1 semana - Deltametrina 20mg/ml (loção)
Aplicar sobre o corpo 1 vez ao dia por 5 dias - Enxofre 10% (creme, loção ou em vaselina)
Pode ser feito em < 2 meses
Aplicar do pescoço para baixo por 3 noites consecutivas e repetir após 1 semana
**Orientar que o prurido pode persistir por algum tempo após o tratamento
Se persistir por mais de 2 semanas, deverá ser reavaliado
Escabiose - Complicações
- Infecção bacteriana secundária
- Sarna Norueguesa (Escabiose Crostosa)
Sarna Norueguesa - Características de pacientes acometidos
Imunodeprimidos
Idosos
Crianças com Sd. De Down, desnutridas e prematuras
Sarna Norueguesa - Características da doença
- Complicação da Escabiose
- Lesões múltiplas com pápulas eritematosas e com hiperqueratose
- Extremamente contagioso (grande número de parasitas)
- Resposta ao tratamento, mesmo sistêmico, pode não ser boa
Escabiose - Prevenção
- Lavar roupas com água quente, deixar em exposição solar e passar com ferro quente
- Recomenda-se o tratamento de todos os familiares, independente de sintomas
Divisão das micoses superficiais
Dermatofitoses (tineas)
Ceratofitoses
Candidíase
Características dos Dermatófitos
- Capazes de digerir a queratina e usá-la como fonte de nutriente
- Invade pele, cabelo e unha
- Lesão com padrão inflamatório na borda, com eritema e escamação, alguns casos também apresentam vesículas
Tinea Corporis - Clínica
- Contato frequente com animais domésticos (Microsporum canis)
- Lesão com distribuição assimétrica
- Placas anulares descamativas e circunscritas (região central mais clara e limites descamativos, vesiculares, papulares ou pustulares
Tinea Corporis - Diagnóstico
Clínico
Na dúvida, pode ser feito o exame micológico direto (são colhidas escamas da lesão e visualizadas hifas) ou a cultura para fungos
Tinea Corporis - Tratamento
- Medicamentos tópicos 1-2x/dia por 2-3 semanas
- Ex.: Ciclopirox, Clotrimazol, Cetoconazol, Miconazol, Oxiconazol, Fenticonazol
- Mesmo após melhora evidente, manter o tratamento até o fim
Tinea Capitis - Clínica
- Comuns na infância
- Lesão: alopécia descamativa com placas bem delimitadas e cabelos tonsurados (quebrados logo após a emergência do folículo piloso)
- Quérion é a formação de um processo inflamatório do hospedeiro em resposta ao fungo (mais comum no M. canis) - placas infiltadas, alopécia, pústula, drenagem e secreção purulenta
- Transmissão por fômites é bem documentada (cabelos, pentes, bonés)
Tinea Capitis - Etiologia
Microsporum canis (transmitido por cães e gatos) Trichophyton tonsurans (transmitido por humanos)
Tinea Capitis - Diagnóstico
A confirmação diagnóstica é importante, realizada pela cultura de fungos
Tinea Capitis - Tratamento
Griseofulvina 10-20mg/kg/dia, VO, 1x/dia por 6-8 semanas
- Tomar após refeições gordurosas, pois aumentam a absorção
- Não há recomendação para avaliação rotineira de hepato ou hematotoxicidade (são incomuns)
- Outras opções: terbinafina, fluconazol, itraconazol
Concomitantemente pode ser usado xampus antifúngicos (cetoconazol)
*em casos de quérion, o tratamento poderá ser mais prolongado e pode ser usado corticoide por 1 semana para resolução mais rápida da inflamação
Tinea Cruris - Etiologia
Principal agentes Trichophyton tonsurans
Tinea Cruris - Clínica
- Mais comum no sexo masculino, adolescente e adultos
- Lesão: placas eritematosas, bem delimitadas, com bordas elevadas, geralmente simétricas e bilaterais
- Localização: região inguinal e raiz das coxas
Tinea Cruris - Tratamento
Medicamentos tópicos (cetoconazol, clotrimazol, ciclopirox, miconazol, oxiconazol..) 1-2x/dia por 3-4 semanas
Tinea Pedis - Clínica
- Menos comum em crinaças
- Forma intertriginosa: inflamação, descamação e maceração entre os pododáctilos
- Forma vesicular: vesículas e bolhas (mais comum no verão e em crianças)
Tinea Pedis - Tratamento
- Proteção dos pés e manter secos
- Antifúngicos tópicos 1-2x/dia por 2-3 semanas
O que são Ceratofitoses
Micoses exclusivamente superficiais
Principal: Ptiríase versicolor
Ptiríase Versicolor - Etiologia
Malassezia furfur
*faz parte da flora da pele, mas pode transformar-se em hifas invasivas
Pitiríase Versicolor - Clínica
- Mais comum em adolescentes
- Fatores predisponentes: calor, umidade, aumento de produção sebácea, predisposição familiar, uso de corticoide e imunodeficiências
