Asfixiologia Flashcards

1
Q

Conceito

A

(Genival Veloso França) “síndrome caracterizada pelos efeitos da privação, completa ou incompleta, rápida ou lenta, externa ou interna de oxigênio”.

Asfixia é um estado de HIPÓXIA E HIPERCAPNIA no sangue arterial.
HIPÓXIA: – diminuição de oxigênio (O2) no sangue arterial.
HIPERCAPNIA: – aumento de gás carbônico (CO2) no sangue arterial.

HEMATOSE
Na asfixia ocorre o aumento de CO2 e a diminuição de oxigênio no sangue, em razão da alteração da hematose. A Hematose consiste na troca gasosa que ocorre nos pulmões. O sangue que chega aos pulmões está cheio de gás carbônico - proveniente da respiração celular – e deve ser trocado com o oxigênio queestamos respirando. Essa troca gasosa chamamos, em linhas gerais, de hematose

TRÍADE ASFIXICA
✔ Sangue fluido – em razão da elevação CO², que causa a queda de viscosidade do sangue
✔ Escuro – também por causa do excesso CO² e
✔ Congestão polivisceral

A doutrina clássica cita a chamada TRIADE ASFÍXICA como sendo a fluidez do sangue, a congestão polivisceral e as manchas de Tardieu.

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2
Q

RELEVÂNCIA JURÍDICO-PENAL

A

Agravantes, qualificadoras e elementares do crime (forma autonoma)

▪ ASFIXIA COMO QUALIFICADORA DO HOMICÍDIO (MEIO CRUEL)
Art. 121,CP. Matar alguém:
2º Se o homicídio é cometido:
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;

▪ ASFIXIA COMO CIRCUNSTÂNCIA AGRAVANTE (MEIO CRUEL)
Circunstâncias agravantes
Art. 61, CP. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II – ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;

▪ ASFIXIA COMO ELEMENTAR
Uso de gás tóxico ou asfixiante
Art. 252, CP. Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, usando de gás tóxico ou asfixiante:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosivos ou gás tóxico, ou asfixiante
Art. 253, CP. Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade, substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

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3
Q

Classificações de Hygino e de Afranio Peixoto

A

Hygino:
1. Asfixias naturais: Asfixias naturais são aquelas causadas por doenças que reduzem a ventilação ou a circulação pulmonar. À rigor, todas as formas de doenças em que a parada respiratória precede a
cardíaca é uma asfixia natural.
2. Asfixias violentas: são causadas por um trauma, ou seja, um agente vulnerante externo, produzido por uma energia de ordem físico-química.

-por obstrução das vias respiratorias: sufocação direta e constrição cervical (enforcamento, estrangulamento, esganadura)
- por restrições do movimento do torax: Sufocação Indireta (compressão torácica), Fraturas Costais Múltiplas (Respiração paradoxal), Paralisia da Musculatura Respiratória (em espasmo, em flacidez, em fadiga (crucificação);
-por modificação do meio ambiene; confuinamento, soterramento, afogamento;
-por parada respiratória central: Traumatismo Central, Eletroplessão e Fulguração, Intoxicação por drogas depressoras.

Afrânio Peixoto:
a) ASFIXIA PURA - São hipóteses de asfixia pura: apenas da hipoxia e hipercapnia. São decorrentes de
problemas que afetam exclusivamente o aparelho respiratório (são problemas exclusivamente
respiratórios – fechando os orifícios respiratórios).
(1) Asfixias por modificação do meio ambiente ou em ambientes por gases irrespiráveis:
● Confinamento● Soterramento
● Afogamento
(2) Asfixias por obstrução à penetração do ar nas vias respiratórias:
● Sufocação direta
● Sufocação indireta (!) – O Professor Blanco ensina que somente a sufocação direta é um caso de asfixia pura. A sufocação indireta é caso de asfixia complexa.

b) ASFIXIAS COMPLEXAS - Nas asfixias complexas participam, além dos fatores respiratórios (hipóxia +hipercapnia), também fatores circulatórios. São exemplos de asfixias complexas:
(1) Enforcamento - Asfixia por constrição passiva do pescoço exercida pelo peso do corpo
(2) Estrangulamento - Asfixia por constrição ativa do pescoço exercida pela força muscular:

c) ASFIXIAS MISTAS - Nas asfixias mistas participam fatores respiratórios, circulatórios e nervosos.
✔ Exemplo de asfixia mista: Esganadura.

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4
Q

Fases clínicas da Asfixia

A

De acordo com Genival França, é possível estabelecer um cronograma das manifestações clínicas que surgem das asfixias mecânicas:
✔ 1ª FASE – Cerebral - enjoos, vertigens, sensação de angústia e lipotimias, dura de 1 a 2 minutos.
✔ 2ª FASE- Excitação cortical e medular - Convulsões generalizadas e contrações dos músculos respiratórios e face, relaxamento dos esfíncteres com emissão de fezes e urina, duração 1 a 2 minutos.
✔ 3ª FASE- Respiratória - Lentidão dos movimentos respiratórios, insuficiência ventricular, aceleração da morte! 1 a 2 minutos.
✔ 4ª FASE- Cardíaca - Sofrimento do miocárdio, batimentos lentos dura de 3 a 5 minutos

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5
Q

Sinais Gerais de Asfixia (cai muito)

A

Não há sinal constante ou patognomônico nas asfixias.
As asfixias podem ser encontradas alguns sinais que indicam a possibilidade de diagnóstico, sem, contudo, fornecer elementos patognomônicos. Os sinais são apenas gerais (Cianose, Petéquias, Congestão polivisceral, fluidez do sangue e edema pulmonar).

SINAIS EXTERNOS
● Cianose facial (cor azulada ou arroxeada da face).
● Cogumelo de espuma (não confirma por si só afogamento).
● Projeção da língua para fora
● Equimoses na pele, com forma de petéquias, na pele e mucosas da face, sobretudo nas pálpebras e olhos (conjuntiva ocular).
● Manchas de hipóstase / Livores cadavéricos mais escuros e precoces.
INTERNOS
●Sangue fluido e escuro.
●Equimoses viscerais, mais comuns na região subpleural (manchas de Tardieu, que existem em qualquer asfixia, não são patognomônicas de afogamento).
●Maior volume de sangue nas vísceras.
●Hemorragia, edema e enfisema pulmonar.

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6
Q

Cianose

A

não é sinal patognomônico de asfixia.

pode ser em e enforcamento e de asfixia por gases. A cianose apenas pode ser considerada um sinal geral de asfixia quando for intensa é
observada precocemente, logo após ou apenas algumas horas depois da morte.

