C. CT - Cancro Flashcards
Tumor do pulmão
Tumores originários do epitélio respiratório (brônquios, bronquíolos e alvéolos);
Crescimento descontrolado e anómalo de células da árvore traqueobrônquica ou
parênquima pulmonar.
Tumor do pulmão - Epidemiologia
1a causa de morte entre doenças oncológicas, não é a mais mortal
3o cancro maior incidência
Fatores de risco para Tumor Pulmonar Primário
- Tabaco (80% dos casos)
- Exposição a carcinogéneos ocupacionais ( Radão, Asbesto - associado ao tumor da pleura - mesotelioma; Arsénio, Cádmio, Crómio, Fumos de diesel; Níquel, Sílica; Fogueiras e churrasqueiras);
- AP de cancro
- Predisposição genética (polimorfismo, fragilidade cromossómica, familiares de 1º grau - 2 a 3x superior o risco
- Deficiências imunitárias (HIV)
- Fatores nutricionais ( dieta pobres em frutas e vegetais, ricas em gordura).
Avaliação do risco
ALTO
Idade 55 a 74 A
> 30 UMA
Cessação tabágica < 15 A
OU
Idade > 50A e >20UMAs e Fatores de risco adicionais ( não exposição tabágica)
MODERADO
Idade >50A
> 20 UMAS ou exposição a fumo
Sem fatores de risco adicionais
BAIXO
Idade < 50A
< 20 UMA
Cancro do pulmão secundário (5)
Metástases de outros órgãos:
- Cólon - Fígado - Pulmão
- Reto - Pulmão
- Sarcoma
- Mama
- Próstata
- Rim
- Tiroide
- Hepatocelular
Classificação histológica do cancro do pulmão
São 2 tipos
Classificação histológica do cancro do pulmão - Carcinoma broncogénico
Carcinoma broncogénico
- Carcinoma de pequenas células (20% - apresenta pior prognóstico uma vez que é o mais agressivo - Ki67 > 70% - se for encontrado num estado inicial de 2cm pode ser operado, metastiza rapidamente, tem hormonas peptídicas específicas - ACTH, AVP, ANF, GRP)
- Carcinoma de células não pequenas
- Adenocarcinoma (30 a 35% - mais comum nos não fumadores): Acinar, Papilar; lepídico
- Carcinoma pavimento celular (25 a 30% - crescimento lento e metastiza tardiamente)
- Carcinoma de células grandes não diferenciadas (5 a 15% - mais comum nos fumadores, pouco diferenciado e metastiza mais facilmente)
Classificação histológica do cancro do pulmão - Tumores neuroendócrinos
TUMORES NEUROENDÓCRINOS - origem em células nervosas e endócrinas
Baixo grau:
- Carcinoide típico: < 2 por 2mm2 - NÃO metastiza, mas tem tropismo para a via aérea pode a carina primária ou secundária
- Carcinoide atípico: 2 a 10 mitoses por 2mm2
Alto grau: > 10 cm por 2mm*2
- Carcinoma de grandes células neuroendócrino
- Carcinoma de pequenas células
Carcinoma de células não pequenas
Imunohistoquímica
Células pavimento-celular - TTF-1 negativo e p63 positivo
Adenocarcinomas - TTF-1 positivo; napsin A positivo
– Adenocarcinoma primário do pulmão - TTF-1 positivo
– Adenocarcinoma metastatic o- TTF-1 negativo (excepto tumores metastático de tiróide - tiroglobulina e PAX8 positivos)
Carcinoma de células pequenas
Imunohistoquímica
TTF-1 e CK34betaE12 e p63 negativo
São positivos para marcadores neuroendócrinos - cromogramina e sinaptofisina
Marcadores neuro-endócrinos
NCAM (CD56), cromogramina e sinaptofisina
