APENDICITE Flashcards
Principal grupo acometido na apendicite?
Homens entre 15 a 30 anos.
Causas de apendicite?
A causa é obstrução do lúmen apendicular.
Pode ser obstruído por:
- Fecalito
- Parasitas
- Corpo estranho
- Tumor
- Aumento de tecido linfoide
Classificação da apendicite:
- Edematosa - edema e eritema (sinais flogísticos) / ou ainda fase catarral –> importante secreção de muco.
- Úlcero flegmonosa - fibrina e endurecimento –> intesidade de adesão de alças e omento à região apendicular
- Gangrenosa - necrose sem perfuração –> parede está morta, com alta permeabilidade –> risco de translocação, risco de sepse.
- Perfurativa - perfuração
O que caracteriza a apendicite complicada?
- Quando o apêndice se encontra nas fases gangrenosa e perfurativa.
- Quando na cavidade há peritonite difusa ou presença de coleções periapendicular (pus, abcesso).
- Quando o individuo se encontra séptico.
Fisiopatogênia da apendicite:
Há uma obstrução luminal que leva ao acúmulo de secreções no interior do apêndice, hiperproliferação bacteriana local com aumento da pressão intraluminal, levando à isquemia da parede cecal, com posterior necrose e perfuração.
Quadro clínico típico de apendicite?
- Dor visceral: dor abdominal difusa A/E ou que migrou para FID.
- Sintomas constitucionais: anorexia, náuseas, vômitos, febre.
- Peritonite –> sinal de complicação (perfuração?)
Sintomas atípicos da apendicite?
Vai depender da posição do apêndice e, portanto, proximidade com outras estruturas.
- Próximo à bexiga: disúria, hematúria, piúria, urgência.
- Proximo ao delgado: diarreia
- Próximo ao reto: tenesmo
- Próximo ao ureter: dor lombar
Sinais de peritonite:
- Dor bem localizada em FID (migração da dor) –> acomete peritonio parietal
- DB positiva em FID
- Paciente imóvel –> evita mobilidade do peritonio inflamado.
Sinais de apendicite complicada?
Quando há perfuração –> simula um ABD agudo perfurativo:
- Peritonite difusa
- Abdome em tábua
- Sinal de Jobert: perda da macicez hepática –> indica pneumoperitonio.
Quando há formação de abscesso:
- Presença de plastrão –> perfuração contida do conteúdo, formando uma grande massa inflamatória.
Diagnóstico diferencial de apendicite?
- Colecistite aguda: dor em cólica em HD, febre e Murphy +
- Adenite mesentérica: é por hipertrofia de gânglios no mesentério –> dor abdominal, prostração e febre. Ocorre geralmente após infecção viral.
- Abscesso de psoas: febre, dor lombar. Pode apresentar massa palpavel em FID e escoliose.
Sinais clínicos de apendicite ao exame físico:
- Sinal de Blumberg
- Sinal de Rovsing
- Sinal de Lenander
- Sinal de Dunphy
- Sinal de Jobert.
- Sinal do psoas
- Sinal do obturador
- Sinal da queda sobre os calcanhares
O que é o sinal de Blumberg?
Dor à DB, no ponto de McBurney, na FID.
- Para apêndices em posição usual: anteriorizado e apontando para FID.
O que é o sinal de Rovsing?
Dor em FID à palpação profunda de FIE.
- Ocorre por deslocamento gasoso retrógrado, levando à dilatação do apêndice, gerando a dor.
- Para apêndices em qualquer posição.
O que é o sinal de Lenander?
Temperatura retal 1ºC > Temperatura axilar.
- Para apêndices pélvicos
Sinal de Dunphy?
Dor em FID ao tossir
- Para apêndices em qualquer posição.
Sinal de Jobert?
Perda da macicez hepática à percussão.
- Sinal de pneumoperitonio.
- Presente em apendices perfurados
Sinal do Psoas?
Dor à extensão da coxa direita.
- Apêndice posteriorizado/ retroperitoneal/ retrocecal
- Posição: paciente em DLE, com extensão da perna direita.
Sinal do Obturador?
Dor hipogástrica à rotação interna do quadril.
- Posição: paciente e DDH, flexão de joelho direito com rotação interna da coxa/ quadril.
- Apêndice pélvico (fica apoiado sobre o obturador)
Sinal da queda sobre os calcanhares?
Ao movimento, dor em FID (para qualquer posição de apêndice).
O que é o escore de Alvarado?
O escore nos auxilia quando houver dúvida sobre o diagnóstico da apendicite, principalmente nos casos de apresentação clínica atípica.
É um escore que se pauta na apresentação clínica e exames laboratoriais.
Diagnóstico de apendicite?
Para apresentação típica –> diagnóstico clínico!
- Dor visceral + sintomas constitucionais
- Migração da dor para FID
- Peritonite
Escore de Alvarado:
Varia de 0 - 10:
- 0-3: exclui apendicite –> pensar nos diferenciais.
- 4-6: realizar exame de imagem
- 7-10: confirma apendicite!
Sequência de exames de imagem pedidos na investigação da apendicite:
- USG - mais barato, sem radiação
- TC - padrão ouro - nem sempre disponível, radiação ionizante, contraste EV.
- Ressonância - evitar TC em grávidas
Ainda, paciente atípico com sinais de necessidade cirúrgica, pode ser realizada uma laparoscopia diagnóstica.
Quais os achados no USG?
- Fecalito
- Dilatação > 6mm e/ou espessamento > 2mm (sinal do alvo)
- Gordura periapendicular hiperecogênica
- Líquido livre ao redor do apêndice
USG negativo afasta apendicite?
Não.
O USG apresenta acurácia intermediária.
- USG + = apendicite! –> alto VPP
- USG - = não afasta apendicite, nova investigação –> baixo VPN.
Quais os achados na TC?
Os mesmos da USG: fecalito, gordura hiperecogênica, dilatação > 6mm, espessura > 2mm, líquido livre.
+
presença de gás no lúmen do apêndice = ausência de obstrução.
Um TC negativa afasta apendicite?
Sim!!
A TC tem acurácia elevada.
- TC + = apendicite –> alto VPP
- TC - = afasta apendicite –> alto VPN.
Tratamento da apendicite?
Cirúrgico –> apendicectomia!
Vias cirúrgicas da apendicectomia:
Videolaparoscopia –> preferencial!
- Complementa diagnóstico clínico
- Menor morbidez
- Identifica diag diferenciais
- TTO de todos as formas de apendice.
Via aberta
- Incisão de McBurney: oblíqua em FID
- Apendicite inicial –> não trata complicações
- Não vê diferenciais
- Quando for abd agudo perfurativo: laparotomia
- Maior morbidez
Quando não fazer a incisão de McBurney para o TTO de apendicite?
Quando houver um quadro com repercussão cavitária.
Presença de peritonite difusa pode ser indicativa de complicações extra-apendiculares. A incisão de McBurney limitaria a exploração cavitária e, consequentemente, o tratamento.
O que é o tratamento minimamente invasivo, em 2 tempos?
Perfil de paciente:
- Apendicite arrastada (> 1semana) –> “subaguda”
- Presença de complicação local
- Ausência de peritonite difusa
- Paciente estável
1º tempo: clínico –> atb + drenagem percutânea do abscesso
2º tempo: após 6 semanas –> videolaparoscópica ou via aberta por McBurney (abscesso já tratado)