É caracterizada por cor violácea escura que pode se apresentar em qualquer parte do corpo: cor violácea escura dos livores; cor azulada dos lábios; cor azulada dos leitos ungueais (parte de baixo das unhas) e polpas digitais; sangue das cavidades cardíacas de cor azul-púrpura escura.

Sua causa decorre do aumento da concentração de hemoglobina reduzida (Hb) no sangue, em decorrência da redução do O2 (hipóxia). NÃO POSSUI RELAÇÃO COM CONCENTRAÇÃO DE CO2 NO
SANGUE.

Indivíduos com anemia grave podem não apresentar cianose.

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7
Q

Petéquias

A

não é sinal patognomônico de asfixia. Outros fenômenos que também podem gerar petéquias: ▪ Mortes precedidas de esforços respiratórios extremos, compressão torácica, constrição do
pescoço; ▪ Acessos de tosse ou vômito; ▪ Pessoas que sofreram manobras de ressuscitação com massagem cardíaca. Como podem ocorrer em pessoas vivas, isoladamente não sao suficientes para ser indicativo de asfixia.

Petéquias são hemorragias puntiformes, com diâmetro de 1 a 3 mm, encontradas na pele, conjuntiva oculares (equimoses conjuntivais), e na pleura (equimoses pleurais).

Manchas de Tardieu: é so sinal indicativo (não é cereteza), de asfixia por sufocação. É um o conjunto de petéquias localizadas na pleura ou no pericárdio ( principalmente nas regiões sub-conjuntival,
subpleural e sub-epicárdica).

Manchas de Paltauf: esse sim É SINAL PATOGNOMÔNICO DE ASFIXIA POR AFOGAMENTO. São equimose subpleurais (pulmão), que se diferem das machas de Tardieu por serem maiores e terem origem na rotura dos alvéolos pulmonares devido à penetração brusca de líquido.

Petéquias Post Mortem: não são sinais de asfixia nem de outra causa, mas sim sinal dorte. Ocorre onde ocrrem os livores, e decoore do extravasamento do sangue dos vasos sanguíneos, pelo efeito da gravidade, impregnando os tecidos. Os livores se iniciam com micropontos, assemelhando-se às petéquias neste estágio inicial. Como não há reação inflamatória, o sangue que se infiltra nos tecidos, normalmente. Sai quando lavado.

PETÉQUIAS INDICATIVAS DE ASFIXIA
· Poderão aparecer inclusive na face do corpo oposta aos livores.
· Fixadas na malha do tecido (não sai com jato d’água).
PETÉQUIAS POST MORTEM
· Aparecem nas áreas de maior intensidade dos livores cadavéricos,
quando o corpo permanece por muito tempo em uma mesma posição

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8
Q

Congestão da Face e Polivisceral

A

NÃO É SINAL EXCLUSIVO DE ASFIXIA
Congestão Polivisceral é o aumento do volume de sangue (congestão), de forma generalizada, nas vísceras. Ocorre principalmente no fígado e no mesentério. O baço, na maioria das vezes, se mostra com pouco sangue devido às suas contrações durante o processo asfíxico. A congestão polivisceral também é camada de SINAL DE ETIENNE-MARTIN. Normalmente tem causa pela falência cardíaca que antecede à morte.

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9
Q

Fluidez do Sangue

A

NÃO É SINAL EXCLUSIVO DE ASFIXIA
A fluidez do sangue ou sangue fluido é a ausência de coagulação do sangue após a morte. Após a morte, independente da causa, o sangue coagula. Nas mortes rápidas (ex.:asfixia), verificou-se que os
coágulos desapareciam após algum tempo. Logo, na asfixia, temos um sangue escuro e fluido (ralo, fino) em decorrência do aumento do gás carbônico.
Obs.: Como o sangue é ralo/fino, com a ação da gravidade ele vai se acumular mais rápido nas zonas de declive do corpo. Nesse sentido as manchas de hipóstase nas afixias são mais precoces

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10
Q

Edema Pulmonar ou Cogumelo de Espuma

A

NÃO É SINAL EXCLUSIVO DE ASFIXIA
É o acúmulo de fluido nos pulmões. Finas bolhas de espuma que, juntas, cobrem a boca e as narinas e continuam pelas vias aéreas inferiores. Ao analisar as vias áreas dos mortos por asfixia, verifica-se a existência de espuma em decorrência de incursões e movimentos respiratórios violentos. O pulmão está com edemas, está inchado, e, ao se misturar com o ar, forma-se a espuma (sinal geral na asfixia). Lembrar que quando o agente está em processo de asfixia à intensidade da respiração na busca desesperada de ar é extremamente maior que a normal, por isso os edemas se formam no pulmão. A intensidade dependerá do tempo transcorrido entre o início da asfixia e a morte. Será mais abundante nas asfixias por afogamento, hipótese em que será chamado de “cogumelo de espuma”, ou mais escasso nas asfixias comuns.

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11
Q

SUFOCAÇÃO
Conceito
Direta (2 tipos)
Indireta

A

Segundo Hygino, a sufocação é uma modalidade de asfixia causada por obstrução das vias aéreas superiores ou por compressão torácica.
O conceito fisiopatológico de asfixia (hipóxia + hipercapnia) vale para todas as espécies de asfixia.

SUFOCAÇÃO DIRETA
obstáculo à penetração do ar nas vias respiratórias. A diminuição do oxigênio no sangue venoso, com o consequente aumento do gás carbônico, ocorre em decorrência da obstrução da entrada de ar nas vias respiratórias. Pode ser:
SUFOCAÇÃO DIRETA POR OCLUSÃO DOS ORIFÍCIOS NATURAIS (boca e narinas), marcas ungueais (estigmas ungueais) ao redor dos orifícios nasais e da boca nos casos de sufocação pelas mãos (se nao usou travesseiro). Normalmente é acidente. A modalidade criminosa de sufocação direta por oclusão dos orifícios naturais requer superioridade de forças do agressor em relação à vítima, impossibilitando a reação da vítima. Comum em infanticidio.
SUFOCAÇÃO DIRETA POR OCLUSÃO DAS VIAS RESPIRATÓRIAS SUPERIORES: obstáculo à penetração do ar estiver situado na faringe, laringe ou traqueia (em seu início). “sufocação por engasgamento”. É mais frequente a forma acidental da morte violenta.

