Capitulo 3 Flashcards
Caracterize o modelo clássico de produção e organização
O modelo em questão é o modelo Taylorista-fordista
Este é caracterizado por:
- sinónimo de racionalização da empresa, eficácia e eficiência
- produção em série (consumo em massa)
- produção de produtos estandardizados
- Fragmentação do trabalho
- Centralização das decisões
- Forte hierarquia
- Empresa mecanicista - empresa é um sistema fechado, sem interação com o meio envolvente.
- Toda a empresa é previsivel, pré-determinada e decomposta em movimentos simples.
- o trabalhador é visto como peças de uma máquina, sem sentimentos, sem direito à subjetividade, criatividade ou ter objetivos dentro da empresa.
- a mão de obra é não qualificada e barata
- inovação reduzida ou nula em I&D
- Competitividade assente nos preços
- Acumulação de stocks
Fatores que levaram ao esgotamento do modelo clássico
Fatores Políticos
Crise do Estado-Providência
Fatores Económicos
Economia mais instável e procura diferenciada
Fatores Socioculturais
Hábitos e preferencias alteradas
Fatores Tecnológicos
Difusão das TIC
**Fatores Laborais **
Conflitos Laborais (crise da relação salarial fordista)
Surgiu um novo paradigma, identifique-o e caracterize-o
Surgiu então o modelo orgânico flexivel
- produção flexivel
- produtos diversificados
- otimização da produtividade global
- intensa atividade de I&D
- alto grau de inovação
- concorrência baseada na qualidad, originalidade e prazos
- descentralização das decisões
- trabalhadores qualificados
- Flexibilização qualitativa e polivalência das tarefas e funções
- Compromisso, relações de confiança e cooperação
Novos modelos da organização do trabalho (NFOT), identifique-os
Neo-taylorista
Lean production/Management
Antropocêntrico/Humanista
Descreva o modelo Neo-taylorista
Consiste na combinação de princípios tayloristas de organização do trabalho e de novas tecnologias, na tentativa de adaptação ao novo contexto socioeconómico:
- uso frequente das TIC
- inserção na nova divisão internacional do trabalho, com alargamento das atividades a zonas do
mundo com salários baixos (globalização)
- práticas de flexibilidade produtiva e de flexibilidade do trabalho, com ênfase na flexibilidade numérica (ou quantitativa)
Descreva o modelo Lean Production
Usa cada vez menos, apenas o essencial
- Eliminação de todos os desperdícios (muda), isto é, de tudo o que não se traduza em valor acrescentado;
- Otimização da disposição física do layout;
- Produção just-in-time (JIT) com o objetivo de redução para o mínimo o volume de stocks (zero stock)
- Qualidade total (fazer bem à primeira) ou zero defeitos, sem aumento de custos, pela incorporação do controlo de qualidade no processo produtivo e pela garantia de qualidade por parte dos fornecedores.
- kaizen (melhoria contínua)
- Envolvimento, reconhecimento e encorajamento dos/as trabalhadores/as e das equipas para identificarem problemas e procurarem soluções;
- Estrutura flexível e achatada;
- Flexibilidade numérica e flexibilidade qualitativa (parcial);
- Trabalho em equipa (interdependência e racionalização).
- A rotatividade ocorre entre tarefas simples
** ENVOLVIMENTO**
Como é o trabalhador ideal do modelo Lean Production?
- Dedicado/a à empresa;
- Com um forte sentimento de identificação;
- Que se compromete com os seus objetivos;
- Flexível (rotação de tarefas) e multivalente (alargamento das responsabilidades, tarefas e funções).
Disponibilidade total para as exigências da empresa!
Diga as eventuais implicações do modelo Lean Production
Defensores:
- Melhoria da competitividade das empresas por via da flexibilidade produtiva e da racionalização contínua.
Críticos:
- Este modelo é um taylorismo interiorizado, ou seja, uma racionalidade autogerida. (RACIONALIDADE INTEORIZADA)
- Ênfase na flexibilidade numérica
- As atividades de melhoria contínua (kaizen) estão sobretudo orientadas para a racionalização dos tempos de produção e da mão-de-obra
- Intensificação dos níveis de controlo
- Maior responsabilização
- Polarização das qualificações e das oportunidades de desenvolvimento da carreira;
- Marginalização dos sindicatos
- Ritmos intensos de trabalho e stress
- Lealdade e dedicação por “medo” e não necessariamente por genuíno consenso.
- alargamento de tarefas –» multivalência e não polivalência)
Descreva o modelo antropocêntrico/humanista/ reflexivo
Para os críticos do modelo lean production, apenas o modelo antropocêntrico (humanista ou reflexivo) é verdadeiramente inovador
Privilegia as dimensões humana e organizacional.
É um sistema aberto composto por um subsistema técnico (responsável pela eficiência potencial da organização) e um subsistema social (responsável pela eficiência real da organização)
- Ênfase na melhoria das qualificações e no desenvolvimento de competências numa ótica de aprendizagem contínua no trabalho;
- Sistema produtivo flexível e descentralizado.
- Recusa do determinismo tecnológico.
- Visão holística/sistémica.
- Necessidade de ajustamento harmonioso entre o subsistema social e o subsistema técnico.
- Necessidade de ajustamento harmonioso entre a empresa e o meio circundante.
