Dermatologia Flashcards
Manchas salmão - outro nome
Nevus simplex
Manchas salmão - principais características
- Alteração vascular
- Coloração rósea
- Limites indefinidos
- Desaparece a vitropressão
- Fica mais intensa durante o choro
- Desaparece até o 3º ano de vida (localizadas na nuca podem persistir até a vida adulta)
Manchas salmão - localização mais comum
Occipital - bicada da cegonha
Frontal
Glabela - beijo dos anjos
Pálpebras superiores
Manchas salmão - tratamento
Sem indicação de tratamento específico
Mancha vinho do porto - principais características
- Alteração vascular permanente
- Coloração vinhosa intensa e homogênea
- Não há alteração por esforço
- Pode estar associada com a Síndrome de Sturge-Weber
Manchas vinho do porto - localização
Face
Costumar ser unilateral e isolada
Manchas vinho do porto e Sd. Sturge-Weber
É sugerido quando a mancha está presente na região inervada pelo ramo oftálmico do nervo trigêmeo
Porção superior da face, compreendendo principalmente a região da cavidade orbital
Características Síndrome de Sturge-Weber
- Malformação capilar facial (manchas vinho do porto)
- Anomalia de vasos cerebrais (angioma leptomeníngeo)
- Anomalia da vasculatura ocular - glaucoma
Pode apresentar convulsões, cefaleia, ADNPM, hemiparesia
Manchas vinho do porto - tratamento
Laser
O mais precoce possível
Milia - principais características
- Cistos de inclusão epidérmico
- Podem estar presentes já no nascimento ou aparecer depois
- Desaparecem no 1º mês de vida
- Pápulas peroladas de 1-2mm de diâmetro
Milia - localização
Fronte / Mento - principalmente
Mas pode ocorrer em qualquer lugar do corpo
Pérolas de Epstein - o que são
Pequenos cistos de queratina localizados na cavidade oral
Semelhante a milia
Milia - tratamento
Sem tratamento específico
Miliária - o que é
Retenção de suor devido a obstrução das glândulas sudoríparas
- pode ser rubra ou cristalina
- mais comum em climas quentes, durante episódios febris e em crianças muito agasalhadas
Miliária Cristalina - características
- Mais superficial (obstrução no estrato córneo)
- Vesículas cristalinas puntiformes
- Pode recobrir áreas extensas
- Durante cicatrização pode ocorrer descamação
- Surge nos primeiros dias de vida, mas podem surgir em crianças maiores
Miliária Rubra - características
- Popularmente conhecida como brotoeja
- Mais profunda e há processo inflamatório
- Pápulas, vesículas e pústulas com eritema subjacente
- Acomete regiões de oclusão ou flexurais (cervical, axila, inguinal)
- Surge após 1ª semana de vida
Miliária profunda - o que é
Episódios recorrentes de miliária rubra podem levar ao quadro de miliária profunda
Ocorre ruptura ainda mais profunda dos ductos de suor
Miliária - tratamento
- Evitar aquecimento excessivo
- Manter criança em locais frescos
- Evitar talco pelo risco de aspiração
- pode ser usado pasta d’água, maizena na água do banho
Eritema tóxico - principais características
- Autolimitado e benigno
- Surge no 2º/3º dia de vida
- Vesícula, pápula ou pústula com 1-3mm de diâmetro, halo eritematoso ao redor
- Semelhante a picada de inseto
Eritema tóxico - Teste de Tzanck
Evidencia presença de eosinófilos
Eritema tóxico - localização
Surge na face, espalha para o tronco e extremidades
Palma e planta costumam ser poupadas
Eritema tóxico - tratamento
Sem tratamento específico
Melanose pustulosa transitória neonatal - principais características
- Benigna e autolimitada
- Mais comum em peles fototipo V e VI
- vesículas e pústulas presentes no nascimento, que se rompem em 24-48h, formam máculas hiperpigmentadas com colarete descamativo
*Histologia: presença de neutrófilos e escassos eosinófilos - cultura para bactéria negativa
Melanose pustulosa transitória neonatal - localização
Qualquer região, inclusive palmas e plantas
Melanose pustulosa transitória neonatal - tratamento
Sem tratamento específico
Fototipos de pele
I - pele branca, sempre queima, não bronzeia, muito sensível ao sol
II - pele branca, sempre queima, bronzeia muito pouco, sensível ao sol
III - pele morena, queima moderadamente, bronzeia moderadamente, sensibilidade normal
IV - pele morena moderada, queima pouco, sempre bronzeia, sensibilidade normal ao sol
V - pele morena escura, queima raramente, sempre bronzeia, pouco sensível ao sol
