Conjuncao Flashcards
Esta coisa é a mais difícil de uma pessoa entender. Insista. Não desanime. Parecerá óbvio. Mas é extremamente difícil de se saber dela.
Pois envolve o tempo. Nós dividimos o tempo quando ele na realidade não é divisível. Ele é sempre e imutável. Mas nós precisamos dividi-lo. E para isso criou-se uma coisa monstruosa: o relógio. Não vou falar sobre relógios. Mas sobre um determinado relógio. O meu jogo é aberto: digo logo o que tenho a dizer e sem literatura. Este relatório é a antiliteratura da coisa. O relógio de que falo é eletrônico e tem despertador. A marca é Sveglia, o que quer dizer “acorda”. Acorda para o que, meu Deus? Para o tempo. Para a hora. Para o instante. Esse relógio não é meu. Mas apossei-me de sua infernal alma tranquila. Não é de pulso: é solto portanto. Tem dois centímetros e fica de pé na superfície da mesa. Eu queria que ele se chamasse Sveglia mesmo. Mas a dona do relógio quer que se chame Horácio. Pouco importa. Pois o principal é que ele é o tempo.
(LISPECTOR, Clarice. O relatório da coisa. In:
Onde estivestes de noite. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980, p. 75)
As conjunções presentes em não é de pulso: é solto Portanto e em Pois o principal é que ele é o tempo expressam, respectivamente, ideias de Alternativas A explicação e confirmação. B explicação e conclusão. C conclusão e confirmação. D conclusão e explicação. E confirmação e conclusão.
GAB D
Portanto: Conclusivo
Pois antes do verbo: Explicativo
Pois depois do verbo: Conclusivo
(131)
Depreende-se das orações que compõem a frase Se o predador estivesse capaz já o teria mordido avidamente (1º parágrafo) uma relação de
Alternativas
A
passividade, expressa pela partícula apassivadora se.
B
condição, expressa pela conjunção subordinante se.
C
passividade, expressa pelo pronome pessoal se.
D
reflexividade, expressa pelo pronome pessoal se.
E
condição, expressa pela conjunção integrante se.
Gabarito na alternativa B
Solicita-se indicação da assertiva correta. Não há polêmica ou incorreção na questão.
“Se o predador estivesse capaz já o teria mordido avidamente” (1º parágrafo)
A) passividade, expressa pela partícula apassivadora se.
Incorreta. A partícula “se” atuará como apassivadora quando ligada a verbo transitivo direto, formando estrutura de voz passiva sintética, caso que não se observa na questão;
B) condição, expressa pela conjunção subordinante se.
Correta. O termo “se” é conjunção subordinativa adverbial condicional, introduzindo na passagem oração subordinada adverbial de mesma classificação:
“O predador já o teria mordido se estivesse capaz.”
C) passividade, expressa pelo pronome pessoal se.
Incorreta. Consoante assertiva A;
D) reflexividade, expressa pelo pronome pessoal se.
Incorreta. A reflexividade é externada quando a forma pronominal aglutina-se ao verbo indicando que a ação recai sobre o próprio sujeito, fato não observado na presente construção;
E) condição, expressa pela conjunção integrante se.
Incorreta. Embora a relação seja de fato condicional, o termo em destaque é conjunção subordinativa adverbial, não integrante como afirma a assertiva.
Por fim esclareço equivoco presente nos comentários: não há óbice ao uso de conjunção em início de períodos, fato que ocorre com os pronomes oblíquos. A construção em tela, pelo fato de ser iniciada por conjunção, não encontra incorreção.
(55)
O valor semântico da conjunção sublinhada está corretamente indicado em:
Alternativas
A
“Faz todo o sentido, portanto, acautelar-se…” / explicação.
B
“Se falar com sotaque nordestino…” / adição.
C
“Pesquisa feita em São Paulo, contudo, mostra…” / conclusão.
D
“Como já observou Albert Einstein…” / comparação.
E
“Mas, por mais frágil que fosse a pesquisa…” / adversidade.
a) Pois/portanto entre vírgulas é conclusivo, não explicativo;
b) “Se” traz ideia de condição. Basta substituir por “caso”, por exemplo;
c) “Contudo” é nexo adversativo;
d) “Como”, nessa frase, tem sentido de conformidade. Basta substituir por “segundo”, por exemplo,
E) GABARITO.