AULA 3 - OSTEOMIELITE Flashcards

1
Q

Como diferenciar osteomielite de artrite séptica inicialmente?

A

Nas fases iniciais, os sintomas e sinais são muito semelhantes. O que diferencia é o local do foco infeccioso inicial, o que pode induzir a dúvidas ou erros no diagnóstico.

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2
Q

O que influencia o processo a evoluir rapidamente?

A

Virulência do agente bacteriano
Condições clínicas e de imunodefesa do paciente
-PCT subnutrido
-HIV
-Doenças infecciosas crônicas
-Leucemia
-Hemofilia

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3
Q

Como é o processo infeccioso?

A

Na fase inicial da infecção, ocorre hiperemia local, exsudato com vasodilatação e infiltração intersticial. A proliferação bacteriana induz, também, o edema de partes moles, o que produz isquemia por compressão vascular na região comprometida.
Forma-se abscesso e, posteriormente, necrose tecidual por falta de circulação.

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4
Q

Até quando é possível o tratamento com apenas ATB?

A

Quando ainda existem tecidos vascularizados. Ao se formar o abscesso intra-ósseo ou aumentar o pus dentro da cavidade articular (determinando isquemia e necrose tecidual), só a drenagem cirúrgica seguida de ntibioticoterapia pode curar.

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5
Q

Em qual tipo de PCT é comum osteomielite?

A

Diabético e criança

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6
Q

Definição de osteomielite

A

Infecção óssea que compromete a cortical, a esponjosa e o canal medular

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7
Q

Quando a osteomielite tem maior chance de cronificação?

A

Principalmente quando não é tratada rapidamente e quando tem necrose.

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8
Q

Quadro clínico inicial

A

Dor local de início agudo, calor, hiperemia tecidual local, febre,limitação funcional importante e temperatura > comum em todas as infecções bacterianas osteoarticulares.

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9
Q

Classificação osteomielite

A
  1. Hematogênica aguda
  2. Crônica
  3. Abscesso ósseo
  4. Pós-traumática
  5. Pós-cirúrgicas
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10
Q

Osteomielite hematogênica aguda

A

-É a forma mais comum
-Podem ser identificado focos infecciosos à distância (dentários, respiratórios, cutâneos, ferimentos e escoriações), mas não necessariamente

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11
Q

Osteomielite crônica

A

Ocorre quando a abordagem terapêutica da osteomielite na fase aguda é iniciada com atraso devido ao diagnóstico tardio ou na falta de tratamento.
Isso propicia a cronificação do processo infeccioso com grande quantidade d tecido necrosado e sequestro ósseo, o que pode comprometer todo osso longo.

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12
Q

Abscesso ósseo é mais grave ou mais brando?

A

Mais branda, em que a virulência da bactéria fica mais contida pelo sistema de defesa do paciente. Existe englobamento do foco inicial, nao permitindo sua expansão e formando um verdadeiro abscesso intra-ósseo

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13
Q

Abscesso ósseo - sinônimo

A

Abscesso de Brodie

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14
Q

Osteomielite pós-tramática

A

Decorre de contaminação direta com a pele por ferimentos ou fraturas expostas, previamente infectados ou nao, e que por contiguidade ou por proximidade podem ocasionar osteomielite

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15
Q

Osteomielite pós-operatório

A

Ocorre em cirurgias de grande porte com tempo prolongado de exposição tecidual e hemostasia imperfeita que ocasionam hematoma pós-operatório

Os pintos e os parafusos, os alongadores ósseos e a tração esquelética funcionam como acesso direto para o tecido ósseo

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16
Q

Fisiopatológico osteomielite hematogenica aguda

A

Geralmente existe um foco infeccioso

A região metafisaria é a mais vascularizada

O foco bacteriano passa pela circulação capilar término-terminal e fica preso

Depois tem reação inflamatória local com exsudato e infiltração intersticial

Logo, aumenta a pressão intra-óssea com área de isquemia que pode evoluir para necrose

Com a evolução para necrose, forma-se o chamado abscesso intra-ósseo (osso dentro do osso porque absorveu a parte orgânica, sobrando só cálcio)

Essa etapa dura 48h e o ATB pode dar certo porque ainda nao evoluiu para necrose

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17
Q

Quanto tempo dura a fase inflamatória inicial

A

48h

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18
Q

Após o surgimento dos tecidos necrosados, o que é formado

A

Abscesso ósseo

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19
Q

Por que pode fistulizar?

A

O pus infiltra-se pelos canais de Havers e Volkmann, inicialmente na região metafisária, seguindo depois para o canal medular e subperiosteal

20
Q

Se a necrose nao for drenada, o que acontece?

A

O pus descola o periósteo causando ainda mais necrose e podendo fistulizar para o exterior

21
Q

O que corresponde à periostite?

A

O descolamento do periósteo, já que ele induz a uma reação de neoformação óssea

22
Q

O que é o sequestro ósseo e por que ele acontece?

A

Osso necrosado dentro de neoformação óssea

Ele acontece porque com a neoformação óssea há um aumento da PIO, que leva também a uma necrose.

23
Q

Quando deixa de ser aguda para se tornar crônica?

A

Cerca de 48h, quando surge necrose, mas nao é um valor exato

24
Q

Qual o papel da fise?

A

Funciona como uma barreira de proteção para impedir a invasão na epífise

25
Q

O que acontece com a placa epifisária (fise) nas articulações coxofemoral, glenoumeral e tibiotarsal?

A

A fise é intra-articular, o que pode levar a um espaço livre para a coleção purulenta invadir as cavidades, ocorrendo ARTRITE SÉPTICA

26
Q

Qual principal agente causado?