VI - pele negra, nunca queima, totalmente pigmentada, insensível ao sol
Acne neonatal - principais características
- Está envolvida com a estimulação de glândulas sebáceas por andrógenos maternos
- Pápulas eritematosas e pústulas (não forma comedão)
- Regiões de nariz, fronte e malar
- Some em 1-3 meses
Acne neonatal - tratamento
Sem tratamento específico
Hiperplasia sebácea - características principais
- Hipertrofia das glândulas sebáceas, devido a exposição aos andrógenos maternos e do próprio RN
- Pápulas amareladas
- Região nasal, malar e de lábio superior
- Desaparece nas primeiras semanas de vida
Acropustulose infantil - características principais
- Doença benigna crônica ou recorrente (surtos a cada 2-4 semanas com duração de 5-10 dias)
- Etiologia desconhecida
- Pode iniciar no período neonatal e persistir nos primeiros 2 anos de vida
Acropustulose infantil - tratamento
Nos surtos pode ser usado corticoide tópico
*diagnóstico diferencial com escabiose
Foliculite pustulosa eosinofílica - características principais
- Pode surgir desde o nascimento ou durante os primeiros dias de vida
- Região acometida: couro cabeludo, face, tronco, extremidades
- Etiologia desconhecida
- Pústulas que evoluem para crostas 2-3 dias após
- Dá muito prurido
Foliculite pustulosa eosinofílica - histologia
Numerosos eosinófilos
*diferencial com eritema tóxico, piodermite, melanose pustulosa, acropustulose…
Foliculite pustulosa eosinofílica - tratamento
Corticoide tópico de baixa/média potência e/ou ATB
Anti-histamínico pode ser útil no prurido
*outros: dapsona, cimetidina, corticoide sistêmico
Manchas mongólicas - causa
Defeito na migração dos melanócitos da crista neural durante o desenvolvimento embrionário, com acúmulo das células na derme
Manchas mongólicas - características principais
- Mais comum em asiáticos e negros
- Máculas de coloração azulada ou acinzentada, de tamanho bastante variado
- Principal localização: região lombossacra
- Some com o passar dos anos, não precisa de intervenção
Nevos melanocíticos congênitos - causa
Anomalia no desenvolvimento dos melanócitos
Podem ser congênitos ou adquiridos
Nevos melanocíticos congênitos - classificação
- Pequeno: <1,5cm de diâmetro
- Médio: 1,5-20cm de diâmetro
- Gigante: >20cm (1:20.000RN)
- pequeno e médio não tem potencial oncogênico
- gigante tem grande risco de malignização - o risco do melanoma é proporcional ao tamanho
Nevos melanocíticos congênitos - manejo
- Controverso
- Alguns indicam a remoção, ainda que parcial da lesão
- Deve ser feito acompanhamento periódico e biópsias de lesões suspeitas
Cútis marmórea telangiectásica congênita - características
- Lembra a lesão do rendilhado na pele do RN
- Lesão fixa, não some com o aquecimento, associada com atrofia da pele local
- Pode estar associada a outras malformações
Necrose gordurosa subcutânea do RN - características
- Hipodermite benigna e autolimitada
- Etiologia: desconhecida
- Início: 1ª-6ª semana de vida
- Eritema e edema, que evolui para placa e nódulos de consistência endurecida, bem delimitado e não aderido
Dermatose mais frequente na infância
Dermatite atópica ou Eczema atópico
Dermatite Atópica - Fisiopatologia
- Origem multifatorial
- Alterações: barreira cutânea, resposta imunológica e genética
- Fatores ambientais, psicológicos e da microbiota da pele também interferem
- Fase aguda predomina resposta Th2
- Fase crônica predomina resposta Th1
Dermatite Atópica - fatores desencadeantes
- Agentes infecciosos: S. aureus, fungos (Malassezia)
- Alérgenos alimentares, aeroalérgenos e fatores ambientais
Dermatite Atópica - Clínica
- Prurido é fundamental para o diagnóstico
- Lesões eczematosas
Fase aguda: lesões eritêmato-vésico-papulosas com exsudação
Fase subaguda: menos exsudação e surgem crostas
Fase crônica: liquenificação (espessamento da pele e aumento dos sulcos naturais) - Característica de surtos e remissões
Dermatite Atópica - Clínica no lactente
- Afeta principalmente face (poupa região central), couro cabeludo, pescoço e superfícies extensoras, normalmente poupa região de fralda
- Prurido é variável, mas pode tornar a criança chorosa
- Quando a criança consegue coçar, podem surgir escoriações e infecção secundária
Dermatite Atópica - Clínica pré-puberal
- Pode surgir meses ou anos após o desaparecimento do quadro inicial