Basta um marcador positivo é suficiente para fazer o dx
Clínica do cancro do pulmão
Assintomáticos
Sintomáticos
20% localizada
30% locorregional
50% doença disseminada à distância
- Tosse
- Perda ponderal
- Dispneia
Fatores condicionantes da apresentação clínica
- Localização tumor
- Crescimento
- Disseminação
- Libertação de substâncias bioativas ( síndromes paraneoplásicos)
Metastização à distância
1 Osso
2 Cérebro
3 Glândulas suprarrenais
4 Fígado
Lobo ipsilateral, pulmão contralateral, gânglios cervicais, pele
Tipos de crescimento do tumor
- Crescimento central e endobrônquico (pavimentocelular e epidermoide): Tosse, hemoptises, pieira e estridor, dispneia, desconforto, pneumonia obstrutiva
- Crescimento periférico (adenocarcinoma, carcinoma de células grandes): Toracalgia, tosse, dispneia, abcesso pulmonar
Sinais de alarme (7)
- Queixas de bronquite crónica
- Tosse irritava arrastada
- Expectoração hemoptoica/ hemoptises
- Dispneia/ pieira sem causa aparente
- Síbilos localizados
- Pneumonias arrastadas ou repetição
- Síndromes paraneoplásicos
Invasão locorregional do tumor
- Compromisso neurológico: laringe recorrente, frénico
- Compromisso vascular: Síndrome da veia cava superior; Constrição da artéria pulmonar
- Compromisso pericárdio/cardíaco: arritmias, tamponamento/derrame, insuficiência cardíaca
Compromisso pleural: derrame pleural
Síndromes paraneoplásicos
- Neuro-musculares (Sínd. Eaton-Lambert, Neuropatia periférica, degenerescência cerebelos subaguda, Poliomiosite)
- Renais
- Hematológicos (tromboflebite, TEP)
- Osteoarticulares (Hipocratismo digital, osteoartropia, hipertrófica primária)
- Dermatológicos
- Endócrino-metabólicos (PTH, ACTH, SIHAD)
Alterações feitas na 8a Edição TNM
- A subdivisão da categoria T1 em 3 subgrupos: T1a; T1b e T1c
- Acrescentou atelectasias e a pneumonite obstrutiva e/ou envolvimento do brônquio principal à
categoria T2 – previamente na T3 - Mudanças no tamanho dos tumores em T3 e T4
- A invasão do diafragma passou a ser parte do grupo T4
Classificação T
Esta serve para avaliar as dimensões e localização do tumor primário
Classificação Tx
Quando não temos a possibilidade de avaliar o tumor primário ou a deteção de uma lesão maligna foi feita através de outras técnicas não-imagem
Classificação T0
Não temos evidências de um tumor primário
Classificação Tis
carcinoma in situ
Classificação T1
Tumores ≤ 3cm SEM evidência de invasão
- T1a – tumor inferior a 1 cm
- T1b – tumor entre 1 a 2 cm no seu eixo maior
- T1c – tumor entre 2 a 3 cm no seu eixo maior
Classificação T2
Tumor com um grande eixo de 3 a 5 cm ou que apresente qualquer uma das seguintes características:
- T2 a – tumor entre 3 a 4 cm
- T2b – tumor entre 4 a 5 cm
★ compromete o brônquio principal, sem envolvimento da Carina
★ invadem a pleura visceral. A invasão pleural deve ser corretamente determinada uma vez que consoante as zonas onde ocorre a disseminação temos prognósticos diferentes. Uma invasão PL1 e PL2 encontra-se dentro do estadio T2 enquanto que uma invasão do tipo PL3 já fica englobada
no estadio T3.
