Aula 20 e 21 - Aparelho reprodutor Feminino Flashcards
Qual a constituição geral do aparelho reprodutor feminino?
É constituído pela genitália interna e genitália externa
Qual a constituição da genitália interna?
ovários e ductos genitais (trompas de falópio, útero, colo uterino e vagina)
Qual a constituição da genitália externa?
Vestíbulo, clitóris, pequenos e grandes lábios e púbis
Qual o tipo de controlo do aparelho reprodutor feminino?
Hormonal e nervoso
Quais as funções do aparelho reprodutor feminino?
produção de gâmetas femininos,
receção dos gâmetas masculinos, proporcionar um ambiente favorável à fertilização, proporcionar o desenvolvimento do feto, nutri-lo e viabilizar a sua expulsão
Quais as funções dos ovários?
Têm funções endócrinas (produção de hormonas) e exócrinas (produção de óvulos)
Quais as características histológicas?
- revestido por epitélio cúbico simples, por vezes pavimentoso designado por epitélio germinativo (designação que é, no entanto, incorrecta) com microvilosidades e alguns cílios; é contínuo com o peritoneu na região do hilo do ovário.
- túnica albugínea tecido conjuntivo fibroso (denso), de aspeto esbranquiçado
Quais as regiões que de destinguem?
cortex, medula e hilo
Descreva o cortex do ovário
com folículos (envolvidos por algumas fibras nervosas amielinicas e por algumas células musculares lisas)
fibras reticulares (colagénio tipo III)
células fusiformes (fibroblastos) acumulam lípidos, produzem esteróides e
originam a teca interna e externa
substância fundamental
fibras de colagénio (do tipo I)
Descreva a medula do ovário
tecido conjuntivo laxo fibro-elástico
algumas fibras musculares lisas
ricamente vascularizada - numerosos vasos sanguíneos (artérias helicinas), linfáticos e nervos
Descreva o hilo do ovário
liga-se ao ligamento largo, sendo o local de entrada dos vasos sanguíneos e nervos, bem como saída dos linfáticos. Tem células hilares (H) semelhantes às de Leydig e contendo lipofuscina
O que é o estroma do ovário?
counjunto das fibras reticulares, fibras musculares lisas, fibroblastos, substância fundamental da medula e que envolvem os folículos em desenvolvimento
Como ocorre o desenvolvimento folicular?
células germinativas primordiais (oogónias) aparecem ao fim do 1º mês de vida embrionária na endoderme do saco vitelino. Dividem-se por mitose.
migração para as gónadas, a partir da 6a semana de gestação
cortex do ovário (O) onde continuam as divisões mitóticas até ao 5º mês de vida fetal, atingindo o valor de 3 milhões de oogónias. Param em profase a partir do 2o semestre de gestação
aumentam de tamanho entram na 1ª divisão meiótica e ficam encapsulados por uma camada de células foliculares de origem epitelial (granulosa G) – oócitos primários (O),
nascimento atresia de 2 milhões de folículos
folículos primordiais
a primeira divisão meiótica pára em profase, sem que haja qualquer outro desenvolvimento folicular até à maturidade sexual
Descreva histologicamente os folículos primordiais
oócito primário - célula esférica, com núcleo grande, excêntrico e nucléolo evidente com pouco citoplasma (que é opaco e apresenta grânulos)
uma camada simples de células foliculares epiteliais pavimentosas
membrana basal delgada, separando o folículo do estroma
muitos dos folículos degeneram por um processo que é designado de atrésia
O que é o folículo primordial?
É o conjunto do oócito primário e das células foliculares pavimentosas que o envolvem
O que ocorre na maturidade sexual?
oócito primário - célula esférica, com núcleo grande, excêntrico e nucléolo evidente com pouco citoplasma (que é opaco e apresenta grânulos)
uma camada simples de células foliculares epiteliais pavimentosas
membrana basal delgada, separando o folículo do estroma
muitos dos folículos degeneram por um processo que é designado de atrésia
Qual a constituição dos folículos primários?
