Capacidade de uso e aptidão das terras Flashcards

1
Q

APTIDÃO AGRÍCOLA DAS TERRAS

A

O sistema de aptidão agrícola das terras representa uma evolução em relação à classificação de capacidade de uso do solo por incorporar um componente relativo ao nível de manejo adotado.

Essa proposição é altamente adequada, pois considera que uma mesma limitação pode ser mais ou menos impeditiva em função do nível tecnológico da exploração agrícola.

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2
Q

O que é Avaliação da aptidão agrícola das terras?

A

● instrumento de planejamento do uso agrícola das terras;
▪ sustentabilidade do recurso natural solo
● comparação necessidade das culturas x oferta ambiental de recursos;
● desenvolvido para aplicação a grandes extensões geográficas.

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3
Q

Avaliação da aptidão agrícola das terras
Quais fatores são considerados?

A

▪ deficiência de fertilidade do solo;
▪ deficiência hídrica;
▪ excesso de água e risco de inundação;
▪ suscetibilidade à erosão;
▪ impedimentos à mecanização;

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4
Q

Avaliação da aptidão agrícola das terras
Níveis de manejo

A

● incorpora dimensão socioeconômica à avaliação das terras;
● mesma deficiência pode ser mais ou menos limitante em função do nível tecnológico;
● três níveis de manejo - A, B, C

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5
Q

Avaliação da aptidão agrícola das terras
● três níveis de manejo - A, B, C

A

▪ A: manejo primitivo → baixo nível tecnológico, quase não há aplicação de recursos para melhoramentos;

▪ B: manejo pouco desenvolvido → nível tecnológico médio, aplicação modesta de capital e tecnologia (calagem, adubação, alguma mecanização);

▪ C: manejo desenvolvido → alto nível tecnológico, aplicação intensiva de capital e tecnologia;

▪ níveis B e C: terras classificadas pela limitação persistentes → após melhoramentos compatíveis com
o nível tecnológico;

▪ nível A: considera condição natural das terras;

▪ pastagens plantadas e silvicultura → considera nível B;

▪ pastagens naturais → considera nível A.

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6
Q

Avaliação da aptidão agrícola das terras
Graus de limitação

A

● afastamento em relação a uma condição ideal;
● graus de limitação →
nulo,
ligeiro,
moderado,
forte,
muito forte e
graus intermediários;

● após a aplicação de melhoramentos compatíveis com o nível de manejo;

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7
Q

Avaliação da aptidão agrícola das terras
Fatores limitantes quais são?

A

Fertilidade do solo
Deficiência Hídrica
Excesso de água
Suscetibilidade à erosão
Viabilidade de mecanização

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8
Q

Avaliação da aptidão agrícola das terras
Fertilidade do solo

A

● a partir da análise química do solo
▪ saturação por bases (V), soma de bases, saturação por alumínio (m)
▪ presença de sais → condutividade elétrica (CE), porcentagem de saturação por sódio (PST);
● nulo: elevada reserva de nutrientes (V > 80%);
● ligeiro: boa reserva de nutrientes (V > 50%);
● moderado: limitada reserva de nutrientes, distrófico (V < 50%) com ↑ Al3+, ↑ CE ou ↑ PST;
● forte: reserva muito limitada de nutrientes ou ↑↑ salinidade (↑↑ CE e ↑↑ PST;
● muito forte: possibilidade remota de uso agrícola ↓↓↓ nutrientes ↑↑↑ salinidade.

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9
Q

Avaliação da aptidão agrícola das terras
Deficiência de água:

A

● definido pelas condições climáticas e capacidade de armazenamento de água do solo;
● vegetação → bom indicador (grau de caducifolia - perda de folhas na seca);
● nulo: não há deficiência hídrica → sem estação seca definida → vegetação floresta perenifolóia;
● nulo/ligeiro: déficit hídrico 1 a 2 meses → limitante a culturas mais sensíveis → floresta e cerrado
subperenifólios;
● ligeiro: deficiência de água pouco acentuada
déficit hídrico 3 a 5 meses;
chuva bem distribuída no período chuvoso;
limita culturas de ciclo longo e 2 safras/ano;
cerrado e floresta subcaducifólios;
● moderado: deficiência de água acentuada → estação seca 4 a 6 meses, chuva 700 a 1000 mm/ano, com distribuição irregular e ↑ temperatura → floresta caducifólia, caatinga e ecótonos;
● forte: seca 7 a 9 meses, chuva 500 a 700 mm/ano distribuição irregular, ↑ temperatura → caatinga;
● muito forte: seca > 9 meses, chuva < 500 mm/ano, ↑ temperatura → caatinga hiperxerófila.

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10
Q

Avaliação da aptidão agrícola das terras
Excesso de água e risco de inundação:

A

● drenagem natural do solo;
● frequência e duração das inundações;
● áreas de várzeas e baixadas;
● nulo: solos bem a excessivamente drenados;
● ligeiro: solos moderadamente drenados → culturas sensíveis podem sofrer ↓ aeração;
● moderado: solos imperfeitamente drenados → limitante para culturas sensíveis;
● forte: solos mal a muito mal drenados → exige sistema de drenagem;
● muito forte: drenagem exige investimentos além da capacidade individual.

