Competências - teste 2 Flashcards
O que é a resiliência académica?
Capacidade do estudante para lidar de forma eficiente com contratempos académicos, ansiedade e pressão do estudo.
O que disse Masten, em 2001, sobre pessoa resilientes?
Pessoas resilientes têm a capacidade de enfrentar , superar ou recuperar de graves ameaças ou barreiras académicas.
Tornar-se resiliente implica…
- manter-se envolvido e resistente, com alcance de resultados académicos, mesmo enfrentando adversidades
-lidar com pequenas mas várias adversidades, em termos motivacionais e de comportamento
Qual a origem da teoria da resiliência?
Na passagem de 1970 para 1980, pesquisadores americanos e ingleses estudaram o fenómeno de pessoas que permaneciam saudáveis apesar de expostas a severas adversidades - foram consideradas pessoas invulneráveis (mais tarde, resilientes)
Etimologicamente, a resiliência…
deriva da noção de física da resistência dos materiais (capacidade de uma material de “absorver energia na região elástica”, sendo capaz de voltar à forma original, quando finda a causa da sua deformação.
Sobre abordagem do risco e abordagem da resiliência…
Da abordagem do risco, com foco nos fatores e resultados negativos do desenvolvimento e da vulnerabilidade, à abordagem da resiliência, da força do ego, dos fatores de resistência ao stress, do estudo do coping (saber lidar com circunstâncias adversas ou stressantes).
Como surgiu o estudo da resiliência?
A resiliência tornou-se um campo de estudo dinâmico e extenso a partir da primeira pesquisa na infância. Hoje em dia, é estudada ao longo de toda a vida, em diferentes grupos etários da população.
Qual é o pressuposto da resiliência?
Os indivíduos que recuperam após um trauma significativo e continuam a ser positivos no seu funcionamento apesar das circunstâncias adversas, são resilientes por natureza.
Qual é o foco da teoria da resiliência?
A teoria da resiliência coloca o nosso foco no desenvolvimento psicológico e social positivo associado a processos sociais e a características individuais (Ungar, 2008)
Descreve a teoria da resiliência de Richardson (2002)
- O processo que leva à resiliência começa na nossa “zona de conforto” (estado de homeostase bio-psico-espiritual), ou seja, um estado de equilíbrio mental e físico.
-Posteriormente, quando um indivíduo carece de fatores de proteção adequados para protegê-lo contra fatores de stress, eventos de vida desfavoráveis e adversários, ocorre então uma perturbação do estado homeostático.
-Nesse momento, os indivíduos iniciam o processo de recuperação do equilíbrio e do bem-estar, após uma interrupção.
Neste processo existem 4 resultados possíveis:
-reintegração disfuncional
-reintegração homeostática
-reintegração com perdas
-reintegração resiliente
Quais são as 3 correntes relativas à noção de resiliência?
-corrente norte-americana
-corrente europeia
-corrente latino-americana
Descreve a corrente norte-americana relativa à noção de resiliência
Pragmática, centrada no indivíduo, avaliação da resiliência com dados observáveis e quantificáveis, com foco behaviorista ou ecológico transnacional.
A resiliência como produto da interação entre o sujeito e o meio onde está inserido.
Descreve a corrente europeia relativa à noção de resiliência
Perspetiva ética, foco psicoanalítico, valoriza a visão do sujeito na avaliação da resiliência: a resposta da pessoa é”tecida” a partir da dinâmica psicológica da pessoa, o que possibilita uma narrativa íntima e uma narrativa externa sobre a própria vida.
O que afirma a teoria da resiliência de Linkov, et al., (2013)?
-Um sistema resiliente é aquele que, quando perturbado, prepara, absorve, recupera e se adapta positivamente.
-Esta teoria sugere ainda que os fatores de proteção (e.g. capital social, apoios sociais e institucionais) são cruciais para ajudar os indivíduos a enfrentar e responder positivamente às adversidades que encontram nos seus ambientes.
-Os mecanismos de proteção são muito importantes porque fazem com que os indivíduos enfrentem bem os desafios imprevistos em casos em que outros facilmente desistiriam ou respondem negativamente.
Lee e Park (2002)
Reiteram que os estudantes que demonstram forte resiliência desenvolvem um ajustamento positivo a ambientes académicos novos e ameaçadores, como as instituições de ensino superior.