SUFOCAÇÃO INDIRETA (Compressão do tórax): É conhecida como congestão compressiva de “perthes” )
é causada pela compressão do tórax e abdômen, impedindo os movimentos respiratórios, levando à asfixia:
✔ Compressão homicida: é a mais rara.
✔ Compressão acidental: ocorrem em multidões, e ainda nas hipóteses de deslizamento de encostas.
Impede a completa expansão torácica na respiração (a caixa torácica não consegue se expandir totalmente), associada a impossibilidade de movimentação do abdômen.
A sufocação indireta será sempre uma asfixia violenta, ou seja,
produto de uma ação externa. Lembremos aqui que nem toda morte violenta será criminosa, a exemplo das mortes acidentais.
É comum da CONGESTÃO CEFALOCERVICAL, ou SINAL DE MORESTIN (Máscara equimótica da face / SINAL DE LE DENTUT), formado por pequenas hemorragias na cabeça, pois o sangue fica concentrado e não chega ao coração, gerando o represamento do sangue na veia cava superior (aumento da pressão sanguínea). a expressão congestão é mais adequada que cianose, pois esta apenas
reflete um sinal que se traduz pela tonalidade azul. É produzida pelo
refluxo sanguíneo da veia cava superior em face da compressão torácica. Os pulmões mostram-se distendidos (sinal de Valentin), congestos, com sufusões hemorrágicas subpleurais. O fígado é congesto e o sangue do coração, escuro e fluído.
obs,: SUFOCAÇÃO POSICIONAL OU CRUCIFICAÇÃO ou sufocação posicional, considerada por alguns doutrinadores como modalidade
de sufocação indireta. o indivíduo é “crucificado” ou
colocado durante muito tempo de “cabeça para baixo”, gerando a fadiga aguda dos músculos da respiração,
impedindo a expansão torácica e consequente movimentação muscular necessária para a respiração. Posições: .✔ posição de crucificação prolongada; ✔ posição de cabeça para baixo prolongada;
✔ posição de imobilização frequentemente usada pela polícia – mãos e pés amarrados para trás.
Na maioria das vezes a sufocação indireta é acidental, podendo, em menor incidência, termos casos criminosos, porém jamais uma morte natural.
Temos os seguintes exemplos:
▪ Acidentes de trânsito;
▪ Desmoronamento de construções, deslizamento de encostas;
▪ “Estouro de multidões”;
▪ Soterramento (estudo na modalidade de asfixia por modificação do meio ambiente).

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12
Q

MÁSCARA EQUIMÓTICA DE MORESTIN

A

É um sinal especial que sugere que houve uma compressão do
tórax.
Sinônimos:
● Infiltração equimótica difusa da face (lejars)
● Cianose cervicofacil (le dentu).
● Máscara equimótica da face;
● Máscara Equimótica Facial;
● Sinal de Morestin.
Como sinais gerais, um dos achados mais importantes é a máscara equimótica de Morestin.
Segundo Genival França, ela é produzida pelo refluxo sanguíneo da veia cava superior em face da compressão torácica.
No rosto da pessoa que tem o tórax comprimido começa a aparecer um pontilhado hemorrágico.
Esse pontilhado hemorrágico indica que houve uma compressão parcial do tórax, impedindo que ele se expandisse. A sístole ocorre bem, mas a diástole está prejudicada.
Temos as seguintes características ou sinais:
● Pele da face semeada por milhares de pequeninas equimoses petéquias, muito próximas entre si, de cor arroxeada muito escura.
● Conjuntivas oculares com inúmeras petéquias e edema.
● Lábios e Língua tumefeitos (inchado). Gengiva pode apresentar hemorragia.
● Nariz e ouvido podem apresentar hemorragia externa.
● Petéquias cutâneas podem se estender até o tórax, confluentes nos locais de maior intensidade dos livores de hipóstase, interrompendo-se apenas nas áreas submetidas à compressão externa nos pontos de apoio ou de dobras de roupas.
● Fraturas costais.
● Manchas de Tadieu na pleura e no pericárdio.
● Sinal de Valentin: significa a congestão dos pulmões, que se mostram distendidos e com sufusões hemorrágicas subpleurais

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13
Q

ASFIXIA POR CONSTRIÇÃO CERVICAL

A

São classificadas como asfixias complexas, pois além da constrição das vias aéreas com simultâneo quadro de hipóxia e aumento do gás carbônico, há a interrupção da circulação e inibição provocada pela compressão dos elementos nervosos do pescoço São espécies de asfixias por constrição cervical:
✔ Enforcamento
✔ Estrangulamento
✔ Esganadura
As asfixias por constrição possuem um ponto em comum: o
ecanismo de morte resulta da interação de fatores RESPIRATÓ´RIOS VASCULARES E NERVOSOS

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14
Q

ENFORCAMENTO
conceito
espécies
caracteristicas da face

A

Conceito; Asfixia por constrição PASSIVA do pescoço exercida pelo peso do corpo. O enforcamento é a forma de asfixia MECÂNICA em que a constrição do pescoço é produzida por um laço acionado pelo peso da própria vítima. A interrupção do atmosférico até as vias
RESPIRATÓRIAS, como decorrência desta força atuante

Espécies:
● Enforcamento completo e incompleto: Leva em consideração a suspensão do corpo da vítima.
(a) Enforcamento completo → o corpo fica totalmente suspenso;
(b) Enforcamento incompleto → o corpo da vítima fica parcialmente apoiado sobre o solo. (Quando uma parte do corpo da vítima está encostada no chão).
Esta forma de enforcamento não é tão rara quanto se imagina
● Enforcamento típico e atípico: Leva em consideração a posição do nó.
(a) Enforcamento típico - quando o nó está localizado na nuca (parte posterior do pescoço) e o laço adiante. No enforcamento típico, a cabeça está sempre virada para frente.
(b) Enforcamento atípico - quando o nó estiver localizado em local diverso da nuca (qualquer lugar que não seja parte posterior do pescoço). No enforcamento atípico, a cabeça fica virada sempre ao lado oposto para o nó.

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15
Q

Diferenças entre os sulcos

A

Tem grande importância médico-legal, tanto por ser constante como, via de regra, ser patognomônico.
Só tem sulco no enforcamento e no estrangulamento! NÃO EXISTE SULCO NA ESGANADURA

ENFORCAMENTO: - Oblíquo ascendente: (porque o peso puxa para baixo e o laço puxa para cima), uma parte
marca mais do que a outra;
- Interrompido no nó;
- Fica por cima da cartilagem tireóidea;
- É um sulco intenso de um lado e vai apagando do outro lado;
- Tem profundidade variável (sulco deixado por laços largos é menos profundo do por laços
estreitos).
- Do lado que o sulco some/sulco superficial, é o lado do nó, o lado de onde ele estava
pendurado. Do lado que sulco é profundo, é o lado da alça.
a) Enforcamento típico - sulco profundo na frente e superficial atrás;
b) Enforcamento atípico - sulco profundo de um lado e superficial do outro.
Sinais gerais existentes no sulco do enforcamento:
- placas violáceas de livores nas porções superiores e inferiores do sulco (PONSOLD)
- decalques que reproduzem os relevos do laço (BONNET)
- zona violácea ao nível das bordas dos sulcos (THOINOT)
- infiltrações hemorrágicas puntiformes no fundo do sulco (NELDYNG)
- livores puntiformes por cima e por baixo das bordas do sulto (AZEVEDO NEVES)
- pele enrugada e escoriada no fundo do sulco (AMBROISE-PARÉ)

As características do sulco podem sofrer alterações a depender das densidades do laço utilizado como agente vulnerante – se é um laço mole x duro:
SULCO PRODUZIDO POR LAÇO MOLE
O leito do sulco é mole E A tonalidade é branca.
SULCO PRODUZIDO POR LAÇO DURO
Leito do sulco duro, apergaminhado E de tonalidade pardo escura (linha argentina), resultante da desidratação da pele.