- Lesões com menos exsudação, pele mais seca e com liquenificação residual persistente
- Infecção secundária é menos comum
- Afeta principalmente áreas flexoras (poplítea e cubital), nádegas, raiz posterior da coxa, dorso das mãos, tornozelo e pescoço
Dermatite Atópica - Clínica puberal
- Semelhante ao encontrado no adulto
- Predomínio de liquenificação
- Acomete principalmente áreas flexoras, punhos (liquenificação), dorso das mãos, pescoço e pálpebras inferiores
Dermatite Atópica - Critérios diagnósticos
- Prurido nos últimos 12 meses (obrigatório) + 3 a seguir:
- Xerose ou história de xerose no último anos
- Rinite / Asma pessoal ou em parente de 1º grau com menos de 4 anos
- Idade de início precoce, em geral antes dos 2 anos, mas também considerado antes dos 4 anos
- Lesões em região de flexura
- Em menores de 4 anos: lesões em região malar, fronte e face extensora dos membros
Dermatite Atópica - Sinais que auxiliam no diagnóstico
- Dupla prega ou prega de Dennie-Morgan (encontrada em até 50% dos atópicos)
- Sinal de Hertoghe: rarefação ou ausênciade pelos no terço lateral do supercílio
- Queratose pilar: pápulas nos óstios foliculares nos braços, coxas e face (lesões da face tendem a desaparecer na puberdade)
- Queilite
- Pitiríase alba
- Dermografismo branco ao atritar a pele
- Escurecimento periorbital
- Palidez facial
- Hiperlinearidade palmar e plantar: acentuação das linhas
- Alterações oculares: ceratoconjuntivite, prurido e fotofobia
- Eczema nos mamilos
Dermatite Atópica - Avaliação complementar
- Diagnóstico é clínico, mas tem exames que auxiliam
- Eosinofilia e aumento de IgE: são comuns, mas não obrigatórios e nem exclusivos desta condição
- Teste cutâneo (Prick test): a positividade do teste não tem, necessariamente, qualquer relevância clínica
- IgE específica: apenas documenta a sensibilização
- Teste de contato para atopia (Atopy Patch Test): permite determinar sensibilização mesmo na ausência de IgE específica (resposta positiva representa reação imunológica mediada por linfócitos T ou reação de fase tardia mediada por IgE
- Teste de provocação oral na suspeita de alergia alimentar
Dermatite Atópica - Complicações
Infecção
- Herpes simples ou varicela-zoster
- S. aureus
Aumento de exsudação, fissuras periauriculares, pústulas superfficiais e crostas são indicadores clínicos de infecção secundária
Dermatite Atópica - Tratamento não farmacológico
- Educação do paciente e familiares (explicar caráter crônico e recidivante da doença, bem como fatores desencadeantes)
- Hidratação: usar hidratantes ainda com a pele úmida após o banho, a base é com uso de emolientes, pelo menos 2x/dia
- Higienização da pele (preferir Sindets: sabonetes sintéticos com pH neutro ou levemente ácido)
- Banhos devem ser mornos (27-30ºC) com duração de 5-10 minutos, usar toalha macia, sem fricção
- Controlar exposição a fatores desencadeantes (detergentes, alvejantes, sabões, amaciantes, roupas sintéticas, cloro de piscina, fumaça de cigarro, poluentes, ácaros…)
Dermatite Atópica - Tratamento farmacológico
- Corticoides tópicos: inibem a atividade das células dendríticas e dos linfócitos, diminuindo a síntese de interleucinas
Fase aguda: creme ou loções
Fase de liquenificação: pomadas
Iniciar logo no surgimento das lesões (1-2x/dia)
Duração: alguns dias a semanas
Evitar região genital, dar preferência para baixa ou média potência
Efeitos colaterais: atrofia cutânea, estrias, alteração de pigmentação, fragilidade vascular - Imunomoduladores tópicos: podem ser usados nos surtos, mas não são a 1ª escolha
Pimecrolimo (Elidel® em >3m) e Tacrolimo (Protopic® em >2 anos)
Aplicar 2x/dia no início da lesão e manter no máximo até 1 semana após desaparecimento das lesões
Tem maior segurança que o corticoide para ser usado em face, genitais e áreas próximas a mucosas
1ª opção em lesão nas pálpebras - Anti-histamínicos (1ª geração pode ajudar no sono)
- Controle do prurido: capsaicina, agonistas de receptores canabinoides
- Casos graves e refratários: imunossupressão sistêmica com ciclosporina
Marcha atópica - história clássica
Dermatite atópica nos primeiros meses de vida (pode estar relacionada com sensibilização alimentar). O pico de prevalência é nos primeiros anos, depois tende a diminuir.
Após, sensibilização aos aeroalérgenos e a criança desenvolve sibilância.