- Mobilização coletiva para a mudança, intensa negociação, participação sindical, diálogo e concertação
- Estrutura organizacional flexível e achatada
- Descentralização da autonomia
- Participação dos trabalhadores nas tomadas de decisão
- Trabalhadores multi-qualificados
- Ênfase na flexibilidade qualitativa
- Conteúdo do trabalho é interessante, variado e portador de sentido
- Rotatividade de tarefas com enriquecimento de funções
- Segurança de emprego
- Redução do horário de trabalho e ênfase na qualidade de vida no trabalha
- Moldagem da inovação tecnológica de acordo com objetivos sociais, organizacionais e ambientais.
- Tarefas complexas
Cooperação entre inovação tecnológica e inovação social e organizacional
PARTICIPAÇÃO
Principais obstáculos à divulgação do modelo antropocêntrico
Nos países industrialmente avançados, em geral:
- Financiamento público maioritariamente concetrado na dimensão tecnológico.
- Estratégias de gestão orientadas para a racionalização
- Rigidez da organização, dos sistemas de qualificação e de incentivos.
- Baixo nível de diálogo e de concertação nas relações laborais.
Em Portugal:
✓ Especialização baseada em setores cuja competitividade assenta primordialmente em mão-de-obra intensiva e de baixo custo;
✓ Pouca orientação das empresas para uma estratégia de inovação e diversificação;
✓ Falta de recursos humanos qualificados e baixo nível de
escolaridade da mão-de-obra, sobretudo da industrial;
✓ Predominância de uma perspetiva tecnocêntrica de modernização;
✓ Métodos de gestão tradicionais, estruturas muito hierarquizadas;
✓ Estratégias patronais e sindicais tradicionais, orientadas essencialmente para questões quantitativas em detrimento de questões qualitativas (qualificação, organização do trabalho);
✓ Relações laborais adversas;
✓ Forte presença de relações hierárquicas autoritárias e gestão deficiente de recursos humanos;
✓ Pouca orientação por parte das empresas para a inovação e diversificação dos produtos;
✓ Fraca difusão de novas formas de organização do trabalho e de métodos de gestão participativa.
É o fim do modelo antropocêntrico?
Não!
Em Portugal: algumas empresas adotam boas práticas de organização do trabalho e de gestão das pessoas, alinhadas numa perspetiva de ética empresarial e de responsabilidade social (alguns principios adotados no modelo antropocêntrico)
Na União Europeia: Os princípios do modelo estão presentes em setores de atividade diferenciadores e inovadores, sobretudo nos países nórdicos.
Perspetivas sobre as NFOT
Existem duas perspetivas sobre as NFOT:
- Perspetiva humanista de tradição europeia (países nórdicos) centrada no fator humano e inserida num movimento de humanização do trabalho e de democratização da empresa.
Objetivo: Melhoria da performance económica e da qualidade de vida no trabalho.
-
Perspetiva centrada na eficiência (inspiração japonesa e americana) inserida na
procura da melhoria da competitividade e racionalização flexível.
Objetivo: Aumento da flexibilidade e redução de custos.
Lógicas da inovação organizacional
As NFOT podem estar inseridas em lógicas de flexibilização organizacional diferentes:
- Flexibilização organizacional associada à grande importância do fator humano - flexibilidade humanizada.
VIA ALTA DA RENOVAÇÃO ORGANIZACIONAL
- Flexibilização organizacional orientada para a eficiência associada à lean production e à reengenharia - racionalização flexível.
VIA BAIXA DA RENOVAÇÃO ORGANIZACIONAL
Elementos da NFOT
- Alargamento de Tarefas
- Enriquecimento do Trabalho
- Rotatividade do trabalho
- Equipas Reguladas
- Equipas Semi-autonomas
Relação dos modelos de organização do trabalho com a igualdade de género e a conciliação trabalho-família
Modelo taylorista/mecanicista/ burocrático
- Hierarquia rígida, verticalizada, masculina
- Gestão centralizada; ênfase no controlo; ausência de autonomia
- Divisão do trabalho (também sexual)
- Tarefas monótonas, simples, individualizadas, pouco qualificadas
- Horários rígidos
- Fraca participação e diálogo social/ Relações laborais de desconfiança
- Cultura dominante —»separação–»esfera pessoal e familiar
**Ainda com peso expressivo em Portugal **
Modelo qualificante / humanista
- Estrutura descentralizada (a nível vertical); horizontal
- Ênfase na autonomia, na coordenação e na comunicação
- Enriquecimento do trabalho
- Tarefas complexas / exigem qualificações amplas e múltiplas (conjugadas com trabalho em equipa); flexibilidade qualitativa
- Flexibilidade nos horários de trabalho (negociada)
- Participação e diálogo social; Relações laborais orientadas para o compromisso
- Cultura dominante: preocupação com a qualidade de vida no trabalho; articulação entre a esfera pessoal e a familiar.
Fraca expressão em Portugal
Modelo Lean
- Estrutura descentralizada a nível operacional
- Alargamento das tarefas e das responsabilidades, mas com uma autonomia limitada
- Flexibilidade–»racionalização
- Emagrecimento -» Flexibilidade numérica e quantitativa.
- Flexibilidade do tempo de trabalho
- Fraca participação e marginalização do diálogo social; envolvimento em detrimento da participação
- Ênfase na maximização da produtividade, da eficiência, do desempenho
- Elevada intensidade de trabalho; elevados níveis de stresse
- Cultura dominante: subordinação da esfera pessoal e familiar às exigências de produtividade/competividade; marginalização ou exclusão de quem não obedece às normas/rotinas dominantes.
Dominante