Asfixiologia Flashcards
Conceito de asfixiologia
(Genival Veloso França) “síndrome caracterizada pelos efeitos da privação, completa ou incompleta, rápida ou lenta, externa ou interna de oxigênio”.
Asfixia é um estado de HIPÓXIA E HIPERCAPNIA no sangue arterial.
HIPÓXIA: – diminuição de oxigênio (O2) no sangue arterial.
HIPERCAPNIA: – aumento de gás carbônico (CO2) no sangue arterial.
HEMATOSE
Na asfixia ocorre o aumento de CO2 e a diminuição de oxigênio no sangue, em razão da alteração da hematose. A Hematose consiste na troca gasosa que ocorre nos pulmões. O sangue que chega aos pulmões está cheio de gás carbônico - proveniente da respiração celular – e deve ser trocado com o oxigênio queestamos respirando. Essa troca gasosa chamamos, em linhas gerais, de hematose
TRÍADE ASFIXICA
✔ Sangue fluido – em razão da elevação CO², que causa a queda de viscosidade do sangue
✔ Escuro – também por causa do excesso CO² e
✔ Congestão polivisceral
A doutrina clássica cita a chamada TRIADE ASFÍXICA como sendo a fluidez do sangue, a congestão polivisceral e as manchas de Tardieu.
RELEVÂNCIA JURÍDICO-PENAL
Agravantes, qualificadoras e elementares do crime (forma autonoma)
▪ ASFIXIA COMO QUALIFICADORA DO HOMICÍDIO (MEIO CRUEL)
Art. 121,CP. Matar alguém:
2º Se o homicídio é cometido:
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
▪ ASFIXIA COMO CIRCUNSTÂNCIA AGRAVANTE (MEIO CRUEL)
Circunstâncias agravantes
Art. 61, CP. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II – ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
▪ ASFIXIA COMO ELEMENTAR
Uso de gás tóxico ou asfixiante
Art. 252, CP. Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, usando de gás tóxico ou asfixiante:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosivos ou gás tóxico, ou asfixiante
Art. 253, CP. Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade, substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Classificações de Hygino e de Afranio Peixoto
Hygino:
1. Asfixias naturais: Asfixias naturais são aquelas causadas por doenças que reduzem a ventilação ou a circulação pulmonar. À rigor, todas as formas de doenças em que a parada respiratória precede a
cardíaca é uma asfixia natural.
2. Asfixias violentas: são causadas por um trauma, ou seja, um agente vulnerante externo, produzido por uma energia de ordem físico-química.
-por obstrução das vias respiratorias: sufocação direta e constrição cervical (enforcamento, estrangulamento, esganadura)
- por restrições do movimento do torax: Sufocação Indireta (compressão torácica), Fraturas Costais Múltiplas (Respiração paradoxal), Paralisia da Musculatura Respiratória (em espasmo, em flacidez, em fadiga (crucificação);
-por modificação do meio ambiene; confuinamento, soterramento, afogamento;
-por parada respiratória central: Traumatismo Central, Eletroplessão e Fulguração, Intoxicação por drogas depressoras.
Afrânio Peixoto:
a) ASFIXIA PURA - São hipóteses de asfixia pura: apenas da hipoxia e hipercapnia. São decorrentes de
problemas que afetam exclusivamente o aparelho respiratório (são problemas exclusivamente
respiratórios – fechando os orifícios respiratórios).
(1) Asfixias por modificação do meio ambiente ou em ambientes por gases irrespiráveis:
● Confinamento● Soterramento
● Afogamento
(2) Asfixias por obstrução à penetração do ar nas vias respiratórias:
● Sufocação direta
● Sufocação indireta (!) – O Professor Blanco ensina que somente a sufocação direta é um caso de asfixia pura. A sufocação indireta é caso de asfixia complexa.
b) ASFIXIAS COMPLEXAS - Nas asfixias complexas participam, além dos fatores respiratórios (hipóxia +hipercapnia), também fatores circulatórios. São exemplos de asfixias complexas:
(1) Enforcamento - Asfixia por constrição passiva do pescoço exercida pelo peso do corpo
(2) Estrangulamento - Asfixia por constrição ativa do pescoço exercida pela força muscular:
c) ASFIXIAS MISTAS - Nas asfixias mistas participam fatores respiratórios, circulatórios e nervosos.
