Cirrose hepática Flashcards
Principais causas de cirrose hepática
- Esteatose hepática alcóolica
- Esteatose hepática metabólica
- Hepatite alcóolica
- Hepatites virais crônicas
- Hemocromatose
Sinais e sintomas comuns de cirrose hepática
- Fraqueza e fadiga
- Anorexia e perda ponderal
- Ascite e icterícia
- Hemorragia digestiva
- Ginecomastia e eritema palmar
- Teleangiectasias e circulação colateral
- Rarefação de pelos
Instrumentos diagnósticos de cirrose hepática
- Lab: Enzimas e marcadores de lesão hepática, plaquetas, coagulograma e sorologias
- Escore FIB4
- Imagem: Elastografia
- Caso anteriores inconclusivos: biópsia hepática
Complicações mais comuns de cirrose hepática
- Hipertensão portal e hemorragia digestiva
- Ascite e PBE
- Encefalopatia hepática
Valores do gradiente de pressão venosa hepática (HVPG)
- Normal: até 5
- Hipertensão portal: > 5
- Hipertensão portal clinicamente significativa: 10 ou mais
Tipos de hipertensão portal
- Pré-hepática: trombose de veia porta
- Intrahepática pré-sinusoidal: Esquistossomose
- Intrahepática sinusoidal: Cirrose hepática
- Pós-hepática: Síndrome de Budd-Chiari, IC direita, Pericardite constritiva
Profilaxia de sangramento por varizes esofágicas
- Primária:
- Se ausência de VE ou VE baixo risco: tratar hepatopatia + endoscopia a cada 1-2 anos / elastografia + plaquetas anual
- Se VE de alto risco (Child B ou C): tratar hepatopatia + BetaBloq não seletivo (propanolol) / intolerância a BetaBloq: ligadura elástica
- Secundária:
- Reintroduzir BetaBloq após 5º dia (até lá Terlipressina ou Octreotide) + programa de ligadura elástica ou escleroterapia a cada 6 semanas
Causas de ascite
- Hepáticas: Cirrose hepática, Síndrome de Budd Chiari
- Não hepáticas: IC, Síndrome nefrótica, Carcinomatose peritoneal, Pericardite constritiva
Diagnóstico etiológico de ascite
PARACENTESE DIAGNÓSTICA se ascite nova ou descompensação de quadro clínico
Análise do Gradiente de albumina Soro - albumina Ascite (GASA)
GASA ≥ 1,1 g/dL = Transudato = Hipertensão portal (80% sec. Cirrose)
GASA < 1,1 g/dL = Exsudato = Neoplasia (10%), Tb, etc.
Análise da Proteína Total do líquido ascítico
Ptn ≥ 2,5 g/dL = sinusoides íntegros = IC, Tb, Carcinomatose peritoneal
Ptn < 2,5 g/dL = lesão/obstrução de sinusoides = Cirrose, Metástase hepática, Síndrome nefrótica
Ptn < 1 g/dL = menor concentração de opsoninas = fator de risco para PBE
Manejo da ascite
- Restrição de Na: Ingesta < 2g/dia; meta de Na urinário <78
- Diuréticos ORAIS: Espironolactona (1ª escolha): 100 a 400 mg/dia;
podendo associar Furosemida 40 a 160 mg/dia - Em caso de ascite refratária, piora de função renal ou instabilidade clínica: PARACENTESE DE ALÍVIO
Reposição de albumina na paracentese de alívio
Se paracentese ≥ 5L: Repor 6 a 8g de albumina POR LITRO drenado
Definição de Peritonite Bacteriana Espontânea (PBE)
Infecção primária do líquido ascítico com ausência de qualquer outro foco infeccioso intra-abdominal, geralmente devido a translocação bacteriana
Fatores de risco para PBE
- Ptn do líquido ascítico < 1
- BT > 2,5
- PBE prévio, HD prévia, Cirrose avançada, Desnutrição, Uso de IBP, Paciente multi-invadido
Diagnóstico de PBE
Presença de neutrófilos (Polimorfonucleares) em valor ≥ 250/mm³ + cultura bacteriana positiva (geralmente monocultura: E. coli ou Klebsiella pneumoniae)
Tratamento de PBE
Se neutrófilos ≥ 250/mm³, mesmo que sem cultura positiva, tratar por 7 dias:
- Cefalosporina 3ª ger.:
Ceftriaxona 2g/dia
Cefotaxima 2g 8/8h
- Cefalosporina 2ª ger.:
Cefuroxima 1,5g 8/8h
SE cultura positiva, estender tratamento para 14 dias
- Avaliar suspensão de BetaBloq e diuréticos
- Repor albumina: 1,5g/Kg (D1) e 1g/Kg (D3) -> prevenção de síndrome hepatorrenal
Profilaxia para PBE
- Primária:
- Após hemorragia por VE, usar por 7 dias:
Norfloxacina 400mg VO 12/12h
Ceftriaxona 1g/dia
Cipro 500mg 12/12h - Ptn < 1 ou < 1,5 + disfunção renal ou hepática:
Norfloxacina, Cipro ou Bactrim por tempo indeterminado
- Após hemorragia por VE, usar por 7 dias:
- Secundária:
- Após PBE (recorrência de até 70% em 1 ano):
Norfloxacina, Cipro ou Bactrim por tempo indeterminado
- Após PBE (recorrência de até 70% em 1 ano):
Definição de Encefalopatia Hepática
Manifestações neuropsíquicas reversíveis secundárias ao acúmulo de amônia no cérebro por deficiência da depuração hepática
Critérios de West Haven para Encefalopatia Hepática
Grau I: Inversão de ciclo sono-vigília, leve alteração comportamental, euforia
Grau II: Letargia/apatia, dificuldade de movimentação, desorientação
Grau III: Sonolência/torpor, confusão mental, responde a estímulos
Grau IV: Coma
Principais fatores precipitantes de Encefalopatia Hepática
- Infecções (ITU, PBE, pele)
- HD
- Abuso de álcool
- Constipação
- Alcalose metabólica
- Hipóxia, hipoglicemia
- Hipocalemia, hiponatremia
Tratamento da Encefalopatia Hepática
Tratamento da causa precipitante +:
- Lactulose/Rifaximina ou Metronidazol (diminuir produção intestinal de NH3);
- L-ornitina L-aspartato (LOLA) -> acelerar a detoxificação da NH3