CIRURGIA DOR ABDOMINAL Flashcards

1
Q

Quais os 4 primeiros passos na abordagem do abdome agudo?

A

1) Avaliar se existe algum sinal de instabilidade hemodinâmica -> avaliar os sinais vitais (FC, FR, PA, SAT O2 etc) e nível de consciência -> se necessário, obter acesso venoso periférico; monitorização cardíaca; suplementação de O2 se necessário
2) Aliviar os sintomas com anaglésicos e antieméticos -> opioides em doses tituladas; AINE; metoclopramida
3) Excluir gravidez e doenças pélvicas nas mulheres -> BHCG; interrogar sobre DUM
4) Definir se o tratamento é clínico ou cirúrgico

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2
Q

Qual a fisiopatologia da Pancreatite Aguda?

A

Teoria mais aceita:

Ativação das enzimas pancreáticas ainda no interior do órgão (autodigestão), sendo este o evento responsável por todas as demais alterações

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3
Q

Quais as 2 principais etiologias para Pancreatite aguda?

A
  • Litíase Biliar -> a passagem do cálculo do coledócolo para o duodeno através da ampola de Vater, ocasionaria uma hipertensão no sistema ductal pancreático
  • Álcool
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4
Q

Principal manifestação clínica da pancreatite aguda

A
  • Dor abdominal intensa (em barra) que geralmente irradia para o dorso
  • Náuseas e vômitos
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5
Q

Caracterize os sinais de Cullen e Gray Turner encontrados na pancreatite aguda (necrohemorrágica)

A

Sinal de Cullen -> equimose na região periumbilical

Sinal de Gray Turner -> equimose nos flancos

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6
Q

Achados laboratoriais da Pancreatite aguda?

A

— Leucocitose

  • Amilase sérica (3x maior do que o limite superior de normalidade)
  • Lipase sérica (maior ESPECIFICIDADE no diagnóstico) -> (>3x o limite sup de normalidade)
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7
Q

Quais exames de imagem fazem o diagnóstico de pancreatite aguda?

A
  • USG abdominal (já que a litíase biliar é sua causa mais comum)
  • TC de Abdome: ideal para delinear o pâncreas. -> avaliar presença de coleções fluidas pancreáticas e peripancreáticas; borramento de gordura perirrenal e peripancreática.
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8
Q

Como abordar o paciente com pancreatite aguda?

A

1) Definir a causa
2) Gravidade da pancreatite
3) Definir o tratamento
4) Antes da alta hospitalar -> colecistectomia videolaparoscópica (origem biliar)

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9
Q

Como fazer a classificação de gravidade na pancreatite aguda?

A

Pelo escore de RANSON;

Maior ou igual a 3 já caracterizam como grave

Parâmetros que são avaliados (alguns)

Idade > 70 anos
Leucocitose > 18000
Glicose > 220
LDH> 400
AST>250
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10
Q

Tratamento Da Pancreatite aguda LEVE (maioria)

A

Repouso

Dieta zero

Analgesia

Antieméticos

Infusão de líquidos e eletrólitos

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11
Q

Tratamento da pancreatite grave:

A

Dieta zero
Repouso
Analgesia
Antieméticos

Reposição volêmica: tratamento imediato da hipovolemia e choque, com a infusão de GRANDES volumes de soluções cristaloides (Ringer Lactato)

Providenciar vaga no CTI

Nutrição enteral -> cateter nasogástrico após 72h de internação ou nutrição parenteral total

Considerar a abordagem das vias biliares

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12
Q

Iniciando a dor no abdome inferior:

Qual a fisiopatologia da apendicite aguda?

A

Obstrução do lúmen apendicular, sendo as principis causas:

Fezes endurecidas, sejam fecalitos ou apendicolitos (PRINCIPAL)

Hiperplasia dos folículos linfoides

Neoplasias

Parasitas

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13
Q

Por quê a dor na apendicite aguda primeiramente é periumbilical depois migra para a fossa ilíaca direita?

A

A obstrução do lúmen leva ao acúmulo de secreção com supercrescimento bacteriano -> aumento de pressão intraluminal e distensão do apêndice -> condução do estímulo álgico pelos nociceptores viscerais apendiculares, causando dor -> como a inervação do apêndice é a mesma do que todo intestino médio, inicialmente a dor é periumbilical vaga em mesogastro

Em um segundo momento, a obstrução leva ao comprometimento do retorno venoso e linfático, gerando isquemia do órgão -> inflamação atinge o peritônio parietal -> como os receptores de dor acionados nesse momento são de inervação somática, e não visceral, a dor passa a ser melhor qualificada e localizada -> Na FID!

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14
Q

O que é o apêndice?

