Cancro do Ovário Flashcards
ORIGEM dos tumores do ovário
1ária
- Células epiteliais (90%)
- Células germinais
- Células do estroma ovárico
2ária
- metástases de cancro da mama, cólon, estômago, pâncreas
EPIDEMIOLOGIA
- cancro ginecológico com maior mortalidade
- 1 em cada 70 mulheres
- tipicamente em mulher pós-menopáusica (idade média 60A)
FATORES DE RISCO
- idade
- hx pessoal de cancro da mama ou ovário
- hx familiar de cancro da mama ou ovário
- síndrome genético: BRCA 1/2, S. Lynch
- outros: hormonais, ambientais
PREVENÇÃO
- anexectomia bilateral em mulheres com mutação BRCA 1/2
RASTREIO
- NÃO está indicado na população standard
- indicado em mulheres com mutação BRCA 1/2
Subtipo histológico mais importante
Carcinoma seroso de alto grau
- é o mais frequente
- padrão de disseminação rápida
- associado a anomalias TP53, BRCA 1/2, instabilidade cromossómica
- elevada resposta à QT
- mau prognóstico
DISSEMINAÇÃO
a) exfoliação / disseminação peritoneal (++)
b) linfática
c) hematogénica
d) extensão direta (bexiga, reto)
Locais de metastização mais frequentes
- Peritoneu
- Pleura
mais raro
- Fígado
- Pulmão
- Osso
CLÍNICA
70% apresenta-se com doença avançada na altura do diagnóstico
- sintomas: dor, enfartamento, distensão abdominal
- sinais: massa pélvica, ascite, derrame pleural
Apenas pelas manifestações clínicas, quais são os principais diagnósticos diferenciais?
- Cancro gástrico (sobretudo pelo enfartamento)
- Cancro colorretal (massa pélvica, ascite)
EXAMES COMPLEMENTARES
- Eco pélvica / RM pélvica
- TC abdómino-pélvica
- TC tórax
- CA-125
- Laparotomia exploradora OU Biópsia
Qual a importância da TC abdómino-pélvica?
Definir critérios de (i)ressecabilidade cirúrgica
Para que serve a TC tórax?
Estadiamento
Qual a utilidade do CA-125
monitorização da doente e avaliação das recaídas
Razão CA-125 / CEA
se > 25 é sugestivo de tumor primitivo do peritoneu ou carcinoma do ovário (apontando menos para carcinoma colorretal)
Quando é que se opta pela biópsia para obtenção do diagnóstico histológico?
Quando existem critérios de IRRESSECABILIDADE
nos restantes casos obtém-se o diagnóstico histológico com a peça cirúrgica
O que se deve pesquisar em todos os carcinomas do ovário não-mucinoso?
Mutações BRCA
ESTADIAMENTO
Classificação FIGO (estadiamento cirúrgico)
Classificação FIGO
- estadio I: tumor limitado aos ovários
- estadio II: tumor com extensão pélvica
- estadio III: tumor com extensão abdominal
- estadio IV: metástases à distância
TRATAMENTO 1ª linha
CIRURGIA de citorredução máxima
Características da cirurgia
histerectomia total + anexectomia bilateral + omentectomia + biópsia do fundo de saco de Douglas, goteiras parieto-cólicas e hemicúpulas diafragmáticas
+ lavado peritoneal / citologia do líquido ascítico
+/- linfadenectomia pélvica e lombo-aórtica (se doença não avançada)
Fatores que decidem necessidade de terapêutica complementar
- estadio avançado da doença
- volume de doença residual após a cirurgia
- subtipo histológico
- grau de diferenciação
- mutação BRCA 1/2 (bom prognóstico)
Que terapêutica complementar usar?
- estadio I (G1 ou G2) => CIRURGIA apenas
- estadio I (G3) a IV => CIRURGIA + QT adjuvante
- se BRCA mutado => adicionar inibidor PARP (olaparib) após a QT
Características da QT adjuvante
- 6 ciclos
- administraçáo EV
- Carboplatina + Paclitaxel
QT neoadjuvante
faz-se em doentes com critérios de irressecabilidade
- 3-4 ciclos
RECIDIVA
- em 90% das mulheres com carcinoma do ovário avançado na altura do diagnóstico
Recidiva clínica vs. laboratorial
Clínica
- tem sinais / sintomas
Laboratorial
- aumento do CA-125
- > per si não é indicação para terapêutica
Terapêutica na recidiva
- Quimioterapia (++)
- Cirurgia
- Radioterapia
- Inibidores da PARP
- Anti-angiogénicos
O que ter em conta quando se quer fazer QT na recidiva?
Intervalo livre de platina
- se for < 6M, a doença é platino-refratária então não vale a pena repetir QT com cisplatina
Qual o anti-angiogénico mais usado?
Bevacizumab (anti-VEGF)
Efeitos secundários da terapêutica prolongada com Bevacizumab
- HTA secundária
- Proteinúria
Qual a evolução natural da recidiva?
O intuito deixa de ser curativo e passa por preservar a qualidade de vida
À medida que o tempo vai passando, o período entre remissão e recidiva é cada vez mais curto
Tumores de Krukenberg
tumores em ambos os ovários com origem em tumores GI secretores de mucina
Fatores protetores de cancro do ovário
- uso de contracetivos orais >5A
- multiparidade
- amamentação
são fatores que fazem inibição da ovulação e portanto da “ovulation associated inflammation”
Na cirurgia faz-se sempre linfadenectomia?
Não, apenas se doença não-avançada (para estadiamento)
Objetivo da cirurgia?
Citorredução completa
FOLLOW-UP
é sobretudo clínico (em alguns sítios usa-se o CA-125)
Indicação para terapêutica na recidiva
a) há sintomas
ou
b) doença nos exames de imagem
Características do CA-125
- 80% das doentes em estadio II-V têm CA-125 elevado à apresentação
- indicador de envolvimento peritoneal
- correlaciona-se com o volume tumoral
- não é específico de malignidade (aumentado na endometriose, DIP, gravidez)
FATORES DE PROGNÓSTICO
- Estadio ao diagnóstico (+importante)
- Volume de doença residual
- Histologia do tumor
- Grau de diferenciação
- Mutação BRCA (se presente melhor prognóstico)