Visibilidade depende do laço
⇨ Laço mais grosso – menos visível
⇨ Laço mais fino – mais visível

geralmente encontra-se sulco único, acima da laringe (alto), de profundidade variável, apergaminhado, interrompido nas proximidades do nó, e mais profundo na parte que corresponde à alça, de direção oblíqua ascendente.

ESTRANGULAMENTO

Sulco no estrangulamento:
● Situa-se topografia da laringe ou entre ela e o osso hioide (mais baixo que o sulco do
enforcamento);
● Possui direção horizontal;
● Profundidade regular, uniforme e pouco acentuada;
● Normalmente o sulco é completo, com largura semelhante à do material do laço,
podendo ser maior se houver deslizamento;
● Fundo do sulco apresenta escoriações e cor pardo-avermelhada quando o laço for áspero;
● Excepcionalmente apergaminhado.

O sulco quase sempre é múltiplo, de profundidade uniforme, contínuo, de direção horizontal, sobre a laringe (baixo) e não se apergaminha. Tem o fundo escoriado (por causa do atrito
constante do laço com a pele). Além disso, no estrangulamento o corpo da vítima atua de forma passiva.

ASPECTOS DO LAÇO/SULCO NO ESTRANGULAMENTO
● Horizontal
● Completo/contínuo
● Profundidade
homogênea/regular/uniforme
● Excepcionalmente apergaminhado
● Abaixo da Laringe
● Abaixo do Hioide
(Topografia da laringe)

ASPECTOS DO LAÇO NO ENFORCAMENTO
● Oblíquo
● Incompleto/ descontínuo
● Profundidade Heterogênea (variável –
maior na alça)
● Quase sempre apergaminhado
● Acima da laringe
● Acima do Hioide
(Topografia acima da cartilagem tireóidea)

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16
Q

CARACTERISTICAS DA FACE NO ENFORCAMENTO

A

Caracteristicas da face: enforcado branco e azul
No enforcado branco não há o aspecto cianótico, pois o impedimento à circulação é completo. A cabeça do enforcado pende para o lado oposto ao nó, inclinando-se para o lado da alça,
fechando por completo a passagem de sangue. Ocorre nos enforcados típicos, uma vez que o nó está na região posterior do pescoço. A face fica branca e lívida, devido a forte compressão do laço, que obstrui totalmente tanto as veias quanto as artérias.
No enforcado azul a face apresenta aspecto cianótico, pois o impedimento da passagem de sangue é maior ou menor, mas não há impedimento completo. Face fica cianosada e com aspecto
aumentado, porque o laço, ao apertar o pescoço, comprime também a circulação.

17
Q

SINAIS COMUNS NO ENFORCAMENTO:

A

SINAIS COMUNS NO ENFORCAMENTO:
● Sinal de Amussat (sinal vascular) – É a ruptura da camada interna ou íntima da artéria carótida.
Obs.: O sinal de AMUSSAT é o sinal que mais aparece no nforcamento e assim como os outros pode aparecer em outras lesões, contudo, no enforcamento é muito mais frequente.
● Sinal de Friedberg (sinal vascular) – é um sinal causado pela ruptura da túnica ou camada externa da artéria carótida.
● Sinal de Dotto (sinal neurológico) – é provocado pela ruptura da bainha de mielina do nervo vago.
● Sinal de Argêntica/Argentina - a linha Argentina é uma linha prateada de cor branco prateada, ou branco acinzentada localizada no pescoço. Trata-se de uma escoriação. Essa linha aparece em decorrência de um enforcamento por um laço duro (corda, arame, etc.), em que há desidratação da pele, secando o local. (Ela não aparece em enforcamento causado por laço mole).

18
Q

FENÔMENOS CADAVÉRICAS NOS ENFORCADOS COMPLETOS

A

FENÔMENOS CADAVÉRICAS NOS ENFORCADOS COMPLETOS
Em enforcamentos completos que o corpo permaneça suspenso por tempo prolongado, normalmente, teremos os seguintes fenômenos cadavéricos típicos:

1) Livores de hipóstase serão mais intensos e duradouros nos seguimentos do corpo mais baixos.
· Por ação gravitacional, é o extravasamento do sangue pelas veias, os livores tendem a se formar primeiro nos membros inferiores e nas extremidades dos membros superiores, devido a dificuldade do sangue venoso retornar.
· No enforcado, os livores situam-se abaixo do umbigo. Livores cadavéricos em placas, por cima e por baixo das bordas = SINAL DE PONSOLD

2) Surgimento de inúmeras petéquias nos pés, seguindo para as mãos e braços.

3) Nos enforcamentos completos, os livores aparecem na pele das regiões do pescoço, situadas logo acima, contrastando com a palidez das áreas abaixo do pescoço, principalmente nos enforcamentos
completos azuis, ou seja, quando há a oclusão do retorno venoso do sangue, ocorrendo este contraste.

4) Retardamento da rigidez cadavérica na metade inferior do corpo, em decorrência do acúmulo de líquido.

5) A putrefação tende a ser coliquativa na metade inferior e
umificativa na metade superior do corpo, em decorrência da explicação anterior.

19
Q

CAUSA JURÍDICA DA MORTE

A

CAUSA JURÍDICA DA MORTE
Na ordem de importância teremos as seguintes possibilidades de causa jurídica da morte:
1º) suicídio;
2º) acidente;
3º) crime/homicídio (extremamente raros)
A perícia deve procurar sinais de que a suspensão ocorreu em vida (reação vital), tais como:
→ Quadro típico de cianose e petéquias acima do laço, com aumento de volume da língua e edema, inclusive na pálpebra;
→ Hemorragia ao redor de focos de fratura do osso hioide ou equimose retrofaríngea de Brouardel;
→ Nos casos de homicídios – necessidade de se incapacitar previamente a vítima (lesões incapacitantes ou lesões de defesa);
→ Presença de livores distribuídos no corpo pode demonstrar a dissimulação do crime.