Tran et al., (2023)
A resiliência académica é um fator importante na gestão dos sintomas de burnout entre estudantes internacionais em universidades estrangeiras.
Uzoma et., (2002)
A resiliência académica está positivamente correlacionada com o desempenho académico - os alunos mais resilientes apresentam melhores mecanismos de enfrentamento em novos ambientes de aprendizagem.
Lytle e Shin (2022)
Reiteram que a resiliência é importante porque faz com que os alunos ganhem proteção contra questões desafiadoras que encontram nas universidades - aqueles que demonstram forte resiliência são capazes de ter melhores mecanismos de adaptação em novos ambientes.
Brittmann (2021)
Demonstrou que os alunos com desempenho académico mais elevado e satisfação com a vida elevada registam forte resiliência.
Kapikiran e Acun-Kapikiran (2016)
Argumentam que os alunos universitários com saúde mental estável são aqueles que demonstram resiliência elevada e isso faz com que desenvolvam competências para se ajustarem a novos ambientes de aprendizagem.
Tamannaeifa e Shahirzaei (2019)
Argumentaram que os alunos com melhores estilos de resposta aos desafios, focados na resolução de problemas, são aqueles que apresentam resiliência positiva. Além disso, os estudantes resilientes tendem a evitar o uso de estratégias de enfrentamento focados nas emoções quando enfrentam desafios difíceis em novos ambientes.
Dong et al., (2021)
Mostraram que o ajustamento e atenção plena entre os alunos do primeiro ano nas universidades depende fortemente da resiliência académica.
Maqsood et al., (2023)
Os estudantes resilientes são capazes de se envolver em atitudes positivas que, eventualmente, promovem a sua adaptação a circunstâncias desafiantes nas universidades.
Ershadi (2020)
Argumenta que o ajustamento ao trabalho escolar é determinado pelo nível de envolvimento académico e resiliência entre os alunos.
Rodrígues-Fernández, et al., (2018)
Argumentam que a resiliência e o bem-estar fornecem o impulso interno, que faz com que os alunos tenham envolvimento e desempenho nas universidades.
Num estado relacionado, Hezarian et al., (2021)
Indicam que o ajustamento social dos estudantes depende da sua resiliência e atitudes, independentemente do sexo a que pertença.
Sevilla-Dominguez e Sumbilla (2021)
Argumentam que mecanismos de enfrentamento positivos fazem com que os alunos tenham melhor adaptação nas universidades.
Além disso, Kazmi e Muazzam (2020)
Argumentam que a resiliência faz mediação entre a depressão e a má saúde mental dos estudantes universitários.
Romano et al., (2021)
Reiteram que a resiliência contribui para um melhor envolvimento académico e estabilidade emocional entre os estudantes, em novos ambientes académicos, especialmente nas universidades.
Fullerton, et al., (2021)
Relatam que o bem-estar mental dos alunos depende dos níveis de resiliência académica, e de outros fatores intrínsecos.
Relativamente às intervenções para promover a resiliência em estudantes universitários
As intervenções podem ser realizadas em contexto universitários, extracurricular ou infusas no currículo, transversais ou longitudinais.
Quais são as atividades de intervenção mais comuns?
-Gestão do stress com relaxamento
-Abordagem cognitivo - comportamental com confronto de crenças irracionais e disputa de pensamentos.
-Abordagem psicoeducacional com informações e compreensão das causas e consequências do stress
Há um fomento dos…
Recursos pessoais: protetores, gestão de pensamentos e sentimentos (e.g. autoconceito, autoestima, personalidade, autoeficácia, otimismo, persistência, vigor, felicidade, atividades de lazer, empoderamento, auto-cuidado, pedir ajuda, auto-reflexão guiada)
Recursos interpessoais: obtenção de meios, reações, feedback e recompensa/apoio social (e.g. gestão de conflitos, trabalho em equipa)
Recursos contextuais: apoio social, redes sociais, modelos positivos de comportamento.
Gestão pessoal de carreira (GPC)
-Precisaremos de tomar a iniciativa e regular a(s) nossa(s) ação(ões), fazendo uso de um conjunto de comportamentos, relacionados entre si e afetados por fatores pessoais e contextuais.
