Asma na criança Flashcards
Qual a forma mais comum de asma nas crianças?
Intermitente leve e não precisa de terapia diária.
O que deve ser levado em conta durante a hipótese diagnóstica de Asma na criança?
A vasta gama de diagnósticos diferenciais, adesão ao tratamento proposto, além da avaliação minuciosa dos aspectos familiares e ambientais.
Qual a definição?
Distúrbio respiratório crônico caracterizado pela inflamação reversível das vias aéreas, obstrução das vias aéreas e hipersensibilidade das vias aéreas.
Pode levar a alterações estruturais permanentes da parede das vias aéreas (remodelação da parede das vias aéreas) e potencialmente um fenótipo de asma mais grave –> principalmente nas crianças > 8 anos e adultos.
Qual a epidemiologia geral da asma?
Doença respiratória crônica mais comum no mundo desenvolvido, nos EUA - mais comuns nos negros.
Mais comum em meninos pré-púberes, porém é mais comum nas menina pós-púberes.
Sintomas persistentes = maior chance de exacerbações graves.
*declínio rápido da função pulmonar nas crianças com a exacerbação grave –> geralmente não ocorre nos adolescentes.
Qual a etiologia da doença?
Complexa - multifatorial.
Forte caráter genético associado, além das exposições ambientais a alérgenos e infecções virais.
Quais são as três categorias de sibilância em crianças pequenas?
Sibilância transitória precoce (1 ou mais episódios de infecção do trato respiratório inferior [ITRI] com sibilância no peito nos primeiros 3 anos de vida, mas sem sibilo aos 6 anos de idade)
Sibilância tardia (sem história de ITRI com sibilância no peito nos primeiros 3 anos de vida, mas sibilo aos 6 anos de idade)
Sibilância persistente (1 ou mais episódios de ITRI com sibilância nos primeiros 3 anos de vida, e sibilo aos 6 anos de idade).
Qual a fisiopatologia da asma? Relacionado a inflamação, as alterações brônquicas, ao esforço respiratório e modificações crônicas(quadro mais grave).
1 - inflamação crônica das vias aéreas = neutrófilos, eosinófilos, linfócitos e mastócitos através de complexas reações de liberação de mediadores, envolvendo várias citocinas e células T (predominantemente reações mediadas por linfócitos TH-2).
2 - broncoespasmo (contração do músculo liso) e alterações inflamatórias nas vias aéreas, como edema das paredes das vias aéreas e hipersecreção de muco..
3 - Dificuldade expiratória - aprisionamento do ar, hiperinsuflação clínica e sibilo expiratório.
4- espessamento da membrana basal reticular epitelial (decorrente da deposição de colágeno), hipertrofia e hiperplasia do músculo liso das vias aéreas, deposição de matriz extracelular, e hipertrofia das glândulas secretoras de muco = fenótipo mais grave da asma.
Qual a classificação? Geral
Formas intermitentes(frequentes - não frequentes). Formas persistentes(leve, moderada e grave).
Quais critérios da asma intermitente não frequente - episódica?
Sem sintomas diurnos entre as exacerbações
Sem sintomas noturnos entre as exacerbações
Exacerbações breves, leves em gravidade, ocorrem com baixa frequência, entre 6 a 8 semanas
Pico de fluxo expiratório/volume expiratório forçado no primeiro segundo (PFE/VEF1) >80% do valor predito com base na idade, sexo e altura
Variabilidade de PFE <20%.
Quais critérios da asma intermitente frequente?
Sem sintomas diurnos entre as exacerbações (até 2 dias/semana)
Sem sintomas noturnos entre as exacerbações (até 2 noites/mês)
Exacerbações ocorrem em intervalos menores que 6 a 8 semanas
PFE/VEF1 80% ou acima do valor predito com base na idade, sexo e altura
Variabilidade de PFE <20%.
*diferença para a asma intermitente não frequente –> ocorrência pequena de sintomas noturnos/diurnos entre as exacerbações.