Em caso de dúvida na caracterização devemos recorrer à técnica de anatomia patológica elastic stains de forma a termos uma resposta segura
★ associado a uma atelectasia ou pneumonite obstrutiva que se estende até à região hilar, mas não envolve todo o pulmão
Classificação T3
Tumor com mais de 5 cm e inferior a 7 cm de maior eixo
OU tumores que invadem diretamente uma estrutura adjacente como a pleura parietal, parede torácica, nervo frênico ou pericárdio parietal
OU termos a invasão de um ggl linfático no mesmo lobo do tumor primário
Classificação T4
Tumor com mais de 7 cm de maior eixo
OU tumor de qualquer tamanho que tenha uma invasão para: diafragma, mediastino, coração, traqueia,
nervo laríngeo recorrente, esófago, corpo vertebral ou carina (estruturas nobres)
OU termos a invasão de um nódulo ganglionar no lobo pulmonar contralateral ao do tumor primário
Classificação N
Quantidade de nódulos linfáticos regionais atingidos
N0– não houve a avaliação de nódulos
N1 – metástase no peribronquio ipsilateral ou hilar e ggls intrapulmonares, incluindo envolvimento por extensão direta
N2 – nódulos afetados encontram-se no mediastino ipsilateral do tumor primário e/ou são nódulos subcarínicos
N3 – metástase em nódulos no mediastino contralateral da lesão primária; hilo pulmonar contralateral; atingimento dos músculos escalenos (ipsi ou contra laterais); nódulos supraclaviculares
Classificação M
Avalia a presença ou não de metástases à distância
o M0 → não há evidência da existência de metástases à distância o M1 → temos metástases à distância
*M1a → metástases no lobo contralateral à lesão primária; atingimento da pleura e/ou pericárdio ou derrame pleural maligno
*M1b → uma única metástase extratorácica que atinge apenas um órgão
*M1c → múltiplas metástases que podem estar num único órgão ou em vários
Esquema do estadiamento e dx do cancro do pulmão?
.
Quando não fazer PET?
- Metastização óssea ou TC com metastases por vários órgãos - é preferível cintigrafia porque demora só 2 dias enquanto a PET demora mais
- Não se faz follow up com PET
- Tumor com estadio IV, não vai alterar o tratamento e não compensa PET apesar de ser gold standard
Metastização à distância os órgãos
osso; cérebro; glândulas suprarrenais e fígado
Indicações para estadiamento mediastínico
Avaliação dos nódulos linfáticos mediastínicos
Pensar no esquema
Tumores centrais
Ggs mediastínicos ou hilares positivos na PET
Tumores > 3 cm e centrais
Avaliação dos nódulos linfáticos mediastínicos : 2R, 2L, 3a, 3p, 4R,4l, 7, 8 e 9) através de PET-TC
Estadiamento mediastínico
cN0 e periférico e tumor < = 3cm
Ggls negativos na PET
Não se faz estadiamento mediastínico invasivo, avanço para a cirugia com lobectomia
- Controversia em relação ao facto do EUS ter baixa sensibilidade na população N0
Estadiamento mediastínico
cN1 ou central e >3cm
Ggls negativos na PET
EBUS/EUS
- Negativo - cirurgia
- Positivo - tto multimodal: N2 ou N3 terapêutica não cirúrgica, exceto N2 ressecáveis - tto cirúrgico multimodal
Estadiamento mediastínico
Ggls mediastínicos positivos
Positivos na PET
Faz-se EBUS/EUS
– Positivo (N2 ou N3) - TTO não cirúrgico
– Negativo (N0 ou N1)-> VAM -» Negativos (N0, N1) - indicação cirúrgica; Positivos ( N2, N3) - tto não cirúrgico
Tratamento dps do estiamento mediastínico:
N2 unforeseen
N2 ressecável
N2 não ressecáveis e N3
- NO ou N1 - operado, acaba por ser N2 unforessen - Tem que ser tratado dps com quimioterapia adjuvante
- N2 ressecáveis - tratamento cirúrgico multinodal
- N2 não ressecáveis ou N3 - são considerados para tratamento multimodal não cirúrgico.