oocito, granulosa, zona pelúcida e teca folicular
granulosa
granulosa - com epitélio cúbico simples (unilamelar) ou estratificado (multilamelar). As células foliculares, com junções “gap”, têm receptores para a FSH e convertem os androgénios em estrogénios
zona pelúcida
camada glicoproteica (entre o oócito e as células da granulosa) sintetizada pelo oócito e células da granulosa; atravessada por microvilosidades vindas do oócito e por extensões de citoplasma das células da granulosa, estabelecendo junções “gap”
teca folicular
teca folicular (TF) (células do estroma semelhantes a fibroblastos) circunda o folículo externamente (nem sempre visível). As células da teca interna têm receptores para a LH. Produzem androgénios
Folículo em crescimento
Nos folículos em crescimento aparecem pequenas acumulações de líquido (que irá originar o líquido folicular viscoso, rico em ácido hialurónico e hormonas esteroides) designado por corpos de Call Exner que irão confluir para formar o antro folicular. Aparece a membrana basal entre a teca e a granulosa (que originará a membrana vítrea no folículo em atrésia). Podem-se desenvolver até 20 folículos, mas apenas 1 permanece no fim da maturação. Pensa-se que isso seja uma forma de produzir a quantidade de hormonas necessárias ao desenvolvimento do endométrio
Descreva os folículos secundários histologicamente
zona granulosa (ZG), com células foliculares unidas por junções “gap”, as quais convertem os androgénios em estrogénios
antro folicular (AF) (preenchido com líquido)
cumulus oophorus (CO) - ligação do oócito primário (O1) à granulosa
corona radiata - células foliculares que envolvem o oócito
membrana basal (membrana vítrea no folículo atresico) entre a granulosa e a teca
teca interna (TI) (vascular), implicada na síntese de androgénios,
teca externa (TE) (fibrosa, onde nascem os vasos linfáticos) bem definida
Folículos terciários ou de Graaf
forma ovóide e posição excêntrica do oócito (d, O2) rodeado pela corona radiata (b, CR)
líquido no cumulus oophorus (c) - o oócito irá soltar-se no interior do folículo
fim da 1ª divisão meiótica e início da segunda (que vai parar em metafase e só continua se houver fecundação) - oócito secundário - óvulo
1º corpúsculo polar entre o óvulo e a zona pelúcida
Descreva a corona radiata
O cumulus oophorus diminui, deixando o óvulo rodeado pela corona radiata: camada de células que rodeia o oócito secundário e o acompanha quando ele se liberta para o interior do folículo. Esta camada permanece mesmo após fertilização e durante uma parte do trajeto pela trompa.
O que ocorre perto da ovulação?
Quando se aproxima a ovulação o antro folicular aumentou o que causou um colapso da granulosa. O líquido folicular é viscoso e rico em ácido hialurónico, progesterona, androgénios, estrogénios e proteínas. O folículo é tão grande que provoca uma distorção na superfície do ovário causando um adelgaçamento do córtex. A ovulação ocorre por estímulo da LH produzida pela hipófise que induz a finalização da 1ª meiose e a rutura do folículo. A libertação de LH dá-se assim que se começa a produzir a inibina F, um inibidor da secreção de FSH. A maturação do folículo demorou 15 dias
O que ocorre aos outros folículos?
3 milhões de oogónias produzidas no total
1 milhão de oogónias no nascimento
250 000 oogónias na puberdade
500 oogónias atingem a maturidade completa
atrésia de muitos folículos em vários estádios (durante a vida intra-uterina, na altura do nascimento, na puberdade, na gravidez, ou seja sempre que existam alterações hormonais importantes) folículos primordiais, primários e secundários (não deixam cicatriz) folículos terciários [o oócito degenera (O), as células da granulosa desagregam-se (G), a zona pelúcida colapsa e pregueia-se e observa-se a membrana vítrea (GM) espessa entre a granulosa e a teca; são substituídos por tecido fibroso
O que é o porcesso da seleção do folículo dominante- apoptose?
Selelciona o folículo mais apto ao desenvolvimento e impede multiplas gestação (de vários fetos). Os restantes sofrem apoptose
Antes e durante a ovulação o que ocorre?
O folículo provocou uma saliência à superfície do ovário – estigma ou mácula pelúcida e a zona do folículo em contacto com o epitélio germinativo que cobre a superfície do ovário rompe-se, libertando-se o fluido folicular contendo o oócito, cuja captação é realizada pelas fímbrias da trompa.
Nesse sentido existem movimentos peristálticos que induzem a aproximação da trompa ao ovário, bem como movimento das fímbrias
Células musculares lisas + pressão intrafolicular + acção da colagenase ovulação
Pós ovulação o que ocorre?
Com a ruptura do folículo (a), ocorre sangramento, sobretudo pela teca interna altamente vascularizada, enchendo o folículo com um coágulo de sangue. Pequenas quantidades de sangue podem passar para a cavidade peritoneal. Esta ruptura pode causar algum desconforto que tem sido referido por algumas mulheres entre o 14º e o 16º dia do ciclo. A granulosa (b) irá proliferar
Corpo lúteo
O corpo lúteo apresenta inicialmente um coágulo sanguíneo (BC) e irá sofrer organização progressiva e fibrose. Atinge a sua dimensão máxima ao 20º dia. Dura entre 10 e 14 dias se não houver fertilização. Sob a influência da LH, as células da granulosa ficam maiores e pálidas, contendo um pigmento amarelo designado de lipocromo e gotículas de lípidos, produzem progesterona e passam a designar-se no seu conjunto de camada granulosa-luteínica (GL).