- Lesões: manchas e placas, com desmação furfurácea, pode ser hipopigmentadas, eritematosas, acastanhadas ou marrons
- Localização: tronco, face e pescoço
- Sinal de Besnier ou da unha: descamação ao raspar a pele com a unha
- Sinal de Zileri: descamação ao esticar a pele
Sinal de Besnier
Descamação ao passar a unha na lesão de pitiríase versicolor
Sinal de Zileri
Descamação ao esticar a pele da lesão por pitiríase versicolor
Pitiríase Versicolor - Tratamento
- Antifúngicos tópicos
- Opção: xampu de sulfeto de selênio 2,5% e cetoconazol 2% (aplicar sobre as lesões, deixar agir por 10 minutos e enxaguar, durante 1-2 semanas
*formas extensas pode ter tratamento sistêmico com cetoconazol, itraconazol ou fluconazol
Candidíase - Etiologia
- Leveduras do gênero Candida
- Mais comum: Candida albicans (faz parte da microflora da cavidade oral, trato gastrointestinal e vagina). Alterações no hospedeiro propiciam infecções
Candidíase Oral - Clínica
- Lesão: placas pseudomembranosas, confluentes, sobre base eritematosa
- Placas podem ser removidas por espátula e evidenciar a base
Candidíase Oral - Tratamento
Nistatina suspensão oral, 1ml, em cada canto da boca, 4x/dia por 14 dias
Candidíase Cutânea - Clínica
- Lesão: eritema intenso, lesões com borda elevadas e escamas brancas na borda, com lesões satélites papulovesiculares
Candidíase Cutânea - Tratamento
Antifúngicos tópicos por 14 dias
Esporotricose - Etiologia
- Sporothrix schenckii
- Encontrado no solo e nas plantas (associado com jardinagem)
- Encontrado em animais, especialmente gatos
Esporotricose - Fisiopatologia
- Fungo entra via transdérmica e se deposita na pele ou no tecido subcutâneo
- O quadro se propaga por contiquidade ou pelo sistema linfático regional
Esporotricose - Formas de manifestação
- Linfocutânea
- Cutânea localizada
Esporotricose - Características da forma linfocutânea
- Mais comum na pediatria (75% casos)
- Trauma local, com formação de pápula indolor no sítio de inoculação, que aumenta e evolui para ulcera. Surge então, lesões satélites que acompanham o trajeto linfático, que iniciam como nodulação e evoluem para úlcera
Esporotricose - Características da forma cutânea localizada
- Há a formação apenas da lesão inicial, sem disseminação
- Nodulação que evolui para úlcera
Esporotricose - Forma extracutânea
- Não é comum na pediatria
- Mais comum é osteoarticular
- Acometimento pulmonar também é descrito
Esporotricose - Diagnóstico
Confirmado pela cultura de fungo
Esporotricose - Tratamento
- Forma linfocutânea: Itraconazol 5-10mg/kg/dia (máx. 200mg/dia) mantido por 2-4 semanas após a melhora das lesões (pode chegar a 6 meses)
- Forma cutânea localizada: solução saturada de iodeto de potássio
Tungíase - Etiologia
- Tunga penetrans
- Encontrado em zonas rurais
**Bicho de pé
Tungíase - Fisiopatologia
- Fêmea penetra na pele e deposita seus ovos
- Lesão: pápula amarelada com ponto escuro central, associado a eritema, dor e prurido
- Localização: pés (principalmente), glúteos e genitais
Tungíase - Tratamento
Retirada do parasita
Alarga o orifício de entrada e remove o bicho
Larva Migrans Cutânea - Etiologia
Ancylostoma caninum (cão) - mais raro Ancylostoma braziliensis (fezes de cães e gatos)
**bicho geográfico
Larva Migrans Cutânea - Clínica
Pápula pruriginosa no local de entrada da larva, conforme ela migra, forma um trajeto serpinginoso linear
Tem prurido intenso, o que leva a escoriações
Localização: pés e região glútea
Larva Migrans Cutânea - Tratamento
- Poucas lesões: creme de tiabendazol
- Muitas lesões: albendazol dose única e repetir após 7 dias
Urticária - Aguda x Crônica
Duração:
Aguda < 6 semanas
Crônica > 6 semanas, costuma estar associada a angioedema
Urticária - Fisiopatologia
- Mecanismos envolvidos: imunológicos (mediados ou não por IgE) e não imunológicos
- Imunológico: alérgeno faz os mastócitos liberarem mediadores (histamina, fatores quimiotáticos, heparina, enzimas, leucotrienos, prostaglandinas, interleucinas e fator ativador de plaquetas)
- Não imunológicos: estímulos diretos sobre os mastócitos (contrastes, etanol, medicamentos, alimentos)
Urticária - Clínica
- Lesão: placas elevadas, com tamanhos variados e região central mais pálida
- Pode ser única ou múltipla
- Pruriginosa, com intensidade variável (se não houver prurido, questionar o diagnóstico)