20
Q

PERÍODOS DO ENFORCAMENTO:

A

PERÍODOS DO ENFORCAMENTO:
Os períodos do enforcamento são os sinais clínicos da evolução do enforcamento reproduzido nos
livros clássicos.
Prof. Higyno rejeita essa classificação, uma vez que estas fases podem não ocorrer desta forma.1) 1° Periodo → calor, zumbido, sensação luminosa, perda da consciência
2) 2° Período → Convulsão e excitação do corpo
3) 3° período → Sinais de morte aparente até a morte real
Não esquecer:
A POSIÇÃO DA CABEÇA SEMPRE SE MOSTRA VOLTADA PARA O LADO CONTRÁRIO DO NÓ. A face pode apresentar-se branca ou arroxeada (variando com o grau de compressão vascular). É comum a presença de líquido ou espuma pela boca e narinas (cogumelo de espuma). A língua é cianótica e está projetada além das arcadas dentária.

21
Q

ESTRANGULAMENTO
conceito
causa juridica da morte

A

Asfixia por constrição ativa do pescoço exercida pela força muscular. O Estrangulamento é a forma
de asfixia em que a constrição do pescoço é feita por um laço acionado por força diversa do peso da vítima.
A causa jurídica da morte predominante é homicida.
Costuma apresentar de forma mais frequente os sinais gerais de asfixia.
O laço obstrui a passagem de ar aos pulmões, interrompe a passagem de sangue pelo pescoço e
comprime os nervos do pescoço. O diagnóstico entre o enforcamento e o estrangulamento está baseado no
diferencial aspecto do sulco. Para determinar se a causa da morte foi enforcamento ou estrangulamento,
é imprescindível a apreciação das características do sulco deixado pelo laço

CAUSA JURÍDICA DA MORTE
Na ordem de importância teremos as seguintes possibilidades de causa jurídica da morte:
1º) Homicídio →A causa jurídica mais comum, certamente, é o enforcamento criminoso.
2º) Suicídio (pouco raro) → Deve-se procurar ausência de lesões de defesa; presença de sinais de outras tentativas de suicídio; e presença de algum dispositivo que impeça o afrouxamento do laço (torniquete).
3º) Acidente (raro) → Hipóteses acidentais são raras, sendo apresentadas na literatura a possibilidade de acidentes autoeróticos. Nestes casos, devem ser pesquisados: sinais de prática masturbatória; dispositivo que provoca asfixia controlada; presença de farto material pornográfico no local.

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Q

Estrangulamento antibraquial

A

“A experiência demonstra que, embora em situações não
tão raras, é possível o estrangulamento através da constrição do pescoço pela ação do braço e do antebraço sobre a laringe, conhecida como “golpe de gravata”. Sob o ponto de vista médico-legal, além do diagnóstico de morte por estrangulamento, é muito importante que se teçam considerações fundamentadas no sentido
de se estabelecer com critérios bem definidos a causa jurídica de morte: se por homicídio ou acidente. Em geral, a morte se dá por oclusão das vias respiratórias ou da obstrução da circulação das carótidas, por ação da prega do cotovelo sobre a face lateral do pescoço. A morte pode ser também por inibição (reflexo laríngeopneumogástrico), síndrome conhecida por “estrangulamento branco de Claude Bernard-Lacassagne”, em que, por vezes, pressões menos significativas do pescoço podem resultar em parada cardíaca e em que não se encontram os sinais clássicos de asfixia. Em tais ocorrências, o difícil é precisar o diagnóstico, pois os sinais encontrados não são tão evidentes quanto os deixados pelo laço no estrangulamento e no enforcamento ou pelos dedos na esganadura. Pode ainda ocorrer a morte por estrangulamento onde se usa a pressão de um objeto duro, como cassetete, bastão ou outro objeto similar, sobre o pescoço, onde a perícia vai encontrar
significativas lesões externas (esquimoses e escoriações) e lesões internas (infiltração hemorrágica dos tecidos moles e muito comumente fraturas dos anéis da traqueia e da laringe), principalmente na sua região anterior. Considerar com relevância todos os achados da necropsia referentes às partes moles e ósseas daregião anterior do pescoço, dando ênfase também para a ausência de alterações externas e internas da sua região posterior. Uma das formas mais comuns de afogamentos homicidas ocorre por meio do
estrangulamento antibraquial, utilizado para dominar a vítima, privar-lhe dos sentidos e, em seguida, afogála. Mesmo que a ação criminosa se dê pela compressão do antebraço sobre a laringe (privando a respiração) e do braço e do antebraço sobre as faces laterais do pescoço (privando da circulação cerebral), o ato dedefesa da vítima é empurrar o braço do agressor para baixo provocando equimoses, principalmente, na parte superior do tórax. Em tais ocorrências, nem sempre é fácil precisar o diagnóstico dessa forma de estrangulamento, pois os sinais encontrados não são tão evidentes quanto os deixados pelo laço no estrangulamento e no enforcamento ou pelos dedos e unhas na esganadura. As lesões do plano interno do pescoço são mais comuns e mais intensas”. FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina Legal, Editora Guanabara
Koogan, 10ª edição, 2015, p. 369

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Q

ESGANADURA

A

Forma de asfixia mecânica em que a constrição do pescoço é feita pelas mãos. Alguns doutrinadores
chamam a esganadura de “estrangulamento com as mãos”.
a) Aspectos Médico-Legais
● Há disparidade de forças entre os sujeitos: Necessidade de que haja grande superioridade de forças do agressor:
- Vítimas crianças e idosos;
- Vítimas entorpecidas;
- Pluralidade de agressores.
● Local em desalinho, presença de lesões de defesa;
● Presença de equimoses e escoriações no pescoço.
- Estigmas Ungueais – escoriações deixadas pelas unhas do agressor teoricamente de forma semilunar, apergaminhadas, de tonalidade pardo-amarelada.
● A esganadura é a forma de constrição cervical que mais apresenta fratura dos elementos do plano visceral do pescoço.
● Fratura do osso hioide.
● Presença das Marcas de Franca (Genival França), que consiste em marcas semilunares na túnica interna da carótida.“(…) escoriações produzidas pelas unhas do agressor, teoricamente de formasemilunar, apergaminhadas, de tonalidade pardo-amarelada, conhecidas como estigmas ou marcas ungueais. Podem também ter a forma de rastros escoriativos. Se o criminoso usou a mão direita, aparecem essas marcas em maior quantidade no lado esquerdo do pescoço da vítima. FRANÇA
● A face da vítima fica pálida ou cianótica, dependendo da intensidade da constrição.
- Petéquias na face = SINAL DE LACASSAGNE

b) Causa jurídica da morte: Criminosa (homicídio). É SEMPRE HOMICÍDIO!!! (alguns autores falam na esganadura erótica, que causa morte de forma culposa, porém não prevalece).
Esganadura é um tipo de asfixia mecânica que se verifica pela constrição do pescoço pelas mãos, ao obstruir a passagem do ar atmosférico pelas vias respiratórias até os pulmões. É sempre homicida, sendo impossível a forma suicida ou acidental.
FRANÇA