A

Estrutura tubular e alongada, fixada ao ceco em sua porção posteromedial, na confluência das tênias colônicas

Localização mais comum: RETROCECAL

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15
Q

Manifestação clínica apendicite aguda:

A
  • Inicialmente uma dor abdominal vaga, geralmente periumbilical
  • Anorexia e náuseas
  • Após 12-24h, a dor migra para a FID, localizando-se no ponto de Mc Burney (situado no terço médio de uma linha imaginária traçada da espinha ilíaca anterossuperior até o umbigo)

+ sinais clássicos:

Sinal de Blumberg: dor de maior intensidade com a descompressão súbita do abdome, indicativa de peritonite

Sinal de Rovsing: dor na FID após compressão da FIE (pelo deslocamento do ar em difereção à FID)

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16
Q

Diagnóstico apendicite aguda

A
  • Essencialmente CLÍNICO
  • O grande valor do laboratório é sugerir perfuração (leucocitose > 20.000 céls)
  • TC de Abdome (sensibilidade de 90-100% e alta especificidade) -> MAIS utilizado
17
Q

Tratamento da apendicite aguda

A

Caso simples e precoce (<48h):

1) Hidratação + correção de distúrbios hidroeletrolíticos
2) Antibioticoprofilaxia
3) Apendicectomia videolaparoscópica

Caso complicado ou tardio (> 48h): realizar exame de Imagem -> TC DE ABDOME :

Presença de fleimão ou pequenos abscessos (<4 cm): ATB + colonoscopia (4-6 sem) + apendicectomia tardia (6-8 sem)

Presença de grandes abscessos (> 4-6 cm): ATB + drenagem percutânea
Colonoscopia 4-6 sem depois (excluir colite e neoplasia)
Apendicectomia tardia

18
Q

Manifestação da doença diverticular do cólon

A

Idosos

Maioria assintomática

Acometendo sigmoide

Associado a uma dieta pobre em fibras (aum. da pressão colônica gerando herniação da mucosa)

19
Q

O que é a diverticulite e suas manifestações clínicas?

A
  • complicação mais frequente da doença diverticular
  • inflamação pericolônica (fora do cólon ou do divertículo) causada pela perfuração de um ou mais divertículos
  • “apendicite no lado esquerdo no idoso”
20
Q

Diagnóstico diverticulite aguda

A

CLÍNICO

Associado ou não a TC de Abdome

Evitar colonoscopia -> fazer após 4-6 semanas

21
Q

Defina a classificação de Hinchey na diverticulite aguda

A

A apresentação clínica da diverticulite aguda segue uma determinada evolução:

CLASSIFICAÇÃO DE HINCHEY

Estágio 0: diverticulite não complicada;
Estágio 1: abscesso pericólico ou mesentérico
Estágio 2: abscesso pélvico
Estágio 3: peritonite purulenta
Estágio 4: peritonite fecal generalizada
22
Q

Tratamento diverticulite NÃO complicada

A
  • sintomas mínimos e poucos sinais de inflamação:

DIETA LÍQUIDA SEM RESÍDUOS + ATB (com espectro para gram negativos e anaeróbios) -> ex: CIPROFLOXACINO + METRONIDAZOL

MEPERIDINA pode ser usada como analgésico pois relaxa a musculatura lisa do cólon

  • sinais de inflamação exuberantes (febre, leucocitose com desvio, descompressão dolorosa):

INTERNAÇÃO HOSPITALAR

DIETA ZERO

HIDRATAÇÃO VENOSA

ANTIBIOTICOTERAPIA PARENTERAL (cefalosporina de 3ª geração + metronidazol)

23
Q

Tratamento diverticulite COMPLICADA

A

Para abscessos pericólicos IGUAIS OU MAIORES a 4cm:

DRENAGEM guiada por TC +

ATB +

COLONOSCOPIA (APÓS 4-6 SEMANAS) +

CIRURGIA (APÓS 6-8 SEMANAS)

24
Q

Qual a técnica cirúrgica empregada se for uma cirurgia de EMERGÊNCIA?

A

Sigmoidectomia à Hartmann

25
Q

Qual a principal etiologia e clínica da Isquemia mesentérica aguda?

A

Causa principal:

  • EMBOLIA DE A. MESENTÉRICA (50%) -> suspeitar em pacientes com alguma cardiopatia emboligênica (IAM recente, FA, valvulopatia…)
  • VASOCONSTRICÇÃO (20%) -> cocaína, choque
  • TROMBOSE ARTERIAL
  • TROMBOSE VENOSA

Clínica:

  • Dor SÚBITA, intensa na região PERIUMBILICAL, DESPROPORCIONAL AO EXAME FÍSICO
  • T retal < T axilar
  • Metabolismo anaeróbio -> acidose metabólica -> Taquipneia
26
Q

Quais os exames de imagem mais usados na investigação?

A

ANGIOTC (de abdome e pelve?) -> falha no enchimento do contraste

  • Angiografia Mesentérica (padrão ouro)
27
Q

Tratamento Isquemia mesentérica aguda

A
  • suporte inicial: HV; ATB; correção de DHE
  • EMBOLIA OU TROMBOSE:
  • Heparinização -> evitar progressão da isquemia
  • Laparotomia -> Embolectomia/ Trombectomia
  • Papaverina pós operatório -> evitar vasoespasmo
  • VASOCONSTRICÇÃO: Papaverina intraarterial
28
Q

Causa, clínica, diagnóstico e TTO da isquemia mesentérica crônica

A

Causa: aterosclerose

Clínica:

  • Angina mesentérica (“comeu e doeu”
  • Emagrecimento
  • Doença aterosclerótica

TTO: Revascularização -> cirurgia: Jovens; Terapia Endovascular (stents): idosos ou comorbidades

29
Q

Clínica, diagnóstico, TTO da Colite Isquêmica

A

Isquemia colônica -> isquemia intestinal MAIS COMUM

  • idosos
  • Dor abdominal
  • Diarreia mucossanguinolenta (hematoquezia)
  • Febre
  • Diagnóstico:

Retossigmoidoscopia -> mucosa inflamada
Clister Opaco -> sinal das “impressões digitais”