✔ Exemplo de asfixia mista: Esganadura.
Fases clínicas da Asfixia
De acordo com Genival França, é possível estabelecer um cronograma das manifestações clínicas que surgem das asfixias mecânicas:
✔ 1ª FASE – Cerebral - enjoos, vertigens, sensação de angústia e lipotimias, dura de 1 a 2 minutos.
✔ 2ª FASE- Excitação cortical e medular - Convulsões generalizadas e contrações dos músculos respiratórios e face, relaxamento dos esfíncteres com emissão de fezes e urina, duração 1 a 2 minutos.
✔ 3ª FASE- Respiratória - Lentidão dos movimentos respiratórios, insuficiência ventricular, aceleração da morte! 1 a 2 minutos.
✔ 4ª FASE- Cardíaca - Sofrimento do miocárdio, batimentos lentos dura de 3 a 5 minutos
Sinais Gerais de Asfixia (cai muito)
Não há sinal constante ou patognomônico nas asfixias.
As asfixias podem ser encontradas alguns sinais que indicam a possibilidade de diagnóstico, sem, contudo, fornecer elementos patognomônicos. Os sinais são apenas gerais (Cianose, Petéquias, Congestão polivisceral, fluidez do sangue e edema pulmonar).
SINAIS EXTERNOS
● Cianose facial (cor azulada ou arroxeada da face).
● Cogumelo de espuma (não confirma por si só afogamento).
● Projeção da língua para fora
● Equimoses na pele, com forma de petéquias, na pele e mucosas da face, sobretudo nas pálpebras e olhos (conjuntiva ocular).
● Manchas de hipóstase / Livores cadavéricos mais escuros e precoces.
INTERNOS
●Sangue fluido e escuro.
●Equimoses viscerais, mais comuns na região subpleural (manchas de Tardieu, que existem em qualquer asfixia, não são patognomônicas de afogamento).
●Maior volume de sangue nas vísceras.
●Hemorragia, edema e enfisema pulmonar.
Cianose
não é sinal patognomônico de asfixia.
pode ser em e enforcamento e de asfixia por gases. A cianose apenas pode ser considerada um sinal geral de asfixia quando for intensa é
observada precocemente, logo após ou apenas algumas horas depois da morte.
É caracterizada por cor violácea escura que pode se apresentar em qualquer parte do corpo: cor violácea escura dos livores; cor azulada dos lábios; cor azulada dos leitos ungueais (parte de baixo das unhas) e polpas digitais; sangue das cavidades cardíacas de cor azul-púrpura escura.
Sua causa decorre do aumento da concentração de hemoglobina reduzida (Hb) no sangue, em decorrência da redução do O2 (hipóxia). NÃO POSSUI RELAÇÃO COM CONCENTRAÇÃO DE CO2 NO
SANGUE.
Indivíduos com anemia grave podem não apresentar cianose.
Petéquias
não é sinal patognomônico de asfixia. Outros fenômenos que também podem gerar petéquias: ▪ Mortes precedidas de esforços respiratórios extremos, compressão torácica, constrição do
pescoço; ▪ Acessos de tosse ou vômito; ▪ Pessoas que sofreram manobras de ressuscitação com massagem cardíaca. Como podem ocorrer em pessoas vivas, isoladamente não sao suficientes para ser indicativo de asfixia.
Petéquias são hemorragias puntiformes, com diâmetro de 1 a 3 mm, encontradas na pele, conjuntiva oculares (equimoses conjuntivais), e na pleura (equimoses pleurais).
Manchas de Tardieu: é so sinal indicativo (não é cereteza), de asfixia por sufocação. É um o conjunto de petéquias localizadas na pleura ou no pericárdio ( principalmente nas regiões sub-conjuntival,
subpleural e sub-epicárdica).
