Amniorrexe precoce

Question 1

Defina rotura prematura de membrana.

Answer 1

Rotura da membrana amniótica antes do início do trabalho de parto.
*Independente da IG.

Question 2

Defina rotura de membrana:

a) Pré-termo;
b) Termo;
c) Oportuna;
d) Tardia.

Answer 2

a) IG< 37sem;
b) IG entre 37-42sem;
c) Ao final do período de dilatação (não é RPM);
d) Concomitante ao período de expulsão fetal.

Question 3

Quais as funções do líquido amniótico?

Answer 3

1. Facilita os movimentos fetais;
2. Proteção mecânica do feto;
3. Equilíbrio térmico;
4. Desenvolvimento pulmonar;
5. Barreira contra infecções ascendentes.

Question 4

Cite fatores de risco para ruprema. (12)

Answer 4

1. Vaginose bacteriana;
2. Utero distendido (macrossomia fetal, polidrâmnio, gemelaridade);
3. Incompetência istmocervical;
4. Parto pré-maturo ou amniorrexe precoce prévia;
5. Amniocentese, cordocentese, biópsia de vilo corial;
6. Algumas doenças maternas;
7. Tabagismo;
8. Sangramento genital;
9. Traumatismos;
10. Atividade sexual;
11. Trabalho de parto prematuro;
12. Deficiências nutricionais (vit C e cobre).

Question 5

Quais as principais bactérias causando infecções ascendente?

Answer 5

Gardnerella, GBS, Neisseria gonorrhea, Bacterioides, E. coli.

Question 6

O período de latência é definido como _______________________. Quanto mais cedo ocorre a RPM, ____ a duração do período de latência, permitindo um melhor _____________, mas aumentando o risco de ________.

Answer 6

Tempo decorrido desde a amniorrexe precoce até o início do trabalho de parto;
Maior;
Desenvolvimento dos pulmões;
Infecção fetal e materna.

Question 7

Como é feito o diagnóstico de amniorrexe precoce, de forma resumida?

Answer 7

Anamnese + Exame físico

Em casos mais confusos:
.pHmetria vaginal com papel nitrazina (pH alcalinizado);
.cálculo do ILA com USG;
.cristalização do muco cervical (samambaia).

Question 8

Quais as suspeitas clínicas de RPM?

Answer 8

Anamnese:
.escorrimento de líquido transparente, amarelado ou purulento pelas pernas;
.dd: incontinência urinária, corrimento vaginal, sudorese.

Exame físico:
.exame especular: líquido saindo pelo colo ou acumulado no fundo do saco vaginal;
.altura uterina diminuída;
.não realizar o toque vaginal (aumenta o risco de infecções!!!), apenas se realizar conduta ativa do parto.

Question 9

Como é feito o diagnóstico de RPM pela USG?

Answer 9

i) Cálculo do índice de líquido amniótico:
.divide o saco gestacional em 4 quadrantes e mede-se, em cada um, o maior diâmetro do bolsão amniótico. Soma-se os diâmetros de cada quadrante.
<5cm: oligodrâmnio;
6-7cm: volume amniótico reduzido;
8-18cm: volume amniótico normal;
18-23cm: volume amniótico aumentado;
>24cm: polidrâmnio.

ii) Cálculo do maior diâmetro do bolsão amniótico.
<2cm: oligodrâmnio;
2-8cm: normal;
>8cm: polidrâmnio.

Question 10

Paciente relata líquido amarelado escorrendo as pernas. Realizado exame especular, com observação de líquido amniótico. Entretanto, USG revela ILA de 12cm. Qual o provável diagnóstico?

Answer 10

RPM. Mesmo estando o ILA na faixa da normalidade, a presença de líquido amniótico ao exame especular confirma o diagnóstico.

Question 11

Paciente relata líquido amarelado escorrendo as pernas. Realizado exame especular, sem observação de líquido amniótico. Entretanto, USG revela ILA de 6cm. Qual o provável diagnóstico?

