BRONQUIECTASIAS Flashcards
Conceito de Bronquiectasias:
Desordem adquirida caracterizada por uma dilatação anormal e permanente dos brônquios, podendo ser de distribuição focal ou difusa. Sua patogênese envolve um processo inflamatório persistente e intenso na parede brônquica, levando à destruição das suas estruturas de sustentação (cartilagem, músculo e tecido elástico), com substituição por tecido fibroso.
Etiologia da Bronquiectasia:
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Em até 50% dos casos não é encontrada uma etiologia específica.
1) Obstrução de via aérea.
2) Discinesia ciliar (Síndrome de Kartagener: bronquiectasia + sinusite + situs inversus).
3) Tuberculose.
4) Inalação de gases tóxicos (como amônia).
5) Artrite reumatoide.
6) Imunodeficiência humoral - Deficiência de ALFA 1 - ANTITRIPSINA.
7) Infecções pulmonares com bactérias virulentas (Staphylococcus aureus, Klebsiella, Pseudomonas e anaeróbios)*.
8) Aspergilose broncopulmonar alérgica.
9) Broncoaspiração de conteúdo gástrico.
10) Síndrome de Sjögren.
11) Fibrose cística.
12) HIV (pela maior predisposição a infecções).
13) Influenza e adenovírus.
14) Mycobacterium avium.
15) Síndrome de Young.
Manifestações clínicas das Bronquiectasias:
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HIT
1) TOSSE PERSISTENTE* - Grande produção de expectoração purulenta.
2) HEMOPTISE - ocorre em 50-70% dos casos, podendo
eventualmente ser de grande monta.
3) INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS REPETIDAS - Quando há uma exacerbação do quadro clínico, com piora da tosse e surgimento de dispneia.
Diagnóstico da Bronquiectasia:
EXAMES
RAIO X TÓRAX
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Geralmente é o 1º exame a ser feito, mas não consiste no PO. Possui limitações.
1) Contornos dos vasos menos nítidos.
2) Paredes brônquicas se tornam visíveis, formando linhas paralelas (trilhos de trem).
3) Quando vista de frente a via aérea bronquiectásica aparece como imagem anelar.
4) O brônquio dilatado e cheio de secreção pode apresentar aparência no dular ou tubular e, algumas vezes, a aparência em “dedo de luva”.
5) Nas bronquiectasias císticas múltiplas, podem aparecer imagens areolares de paredes finas, algumas vezes apresentando conteúdo com nível hidroaéreos.
6) Os achados adicionais, embora não específicos, porém freqüentes, são atelectasia subsegmentar e opacidade peribrônquica, com distribuição em retalho.
7) Pode ocorrer lesão consolidativa.
8) O volume do lobo pulmonar acometido por bronquiectasia apresenta-se variável, podendo ocorrer hiperinsuflação generalizada, redução volumétrica discreta ou até atelectasia completa.
Diagnóstico da Bronquiectasia:
EXAMES
TCAR
PADRÃO OURO
1) Dilatação da via aérea, demonstrada por uma relação luz brônquica – vaso adjacente maior que 1,5 e por um não estreitamento da via aérea em direção à periferia.
2) Espessamento da parede brônquica.
3) Presença de plugs mucopurulentos nas vias aéreas, com aprisionamento de ar e formação de cistos.
Diagnóstico da Bronquiectasia:
EXAMES
BRONCOSCOPIA
PROVAS DE FUNÇÃO PULMONAR
BRONCOSCOPIA
Quando a bronquiectasia é de padrão focal. Avaliação de uma possível obstrução de vias aéreas, proporcionada, por exemplo, por um corpo estranho ou um tumor.
PROVAS DE FUNÇÃO PULMONAR
As provas de função pulmonar estão sempre indicadas para quantificação da repercussão funcional da doença, geralmente apresentando um padrão obstrutivo.
Tratamento da Bronquiectasia
EXACERBAÇÕES
ANTIBIÓTICOS
Principais germes envolvidos: Haemophilus influenzae, Pseudomonas aeruginosa e Streptococcus pneumoniae.
ATB de escolha: Quinolonas respiratórias (ex.: levofloxacina) por 7-14 dias.
Nos pacientes críticos, pode-se optar pelo uso parenteral de duas drogas antipseudomonas (ex.: ceftazidime e amicacina).
ATB profilático: A recomendação atual é sua utilização nos pacientes com exacerbações frequentes (> 3-4 vezes por ano), sendo geralmente administrado um macrolídeo (ex.: azitromicina); sua
grande limitação é a resistência da Pseudomonas aeruginosa a esse fármaco. Havendo a detecção dessa bactéria em alguma cultura de escarro e uma resposta inadequada da terapia profilática com antibioticoterapia oral, pode-se optar pelo uso crônico de antibióticos inalatórios (ex.: tobramicina).
Tratamento da Bronquiectasia:
EXACERBAÇÕES
GERAL
1) Medidas de higiene brônquica: Fisioterapia respiratória, manutenção de uma hidratação adequada e uso de mucolíticos (principalmente pela via inalatória) como a N-acetil cisteína (Fluimicil®).
2) Broncodilatadores: Particularmente benéfico nos pacientes com doença obstrutiva com padrão de reversibilidade na espirometria.
3) Cirurgia com ressecção: Nos pacientes com doença localizada e com controle sintomático ruim com as medidas descritas.
4) Transplante pulmonar: Indicado nos pacientes com doença difusa com falha da terapia medicamentosa.
5) Os casos de hemoptise devem ser manejados
inicialmente com a localização da lesão sangrante através de TC de tórax e de broncoscopia, com posterior embolização arterial brônquica do segmento acometido. Nos casos não responsivos, procede-se à ressecção cirúrgica do segmento que contém a lesão hemorrágica.
Tipos de Bronquiectasias:
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1) Cilíndrica
2) Cística
3) Fusiforme
Bronquiectasia CILÍNDRICA:
Padrão morfológico mais comum identificado na TC.
Bronquiectasia VARICOSA:
Caracterizada por sua aparência serpeante e com contornos internos corrugados.
Bronquiectasia CÍSTICA:
Imagens císticas de paredes finas, algumas vezes apresentando nível hídrico em seu interior.