Manchas de Paltauf: esse sim É SINAL PATOGNOMÔNICO DE ASFIXIA POR AFOGAMENTO. São equimose subpleurais (pulmão), que se diferem das machas de Tardieu por serem maiores e terem origem na rotura dos alvéolos pulmonares devido à penetração brusca de líquido.
Petéquias Post Mortem: não são sinais de asfixia nem de outra causa, mas sim sinal dorte. Ocorre onde ocrrem os livores, e decoore do extravasamento do sangue dos vasos sanguíneos, pelo efeito da gravidade, impregnando os tecidos. Os livores se iniciam com micropontos, assemelhando-se às petéquias neste estágio inicial. Como não há reação inflamatória, o sangue que se infiltra nos tecidos, normalmente. Sai quando lavado.
PETÉQUIAS INDICATIVAS DE ASFIXIA
· Poderão aparecer inclusive na face do corpo oposta aos livores.
· Fixadas na malha do tecido (não sai com jato d’água).
PETÉQUIAS POST MORTEM
· Aparecem nas áreas de maior intensidade dos livores cadavéricos,
quando o corpo permanece por muito tempo em uma mesma posição
Congestão da Face e Polivisceral
NÃO É SINAL EXCLUSIVO DE ASFIXIA
Congestão Polivisceral é o aumento do volume de sangue (congestão), de forma generalizada, nas vísceras. Ocorre principalmente no fígado e no mesentério. O baço, na maioria das vezes, se mostra com pouco sangue devido às suas contrações durante o processo asfíxico. A congestão polivisceral também é camada de SINAL DE ETIENNE-MARTIN. Normalmente tem causa pela falência cardíaca que antecede à morte.
Fluidez do Sangue
NÃO É SINAL EXCLUSIVO DE ASFIXIA
A fluidez do sangue ou sangue fluido é a ausência de coagulação do sangue após a morte. Após a morte, independente da causa, o sangue coagula. Nas mortes rápidas (ex.:asfixia), verificou-se que os
coágulos desapareciam após algum tempo. Logo, na asfixia, temos um sangue escuro e fluido (ralo, fino) em decorrência do aumento do gás carbônico.
Obs.: Como o sangue é ralo/fino, com a ação da gravidade ele vai se acumular mais rápido nas zonas de declive do corpo. Nesse sentido as manchas de hipóstase nas afixias são mais precoces
Edema Pulmonar ou Cogumelo de Espuma
NÃO É SINAL EXCLUSIVO DE ASFIXIA
É o acúmulo de fluido nos pulmões. Finas bolhas de espuma que, juntas, cobrem a boca e as narinas e continuam pelas vias aéreas inferiores. Ao analisar as vias áreas dos mortos por asfixia, verifica-se a existência de espuma em decorrência de incursões e movimentos respiratórios violentos. O pulmão está com edemas, está inchado, e, ao se misturar com o ar, forma-se a espuma (sinal geral na asfixia). Lembrar que quando o agente está em processo de asfixia à intensidade da respiração na busca desesperada de ar é extremamente maior que a normal, por isso os edemas se formam no pulmão. A intensidade dependerá do tempo transcorrido entre o início da asfixia e a morte. Será mais abundante nas asfixias por afogamento, hipótese em que será chamado de “cogumelo de espuma”, ou mais escasso nas asfixias comuns.
SUFOCAÇÃO
Conceito
Direta (2 tipos)
Indireta
Segundo Hygino, a sufocação é uma modalidade de asfixia causada por obstrução das vias aéreas superiores ou por compressão torácica.
O conceito fisiopatológico de asfixia (hipóxia + hipercapnia) vale para todas as espécies de asfixia.
SUFOCAÇÃO DIRETA
obstáculo à penetração do ar nas vias respiratórias. A diminuição do oxigênio no sangue venoso, com o consequente aumento do gás carbônico, ocorre em decorrência da obstrução da entrada de ar nas vias respiratórias. Pode ser:
SUFOCAÇÃO DIRETA POR OCLUSÃO DOS ORIFÍCIOS NATURAIS (boca e narinas), marcas ungueais (estigmas ungueais) ao redor dos orifícios nasais e da boca nos casos de sufocação pelas mãos (se nao usou travesseiro). Normalmente é acidente. A modalidade criminosa de sufocação direta por oclusão dos orifícios naturais requer superioridade de forças do agressor em relação à vítima, impossibilitando a reação da vítima. Comum em infanticidio.
