AULA 1 - TRAUMA CERVICAL Flashcards
Quando suspeitar de lesão em coluna cervical?
Qualquer indivíduo com dor cervical após trauma
Qual protocolo utilizar em pcts politraumatizados?
ATLS
Quais as causas mais comuns de lesão cervical?
- Acidentes automobilísticos (principalmente capotamentos)
- Mergulho em água rasa.
- Atividades esportivas.
Qual a maior incidência?
Entre 15 e 24 anos
Acima de 55
(pico bimodal)
Qual a divisão das colunas?
Alta > entre occipito e áxis
Baixa > entre C3 e C7
Como examinar o paciente e suspeitar?
Dor à movimentação ativa e dor à palpação dos processos espinhosos.
O que fazer se tiver dor à movimentação ativa ou à palpação dos processos espinhosos?
Exames de imagem
C5 - sensibilidade e motricidade e reflexo
Motricidade: bíceps (flexão de cotovelo)
Sensibilidade: face lateral do ombro e braço
Reflexo: biccipital
C6 - sensibilidade e motricidade e reflexo
Motricidade: extensão do punho (extensores do carpo)
Sensibilidade: face lateral do antebraço e primeiro e segundo dedos
Reflexo: estilorradial
C7 - sensibilidade e motricidade
Motricidade: flexão do punho
Sensibilidade: terceiro dedo.
Reflexo: tricipital
C8 - sensibilidade e motricidade
Sensibilidade: face medial do antebraço e quarto e quinto dedos.
Motricidade: flexão dos dedos.
T1 - sensibilidade e motricidade
Sensibilidade: face medial do braço.
Motricidade: abdução dos dedos.
Quantas incidências para RX de coluna cervical?
3: AP, perfil e transoral (boca aberta)
RX pega quantos % das lesões?
83 a 99 (ME fala que é pouco)
Incidência oblíqua ajuda?
Não, tem pouco valor
O que é imprescindível para que o RX seja considerado adequado?
Toda a coluna cervical (incluindo C7-T1) deve estar contida)
Qual o melhor exame?
TC > permite a visualização de fragmentos intracanal, fraturas de lâminas e pedículos
Qual o papel da RM na avaliação inicial do traumatizado?
Ainda está sendo estabelecido, mas é um exabe muito superior para visualização de partes moles: ligamentos, disco e medula.
Por isso, é indicado para visualização de hérnias discais traumáticas, hematomas epidurais, edema ou compressão da medula e lesão ligamentar posterior.
É muito importante no paciente com rebaixamento de nível de consciência para avaliar sinais decompressão neurológica ou lesões ligamentares.
Qual procedimento para avaliação de possível fratura caso o paciente esteja acordado, sem abuso de álcool, orientado + RX normais?
Ofertar AINE + analgésico e reavaliar depois de uma hora.
Se tiver sem dor em repouso e sem dor à palpação dos processos espinhosos, tirar o colar cervical e pedir para fazer movimentação ativa em rotação para esquerda e direita em flexão.
O colar pode ser retirado se não houver dor após a movimentação ativa. Se o paciente referir dor ou apresentar alteração do nível de consciência, ou se a radiografia não for adequada, deve-se manter o colar e transferir o indivíduo para um centro com tomógrafo para melhor avaliação.
O que fazer caso seja encontrada lesão em nível cervical?
Procurar lesão em outros níveis.
A presença de alterações (fratura, luxação) em um nível deve ser seguida de investigação de lesões em outros segmentos da coluna. Lesões não contíguas podem ocorrer em 5 a 10% dos casos, dependendo das séries.
FRATURAS E LUXAÇÕES DA COLUNA CERVICAL ALTA
-
Qual o nome do conjunto dado ao occipito + as duas primeiras vértebras?
Unidado cervicocrânio.
O que são os côndilos cervicais?
Os côndilos occipitais são as partes laterais do osso occipital, que é constituído de quatro partes: basilar (anteriormente), laterais ou condilares e escamosa (posteriormente).
Os côndilos aproximam-se entre si anteriormente ao forame magno. No aspecto inferolateral, estão as superfícies articulares para as facetas do atlas. Na borda medial do côndilo, há uma incisura ou tubérculo para a inserção do ligamento alar e, em sua base, encontra-se o canal para o nervo hipoglosso. No aspecto
posterolateral aos côndilos, encontra-se o processo jugular e sua incisura, por onde passam a veia jugular interna e os pares 9, 10 e 11 dos nervos cranianos.
Articulando-se com os côndilos occipitais está a primeira vértebra cervical, o atlas, que não apresenta corpo vertebral, sendo formado por arcos anterior e posterior e duas massas laterais. Essas porções se articulam com o occipício por meio
da faceta articular superior.
