Bloqueio Espinhal Flashcards
Coluna Vertebral
A coluna vertebral é constituída de 24 vertebras: 7 cervicais, 12 torácicas e 5 lombares.
Temos ainda o sacro (5 vertebras fundidas) e o cóccix (4 vertebras fundidas).
O canal espinhal (por onde passa a medula) vai do forame magno até o hiato sacral.
Vertebras
Aqui, vamos chamar atenção para o processo espinhoso e os processos transversos.
É importante saber identificar os espaços intervertebrais, é através deles que iremos inserir a agulha.
Ligamentos
Os mais importantes (para a aula) são: ligamento amarelo, ligamento interespinhal e ligamento suprespinhal.
São estruturas que serão atravessadas pela agulha durante a técnica.
Medula Espinhal
Aqui é importante lembrar que a medula espinhal vai até aproximadamente L2.
Devemos levar isso em consideração em todo bloqueio anestésico (por raqui) e em toda punção lombar, introduzindo a agulha abaixo de L2, você evita de acertar a medula.
Depois de L2, temos a cauda equina.
A diferença de tamanho entre o canal espinhoso e a medula espinhal se dá devido ao desenvolvimento ósseo.
Durante a embriogênese o SNC ocupa todo o canal, porém enquanto o organismo desenvolve, o osso cresce mais rápido que o tecido nervoso, fazendo um encurtamento relativo da medula no canal espinhal.
Entre crianças pequenas, a medula vai ocupar uma maior parte do canal. Em certas patologias essa relação também pode estar alterada, inclusive em adultos. Em algumas pessoas pode ir até T12 e em outras (poucas) chegam até L3.
Meninges
As meninges são três membranas que protegem o SNC e estão dispostas na seguinte ordem, de fora para dentro do SNC: dura-máter, aracnoide e piamáter.
Entre a aracnoide e a pia-máter, temos o espaço subaracnóideo (preenchido por líquor), de extrema importância aqui, já que é o local onde se injeta o anestésico no caso das raquianestesias.
Entre a aracnoide e dura-máter existe um espaço chamado de subdural. Esse pode ser um espaço virtual, sendo de difícil acesso através da punção. Esse espaço contém linfa, o que faz com que haja refluxo de líquido quando puncionado, podendo confundir com o espaço subaracnóideo. O problema é que o espaço subdural não é muito apropriado para a deposição de anestésicos.
Espaço Epidural
Já vimos que a raquianestesia deposita anestésicos no espaço subaracnóideo.
A outra técnica de bloqueio espinhal que usamos, a anestesia peridural, é realizada no espaço epidural.
Esse é um espaço entre a dura-máter e as paredes do canal vertebral. Isso é, vamos encontra-lo entre o ligamento amarelo e a dura-máter.
Esse não é um espaço virtual, contém estruturas como tecido frouxo e plexos venosos, que podem frequentemente gerar pressão negativa (o espaço possui pressão atmosférica ou subatmosférica).
Líquor
O líquor, ou líquido cefalorraquidiano (LCR), é produzido principalmente no plexo coroide.
Tem função de proteção mecânica e biológica (células de defesa, etc.) para o SNC.
É constantemente drenado nas granulações aracnoides, em especial no seio sagital superior.
Um paciente adulto tem em média de 120 a 150 mL de volume liquórico.
Sendo que esse volume é renovado em períodos de aproximadamente 8 horas (ou seja, é renovado em média 3 vezes por dia).
Considerando o intenso fluxo do líquor, qualquer alteração nesse fluxo pode gerar manifestações
Distribuição do Sistema Nervoso Autônomo
O sistema nervoso simpático se distribui em gânglios para-vertebrais, ou seja, acompanha a medula espinhal, desde os primeiros níveis torácicos até aproximadamente L2.
Quando fazemos uma raquianestesia ou anestesia peridural, bloqueamos um segmento da medula, portanto, vamos fazer um bloqueio de fibras simpáticas que acompanham esse segmento.
Repare na imagem a proximidade da cadeia simpática e da medula, o anestésico pode se difundir entre as duas estruturas e fazer bloqueio simpático.
Já o sistema nervoso parassimpático possui uma distribuição muito diferentes, seus gânglios estão mais perto dos órgãos. As fibras parassimpáticas se distribuem através do crânio e os pares cranianos(em especial o vago) e por fibras sacrais.
Como elas não acompanham a medula (como o simpático faz), quando bloqueamos um seguimento da medula, não vamos bloquear fibras parassimpáticas daquele segmento
. É importante entender essa diferença porque quando fazemos um bloqueio espinhal vamos então causar um bloqueio simpático, mas não parassimpático.
Ou seja, o paciente vai ter tendência a estimulação parassimpática, o que pode se manifestar de diferentes formas, como vamos estudar mais a frente.
Dermátomo ou Metâmero:
área cutânea inervada por um único nervo espinhal.
Lembrando que a inervação dos dermátomos é somática, mais bem definida.
A inervação visceral é mais anárquica.
Nervo espinhal
: raiz anterior e raiz posterior
Radículas:
segmento medular
Principais Metâmeros
T4 Inter Mamilar
T6 Apêndice Xifóide
T8 Rebordo Costal
T10 Cicatriz Umbilical
T12 Sínfise Púbica
L4 Região Anterior do Joelho
Bloqueios Espinhais -Tipos
Raquianestesia: Consiste na injeção de anestésicos locais no espaço subaracnóideo, agindo diretamente na medula e na cauda equina.
Anestesia Epidural :Consiste na injeção de anestésicos locais no espaço epidural (entre ligamento amarelo e duramáter), agindo nos nervos espinhais.
Local de Aplicação
A principal diferença entre as duas vai ser o local de aplicação.
A raquianestesia é feita no espaço subaracnóideo, sempre abaixo de L2 para tentar evitar a medula.
A epidural é feita no espaço epidural, fora das meninges, não entrando em contato direto com o SNC e por isso, pode ser feita em qualquer nível, desde a região cervical até mesmo no próprio hiato sacro!
Anestesia Terminal e Metamérica
Numa raquianestesia, quando depositado o anestésico no SNC, ele vai se dispersar a partir do local de injeção e se difundir para atingir diferentes níveis. Podemos dizer que a raquianestesia é terminal, já que o bloqueio vai ocorrer em todos os segmentos abaixo da aplicação. Lembrando que sempre será feita abaixo de L2.
Nas anestesias peridurais o anestésico vai ser depositado no espaço epidural, onde terá uma capacidade limitada de distribuição, não chegando a atingir segmentos mais distais ao que foi aplicado. Podemos dizer que a epidural é uma anestesia metamérica, podendo fazer uma anestesia “em faixa” sem afetar segmentos distais, podendo ser realizada em qualquer nível.