Cardiopatias Congênitas Flashcards
Qual a cardiopatia congênita mais comum?
Comunicação Inter-Ventricular
30-35% casos (2º Nelson)
Quais são os “bypass” presentes da circulação fetal?
Ducto Venoso
Forame Oval
Canal Arterial
Quais são as Cardiopatias Congênitas Acianóticas
CIA CIV PCA DSAV Coarctação da Aorta
Mecanismos fisiopatológicos envolvidos nas Cardiopatias Acianóticas
- Sobrecarga de Volume
Shunt E->D acarretando em hiperfluxo pulmonar - Sobrecarga de Pressão
Obstrução nas vias de saída (principalmente ventricular)
Relação Qp/Qs
Qp: fluxo pulmonar
Qs: fluxo sistêmico
Qp/Qs = 1: normal
Qp/Qs > 1: shunt E->D
Cardiopatias congênitas acianóticas que cursam com sobrecarga de volume
CIA CIV PCA DSAV Drenagem anômala das veias pulmonares
Formação do Septo Interatrial
- SIA é formado por 2 folhetos diferentes:
Septo primum: forma no fim da 4ª semana de gestação, surge no teto do átrio e vai em direção aos coxins endocárdicos (tem perfurações em sua estrutura)
Septo secundum: surge da parte anterior para a parte posterior do coração e é incompleta (não divide os átrios), funciona como uma válvula - A união desses folhetos acontece após o nascimento, com o aumento da pressão no AE que empurra o septo primun contra o septo secundum
CIA - Epidemiologia
- Frequência 1:1.500 nascimentos
- 6-9% das cardiopatias congênitas
- Predomínio no sexo feminino 2:1
- Na maioria das vezes, defeito esporádico (sem relação com história familiar de doença cardíaca congênita)
CIA - Tipos
- CIA tipo ostium secundum (ou fossa oval):
Mais comum (80% casos)
Defeito no local da fossa oval - CIA tipo ostium primum:
Defeito no término da formação do septo primum + coxim endocárdico - CIA seio venoso:
Defeito próximo à desembocadura da veia cava superior
Costuma associar com drenagem anômala parcial das veias pulmonares
CIA - porquê não é comum alterações na ausculta nos primeiros meses de vida
No início da vida, o VD não é tão complacente ao enchimento diastólico e a resistência vascular pulmonar ainda é alta, o que torna o shunt E->D menor e não altera a ausulta
CIA - Clínica
- Maioria é assintomática
- Pode haver: dispneia, palpitações, fadiga aos esforços, infecções respiratórias de repetição e déficit de ganho ponderal
CIA - Exame Físico
- Desdobramento fixo e amplo da 2ª bulha
- Sopro Sistólico mais audível em BEE média e alta (pela estenose pulmonar relativa)
- Pode haver Sopro Diastólico tipo Ruflar em foco tricúspide (pela estenose tricúspide relativa em casos de CIA ampla)
Desdobramento fisiológico da 2ª bulha
Na inspiração há aumento do retorno venoso -> aumento do volume no AD e VD -> aumento no tempo de ejeção do VD -> distanciamento do componente pulmonar do aórtico da 2ª bulha
CIA - Rx tórax
- Achados variam com a magnitude do shunt
- Aumento de AD e VD
- 2º arco E proeminente (aumento da artéria pulmonar)
- Aumento circulação pulmonar (vasos nítidos até a periferia)
CIA - ECG
- Sobrecarga de VD
- Desvio eixo para direita
- Sobrecarga de AD (CIA maiores)
- Distúrbio na condução do ramo direito
CIA - ECO
- Faz o diagnóstico
- Avalia repercussão
Aumento de câmaras direitas
Fluxo Qp/Qs
CIA - Cateterismo
- Raramente indicado
- Pode ser feito para realizar tratamento com fechamento do defeito
CIA - tratamento
- CIA tipo ostium secundum pode fechar espontaneamente até os 5 anos de idade e quando for pequeno (<8mm)
- Indicação de tratamento:
Qp/Qs >2
Presença de sintomas
*pode ser feito por cirurgia ou percutâneo (ostium secundum) - CIA pequenos e sem repercussão não tem necessidade de intervenção
Formação do Septo Interventricular
- Surge uma membrana muscular grossa no assoalho do ventrículo, que segue em direção ao coxim endocárdico (separa parcialmente os ventrículos), deixando uma comunicação o forame interventricular
- Na 5ª semana de gestação há a formação do septo aorticopulmonar, que separa a artéria aorta da pulmonar e ele é incorporado ás paredes dos ventrículos definitivos
No VD: cone arterial (infundíbulo)
No VE: paredes do vestíbulo aórtico
CIV - Epidemiologia
- É a cardiopatia congênita mais comum
- 30-35% de todos os casos
- Pode ser isolada ou estar associada a outras anomalias
CIV - Subtipos
- Perimembranosa (mais comum - 70% dos casos)
Afeta a porção posteroinferior do septo interventricular, anterior à valva tricúspide - Supracristal:
Fica superior à crista supraventricular - Muscular:
Fica na porção média ou apical do septo muscular
Pode ser um defeito único ou múltiplo (tipo queijo suíço)
CIV - Restritiva x Não Restritiva
- Restritiva (<5cm²):
O que limita o shunt é o tamanho da CIV - Não restritiva (>1cm²):
O que determina a intensidade do shunt é a relação entre a resistência vascular sistêmica e pulmonar
CIV - Clínica
- Vai depender da intensidade do shunt E->D (da relação Qp/Qs)
- Normalmente quando tem sintomas, eles aparecem no fim do 1º mês de vida (com a queda da pressão pulmonar)
- CIV pequena:
Qp/Qs: 1-1,5
Assintomático, bom desenvolvimento e ganho ponderoestatural
Dx a partir do exame físico
- CIV moderada / ampla: Qp/Qs: 1,5-2 / Qp/Qs > 2 Hiperfluxo pulmonar Sobrecarga ambos os ventrículos Insuficiência cardíaca, dispneia, baixo ganho ponderoestatural e infecções pulmonares de repetição
CIV - Exame Físico
- Ictus do VE deslocado lateral e inferiomente
- Frêmito paraesternal na BEE
- Componente pulmonar da 2ª bulha é hiperfonético (hipertensão pulmonar)
- Sopro holossistólico (menos rude em CIV ampla e mais rude em CIV pequena)
- Pode ter sopro mesodiastólico eem foco mitral (aumento do fluxo pela valva mitral)
Síndrome de Eisenmenger
O hiperfluxo pulmonar induz um remodelamento do leito vascular pulmonar, levando a hipertrofia da camada média, intimal e obliteração da luz,o que leva ao aumento da resistência vascular pulmonar e inversão do shunt que antes era E->D, agora passa a ser D->E, ocorrendo cianose
Ex: CIV, PCA, DSAV, CIA (menos comum)
Hiperfluxo pulmonar -> Remodelamento -> Hipertensão pulmonar -> Cianose
CIV - Rx tórax
- Cardiomegalia: aumento biventricular, AE e Artéria Pulmonar
- Aumento da trama vascular pulmonar
CIV - ECG
- Pequena: normal
- Moderada: sobrecarga de AE e VE
- CIV grande:
Sobrecarga ventrículos e AE
Ondas R e S amplas em V3 e V4
Onda P bifásica em D1
CIV - ECO
- Faz diagnóstico
- Avalia a magnitude do shunt
- Pressão no VD estima o risco de desenvolver doença vascular pulmonar