MCDTS - estadiamento mediastínico invasivo
EBUS - ecoendoscopia brônquica com biópsia de vários estadios ganglionares ao longo de árvores traqueou-brônquicas - aspiração por agulha transbrônquica guiada por ECO - todos mediastínicos superiores, paratraqueais superiores e inferiores, submarinas e pilares.
EUS - Ecoendoscopia esofágica dos nodos linfáticos mediastínicos através da parede do esófago - 9,8, 7 e 5
VAM - Mediastinoscopia - cirurgia com incisão feita no escavado supra-eternal em que são dissecados tecidos até ao plano da traqueia em posição pré-traqueal e vamos às estações mediastínicas ganglionares traqueais e Peri-traqueais - 2R, 2L, 4R, 4L, 1, 3 e 7
Grupo 7 - submarina
Grupo 4 R- grupo paratraqueal inf dirt
Grupo 4 E - grupo paratraqueal inf esq
Técnicas não recomendadas
Biópsia por agulha transtorácica, broncoscopia e aspiração por agulha transbrônquica não guiada por ECO - não atingem sensibilidade mínima
Oligometásteses
Um estadio intermédio entre o cancro localizado e a doença disseminada.
Este conceito baseia-se na hipótese de que existe um estadio no qual o tumor primário apresenta uma capacidade de metastização limitada → Metástases com tropismo para determinados órgãos
Assim, o estadio clínico oligometastático descreve doentes que apresentem metástases limitadas, tanto em número como localização (um ou vários órgãos). A questão que se coloca é que não há consenso sobre os critérios que definem metástases “limitadas em número e localização” .
Presentemente, a definição mais consensual de doença oligometastática engloba até 5 metástases em 3 ou menos órgãos.
Na 8a Edição da Classificação TNM temos que o estadio IVa M1b define-se como uma única metástase extratorácica.
Diferença entre momentum oligometastático e doença oligometastática
Quando avaliamos o doente, avaliámo-lo num determinado momento como uma “fotografia” da neoplasia. Ora, estamos perante uma doença oligometastática disseminada com posterior progressão para outros orgãos “momentum”
4 apresentações de doença oligometástica:
● Doentes que aquando do diagnóstico inicial de cancro apresentam um número limitado de metástases → “Oligometástases de novo” ou “Oligometástases síncronas” ;
● Oligorrecurrência refere-se ao desenvolvimento de oligometástases metácronas em doentes que foram submetidos a tratamento de doença locorregional, com intenção curativa e a qual permanece controlada, no contexto de nova doença metastática, passível de terapia local. Doentes com oligometástases metácronas apresentam melhor prognóstico (comparativamente às síncronas);
● Doentes com doença metastática disseminada, aquando do diagnóstico, que responderam parcialmente ao tratamento sistémico → Evoluíram para um estadio oligometastático face a uma resposta eficaz ao tratamento sistémico, que “erradicou” a maioria das metástases;
● A oligoprogressão ocorre quando um número limitado de metástases progride ou persiste (oligorresistência), apesar da implementação de tratamento sistémico, o qual continua a controlar o tumor primário e a maioria das áreas com doença metastática. Tal situação tem sido frequentemente observada como resultado da aquisição de resistências a terapêuticas direcionadas/personalizadas (inibidores da tirosina cinase do EGFR/ALK). Desse modo, a ablação/erradicação de todas as metástases progressivas, resistentes ao tratamento, permitiria a continuação desse mesmo tratamento sistémico, o qual apresenta benefícios clínicos noutros locais.
Doença oligometastática síncrona, em doentes com cancro pulmonar de não pequenas células - TTO
- Controlo da doença a longo prazo com intenção radical de tratamento
Doença oligometastática síncrona, em doentes com cancro pulmonar de não pequenas células - número máximo de metástases
Foi proposto um máximo de 5 metásteses e 3 órgãos. Todos os órgãos podem ser considerados na definição exceto: presença de metástases serosas difusas (meníngeas, pericárdicas, pleurais, mesentéricas) ou envolvimento da medula óssea. Estes casos não podem ser incluídos na definição uma vez que não podem ser tratados com intenção radical
As metástases pulmonares são consideradas como um local (órgão) de metastização?