Answer 11

RPM. Mesmo sem observar líquido amniótico ao exame especular, a USG revela um ILA muito baixo, indicativo de RPM.
*Dd: malformações fetais, pós-datismo, uso de medicações, etc.

Question 12

Quais as complicações maternas da RPM?

Answer 12

Infecções (corioamnionite, endometrite, sepse);
Retenção placentária (oligoidramnio);
Cesariana (sofrimento fetal).

Question 13

Quais as complicações fetais ou neonatais da RPM?

Answer 13

Doença da membrana hialina ou síndrome da angústica respiratória do recém-nascido (oligoidramnio, principalmente <34sem);
Sofrimento fetal (alteração dos BCF);
Prematuridade (metade das RPMs pré-termo iniciam trabalho de parto em até uma semana);
Apresentações anômalas (menor IG e oligoidramnio);
Infecção neonatal;
Malformações faciais (oligoidramnio)
Hemorragias intraventriculares;
Enterocolite necrotizante.

Question 14

O médico, diante de uma RPM, deve se questionar quanto alguns critérios, a fim de definir sua conduta. Quais esses critérios? (4).

Answer 14

1. Há infecção?
2. Há vitalidade fetal?
3. Iniciou o trabalho de parto?
4. Qual a IG?

Question 15

Sinais clínicos e laboratoriais de infecção em gestante com RPM.

Answer 15

Febre (>37,8);
Dor abdominal e à palpação;
Taquicardia materna (>100bpm) e fetal (>160bpm);
Corrimento vaginal purulento e fétido;
Hemograma com leucocitose (>15.000cels/mm3);
Proteína C reativa.

Question 16

Qual a conduta diante de uma RPM com infecção?

Answer 16

Interromper a gestação, preferencialmente induzindo o parto vaginal, não havendo indicações para cesariana (BCF <100bpm, apresentação pélvica, etc.);
ATB de amplo espectro em mãe e neonato:
 -Gentamicina (IV, 5mg/kg/dia);
 -Ampicilina (IV, 2g 6/6h);
 -Metronidazol (IV, 500mg 8/8h).

Question 17

Qual a conduta diante de uma RPM sem infecção?

Answer 17

Avaliar vitalidade fetal:

• cardiotoco diariamente;
• perfil biofísico 2x/sem.

Sem vitalidade: interromper a gestação (cesariana);
Com vitalidade: manter a gestação. Conduta de acordo com a IG.
<24sem
24-34sem
>34sem

Question 18

Qual a conduta para RPM sem infecção e IG >34sem?

Answer 18

Interromper a gestação, preferencialmente induzindo o parto vaginal, não havendo indicações para cesariana.

Question 19

Qual a conduta para RPM sem infecção e IG 24-34sem?

Answer 19

.Avaliar vitalidade fetal.
.Sem vitalidade, interromper a gestação.
.Com vitalidade, conduta conservadora, visando o amadurecimento pulmonar fetal:
-hidratação abundante;
-monitoramento frequente da infecção e da vitalidade fetal;
-corticoterapia: reduz as principais causas de mortalidade perinatal (síndrome da angústia respiratória do recém-nascido, hemorragia intraventricular, enterocolite necrosante).
>Betametasona IM 12mg, 2 doses (0 e 24h). Iniciar de preferência na 33a semana, pois os efeitos da corticoterapia se mantêm altos em torno de uma semana após o término do tratamento.
-antibioticoterapia: reduz o risco de infecção materna, diminui a morbidade fetal e prolonga o período de latência.
>Ampicilina IV 2g 6/6h por 2 dias + Azitromicina VO 1g dose única + Amoxacilina IV 500mg 8/8h por 5 dias.

Question 20

Qual a conduta para RPM sem infecção e IG <24sem?

Answer 20

Explicar a baixa taxa de sobrevida fetal, e o alto risco de infecção materna. A decisão é da família. Sugerir interromper a gestação. Caso queiram continuar a gestação, a grávida deve assinar o documento, afirmando saber dos riscos. Acompanhamento domiciliar até 24sem, quando se inicia o descrito anteriormente (conduta para 24-34sem). Não realiar corticoterapia, ATB e tocolíticos.