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11
Q

Avaliação da aptidão agrícola das terras
Suscetibilidade à erosão:

A

● grau de limitação pela declividade, perda de solo esperada e complexidade das práticas conservacionistas;
● nulo: terras não suscetíveis à erosão → relevo plano (declividade 0 a 3%), solos com boa permeabilidade;
● ligeiro: baixa suscetibilidade → relevo suave ondulado (declividade 3 a 8%), solos com ↓ erodibilidade →
práticas conservacionistas simples;
● moderado: suscetibilidade moderada → relevo moderadamente ondulado (declividade 8 a 13%) →
práticas conservacionistas desde a implantação;
● forte: alta suscetibilidade → relevo ondulado (declividade 13 a 20%) → práticas conservacionistas
intensivas;
● muito forte: uso agrícola restrito → relevo forte ondulado (declividade 20 a 45%) → práticas conservacionistas muito caras;
● extremamente forte: relevo montanhoso (declividade 45 a 100%) ou escarpado (declividade >100%) →
inapto para uso agrícola

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12
Q

Avaliação da aptidão agrícola das terras
Impedimento à mecanização:

A

● limitações especialmente relevantes para o manejo de alto nível tecnológico;
● limitação depende da declividade e de características do solo (textura, tipo de argila, profundidade,
pedregosidade, rochosidade);
● nulo: relevo plano (declividade 0 a 3%) → todos os tipos de máquina durante todo o ano;
● ligeiro: relevo suave ondulado (declividade 3 a 8%) → maioria das máquinas durante quase todo o ano;
● moderado: relevo moderadamente ondulado a ondulado (declividade de 8 a 20%) → restrição às máquinas comuns em alguma parte do ano;
● forte: relevo forte ondulado (declividade de 20 a 45%) → tração animal ou máquinas especiais;

muito forte: relevo montanhoso (declividade de 45 a 100%) → não permite o uso de maquinário

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13
Q

Avaliação da aptidão agrícola das terras
Viabilidade de melhoramentos

A

● deficiências de fertilidade, excesso de água e suscetibilidade à erosão podem ser corrigidas;
● aptidão agrícola → limitações existentes e melhoramentos viáveis (níveis B e C);
● nível A → condição natural das terras;

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14
Q

Avaliação da aptidão agrícola das terras
Classe de melhoramento:

A

● classe 1: práticas simples, com pequeno emprego de capital;
● classe 2: práticas mais sofisticadas, maior aplicação de capital;
● classe 3: viável apenas em grandes projetos;
● classe 4: inviável.

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15
Q

Classes de aptidão agrícola

A

● definidas a partir dos graus de limitação;
● terras com aptidão para lavouras → considera diferentes níveis de manejo;
● terras com aptidão para usos menos intensivos → nível B (pastagem plantada e silvicultura) e nível A
(pastagem natural);

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16
Q

Classes de aptidão agrícola quais são?

A

● Aptidão boa: sem limitações significativas para a produção sustentada;
● Aptidão regular: limitações moderadas para a produção sustentada;
● Aptidão restrita: limitações fortes à produção sustentada;
● Inapta: exclui a possibilidade de produção sustentada;
● indicadas dentro de cada nível de manejo ou tipo de utilização por letras

17
Q

Grupos de aptidão
● indicam tipo de exploração mais intensivo das terras.

A

● grupos 1 a 3: indicam aptidão dentro do tipo de utilização lavouras

▪ grupo 1: aptidão boa para lavouras;
▪ grupo 2: aptidão regular para lavouras;
▪ grupo 3: aptidão restrita para lavouras;

● grupos 4 a 6: indicam tipos de utilização menos intensivos

▪ grupo 4: utilização com pastagem plantada;
▪ grupo 5: utilização com silvicultura e pastagem natural;
▪ grupo 6: inapto para uso agrícola (áreas de preservação).

18
Q

São seis grupos de aptidão?
Resumo.

A

1 a 3 = Lavouras

4= Pastagens Plantadas

5= Pastagens Naturais

6= Áreas de Preservação

19
Q

Subgrupos de aptidão agrícola?

A

● combina o grupo e a classe de aptidão dentro de cada nível de manejo ou tipo de utilização;
● formado por algarismos (grupo de aptidão) e letras (classe de aptidão)

20
Q

SISTEMA DE CAPACIDADE DE USO
Quais são as caracterização das classes de capacidade de uso do solo?

A

Classe I – Apta para quaisquer culturas, sem práticas de conservação e correção do solo.

Classe II – Apta para quaisquer culturas, desde que adotadas práticas simples de conservação e correção do solo.

Classe III – Apta para culturas, com práticas complexas de conservação e correção do solo.

Classe IV – Apta para cultivos com mínimo revolvimento do solo; adotando práticas complexas de conservação do solo, pode ser utilizada para manejos que expõem o solo ou mantém o solo sem cobertura em algum período, apenas em cultivos ocasionais ou em extensão bastante limitada.