Uma lesão M1a conta como um local metastático, no que diz respeito à definição de doença oligometastática. Metástase no mesmo lobo (T3) ou no pulmão ipsilateral ao tumor primário (T4) não deve ser contada como um local metastático
É permitido na definição de doença oligometastática, no cancro pulmonar de não pequenas células, o envolvimento dos gânglios linfáticos mediastínicos?
Os nodos linfáticos mediastínicos não devem contar como local de metastização. O seu envolvimento deve ser apenas considerado como doença locorregional. Contudo, a afeção/envolvimento dos nodos
linfáticos é importante para determinar a estratégia terapêutica (se podemos, ou não, implementar um tratamento local radical). Foi sugerido que futuros ensaios clínicos considerem a estratificação de acordo com o status N0 ou N1 VS N2 ou N3.
Neste consenso, os membros envolvidos concordaram que o envolvimento dos nodos linfáticos mediastínicos devia ser considerado na definição de doença oligometastática, mas não contemplado como um local de metastização. Idealmente, o descritor N deveria ser usado como fator de estratificação adicional visto que tem valor prognóstico (à medida que aumenta o descritor N, diminui o prognóstico)
Doença oligometastática - terapêutica
As oligometástases são lesões mais indolentes do que aquelas tipicamente observadas em pacientes com doença progressiva e disseminada.
Dados de estudos observacionais sugerem que doentes com diagnóstico de NSCLC oligometastático, tratados com terapia sistémica, apresentam um padrão de recorrência principalmente local (até 60%), envolvendo os mesmos locais afetados no momento do diagnóstico. Este padrão de progressão suporta a evidência de implementação de tratamento local.
Desse modo, uma das estratégias terapêuticas consiste num tratamento inicial com terapia sistémica neoadjuvante. Perante esta abordagem, podemos obter diferentes outcomes:
● A doença continua a progredir, disseminando-se para outros órgãos (não é passível de terapia local → Faz-se apenas tratamento sistémico) OU;
● A neoplasia é sensível à terapêutica sistémica implementada OU;
● A doença sistémica é passível de ser controlada, ainda que haja progressão local da doença.
O objetivo desta primeira abordagem é diferenciar os doentes que apresentam, de facto, doença oligometastática daqueles doentes que apresentam um momentum oligometastático.
Assim, se a neoplasia for sensível à terapêutica sistémica e os doentes apresentarem uma boa performance status podem ser candidatos a radioterapia estereotáxica ablativa ou cirurgia (terapia local).
Contudo, ao adotarmos esta estratégica terapêutica podemos, por um lado, tornar o doente menos apto a tratamentos futuros, nomeadamente cirurgia e, por outro lado, podemos estar a atrasar a implementação de outras abordagens terapêuticas, enquanto a doença continua a progredir.
De realçar que o tratamento depende, também, da localização das metástases.
Tratamento de células não pequenas em estadios I e II - Cirurgia e recomendações
Þ Cirurgia: deve ser recomendada a todos os doentes em estadios I e II que estejam dispostos a aceitar os riscos associados ao procedimento.
Recomendações:
Doentes com lesões que não se encontrem centralmente localizadas (difícil acesso) e sem metástases nodulares evidentes na TC e PET;
Segmentectomia é considerada uma abordagem cirúrgica aceitável em lesões com opacidade em vidro-despolido ou adenocarcinomas in situ minimamente invasivos;
Lobectomia é o tratamento gold standard para doentes com lesões iguais ou superiores a 2 cm e que tenham uma aparência sólida na TC;
Tanto a toracotomia aberta como a cirurgia por VATS são tidas como possibilidades de abordagem cirúrgica;
Técnica VATS deve ser considerada em doentes em estadio I (esta técnica apresenta morbimortalidade reduzida no pós-operatório, conduzindo a melhorias na qualidade de vida);
Doentes com lesões pulmonares multifocais está recomendada a ressecção completa do
pulmão sempre que há condições para tal.