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Q

Asfixia por Modificação do Meio Ambiente

A

Asfixia por modificação do meio ambiente ocorrerá quando o ar atmosférico for substituído por um líquido (afogamento); por um sólido suficientemente fragmentado de modo a envolver o corpo humano (soterramento); ou meio gasoso com composição que não satisfaça as necessidades respiratórias (confinamento).
1. Confinamento
2. Soterramento
3. Afogamento

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Q

CONFINAMENTO

A

É a modalidade de asfixia em que um ou mais indivíduos permanecem em ambiente restrito ou fechado sem adequada renovação de ar ou com composição gasosa pobre em oxigênio. O mecanismo de morte no confinamento nem sempre é por asfixia, sendo MULTIFATORIAL (vários fatores responsáveis pela ocorrencia do fato). Está relacionado à diminuição do OXIGENIO, conjugada com o aumento da UMIDADE e TEMPERATURA do ambiente.
1º Dispneia (dificuldade de respirar caracterizada por respiração curta e rápida – sensação de aumento do esforço inspiratório;
2º Sensação de calor, em decorrência do aumento da umidade;
3º Hipoxia + Exaustão térmica;
4º Fase de reação - hiperpneia (aceleração e intensificação do movimento respiratório), taquicardia, elevação da pressão arterial e pânico.

Logo morte pode ser por asfixia ou Intermação:
▪ Asfixias - sendo consumido o oxigênio pouco a pouco e o gás carbônico acumulando gradativamente.
▪ Intermação – Aumento de vapor d’agua impede a perda de calor.

Exames de asfixia por confinamento:
▪ Exame externo pode denotar sujidades na roupa e no corpo condizente com o ambiente, podendo haver lesões por ação contundente decorrente de eventuais desabamentos.
▪ Exame interno inespecíficos e limitados aos sinais gerais de asfixia, sem lesões patognomônicas.
A principal causa jurídica apontada pela doutrina nas hipóteses de confinamento é acidental.

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Confinamento - asfixia por monóxido de carbono (asfixia tissular):

A

Trata-se de uma asfixia pura ao nível dos tecidos. O monóxido de carbono compete com o O2 na combinação com a hemoglobina, tendo afinidade cerca de 250 vezes maior. Por isso, ao entrar em contato com a hemoglobina, o CO (monóxido de carbono) forma a CARBOXIEMOGLOBINA, impedindo o transporte do oxigênio para as células. O O2 é expulsado gerando hipóxia, de modo que há O2 no sangue, mas não nos tecidos, visto que é a hemoglobina leva CO para as células. O O2 é transportado através da hemoglobina, sendo que a
ligação ocorre através da presença de ferro. O monóxido de carbono possui maior afinidade com o Ferro, de modo que, na sua presença, o O2 não consegue se ligar à hemoglobina.

Os sinais característicos são:
● Tonalidade rósea da face (“como de vida”);
● Manchas de hipóstases claras ou acarminadas (vimos em tanatologia);
● Pulmão e demais órgãos de tom carmim e sangue FLUIDO e RÓSEO.
● A respeito da rigidez cadavérica, há controvérsia na literatura médico-legal: Genival Veloso de França defende que a rigidez cadavérica é mais tardia, pouco intensa e de menor duração; Já
Hygino Hercules assevera que tal fenômeno cadavérico é mais precoce e intensa em razão da redução de oxigênio no tecido muscular, gerando uma acidez dos tecidos.
FRANÇA - TARDIA (tem qu saber essa diferença)
HYGINO - PRECOCE
lEMBRAR QU NA ASFIXIA NOMRAL, O SANGUENFICA ESCURO E RALO (cianose cadaverica, porque nas asfixias normais, aumenta o gás carbonico e diminui o oxigenio, e na asfixia por gas carbonico, o oxigenio está presente, mas ele se quebra com a hemoglobina - daí não tem oxigenio nos tecidos - embora tenha no sangue)

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Q

SOTERRAMENTO
sentido amplo x estrito

A

Soterramento é a modalidade de asfixia em que o indivíduo fica coberto completamente por escombros ou por sólidos pulverulentos. Isto é, soterramento é a asfixia motivada por obstrução das vias
respiratórias por terra ou substâncias pulverulentas. É na sua maioria de natureza acidental causada por desmoronamento ou desabamento. É possível, também, o soterramento em grãos (soja, trigo etc.).
Ex.: pessoas que são enterradas ainda com vida, desabamentos e desmoronamentos.
SOTERRAMENTO EM SENTIDO AMPLO X SOTERRAMENTO EM SENTIDO ESTRITO. - HYGINO
a) Soterramento em sentido amplo - refere-se a todas as formas de morte em que o indivíduo fique coberto completamente por escombros de desmoronamento. Mas, a causa da morte NÃO será asfixia, pois não há resíduos na árvore respiratória.
b) Soterramento em sentido estrito - a vítima está com seu corpo coberto por sólidos pulverulentos e, neste caso, ASPIROU O RESÍDUO, culminando em uma morte por asfixia.
Há, então, o seguinte mecanismo de morte:
▪ Sufocação indireta (asfixia por compressão do tórax)
▪ Sufocação direta pela oclusão das vias respiratórias superiores em decorrência da entrada de sólidos.
(Ex.: partículas como lama e areia). Em soterramentos por material granular, este pode entrar nas vias aéreas superiores
▪ Confinamento (fica preso sem renovar o ar)
▪ Ação contundente
▪ Soterramento em sentido estrito, caracterizado pela aspiração de material sólido pulverulento. Como se a vítima fosse “afogada em meio sólido”.

Diagnóstico

Diagnóstico
● O principal vestígio a ser analisado é a presença de sólidos granulados (materiais do soterramento) nas regiões mais profundas da árvore respiratória. → Professor Wilson Palermo destaca que não
basta encontrar tais resíduos pulverulentos na boca e demais orifícios naturais, sendo imprescindível que sejam encontrados nos planos mais profundos do aparelho respiratório.
− Alguns livros médicos legais afirmam que se o produto estiver no estômago seria um sinal vital, demonstrando que no momento do soterramento a vítima estava viva. Porém, há doutrina em sentido diverso, afirmando não se trata de um sinal patognomônico;
● Corpo e vestes apresentam vestígios do local;
● Presença de escoriações e equimoses decorrentes da ação contundente dos escombros.
● Presença de cogumelo de espuma – sinalizando a existência de edema de pulmão. Não esquecer que o cogumelo de espuma NÃO é sinal patognomônico de asfixia, em NENHUMA das modalidades.