Quais critérios da asma persistente leve?
Sintomas diurnos, mais de uma vez por semana, mas não todo dia (>2 vezes/semana, mas até 1 vez/dia)
Sintomas noturnos, mais de duas vezes por mês, mas não toda semana (>2 noites/mês)
As exacerbações podem afetar a atividade e o sono
PFE/VEF1 80% ou acima do valor predito com base na idade, sexo e altura
Variabilidade do PFE de 20% a 30%.
Quais os critérios da asma persistente moderada?
Sintomas diários diurnos entre as exacerbações (ataques diários que afetam as atividades)
Sintomas noturnos mais de uma vez por semana (>1 noite/semana)
Exacerbações pelo menos duas vezes por semana. Restringe a atividade ou afeta o sono
PFE/VEF1 80% ou acima do valor predito com base na idade, sexo e altura
Variabilidade do PFE >30%
Quais os critérios da asma persistente grave?
Sintomas diários contínuos entre as exacerbações (atividade física contínua limitada)
Sintomas frequentes durante a noite entre as exacerbações (frequente)
As exacerbações são frequentes e restringem a atividade
PFE/VEF1 <60% do valor predito com base na idade, sexo e altura
Variabilidade do PFE >30%.
Qual outra apresentação comum da asma?
tosses secas recorrentes –> podem ser desencadeada devido a exercício físico, mudança climática ou infecções virais.
Quais aspectos gerais do diagnóstico da Asma?
Depende de fatores de risco + avaliação dos possíveis Ddx.
Obstrução reversível, melhora após uso de broncodilatadores ou corticoide inalatório.
Dispneia em reposta a fatores conhecidos(mudanças de clima, exercício físico, exposição a alérgenos, infecções virias, emoções).
Presença de atopias(eczema, dermatite atópica, rinite alérgica), história familial positiva(p/ asma ou outras atopias - rinite alérgica p.e).
Melhora dos valores espirométricos(12% ou mais) após prova com broncodilatador –> pensar em asma, além do padrão obstrutivo do exame(Tiffenau - VEF1/CVF)
O que pode ser notado no exame físico das crianças com asma?
Nenhum alteração quando não estão em crise –> comum.
Se em crise –> presença de sibilo expiratório polifônicos disseminados, sinais de dificuldade respiratória/esforço + características da doença atópica se for subjacente.
Quando considerar o teste de estresse respiratório?
Isso deve ser considerado em todas as crianças que são capazes de realizar espirometria reprodutível e nos pacientes em que o diagnóstico permanece incerto, seguindo os testes iniciais de função pulmonar.
Quais exames podem ajudar no diagnóstico da Asma?
Hemograma completo –> pode mostrar eosinofilia.
Broncoscopia –> Ddx com bronquiomalácia/traqueomalácia ou ainda presença de corpo estranho = método diag e terapêutico.
LBA –> presença de eosinofilia.
Rx de tórax –> sinais de hiperinsuflação, bronquiectasia, situs inversus e associação com disfunção ciliar(Kartagener –> solicito eletromicrografia).
Teste do suor –> se Fibrose cística pensada como Ddx(presença anormal de Cloro no suor).
Teste alérgico cutâneo por puntura –> estados de atopia.
Como avalio uma resposta adequada aos medicamentos para ajudar na elucidação diagnóstica da Asma na criança?
Melhora dos sintomas com uso de Beta-2 de curta duração ou corticoesteroide(oral por 3 dias) ou inalatório em baixa dose por um mês.
*falta de resposta –> pensar nos outros diagnóstico diferenciais.
Quais sãos os principais fatores de risco?
Associado à asma: eosinofilia sérica; sensibilização alérgica; história familiar de asma; exposição ambiental ao tabaco; sibilo em resposta a fatores ambientais não virais e não alérgicos; e evidência de função pulmonar anormal com hipersensibilidade das vias aéreas.
*obesidade é um fator de risco fraco, mas existente.