-A GPC é diferente para cada pessoa. Porém, a investigação mostra que a adoção de certos comportamentos aumenta a probabilidade de alcançar melhores resultados.
Quais são as etapas da GPC?
- A/B: recolher informação de si e do meio -e.g. análise SWOT (strengths, weaknesses, opportunities, threats)
-C: formular objetivos SMART (específicos, mensuráveis, atingíveis, realistas limitados no tempo)
-D: desenvolver estratégias em prol dos objetivos (e.g. formações, networking, priorizar)…ponderar oportunidades e barreiras, formular um plano B
-E: implementar estratégias/agir
-F/G: monitorizar o processo (estamos próximos do objetivo?)
-H: avaliamos (e.g. preciso de reformular algo? Estratégia?Objetivo?)…posso manter o curso de ação? posso alterar o curso de ação (reinicio o processo)?
O processo da GPC é um processo…
-circular
-efetuado ao longo do ciclo de vida
-aplicado aos diferentes papéis de vida (e.g. estudo, trabalho, família, lazer…)
-não ocorre no vácuo:
- fatores ambientais
(socioeconómicos, cultura
e expectativas)
- influência mútua entre
papéis
- características pessoais
(e.g. motivação)
Que tipos de antecedentes do processo de GPC existem?
-antecedentes contextuais
-antecedentes pessoais
Os antecedentes contextuais envolvem…
Suporte social (amigos, família, supervisores)
Suporte institucional
- apoio ao desenvolvimento da carreira do trabalhador (i.e. funcionário, estudante)
-inclusão e igualdade
Barreiras percebidas
-pressões
-expectativas sobre o indivíduo
Macro-contexto
-valores culturais, crenças (carreira de sucesso?), políticos
Intervenções psicológicas
Os antecedentes pessoais envolvem…
Personalidade
-traços que facilitam (extroversão, conscienciosidade)
Estratégias sociodemográficas
-sexo, etnia
Estados motivacionais
-expectativas de resultado/experiências prévias
-autoeficácia (≠autoestima)
-calling (“chamamento”)
-orientação proteana de carreira
O que é a orientação proteana de carreira?
“Um mindset acerca da carreira, nomeadamente uma atitude face à carreira que reflete liberdade, agência e tomada de decisão com base em valores pessoais” (Briscoe&Hall, 2006, p.6)
O que é a auto-direção?
O indivíduo adapta-se, respondendo às exigências do meio.
Metacompetência: adaptabilidade
O que são valores?
O indivíduo avalia o sucesso na carreira com base em valores pessoais.
Metacompetência: consciência identitária
Nota que…
Diferentes pessoas têm diferentes perfis de orientação proteana
Tabela…
Autodireção +/ Valores + =
proteano
Autodireção +/ Valores - =
reativo
Autodireção -/ Valores + =
rígido
Autodireção -/ Valores - =
dependente
O que significa ser rígido?
Dificuldade em moldar/adaptar a carreira às exigências do meio
O que significa ser reativo?
Dificuldade em orientar a carreira
O que significa ser dependente?
Dificuldade em estabelecer prioridades ou gerir de forma ativa e autónoma a carreira
Quais são as implicações da orientação proteana de carreira
Possível necessidade de promover a agência e/ou reflexão pessoal sobre os valores de cada um. Por exemplo:
- agência: envolver o indivíduo na formulação de objetivos e de um plano de carreira (modelar o processo)
- valores: incentivar e guiar a exploração de valores pessoais
Quais são as modalidades de intervenção na orientação proteana de carreira?
-Intervenção individual
-Intervenção em grupo
-Integração curricular
Explorar valores pessoais…
-Os valores são a expressão moral, afetiva, social e cultural que nos é transmitida pelo processo de socialização
-Constituem dimensões às quais damos importância, condicionando as nossas atitudes e comportamentos
-São dinâmicos → ao longo da vida, a importância dada a certos aspetos pode oscilar
Quais são os valores?
Económico, promoção, prestígio, autoridade, realização, estilo de vida, autonomia, criatividade, variedade, uso das capacidades, desenvolvimento pessoal, altruísmo, estético, interação social e relações sociais, risco, fazer atividade física, condições de trabalho.