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Q

AFOGAMENTO
Conceito
Causa Jurídica
Espécies de afogamento

A

Asfixia por transformação do meio gasoso em meio líquido
O afogamento é a modalidade de asfixia causada pela penetração de grande quantidade de líquido nos pulmões, através das vias respiratórias, acabando por impedir a passagem do ar até os pulmões

Segundo Genival Veloso França:
Afogamento é um tipo de asfixia mecânica produzida pela penetração de um meio líquido ou semilíquido nas vias respiratórias, impedindo a passagem de ar até os pulmões

Causa Jurídica
A causa da morte mais comum é o acidente. Casos de suicídio são pouco raros.
Afogamentos criminosos são raros, e exigem grande superioridade de forças por parte do agressor, figurando como vítimas,
normalmente crianças ou pessoas inconscientes.

Espécies de afogamento
De acordo do Hygino Hercules, o afogamento pode ser completo ou incompleto. Trata-se de classificação que está relacionada ao fato do corpo da vítima estar completamente submerso, ou não.
▪ Afogamento completo → corpo totalmente submerso;
▪ Afogamento incompleto → corpo não está completamente submerso. Ex.: afogamento em valas rasas, banheiras, etc.

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Q

Fases do afogamento

A

Brouardel e Loyer citam 5 fases. Hoffmann, 3 fases; e Marculies divide em 2 fases.
Apresentaremos as classificações que já caíram em concursos públicos.

Genival Veloso de França:
1) Fase da defesa – período da surpresa e da dispnéia;
2) Fase da resistência – parada dos movimentos respiratórios como mecanismo de defesa;
3) Fase da exaustão – término da resistência pela exaustão e inspiração profunda, com consequente asfixia; inconsciência; insensibilidade; convulsão e morte.

Professor Wilson Palermo:
1) Fase da luta – inicialmente tenta não se afogar, Sobe e afunda várias vezes e engole muita água
2) Fase da apneia (ausência de respiração) voluntária – Afunda e prende a respiração, chegando a vomitar a água engolida e ter convulsões
3) Fase da inspiração – Perde a consciência e inspira, permitindo que a água inunde os brônquios e alvéolos

Períodos (Tourdes):
1) Período da resistência ou Dispneia – pequena inspiração de surpresa, com retenção da respiração, procurando defender-se;
2) Período de grandes inspirações e convulsões – inspirações profundas com penetração de líquido nos pulmões e perda da consciência;
3) Período de morte aparente – Ausência de respiração e de reflexos, perda da sensibilidade, com consequente morte real.

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Afogado branco x Afogado azul:

A

▪ Afogado azul → se enquadram nos casos em que a vítima aspira líquido.
· Morre por entrada de água nas vias respiratórias;
· O afogado Azul também é chamado de: afogado verdadeiro, úmido ou real.

▪ Afogado branco → são casos em que não há aspiração de líquido.
· Morre por parada cardíaca reflexa.
· O Afogado branco também é chamado de: afogado seco, por
inibição ou branco de Parrot.
Afogados Brancos de Parrot:
Nas hipóteses de afogados brancos não há aspiração de água e, portanto, não estão presentes os sinais de asfixia. Normalmente, trata-se de um quadro em que a vítima está alcoolizada ou sob efeito de alguma droga depressora, vindo a cair inesperadamente na em água gelada, sofrendo um choque térmico que causa parada cardíaca por descarga vagal.
● Não há aspiração de água;
● choque térmico/reflexo vagal;
● Pessoa cai na água e não retorna (tempo curto);
● Pessoa sofre uma queda inesperada na água;
● Vítima está alcoolizada ou sob efeito de algum depressor do sistema nervoso central;
● Comum em águas muito frias;
● Síndrome de imersão ou hidrocussão – parada cardíaca que ocorre quando uma pessoa mergulha em água a temperatura 5ºC abaixo da corporal (choque térmico);
● Parada cardíaca por descarga vagal – estímulo seria o contato da água fria com a mucosa da faringe e da laringe;
● Espasmo prolongado da musculatura intrínseca da laringe, assim que a água entra em contato com as cordas vocais

AFOGADOS BRANCOS
● Chamados brancos de Parrot ou afogados
secos. O indivíduo morre por inibição ao tocar na água.
● Quando não há líquido nos pulmões, porque a morte ocorreu por parada cardíaca reflexa.
● É a MORTE POR INIBIÇÃO, estando a respiração ausente quando o indivíduo submerge.

AFOGADO AZUL
● Em que a morte ocorreu por entrada de líquido nos pulmões.
● Aqui sim É um afogamento.
● tradicional, afogamento úmido ou real ou verdadeiro e tende a
seguir as fases da asfixia segundo Ponsold.

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Q

Sinais internos x Sinais externos nos afogados

A

SINAIS EXTERNOS
● Baixa temperatura da pele (esfriamento precoce).
● Cogumelo de espuma: indica edema nos pulmões. Só aparece nos cadáveres retirados CEDO da água. Caso contrário, vão se desfazendo e tendem a desaparecer. A presença de cogumelo de espuma no cadáver, por si só, NÃO confirma o diagnóstico da morte por afogamento. NÃO É SINAL PATOGNOMÔNICO DE AFOGAMENTO!
Professor Wilson Palermo ensina que o cogumelo de espuma só aparece em cadáveres retirados cedo da água. Caso contrário, vão se
desfazendo e tendem a desaparecer.
● Mãos de lavadeira: Maceração da pele palmar e plantar: a pele das mãos e dos pés ficam maceradas (enrugadas).
● Escoriações e feridas na polpa digital e sorpos estranhos nos sulcos ungueais: enquanto ainda vivo, o afogado tentar agarrar-se a qualquer coisa para não afundar (fase da luta), assim pode sofrer
atrito dos dedos em pedras ou materiais do meio
● Destacamento da epiderme.
● Lesões de arrasto (lesões de Simonin)
● Dentes e unhas róseas (chamado de dentes róseos post mortem): Os dentes encontrados em algumas vítimas de afogamento e enforcamento apresentam-se de róseo-claro a vermelho pouco
intenso. Dentes rosados significa que normalmente houve
afogamento em água doce (hipótese mais certa) ou enforcamento (já caiu em prova)
● Retração dos mamilos, saco escrotal e do pênis

● Mancha verde da putrefação: ocorre nos terços médios superiores do corpo e não na fossa ilíaca como geralmente ocorre, tendo
em vista o posicionamento do corpo após o afogamento, fazendo que haja maior concentração de sangue nessas áreas ou
devido à penetração de bactérias com líquido do afogamento.
● cabeça de negro de lecha-marzo: em razão da posição que fica o cadáver, concentrando grande quantidade de sangue na região.