Tratemento de células não pequenas em estadios I e II - Terapia sistémica
Quimioterapia adjuvante deve ser oferecida a doentes com tumores ressecáveis em estadios II e III podendo, ainda, ser considerada em doentes em estadio IIA com um tumor primário superior a 4 cm. Na quimioterapia adjuvante, é utilizado, preferencialmente, um regime de combinação de cisplatina- vinorelbina. A escolha da terapêutica adjuvante não deve ter em conta as análises moleculares, mas sim histológica.
Tratemento de células não pequenas em estadios I e II - Radioterapia primária
Tratamento não cirúrgico de 1a linha para estadio I CNPC (com localização periférica), em doentes com comorbilidades, doentes inoperáveis (ex: elevado risco anestésico-cirúrgico) ou doentes que recusem a cirurgia:
→ SABR (radioterapia estereotáxica):
● Tumores pulmonares periféricos em estadios iniciais;
● Associada a menor toxicidade em doentes com DPOC ou idosos;
● Se complicações pós-SABR → Salvage Surgery.
→ Radioterapia Radical, com horários mais convencionais/acelerados:
● Doentes inoperáveis com tumores superiores a 5 cm e/ou com localização moderadamente central.
Tratemento de células não pequenas em estadios I e II - Ablação por RT
Þ Ablação por Radiofrequência: Doentes com CNCP em estadio I que têm contraindicações para fazer radioterapia radical ou radioterapia estereotáxica.
Tratemento de células não pequenas em estadios I e II - RT pós-operatória
Þ Radioterapia Pós-operatória (adjuvante):
Não está recomendada em doentes com tumores em estadios iniciais (I) que conseguiram obter uma ressecção completa cirurgicamente (R0);
Quando temos resseções R1 a radioterapia pós-operatória deve ser considerada;
Estadio IB com resseção R1 + tumor primário superior a 4 cm OU estadio II OU estadio III → 1oQT
adjuvante seguida de RT adjuvante.
Tratamento de carcinoma de células não pequenas.
Estadios avançados (III) - recomendações
Todos os doentes em estadio III candidatos a tratamento definitivo devem realizar TC com contraste do tórax e abdómen, seguido de PET ou, em alternativa, PET-TC combinadas, com o objetivo de excluir metástases extratorácicas, metástases extracranianas e para avaliar o envolvimento dos nodos linfáticos mediastínicos, idealmente cerca de 4 semanas antes do início do tratamento. Lesões únicas distantes, detectadas pela PET, necessitam de confirmação patológica;
Aconselha-se estadiamento patológico do mediastino em doentes com doença N2 operável;
Todos os doentes em estadio III candidatos a tratamento curativo devem realizar exames de imagem crânio-encefálicos para estadiamento inicial → O exame preferencial é a RM com contraste. Se não for possível a sua realização recomenda-se a realização de TC crânio-encefálica
com contraste.
Tratamento de carcinoma de células não pequenas.
Estadio III
Resseção cirúrgica
O procedimento cirúrgico em doentes com estadios mais avançados (III) é um tema ainda muito discutido e sem consenso. Existe apenas um estudo onde se comparou a sobrevida de doentes submetidos a cirurgia vs doentes submetidos a radioterapia e não houve qualquer conclusão nos benefícios de uma em relação à outra no que diz respeito à sobrevida dos doentes.
Em tumores em estadios mais avançados a ressecção cirúrgica pode ser uma opção nas seguintes situações:
● N2 onde outros gânglios foram biopsiados e foram provados como benignos:
○ N2 documentada intra-operatoriamente → Cirurgia + QT adjuvante;
○ N2 documentada pré-operatoriamente:
■ Cirurgia → QT adjuvante OU;
■ QT indução → Cirurgia OU;
■ QT + RT concomitante de indução → Cirurgia.