A

Staphylococcus aureus.

27
Q

Outros causadores

A

Strepto do grupo B
Enterococos
Pneumococo
Gonococo (associados com resistência)
Salmonela (falcêmicos)
Pseudomonas (imunodeficiência)

A cultura consegue fornecer com exatidão o agente causador, desde que colhida com técnica estéril e antes de ser administrado ATB

28
Q

Quadro clínico

A

Dor
Impotência funcional
Edema
Hiperemia
Hipertermia

29
Q

Como é a dor

A

É a primeira queixa, de instalação aguda e aumento de intensidade progressivo com o passar das horas

Nao cede com analgésico comum nem diminui em um curto período de tempo

O paciente fica inquieto, perde o apetite e diminui as atividades habituais

30
Q

Como é a impotência funcional

A

Também surge na fase inicial. O paciente fica com dificuldade de realizar os movimentos

31
Q

Como é o edema? Qual armadilha?

A

Surge nos primeiros dias junto de dor

É leve inicialmente e vai se tornando mais volumoso

Deve-se diferenciar de edema de derrame articular nas articulações superficiais

32
Q

Como é a hipertermia?

A

A febre normalmente é muito alta, cerca de 39

Não cede com facilidade com antitérmicos usuais

Os sinais de comprometimento geral são comuns aos processos infecciosos - prostração, etc.

33
Q

O que fazer com o PCT caso suspeite de osteomielite?

A

Internação hospitalar de urgência para realização de exames complementares e diagnóstico e abordagem precoce.

34
Q

Exames complementares

A
  1. Hemograma
    Leucocitose, conforme avança tem desvio à esquerda e anemia (pelo staphylo)
  2. VHS e PCR
    VHS aumentado desde o inicio, mais que 15mm na primeira hora. PCR >100 costuma indicar infecção bacteriana
  3. Hemocultura
    Costuma ser positiva na maioria dos casos. Tem muito valor sobretudo na fase aguda com sinais clínicos
  4. Cultura e ATBiograma
    Muito importante. Se achar pus = osteomielite.
  5. RX
    Nos primeiros 5 a 7 dias, não são detectavas alterações ósseas locais. Podem ser vistos edema e infiltração local pelo exsudato, desmineralização óssea metafisária e depois necrose. Com o descolamento do periósteo, tem neoformação óssea (periostite).
  6. ECO
    Para ver partes moles e edema, pode ajudar a diferenciar de artrite séptica
  7. Cintilografia óssea
    É o mais sensível pois detecta alterações precoces. Nao é tão específico.
  8. TC
    Muito útil para ver sequestros ósseos, mas nao ajuda tanto no diagnostico na fase aguda.
  9. RM
    Não é de rotina, ajuda no diagnóstico diferencial quando há dúvida.
35
Q

Com o que é feito o diagnóstico diferencial?

A

Com patologias que apresentem reação inflamatória aguda e artrite reumatoide:
1. Artrite reumatoide.
2. Gota.
3. Tumor de Ewing (pode produzir hipertermia, dor intensa e edema, a radiografia pode confundir com osteomielite na fase de periostite, mas demora mais para acontecer - OBS: principal diagnóstico diferencial de tumor de Ewing é artrite séptica devido à proximidade anatômica da região metafisária com a articulação).

36
Q

Tratamento osteomielite

A

Inicialmente: punção local em centro cirúrgico

Saiu pus? Faz drenagem cirúrgica de partes moles.

Tem pus subperiosteal? Realizar algumas perfurações ósseas com broca adequada ou abrir uma janela.

O local é lavado e todo o material necrosado é retirado.

Deve realizar irrigação continua com entrada e saída de sucção contínua, recomendado por 24 a 48h no máximo.

Como é feita a sutura? De forma convencional

O membro deve ser imobilizado.

Nao descuidar da possibilidade de outros focos infecciosos

37
Q

Quais medicamentos devem ser ofertados?

A

ATB
Analgésico
Antitérmicos

38
Q

Como deve ser a antibioticoterapia?

A

Feita logo depois de enviar o material para cultura e antibiograma

Staphyo = 80/90% das infecções

RN: oxacilina + aminoglicosídeo (genta ou amica)
RN até a idade adulta: oxacilina + cefalosporina de 3a geração
MRSA: clinda ou vanco ou linezolida
Idade adulta: outra alternativa é cipro + rifampicina
Falcêmicos: ceftriaxona + oxacilina
Trauma: oxacilina + cefalosporina de terceira com ação antipseudomonas (ceftazidima)

39
Q

Por quanto tempo fazer antibiótico venoso e oral?

A

Venoso: 10 dias se tiver melhora do ponto de vista clínico (estável)
Oral: por 4 a 6 semanas no total

40
Q

Quais complicações podem ocorrer?

A

Osteomielite crônica
Sepse
Morte

41
Q

O que acontece na osteomielite crônica?

A

Tem muita necrose óssea e de partes moles devido à isquemia

42
Q

Sequestro ósseo está associado ao que?

A

Cronificação do processo

43
Q

Para que serve a fistulografia

A

Para identificar o trajeto fistuloso principalmente de sequestro de pequeno tamanho

44
Q

Qual o tratamento de osteomielite crônica?

A

Resseccao de todas as partes moles necrosadas e retirada cirúrgica dos fragmentos de osso sequestrado

45
Q

O que fazer se houver fratura por infecção ou pseudo-artrose ou perda óssea por necrose?

A

Imobilização externa com fixador externo

46
Q

Quando indicar amputação?

A

É indicada quando é um caso crônico, que reatualizando periodicamente.