SUFOCAÇÃO DIRETA POR OCLUSÃO DAS VIAS RESPIRATÓRIAS SUPERIORES: obstáculo à penetração do ar estiver situado na faringe, laringe ou traqueia (em seu início). “sufocação por engasgamento”. É mais frequente a forma acidental da morte violenta.
SUFOCAÇÃO INDIRETA (Compressão do tórax): É conhecida como congestão compressiva de “perthes” )
é causada pela compressão do tórax e abdômen, impedindo os movimentos respiratórios, levando à asfixia:
✔ Compressão homicida: é a mais rara.
✔ Compressão acidental: ocorrem em multidões, e ainda nas hipóteses de deslizamento de encostas.
Impede a completa expansão torácica na respiração (a caixa torácica não consegue se expandir totalmente), associada a impossibilidade de movimentação do abdômen.
A sufocação indireta será sempre uma asfixia violenta, ou seja,
produto de uma ação externa. Lembremos aqui que nem toda morte violenta será criminosa, a exemplo das mortes acidentais.
É comum da CONGESTÃO CEFALOCERVICAL, ou SINAL DE MORESTIN (Máscara equimótica da face / SINAL DE LE DENTUT), formado por pequenas hemorragias na cabeça, pois o sangue fica concentrado e não chega ao coração, gerando o represamento do sangue na veia cava superior (aumento da pressão sanguínea). a expressão congestão é mais adequada que cianose, pois esta apenas
reflete um sinal que se traduz pela tonalidade azul. É produzida pelo
refluxo sanguíneo da veia cava superior em face da compressão torácica. Os pulmões mostram-se distendidos (sinal de Valentin), congestos, com sufusões hemorrágicas subpleurais. O fígado é congesto e o sangue do coração, escuro e fluído.
obs,: SUFOCAÇÃO POSICIONAL OU CRUCIFICAÇÃO ou sufocação posicional, considerada por alguns doutrinadores como modalidade
de sufocação indireta. o indivíduo é “crucificado” ou
colocado durante muito tempo de “cabeça para baixo”, gerando a fadiga aguda dos músculos da respiração,
impedindo a expansão torácica e consequente movimentação muscular necessária para a respiração. Posições: .✔ posição de crucificação prolongada; ✔ posição de cabeça para baixo prolongada;
✔ posição de imobilização frequentemente usada pela polícia – mãos e pés amarrados para trás.
Na maioria das vezes a sufocação indireta é acidental, podendo, em menor incidência, termos casos criminosos, porém jamais uma morte natural.
Temos os seguintes exemplos:
▪ Acidentes de trânsito;
▪ Desmoronamento de construções, deslizamento de encostas;
▪ “Estouro de multidões”;
▪ Soterramento (estudo na modalidade de asfixia por modificação do meio ambiente).
MÁSCARA EQUIMÓTICA DE MORESTIN
É um sinal especial que sugere que houve uma compressão do
tórax.
Sinônimos:
● Infiltração equimótica difusa da face (lejars)
● Cianose cervicofacil (le dentu).
● Máscara equimótica da face;
● Máscara Equimótica Facial;
● Sinal de Morestin.
Como sinais gerais, um dos achados mais importantes é a máscara equimótica de Morestin.
Segundo Genival França, ela é produzida pelo refluxo sanguíneo da veia cava superior em face da compressão torácica.
No rosto da pessoa que tem o tórax comprimido começa a aparecer um pontilhado hemorrágico.
Esse pontilhado hemorrágico indica que houve uma compressão parcial do tórax, impedindo que ele se expandisse. A sístole ocorre bem, mas a diástole está prejudicada.
Temos as seguintes características ou sinais:
● Pele da face semeada por milhares de pequeninas equimoses petéquias, muito próximas entre si, de cor arroxeada muito escura.