Camada teca-luteínica corpo lúteo
A camada teca-luteínica tem origem nas células da teca interna (TI). As células teca-luteínicas contêm lípidos e apresentam um citoplasma mais pálido. Constituem uma bainha em volta dos vasos sanguíneos (V) e septos (S), sendo menores que as da granulosa-luteínica (G ou GL). As células da teca externa (TE) mantêm-se à periferia e apresentam um citoplasma mais corado.
Camada granulosa-luteínica corpo lúteo
As células granulosa-luteínicas (b) encontram-se revestidas pelas células teca-luteínicas (a) mais compactadas, mais pequenas e localizadas na zona dos septos. Os capilares sanguíneos penetram na região das granulosa-luteínicas (c). Estas células são ricas em REL
Descreva o corpo lúteo
septos fibrosos (S) que separam a granulosa (G) e contêm os vasos sanguíneos
as células da camada granulosa-luteínica, de coloração mais pálida produzem progesterona
as células da camada teca-luteínica, mais pequenas e mais coradas que as da granulosa, com núcleo compacto e escuro, vão produzir estrogénios; as da teca externa involuem e permanecem à periferia (T)
abundante rede vascular de capilares provenientes da teca externa
Como ocorre a regulação hormonal?
Na altura da ovulação há pico hormona LH. Aumenta produção estrogénios e progestreona pelo corpo lúteo
Existem duas situações que podem ocorrer pós-ovulação, quais?
Fertilização e não fertilização
O que ocorre na fertilização?
Finaliza-se a 2a divisão meiótica formando o zigoto e mórula que se implanta no útero. Manutenção corpo lúteo pela gonodotrofina coriónica (produzida pelo embrião Até ao 3-4 mês que é quando a placenta substitui nessa função
O que ocorre na não fertilização?
Degeneração do corpo lúteo, formação corpo albicans e menstruação no fim do ciclo
Como é o corpo lúteo da gravidez?
De grande dimensão na gravidez (ocupa todo o ovário), produz relaxina (hormona que inibe a atividade contráctil do útero, favorece a distensão do colo do útero e influencia o crescimento e função da mama). Evolui até ao 3º-4º mês de gravidez, após o que é substituído pela placenta. Só desaparece depois do parto
Corpo albicanis
Normalmente a involução do corpo lúteo inicia-se por uma diminuição do tamanho das células da granulosa- e teca-luteínicas, juntamente com o aparecimento de vacúolos e diminuição da produção hormonal. Nessa altura as células da teca externa e do estroma (~fibroblastos) que formam os septos fibrosos, produzem colagénio (C) que toma o lugar das células luteínicas em autólise (fagocitadas por macrófagos - M) e que desaparecem ao 26º dia (uma involução incompleta pode estar na origem do aparecimento de quistos). No fim permanece uma massa ovóide pequena e relativamente acelular de tecido fibroso (S), com a configuração do corpo lúteo – o corpo albicans. A maioria regride completamente com os anos
Quais as funções das trompas de falópio?
recebe o óvulo
fornece o ambiente favorável à fertilização
transporta o espermatozóide do útero para a trompa
transporta o zigoto da trompa para o útero
Qual a constituição das trompas de falópio? (zonas)
Infundíbulo (extremidade livre) - forma de funil com fímbrias e mais células ciliadas
Ampola - pregas longitudinais de mucosa, ramificadas, de paredes delgadas, formando um labirinto (local de fertilização) com 60 a 80% de células ciliadas
Istmo - pregas não ramificadas e menos células ciliadas (25%)
Intramural ou intersticial - lúmen mais pequeno de contorno quase regular, parede mais espessa, pregas pequenas e 3 camadas musculares (passagem para o útero)
Quais as características histológicas da trompa de falópio?