- Lesões costumam durar cerca de 2 horas e raramente ultrapassa 24h (se ultrapassar, pensar em vasculite). Novas lesões podem surgir em locais diferentes após o desaparecimento das primeiras
- Angioedema acomete tecido conectivo mais frouxo e derme
Urticária - Diagnóstico
Clínico
Urticária - Tratamento
Aguda e Crônica
- Remover fator desencadeante
- Anti-histamínicos (Anti-H1): principal fármaco para sintomas exclusivamente cutâneos, preferencialmente 2ª geração (loratadina, desloratadina, ebastina…)
Sd. De Stevens-Johnson e Necrose Epidérmica Tóxica - Diferença
- Extensão de acometimento
- SSJ: até 10% superfície corporal
- NET: > 30% superfície corporal (mais grave, com repercussões sistêmicas e necrólise extensa de membranas mucosas)
- Extensão entre 10-30%: sobreposição entre as duas formas
Sd. De Stevens-Johnson e Necrose Epidérmica Tóxica - Clínica
- Inicialmente: pródromos de febre, indisposição, anorexia, faringite, cefaleia e rash
- Lesão inicial: exantema maculopapular eritematoso ou máculas targetoides atípicas
- Lesão atípica: lesões planas, com edema não palpável, que evolui com uma bolha no centro
- A coalescência das bolhas, leva a grandes áreas de pele desnuda
- Rash tende a confluência e apresenta sinal de Nikolsky positivo (epiderme descola quando é puxada)
- Há lesão de mucosas (olhos, cavidade oral, trato respiratório, gastrointestinal, anogenital)
Sinal de Nikolsky
Descolamento da epiderme em região de rash por farmacodermia (SSJ e NET) ao tracionar pele sadia ao redor
Sd. De Stevens-Johnson e Necrose Epidérmica Tóxica - Complicação
Infecção bacteriana secundária
Perda hídrica
Sd. De Stevens-Johnson e Necrose Epidérmica Tóxica - Tratamento
- Identificar e retirar fator causador (não é fácil)
- Geralmente realizar em UTI ou centro de grandes queimados
- Manejo geral é de suporte e sintomáticos
- Não é recomendado uso de ATB profilático
- Corticoide: controverso, estudos mostraram aumento de mortalidade
- Imunoglobulina: citado em fase inicial, também carece de eficácia comprovada na pediatria
- Ciclosporina precoce, vem mostrando benefícios
Sd. De Stevens-Johnson e Necrose Epidérmica Tóxica - Principais medicamentos envolvidos
Anticonvulsivantes
AINEs
Sulfonamidas
DRESS (Drug Reaction with Eosinophilia and Systemic Symptoms)
- Sd. Rara, potencialmente fatal
- Início 2-6 semanas após exposição à droga
- Drogas mais comuns: anticonvulsivantes, alopurinol, sulfonamidas, ATB
- Tríade: febre, exatema e hepatite
- Clínica: febre, mal-estar, linfadenopatia, erupção cutânea morbiliforme (que pode evoluir para dermatite esfoliativa), eosinofilia, linfocitose atípica, hepatite (discreto aumento de transaminases até falência hepática), nefrite, pneumonite
- Tratamento: descontinuar droga e sintomáticos
Eritema Multiforme - Etiologia
- Uso de medicamentos (<10% casos)
- Infecções: principalmente herpes simples, Mycoplasma pneumoniae também é importante na população pediátrica
Eritema Multiforme - Clínica
- Erupção de início súbito e distribuição simétrica, raramente pruriginosa
- Localização: porção extensora dos membros, mãos e pés, pode acometer palmas, face e mucosa oral. Em alguns casos progride centripetamente para o tronco
- Lesão: diversas morfologias. Clássica lesão em alvo ou lesão em íris
- Rash é estável e desaparece espontaneamente após 1-3 semanas
Eritema Multiforme - Tratamento
Suporte e sintomáticos
Casos relacionados com herpes simples, uso profilático do aciclovir por 6 meses pode evitar a recidiva do quadro
Prurigo Estrófulo - Fisiopatologia
Quando insetos picam a pele, eles liberam substâncias alergênicas, levando à reações locais em indivíduos predispostos
*pode durar alguns anos e se resolver pelo desenvolvimento de tolerância
Prurigo Estrófulo - Clínica
- Lesões: pápulas eritematosas, edematosas, com pequena vesícula sobrejacente (seropápulas de Tomazolli)
- Podem ser observadas lesões à distância, por fenômeno de hipersensibilidade
- Forma bolhosa é menos comum
- Lesões são pruriginosas
Prurigo Estrófulo - Diagnóstico
Clínico
Prurigo Estrófulo - Tratamento
- Prevenção: barreiras físicas, repelentes (mais eficazes contêm DEET, mas são mais tóxicos)
- Controle do prurido:
Corticoide média potência 1x/dia por 5 dias
Anti-histamínicos orais - Ter paciência