● Conjuntivas oculares com inúmeras petéquias e edema.
● Lábios e Língua tumefeitos (inchado). Gengiva pode apresentar hemorragia.
● Nariz e ouvido podem apresentar hemorragia externa.
● Petéquias cutâneas podem se estender até o tórax, confluentes nos locais de maior intensidade dos livores de hipóstase, interrompendo-se apenas nas áreas submetidas à compressão externa nos pontos de apoio ou de dobras de roupas.
● Fraturas costais.
● Manchas de Tadieu na pleura e no pericárdio.
● Sinal de Valentin: significa a congestão dos pulmões, que se mostram distendidos e com sufusões hemorrágicas subpleurais
ASFIXIA POR CONSTRIÇÃO CERVICAL
São classificadas como asfixias complexas, pois além da constrição das vias aéreas com simultâneo quadro de hipóxia e aumento do gás carbônico, há a interrupção da circulação e inibição provocada pela compressão dos elementos nervosos do pescoço São espécies de asfixias por constrição cervical:
✔ Enforcamento
✔ Estrangulamento
✔ Esganadura
As asfixias por constrição possuem um ponto em comum: o
ecanismo de morte resulta da interação de fatores RESPIRATÓ´RIOS VASCULARES E NERVOSOS
ENFORCAMENTO
conceito
espécies
caracteristicas da face
Conceito; Asfixia por constrição PASSIVA do pescoço exercida pelo peso do corpo. O enforcamento é a forma de asfixia MECÂNICA em que a constrição do pescoço é produzida por um laço acionado pelo peso da própria vítima. A interrupção do atmosférico até as vias
RESPIRATÓRIAS, como decorrência desta força atuante
Espécies:
● Enforcamento completo e incompleto: Leva em consideração a suspensão do corpo da vítima.
(a) Enforcamento completo → o corpo fica totalmente suspenso;
(b) Enforcamento incompleto → o corpo da vítima fica parcialmente apoiado sobre o solo. (Quando uma parte do corpo da vítima está encostada no chão).
Esta forma de enforcamento não é tão rara quanto se imagina
● Enforcamento típico e atípico: Leva em consideração a posição do nó.
(a) Enforcamento típico - quando o nó está localizado na nuca (parte posterior do pescoço) e o laço adiante. No enforcamento típico, a cabeça está sempre virada para frente.
(b) Enforcamento atípico - quando o nó estiver localizado em local diverso da nuca (qualquer lugar que não seja parte posterior do pescoço). No enforcamento atípico, a cabeça fica virada sempre ao lado oposto para o nó.
Diferenças entre os sulcos
Tem grande importância médico-legal, tanto por ser constante como, via de regra, ser patognomônico.
Só tem sulco no enforcamento e no estrangulamento! NÃO EXISTE SULCO NA ESGANADURA
ENFORCAMENTO: - Oblíquo ascendente: (porque o peso puxa para baixo e o laço puxa para cima), uma parte
marca mais do que a outra;
- Interrompido no nó;
- Fica por cima da cartilagem tireóidea;
- É um sulco intenso de um lado e vai apagando do outro lado;
- Tem profundidade variável (sulco deixado por laços largos é menos profundo do por laços
estreitos).
- Do lado que o sulco some/sulco superficial, é o lado do nó, o lado de onde ele estava
pendurado. Do lado que sulco é profundo, é o lado da alça.
a) Enforcamento típico - sulco profundo na frente e superficial atrás;
b) Enforcamento atípico - sulco profundo de um lado e superficial do outro.
Sinais gerais existentes no sulco do enforcamento:
- placas violáceas de livores nas porções superiores e inferiores do sulco (PONSOLD)
- decalques que reproduzem os relevos do laço (BONNET)
- zona violácea ao nível das bordas dos sulcos (THOINOT)
- infiltrações hemorrágicas puntiformes no fundo do sulco (NELDYNG)
- livores puntiformes por cima e por baixo das bordas do sulto (AZEVEDO NEVES)
- pele enrugada e escoriada no fundo do sulco (AMBROISE-PARÉ)
As características do sulco podem sofrer alterações a depender das densidades do laço utilizado como agente vulnerante – se é um laço mole x duro:
SULCO PRODUZIDO POR LAÇO MOLE
O leito do sulco é mole E A tonalidade é branca.