Depois surge o quadro de rinite e asma. A prevalência de rinite e asma aumenta conforme a gravidade do quadro de dermatite atópica
Dermatite de Contato por Irritante Primário - características
- É causada por um dano direto do agente irritante
- Lesões são restritas ao local de contato
Dermatite de Contato por Irritante Primário - Por irritantes absolutos
- Pode desencadear o quadro logo no primeiro contato
- Lesão: vesículas, bolhas, ardor e calor local
- Prurido é discreto ou ausente
- Ex. Irritantes absolutos: ácidos ou álcalis fortes
Dermatite de Contato Alérgica - Características
- Reação imunológica tipo IV
- Inicialmente ocorre a sensibilização e após, os linfócitos sensibilizados estimulam a produção de mediadores inflamatórios, levando ao eczema
- A reexposição pode ocorrer por diversas vias, como a transepidérmica e a sistêmica (parenteral, inalação, ingestão…)
Dermatite de Contato Alérgica - Fatores predisponenetes
- Fatores individuais: integridade cutânea, local de exposição, pressão, fricção, tempo de exposição, pH da pele
- Fatores da substância: baixo peso molecular, concentração e alcalinidade
- Substâncias mais comuns: metais, perfumes, calçados, medicamentos tópicos, cosméticos
- alérgeno mais comum é o níquel
Dermatite de Contato - Diagnóstico
História clínica
Teste epicutâneo pode ser realizado
Dermatite de Contato - Tratamento
- Eczemas agudos:
Compressas frias
Corticoides tópicos
Inibidores da Calcineurina
Dermatoses eritemato-escamosas - Nome da principal patologia
Dermatite Seborreica
Dermatite Seborreica - Epidemiologia
- Acomete de 2-5% da população
- Na pediatria acomete os dois extremos: crianças no primeiro ano de vida e adolescentes
Dermatite Seborreica - Característica da lesão
- Placa eritematosa com escamas amareladas de aspecto oleoso
- Localização: regiões ricas em glândulas sebáceas (couro cabeludo, região central da face, áreas intertriginosas)
- Não há prurido! Ou é discreto
*No lactente, a lesão do couro cabeludo é chamada de Crosta Láctea
Dermatite Seborreica - Fisiopatologia
- Não está bem estabelecida
- Aumento da atividade das glândulas sebáceas por exposição aos andrógenos
- Presença de Malassezia furfur parece estar relacionada com a doença
- No adolescente é aceito que o estímulo hormonal seja o desencadeante
Dermatite Seborreica - Clínica no lactente
- Crosta láctea observada no RN ou lactente
- Lesões com escamas graxentas ou oleosas
- Lesão também pode surgir na sobrancelha
- Principal local acometido é o vértice e a fronte
- Tem resolução espontânea no primeiro ano de vida
- Não há prurido ou é discreto!
*existe uma forma disseminada, eritrodérmica nos primeiros 3 meses de vida
Dermatite Seborreica - Clínica no pré-adolescente e adolescente
- Localização: face, sulco nasolabial e retroauricular
- Couro cabeludo pode haver descamação fina (caspa)
- Prurido pode ser ausente ou acentuado
- Pode acometer cílios e cursa com eritema e escamas amareladas (Blefarite)
- Quadro não é autolimitado e tem caráter crônico recidivante
Dermatite Seborreica - Diagnóstico
Clínico
Dermatite Seborreica - Tratamento
- Uso de substâncias para amolecer e permitir a remoção das escamas: vaselina, óleo mineral, óleo de amêndoas…)
Nos lactentes costuma ser o suficiente - Medicamentos tópicos
Sabonetes e Xampus a base de enxofre ou ácido salicílico 3-5%, Xampus de Cetoconazol 2% - duração é determinada pela resposta ao uso
Cetoconazol 2% creme 1x/dia por 1-2 semanas
Hidrocortisona 1% creme pode ser usada em casos mais resistentes
Inibidores da calcineurina também são opções para casos mais resistentes
Qual o tumor vascular benigno mais comum na infância?
Hemangioma
Classificação das lesões vasculares
- Malformações vasculares: erros na morfogênese (capilares, venosas, arteriais, linfáticas ou mistas). Podem ser simples, combinadas, de vasos maiores ou associadas com outras anomalias
- Tumores vasculares: proliferação de células endoteliais. Pode ser benigno, localmente agressivos (borderline) ou malignos
- Ex. Hemangioma
Hemangioma da Infância - Epidemiolgia
- Acomete 3-10% de toda a população
- Mais comum em meninas
- Mais comum em RN MBP (23-30% dos RN <1.000g) e quando há relato de biópsia de vilo coriônico
Hemangioma da Infância - Fisiopatologia
- Não é totalmente esclarecida
- Desequilíbrio na angiogênese, com proliferação aumentada e remodelamento dos elementos vasculares
- Há teorias que defendem alterações intrínsecas das células endoteliais
- Recentemente foi aventada a hipótese de relação com hipóxia antenatal