Cap III - Modelo Clínico Flashcards
Método Clínico Centrado na Pessoa
Tarefa dupla: compreender o doente e compreender a sua doença. Os sistemas de referência biológica ou do comportamento vêm do mundo médico, não do doente. Permitir ao doente dar a maior quantidade de informação possível. Ter sempre em conta o plano do doente, permitir que a consulta seja dirigida por ele. Nem todas as expectativas e vontades podem ser acedidas: o médico tem de saber negociar. Estudos indicam que este modelo faz aumentar apenas ligeiramente o tempo da consulta, mas pensa-se que seja poupador de tempo a longo prazo, podendo até diminuir o número de contactos.
Validação
Perguntar depois da consulta se expectativas, sentimentos e medos foram identificados, e se obtiveram resposta.
Plano Médico
Abordagem Hipotético-Dedutiva da Resolução de Problemas. Formular hipóteses baseadas em dados e testá-las.
Contexto da Medicina Familiar
Grande incidência de doenças agudas, elevada prevalência de doenças crónicas. O diagnóstico precoce é uma responsabilidade específica - afeta o prognóstico. Tempo surge como um fator importante: a observação do doente ao longo do tempo pode ser um teste eficaz de hipóteses clínicas. Pode evitar muitas investigações desnecessárias em doenças autolimitadas.
Classificação
Situar a doença na categoria correta é fundamental.
Processo de Resolução de Problemas
Problema apresentado leva a formulação de hipóteses. O médico investiga, procurando provas positivas e negativas. Mesmo após a conclusão de um processo destes, o médico deve estar preparado para rever novamente a hipótese se o progresso do doente não seguir como foi previsto.
Indicações
Quando um doente expõe o seu sintoma, importa saber o contexto e o conhecimento do médico acerca da família e de experiências anteriores. O médico responde não apenas a apresentações individuais mas a padrões para formular diagnósticos. Importa saber a capacidade que o sintoma tem de trazer o doente à consulta, e ainda a sensibilidade, especificidade e o valor preditivo do sintoma nas fases iniciais de doença.
Hipóteses
O médico formula as primeiras hipóteses muito pouco tempo depois do doente ter exposto o primeiro problema: quanto maior a experiência, maior a probabilidade de diagnóstico correto. A prevalência de dada doença numa comunidade é um fator a ter em linha de conta. Normalmente: médico tem 2-5 hipóteses a cada momento, sendo difícil lidar com mais de 6, apesar de serem consideradas muitas outras, sendo ordenadas de acordo principalmente com probabilidade e ganho final. Ganho final dá as consequências de diagnosticar ou não uma doença.
Investigação
Sensibilidade, Especificidade, Valor Preditivo Positivo, Valor Preditivo Negativo, Taxa de Probabilidade.
Sensibilidade
Proporção de indivíduos que têm doença e têm teste positivo. Um teste altamente sensível é muito útil para eliminar hipóteses.
Especificidade
Proporção de indivíduos que não têm a doença e que têm teste negativo. Um teste altamente específico é muito útil para confirmar hipóteses.
Valor Preditivo Positivo
Proporção de resultados positivos que são verdadeiramente positivos. A sensibilidade não nos diz nada sobre falsos positivos.
Valor Preditivo Negativo
Proporção de negativos que são verdadeiramente negativos. A especificidade não nos diz nada sobre falsos negativos.
Taxa de Probabilidade
A taxa de probabilidade para um resultado positivo é a possibilidade de um teste ser positivo num indivíduo com doença em comparação com outro sem doença.
Gestão e Terapêutica
Gestão pode não incluir Terapêutica. A Terapêutica que cura requer um envolvimento profundo do médico e uma grande atenção às necessidades do doente.