SULCO PRODUZIDO POR LAÇO DURO
Leito do sulco duro, apergaminhado E de tonalidade pardo escura (linha argentina), resultante da desidratação da pele.
Visibilidade depende do laço
⇨ Laço mais grosso – menos visível
⇨ Laço mais fino – mais visível
geralmente encontra-se sulco único, acima da laringe (alto), de profundidade variável, apergaminhado, interrompido nas proximidades do nó, e mais profundo na parte que corresponde à alça, de direção oblíqua ascendente.
ESTRANGULAMENTO
Sulco no estrangulamento:
● Situa-se topografia da laringe ou entre ela e o osso hioide (mais baixo que o sulco do
enforcamento);
● Possui direção horizontal;
● Profundidade regular, uniforme e pouco acentuada;
● Normalmente o sulco é completo, com largura semelhante à do material do laço,
podendo ser maior se houver deslizamento;
● Fundo do sulco apresenta escoriações e cor pardo-avermelhada quando o laço for áspero;
● Excepcionalmente apergaminhado.
O sulco quase sempre é múltiplo, de profundidade uniforme, contínuo, de direção horizontal, sobre a laringe (baixo) e não se apergaminha. Tem o fundo escoriado (por causa do atrito
constante do laço com a pele). Além disso, no estrangulamento o corpo da vítima atua de forma passiva.
ASPECTOS DO LAÇO/SULCO NO ESTRANGULAMENTO
● Horizontal
● Completo/contínuo
● Profundidade
homogênea/regular/uniforme
● Excepcionalmente apergaminhado
● Abaixo da Laringe
● Abaixo do Hioide
(Topografia da laringe)
ASPECTOS DO LAÇO NO ENFORCAMENTO
● Oblíquo
● Incompleto/ descontínuo
● Profundidade Heterogênea (variável –
maior na alça)
● Quase sempre apergaminhado
● Acima da laringe
● Acima do Hioide
(Topografia acima da cartilagem tireóidea)
CARACTERISTICAS DA FACE NO ENFORCAMENTO
Caracteristicas da face: enforcado branco e azul
No enforcado branco não há o aspecto cianótico, pois o impedimento à circulação é completo. A cabeça do enforcado pende para o lado oposto ao nó, inclinando-se para o lado da alça,
fechando por completo a passagem de sangue. Ocorre nos enforcados típicos, uma vez que o nó está na região posterior do pescoço. A face fica branca e lívida, devido a forte compressão do laço, que obstrui totalmente tanto as veias quanto as artérias.
No enforcado azul a face apresenta aspecto cianótico, pois o impedimento da passagem de sangue é maior ou menor, mas não há impedimento completo. Face fica cianosada e com aspecto
aumentado, porque o laço, ao apertar o pescoço, comprime também a circulação.
SINAIS COMUNS NO ENFORCAMENTO:
SINAIS COMUNS NO ENFORCAMENTO:
● Sinal de Amussat (sinal vascular) – É a ruptura da camada interna ou íntima da artéria carótida.
Obs.: O sinal de AMUSSAT é o sinal que mais aparece no nforcamento e assim como os outros pode aparecer em outras lesões, contudo, no enforcamento é muito mais frequente.
● Sinal de Friedberg (sinal vascular) – é um sinal causado pela ruptura da túnica ou camada externa da artéria carótida.
● Sinal de Dotto (sinal neurológico) – é provocado pela ruptura da bainha de mielina do nervo vago.
● Sinal de Argêntica/Argentina - a linha Argentina é uma linha prateada de cor branco prateada, ou branco acinzentada localizada no pescoço. Trata-se de uma escoriação. Essa linha aparece em decorrência de um enforcamento por um laço duro (corda, arame, etc.), em que há desidratação da pele, secando o local. (Ela não aparece em enforcamento causado por laço mole).