SINAIS INTERNOS
● Presença de líquido nas vias respiratórias:
● Presença de corpos estranhos:
Aspiração de corpos estranhos (material lodoso no nariz e na boca).
A aspiração de corpos estranhos tem valor médico-legal controvertido, frente a dificuldade em se determinar se a aspiração
ocorreu em vida ou houve penetração post mortem.
A presença de alimentos parcialmente digeridos na árvore respiratória indica vômito durante a fase da luta e
consequente aspiração do conteúdo, sendo um indício de reação vital.
● Enfisema aquoso (sinal de Brouardel).
● Alterações e lesões nos pulmões: ficam aumentados e pesados.
● Hemorragias cranianas.
- temporal (sinal de niles) consiste no extravasamento de sangue no
ouvido médio.
- etmoidal (vargas-alvarado) consiste no extravasamento de sangue no osso etmoide, localizado logo atrás do nariz.
● Alterações do aparelho digestivo.
● Diluição do sangue
● Manchas de Paltauf.
As manchas de Paltauf são valiosas para o diagnóstico de afogamento, pois não são observadas em outras formas de
asfixia (diferentemente da de Tardieu). São explicadas pela rotura das paredes dos alvéolos e capilares sanguíneos devido a aspiração de líquido, gerando equimoses subpleurais, de contorno irregular

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Q

FENÔMENOS CADAVÉRICOS NOS AFOGADOS:

A

Os fenômenos cadavéricos nos afogamentos possuem algumas peculiaridades, pois sofrem alterações em decorrência das mudanças metabólicas provocadas pelo processo de asfixia, pelos distúrbios eletrolíticos
do próprio afogamento e pela permanência do corpo na água:
● RIGIDEZ MUSCULAR ANTECIPADA em função da asfixia;
● RESFRIAMENTO DO CORPO É MUITO MAIS RÁPIDO;
● LIVORES DE HIPÓSTASE:
− aparecem mais cedo, devido a fluidez do sangue;
− aparecem inicialmente na cabeça (enegrecida) e face anterior do tórax (“Cabeça de Negro”);
− possuem uma tonalidade mais clara que nas demais formas de asfixias mecânicas – a cor dos livores é mais avermelhada - em função da baixa temperatura da água e da maior facilidade
do oxigênio da água penetrar nos vasos superficiais.
● PUTREFAÇÃO RETARDADA - enquanto o corpo permanece em água a putrefação é retardada. Porém, logo que este é retirado da água, logo se decompõe.
− Putrefação pode iniciar pelo tórax, devido a penetração de bactérias com o líquido do afogamento;
− A mancha verde da putrefação aparece inicialmente no tórax e não no abdômen (e não, na fossa ilíaca direita), tendo em vista a posição do corpo após o afogamento, fazendo com que tenha maior concentração de sangue nessas áreas.

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Q

AFOGAMENTO - Prova da Densidade Comparada de Carrara (Água Doce X Água Salgada)

A

A prova da densidade comparada de Carrara se baseia na diluição (afogamento em água doce) ou concentração (afogamento em água salgada) do sangue no átrio esquerdo. Mede-se a densidade do sangue do átrio direito e do átrio esquerdo e verifica-se se estão diferentes.

DOCE - DILUI SANGUE E AUMENTA DE VOLUME (HEMODILUIÇÃO E HIPERVOLEMIA) - MORTE POR FIBRILAÇÃO (PARADA CARDIACA) - ATRIO ESQUERDO MIAS DILUIDO

SALGADA - CONCENTRA SANGUE E DIMINUI VOLUME (HEMOCONCENTRAÇÃO E HIPOVOLEMIA) - MORTE POR ASFIXIA - ÁTRIO DIREITO MAIS DILUIDO

ÁGUA DOCE
● Como é menos concentrada que o sangue, passa dos alvéolos para os vasos, o sangue (hemodiluição) e causando aumento
do volume de sangue (hipervolemia). A morte no afogado de água doce se dá por parada cardíaca e não por asfixia.
● A água dos alvéolos passa para o sangue, que começa a ficar diluído. Esse sangue diluído vai para o coração. Percebe-se o sangue do átrio esquerdo mais diluído que o do átrio direito.
● A morte é, em geral, por fibrilação ventricular (L.W).

ÁGUA SALGADA
● Como é mais concentrada do que o sangue, desloca a água do sangue para dentro dos alvéolos, os quais ficam encharcados tanto
pela água aspirada como pela água do sangue. Levando à asfixia. Esse é o genuíno afogamento.
● A água do sangue passa para os alvéolos. Os pulmões ficam abarrotados de líquido. O líquido em excesso começa a voltar pela árvore respiratória e começa a sair pela boca e narinas, formando o cogumelo de espuma. No caso da água salgada, o sangue que vai para os átrios é mais concentrado, tem uma densidade maior. Aqui, a densidade do átrio esquerdo vai ser maior que a do átrio direito. Percebe-se o sangue do átrio esquerdo mais concentrado do que o do átrio direito.
● A morte é por asfixia mecânica (L.W)

Ensina o professor Wilson Palermo que:
No afogamento em água doce, ocorre diluição do sangue e esta diluição tem que ser mais intensa no átrio esquerdo do que no direito, já que o esquerdo recebe o sangue recém-diluído que vem dos pulmões. Logo, o sangue do átrio direito está menos diluído do que no esquerdo. Com a utilização de uma substância teste (sulfato de sódio diluído), pode-se perceber que a gota de sangue do átrio direito é mais concentrada, logo, mais densa. Assim, a gota do
átrio direito afunda mais e volta de forma mais devagar para a superfície, ocorrendo o inverso com a gota de sangue do átrio esquerdo. Na água do mar também existe diferença das densidades, mas quanto ao grau de hemoconcentração, que é maior do lado esquerdo.

PONTO CRIOSCÓPICA DE CARRARA ou DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE CRIOSCÓPICA DO SANGUE (CARRARA)
O método de Carrara consiste na verificação do ponto de congelamento do sangue. Ele abaixa a medida em que aumento a concentração do soluto (Princípio da CRIOSCOPIA). Como o sangue é uma solução salina complexa, seu ponto de congelação pode ser medido com o fim de constatar eventuais alterações (-0,64ºC). E quanto maior a concentração molecular de um líquido, mais baixa será a temperatura para seu congelamento. Logo na água salgado o lado direito congela primiero pois é mais concentrado, e dna agua doce o lado esquerdo congela primeiro.

DIAGNÓSTICO DE AFOGAMENTO EM CADÁVERES PUTREFEITOS
Com a putrefação, a maioria dos sinais de afogamento já vão ter sumido, sendo inviável, inclusive, a realiação da prova das densidades dos átrios. Nesse caso, uma das possibilidades de realizar o diagnóstico é verificar a existência de PLANCTONS na MEDULA óssea

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Q
A