• Mucosa (MU)
1. revestimento epitelial
2. membrana basal
3. lâmina própria de tecido conjuntivo laxo, com células deciduais ou intersticiais, vasos sanguíneos e linfáticos formando pregas viradas para o lúmen (L)
• muscular (M)
a. interna circular (ou em espiral) - mais espessa
b. externa longitudinal - mais delgada e de fibras descontínuas separadas por abundante tecido conjuntivo laxo
• serosa (S) (peritoneu visceral)
de tecido conjuntivo laxo com vasos sanguíneos e nervos coberta com mesotélio e contínua com o ligamento largo (BL)
Descreva a mucosa da trompa de falópio
O revestimento mucoso da trompa apresenta um labirinto de pregas longitudinais ramificadas que proporcionam um ambiente adequado à fertilização. Essa característica é mais evidente na ampola e menos na porção intramural. A lâmina própria de tecido conjuntivo é vascularizada (S,d) e revestida por um epitélio do tipo cilíndrico simples (E), com células ciliadas e células secretoras
Descreva o revestimento epitelial da trompa de falópio
- células ciliadas (cc) (auxiliam a progressão do óvulo ou zigoto e dificultam a passagem de microorganismos para a cavidade peritoneal), cujos cílios batem na direcção do ovário (1ª parte do ciclo) ou do útero (2ª parte do ciclo); são mais abundantes nas fímbrias e âmpola
- células não ciliadas secretoras com microvilosidades (cs) (produzem um líquido rico em proteínas, inclusivé imunoglobulinas, Ca2+ e Cl-, que nutre e protege o óvulo, ou o zigoto e intervém na capacitação e nutrição do espermatozóide); localizam-se entre as ciliadas
- células estaminais (cb)
- linfócitos ocasionais (IEL)
Representação celular das trompas de falópio
As células ciliadas constituem 60-80% da população celular na extremidade virada para o ovário, diminuindo para 25% no istmo onde predominam as células secretoras. As células ciliadas são mais altas e evidenciam mais cílios na altura da ovulação, tornando-se mais baixas e com menos cílios na menstruação, provavelmente em resultado da progesterona, uma vez que o mesmo acontece durante a gravidez. Depois com os estrogénios tornam-se de novo mais altas e com maior número de cílios
De facto, depois de histerectomia (ablação do ovário) as células ciliadas das fímbrias são apenas ocasionais 16 meses mais tarde (A). O processo é revertido por tratamento com estrogénios durante 10 dias (B
Descreva a camada muscular da trompa de falópio
A camada interna de músculo liso aparece circular nos cortes histológicos e a externa aparece longitudinal. No entanto, a primeira é uma espiral circular apertada e a segunda uma espiral alargada. Na zona intersticial ou intramural, aparece uma terceira camada muscular (mais interna longitudinal - semelhante ao útero).
Mobilidade
- Aproximação das fímbrias da trompa ao ovário, para recolha do óvulo e subida do espermatozóide através:
movimentos peristálticos da porção intramural para o infundíbulo
distensão dos vasos na ovulação
batimento dos cílios (os cílios são induzidos pelos estrogénios e batem 22 vezes por segundo) - Transporte do ovo da trompa para o útero:
movimentos peristálticos do infundíbulo para a porção intramural
secreção de líquido
batimento dos cílios
Explique a gravidez ectópica
Ocasionalmente o ovo fica retido e implanta-se na parede da trompa, originando uma gravidez ectópica tubária, o que ocorre com mais frequência se houver infecção bacteriana, como por exemplo a gonococcus, que origina pus (P) e provoca obstrução e leva à retenção do ovo, predispondo para a sua implantação na trompa. Dá-se o desenvolvimento parcial do embrião e da placenta (vilosidades coriónicas – CV e trofoblasto - T), mas dada a pouca espessura da trompa, existe hemorragia (B) para o lúmen da trompa e para a cavidade peritoneal, causando dor abdominal
Diga as zonas em que o útero é dividido
Fundo, corpo e cérvix
Quais as camadas que revestem o útero?
de fora para dentro: perimétrio (serosa)
e adventícia de lado que faz ligação ao ligamento largo e transporta vasos e nervos
miométrio - espessa parece de músculo liso, expande durante a gravidez e permite o parto
endométrio - mucosa facilmente penetrável pelo zigoto, muito vascularizada
O fundo e o corpo do endométrio apresentam 2 zonas. Quais?
Zona funcional e zona basal
Descreva a zona funcional do fundo e corpo do endométrio
Esta é perdida durante a mensatruação e depois é recuperada. E ainda dividida em porção compacta e porção esponjosa.
Descreva a zona basal do fundo e corpo do endométrio
Permanece e prolifera, contém as bases das glândulas e está na origem do novo epitélio e lâmina própria pertence à zona funcional
Quais as características do endométrio?
epitélio simples cilíndrico ou pseudo-estratificado com células ciliadas e secretoras com microvilosidades
membrana basal
lâmina própria
com glândulas tubulosas simples (G) que terminam em fundo de saco perto da muscular (miométrio) e que por vezes se ramificam na camada basal (com epitélio semelhante ao de superfície mas com menos células ciliadas); produtoras de glicogénio
com estroma (semelhante ao tecido mesenquimatoso), formado por tecido conjuntivo laxo, rico em fibroblastos (células estreladas) e substância fundamental amorfa; presença de fibras reticulares com poucas fibras de colagénio
artérias arciformes (ramificações das artérias uterinas) que originam as artérias direitas ou basais, curtas, de parede espessa, que nutrem a camada basal e as artérias enoveladas (em espiral), compridas, que levam sangue à camada funcional