Classe V – Culturas, pastagens e reflorestamento apenas em situações especiais, indicadas em função do tipo de limitação, em geral excesso de água, com práticas de conservação do solo e da água.

Classe VI – Apta para culturas permanentes, protetoras do solo ou cultivos de pequena extensão com boa cobertura no solo, para pastagens bem manejadas e reflorestamentos com práticas de conservação do solo.

Classe VII – Apta apenas para pastagens bem manejadas, reflorestamentos e cultivos perenes de espécies arbóreas com práticas complexas de conservação do solo e manutenção constante de cobertura no solo.

Classe VIII – Impróprias para culturas, pastagens ou reflorestamentos. Servem como abrigo e proteção para a fauna e flora silvestres, ambiente para recreação e armazenamento de água. Encontram-se também nesta classe as áreas com restrição ao uso agrícola estabelecidas pela legislação, denominadas de Áreas de Preservação Permanente - APP.

21
Q

Quais são as subclasses de capacidade de uso do solo?

A

Subclasse IIe: como práticas de conservação recomenda-se plantio e cultivo em nível, culturas em faixas e manutenção ou melhoramento das condições físicas do solo, como por exemplo: rotação com culturas de raízes profundas ou com grande quantidade de matéria residual;

Subclasse IIes: além das práticas conservacionistas que devem ser aplicadas na subclasse IIe, recomenda-se adubação e calagem em função do solo e cultura, e práticas para diminuir a evaporação através de cobertura morta;

Subclasse IIIe: como práticas de conservação recomendam-se plantio e cultivo em nível aliado a culturas em faixas e/ou terraceamento, aumento da proporção de culturas densas nos planos de rotação; canais de divergência; e plantio direto, sem aração;

Subclasse IVe: como práticas de conservação, recomendam-se controle de sulcos de erosão; preparo do terreno de acordo com a cultura a ser instalada (covas e sulcos), plantio e cultivo em nível; terraceamento (base média, estreita ou patamares), cordões em contorno, banqueta individuais, cobertura morta, adubação e calagem para correção do solo, e melhoria das condições físico-químicas do solo (incorporação de matéria orgânica);

Subclasse Va: como práticas de conservação, recomenda-se escolha de espécies adaptadas a terrenos encharcados;

Subclasse VIe: como práticas de conservação recomendam-se controle dos sulcos de erosão, sulcos em nível, controle do pisoteio, plantio de forrageiras de vegetação densa.

22
Q

Avaliação da aptidão agrícola das terras
Limitações

A

fertilidade
água
oxigênio
erosão
mecanização

23
Q

Avaliação da aptidão agrícola das terras
Níveis de manejo

A

A - Baixo nível tecnológico
B - Médio/modesta
C - Alto nível tecnológico

24
Q

As culturas agrícolas que ocupam maiores áreas ((grandes culturas) são indicadas a seguir, segundo dados do IBGE de 2022.
Lavouras temporárias

A

A soja e o milho são as culturas agrícolas que ocupam a maior área cultivada, principalmente nas regiões Centro-Oeste e Sul.

1 - Soja 41,1 milhões ha
2 - Milho 21,3 milhões ha
3 - Cana-de-açúcar 9,9 milhões ha
4 - Trigo 3,2 milhões ha
5 - Feijão 2,7 milhões ha
6 - Arroz 1,7 milhões ha
7 - Algodão 1,6 milhões ha
8 - Mandioca 1,2 milhões ha
9 - Sorgo 1,0 milhão de ha

25
Q

As culturas agrícolas que ocupam maiores áreas ((grandes culturas) são indicadas a seguir, segundo dados do IBGE de 2022.
Lavouras permanentes

A

1- Café 1,9 milhões ha
2 - Cacau 0,59 milhões de ha
3 - Laranja 0,57 milhões ha
4 - Banana 0,46 milhões de ha
5 - Caju 0,42 milhões de ha
6 - Açaí 0,23 milhões de ha
7 - Dendê 0,20 milhões de ha
8 - Coco-da-baía 0,19 mi. de ha

26
Q

As culturas agrícolas que ocupam maiores áreas ((grandes culturas) são indicadas a seguir, segundo dados do IBGE de 2022.
Silviculturas.

A

1 - Eucalipto 9,5 milhões ha
2 - Pinus 7,3 milhões de ha

27
Q

A partir da comparação dos Censos Agropecuários de 2006 e 2017, o Atlas do Espaço Rural Brasileiro, do IBGE, destaca as seguintes mundas dentro dos diferentes usos agrícolas das terras:

A

● redução de quase 4 milhões de ha na área de lavouras permanentes;
● aumento de quase 7 milhões de ha de lavouras temporárias, sobretudo na região Centro-Oeste, com avanço das comodities agrícolas soja, milho, cana-de-açúcar e algodão;
● redução de quase 10 milhões de ha de pastagens naturais;
● aumento de quase 10 milhões de ha de pastagens plantadas, principalmente na região Norte;
● aumento de mais de 80% na área de florestas plantadas.