A presença de tosse isolada me ajuda no diagnóstico?
Não, é preciso haver outros sintomas –> como a dispnéia, sibilância por exemplo, se ela for produtiva –> pensar em Ddx diferencias(infecção viral/bacteriana associada).
Quais os principais Ddx da asma na criança?
BVA, sibilo viral episódico, corpo estranho inalado, aspiração recorrente - pneumonia/pneumonite de repetição, insuficiência cardíaca(associada a cardiopatia congênita na criança), fibrose cística, discinesia ciliar primária(50% apresenta a síndrome de Kartagener - situs inversus associado), traqueo/bronquiomalácia, bronquite bacteriana persistente(tosse produtiva + sibilância), disfunção das pregas vocais(sintomas parecidos), hiperventilação nos quadros de ansiedade e dispneia ao esforço fisiológica.
Quais os critérios da sociedade britânica do tórax para iniciar o tratamento ou pesquisar mais afundo outros DDx?
Alta probabilidade de asma = iniciar tratamento como asma.
Baixa probabilidade = investigar outras Ddx.
Prob. intermediária + pode realizar espiro + sem sinais de obstrução = teste para atopias, reversibilidade com uso dos medicamentos/teste de estresse deve ser considerado.
Prob intermediária + pode realizar espiro + sem sinais de obstrução = teste para atopias e reversibilidade com uso dos medicamentos ==> em caso de melhora - tratar como asma; caso contrário - investigar Ddx.
Porb intermediária + não pode realizar espiro => teste para atopias e tratamento empírico pelo tempo específico –> se melhorar = tratar como asma; caso contrário = pesquisar Ddx/encaminhar ao especialista.
Quais são os efeitos do uso de corticoides inalatórios?
candidíase oral, retardo transitório do crescimento.
Menos comuns, mas graves – > inibição do eixo HPA, ganho de peso, aumento PA, infecções e ganho de peso.
Como posso realizar o controle adequado do tratamento?
Avaliação dos episódios de exacerbação, sintomas entre as crises de exacerbação, atividade física restrita ou não, alterações nos exames da espirometria, utilização/freq dos medicamentos de resgate.
Quais são as faixas etárias divididas para o tratamento baseado na gravidade? Escalonamento da terapia
<5 ano
5-11 anos
>12 anos(semelhante ao tratamento dos adultos).
Melhorar condicionamento físico + tratamento adequado da rinite alérgica concomitante.
*evitar os alérgenos –> não demonstrou qualquer benefício no controle da doença.
Como é o tratamento das crianças - aspectos gerais e medidas para cada faixa etária.
Escalonamento –> beta-2 curta nos casos intermitentes e induzidos por exercícios.
beta-2 curta + CI –> casos intermitentes.
Em menores de 5 anos –> não uso beta-2 longa ou teofilina.
último caso –> associação de CI alta dose + corticoide oral.
*a partir de 5 anos –> uso de imunomoduladores nos casos em que se tem IgE sérica elevada.
Nos > 12 anos - tiotrópio como terapia adjunta em alguns casos.
Como realizar a prevenção primária e secundária da asma?
Primária - aleitamento materno exclusivo + evitar fumaça do tabaco no período pré-natal/pós natal.
Prevenção secundária - evitar os precipitantes, evitar sobrepeso e exposição a aeroalérgenos.
Tratamento adequado da rinite alérgica com corticoide intranasal. Vacinação adequada.
Quais sãos as complicações da asma?
Quadro agudo - exacerbações graves se não tratadas podem evoluir a óbito.
Remodelamento da via aérea, cárie dental, síndrome do lobo médio direito(atelectasia/consolidação), candidíase orofaríngea(uso do corticoide) e supressão adrenal(também devido ao uso do corticoide).
Qual o prognóstico da doença?
asma presente na terceira infância - tende a persistir na vida adulta.
Asma na infância(persistente) - maior risco de DPOC no futuro.