Atlas e áxis
Articula-se com o áxis a segunda vértebra cervical, por meio de sua faceta articular inferior. O áxis apresenta lâmina, pedículo, processo espinhoso, processos transversos e forames, da mesma forma que as demais vértebras cervicais, com algumas diferenças quanto às proporções. Observa-se, no entanto, sobre seu corpo, o processo odontoide, ou dente do áxis, literalmente o pivô da articulação atlantoaxial. Nessa articulação, ocorre cerca de 50% do movimento de rotação da cabeça
Atlas e áxis
Movimento da coluna cervical
A coluna cervical alta é responsável por 60% da rotação no plano axial, 40% da flexoextensão e 45% da movimentação global. O atlas roda sobre o áxis cerca de 80 a 88°. A amplitude de flexoextensão entre occipício-C1 e entre C1-C2 é de 20 a 30°. A inclinação lateral é de cerca de 20° entre C1 e C2.
Fraturas de côndilo occipital - são comuns?
Bem raras. Em geral, essa fratura é causada por circunstâncias envolvendo traumas de grande energia, como acidentes automobilísticos, na maioria dos casos, e ocorrências na prática esportiva.
Fraturas de côndilo occipital - como evoluem?
As fraturas desse tipo são de tratamento conservador, evoluindo de forma bastante favorável se não forem associadas a outras lesões, como as originárias de trauma craniencefálico, e a fraturas de vértebras cervicais. A despeito desse fato, constituem-se como de difícil diagnóstico se não houver a suspeita de sua existência e a utilização de um método diagnóstico adequado para a identificação.
Fraturas de côndilo occipital - classificação?
De Anderson e Montesano: Apresentam-se três grupos de fraturas do côndilo occipital. No primeiro grupo (tipo I), observa-se fratura impactada do côndilo occipital, tendo como mecanismo de trauma a carga axial do crânio sobre o atlas. Nesta, há comunicação do côndilo occipital sem ou com mínimo desvio dos fragmentos em direção ao forame magno. A membrana tectorial encontra-se intacta, bem como o ligamento alar contralateral à fratura, garantindo estabilidade a ela. No segundo grupo (tipo II), a fratura do côndilo occipital é parte da fratura da base do crânio, que se apresenta com traço em direção ao forame magno. É causada por trauma direto regional e é estável em função da integridade dos ligamentos alares e da membrana tectorial. O terceiro grupo (tipo III) engloba a fratura-avulsão do côndilo occipital pelo ligamento alar, causada por rotação ou inclinação lateral da cabeça ou pela associação dos dois movimentos. Nesse caso, devido à lesão do ligamento alar contralateral e da membrana tectorial, há instabilidade potencial.
Fraturas de côndilo occipital - quadro clínico.
O quadro clínico das fraturas do côndilo occipital é bastante inespecífico. A queixa do paciente, em geral, consiste em dor na face posterior do pescoço e espasmos da musculatura paravertebral cervical, dificultando, assim, o diagnóstico. Raramente, pode-se observar paralisia dos pares de nervos cranianos 9, 10 e 11.
O trauma craniencefálico acompanha a maioria dessas fraturas, colaborando, também, para a constituição do quadro clínico dos pacientes, dificultando o diagnóstico (p. ex., devido a possível alteração do nível de consciência) e sendo, muitas vezes, o responsável pelo óbito. Cabe ressaltar a possível associação dessas lesões às fraturas de vértebras cervicais, focando-se, muitas vezes, o diagnóstico dessas últimas, em vez do diagnóstico das fraturas do côndilo occipital.
Fraturas de côndilo occipital - melhor exame?
TC
Fraturas de côndilo occipital - o que pode acontecer caso passe desapercebido o diagnóstico?
Por isso, o paciente pode manifestar um quadro de dor persistente na região cervical posterior, acompanhado de espasmo muscular por longo período, sem que se suspeite da existência da lesão. Outra situação bastante comum é o diagnóstico dessas fraturas como achado de exames para verificação de quaisquer outras lesões do segmento craniocervical, como fratura do processo odontoide ou fratura da base do crânio.
Fraturas de côndilo occipital - tratamento?
Fraturas de côndilo occipital - prognóstico?
Excelente. Alguns podem evoluir com dor e cefaleia cervicogênica.
Luxações atlanto-occipitais - são comuns?
Não. São letais, por isso o paciente evolui para óbito quando tem –> lesão de tronco.
Luxações atlanto-occipitais - o que acontece?
A coluna afasta do crânio, por isso também é chamada de disjunção crânio-vertebral.
Luxações atlanto-occipitais - como avaliar?
Linhas de Harris pelo RX
Fratura de atlas - peculiaridades atlas?
Não tem corpo vertebral e nem processo espinhoso, apenas um pequeno tubérculo. Ele tem dois arcos ósseos e duas massas laterais entre eles.
Fratura de atlas - outro nome?
Fratura de Jefferson.
Fratura de atlas - qual melhor exame?
TC. RX não identifica muito bem.