● Se N2 multifocal ou N3:
○ QT + RT concomitante.
● Tumores T4N0, sem invasão linfática (comprovada por métodos invasivos), e nos quais é possível fazer uma resseção R0;
● Após terapia de indução, onde se conseguiu diminuir o estadiamento N e a pneumectomia pode ser evitada;
● Se tumores potencialmente ressecáveis no sulco pulmonar superior OU Tumores potencialmente ressecáveis T3/T4 com localização central:
○ QT + RT concomitante → Cirurgia
○ Nota: Cirurgia deve ser realizada cerca de 4 semanas após as sessões de RT.
Tratamento de carcinoma de células não pequenas.
Estadio III
Terapêutica sistémica
● Para tratamentos com intenção curativa, os doentes devem ser capazes de ser submetidos a QT à base de platina (preferencialmente cisplatina).
Tratamento de carcinoma de células não pequenas.
Estadio III
Tumores não-ressecáveis
Correspondem a tumores que, mesmo após terapia de indução, não será possível executar uma resseção R0.
● Estadio IIIA e IIIB irressecáveis: QT + RT concomitante (doentes fit)
○ Se QT + RT concomitante não for possível (doentes idosos e/ou menos fit com
comorbilidades clinicamente relevantes): 1o QT → 2oRT definitiva.
estratificação do risco
avaliação geral, pulmonar e cardiovascular;
Performance Status
o PS0, PS1 - Bom candidato;
o PS2 - Temos dúvidas;
o PS3, PS4 - Não são candidatos a cirurgia, mas sim a outras alternativas
terapêuticas.
PS 0 – Fully active, able to carry on all pre-disease performance without restriction
PS 1 – Restricted in physically strenuous activity but ambulatory and able to carry out work of a
light or sedentary nature (e.g., light house work, office work)
PS 2 – Ambulatory and capable of all selfcare but unable to carry out any work activities. Up and about more than 50% of waking hours
PS 3 – Capable of only limited selfcare, confined to bed or chair more than 50% of waking hours PS 4 – Completely disabled. Cannot carry on any selfcare. Totally confined to bed or chair
PS 5 – Dead
Factores de Risco
• Idade Por si não constitui contra-indicação para cirurgia! Mortalidade (>80a): lobectomia 4-7%, pneumectomia 14% • Comorbilidades DPOC Tabagismo Insuficiência Cardíaca Congestiva SAOS (Doença Sistémica – ASA > 2)
- Status Nutricional – Albumina < 3g/dL, IMC < 18.5
- Perda Ponderal - > 10%
- Performance Status (PS >2)
Avaliação CV - complicações
2as mais frequência em CT não cardíaca
- Arritmias
- Isquémia
Revised Cardiac Risk Index score
system (RCRI)
Cirurgia de alto risco História de cardiopatia isquémica História de insuficiência cardíaca História de doença cerebrovascular Terapêutica com insulina (pré-op) Creatinina sérica > 2.0mg/dL (pré-op)
Maior que 2 ou igual -> Consulta cardíaca com inversão coronária
Estratificação do Risco Cardiovascular
• Minor
ECG
Avaliação Geral – PS e ASA
• Intermédio
Ecocardiograma (sobrecarga farmacológica) Prova de Esforço
Consulta de Cardiologia
. Major
Referenciação ao Cardiologista
- Optimização/ Intervenção Terapêutica
Discussão Multidisciplinar… outras opções terapêuticas?
Avaliação Pulmonar
- Mecânica ventilatória: Espirometria: FEV1, FVC, RV/TLC - Função respiratória: DLCO - Reserva cardiopulmonar: Ergometria: VO2 máximo
Saber esquema de FEV1!!
.
Atitude preventiva
- Reabilitação respiratória em doentes com DPOC
- Cessação tabágica (> 4 semanas)