Ação Penal e Ação Civil ex delicto Flashcards
Direito de ação é diferente de ação propriamente dita. Direito de ação é o direito de exigir do Estado o exercício da jurisdição. Ação, todavia, é o ato jurídico, ou mesmo, a iniciativa de se ir à justiça, em busca do direito, com efetiva prestação da tutela jurisdicional, funcionando como a forma de se provocar o Estado a prestar a tutela jurisdicional.
Agora, responda: Quais as 06 características do direito de ação penal?
Direito: público, subjetivo, autônomo, abstrato, determinado e específico.
As condições da ação penal se subdividem em: genéricas (aquelas que deverão estar presentes em toda e qualquer ação penal) e específicas/de procedibilidade (a presença será necessárias apenas em relação a determinadas infrações penais, certos acusados ou situações específicas, previstas em Lei).
Agora, responda: quais as condições genéricas da ação penal?
As mesmas do processo civil, quais sejam, legitimidade e interesse de agir.
A legitimidade para agir pode ser ordinária, quando o titular do alegado direito pleiteia em nome próprios seu próprio interesse; ou extraordinária, quando alguém pleiteia em nome próprio, interesse alheio, não se confundindo com a sucessão processual (ocorre quando um sujeito sucede o outro no processo, assumindo a sua posição processual), e nem com a representação processual (capacidade de estar em juízo).
Cite um exemplo, no âmbito penal, de legitimidade extraordinária.
A ação penal de iniciativa privada.
O interesse de agir (ou processual) está relacionado à utilidade da prestação jurisdicional que se pretende obter com a movimentação do aparato judiciário.
O interesse de agir deve ser analisado sob três aspectos distintos. Quais são eles?
A necessidade (de obtenção da tutela jurisdicional pleiteada), a adequação (entre o pedido e a proteção jurisdicional que se pretende obter), e a utilidade (eficácia da atividade jurisdicional para satisfazer o interesse do autor).
A prescrição em perspectiva é o reconhecimento antecipado da prescrição, frente a qual, o promotor de justiça requer o arquivamento do inquérito policial com fundamento na ausência de interesse de agir. Tal prescrição é possível?
Não, em razão de vedação legal em 2010.
Qual a natureza jurídica da justa causa? Explique melhor!
Já 03 correntes sobre o tema:
- elemento integrante do interesse de agir;
- condição da ação penal autônoma; e
- fenômeno distinto das condições da ação penal.
Explique o fenômeno da justa causa duplicada.
Ocorre nos crimes de lavagem de capitais, em que deve-se apresentar lastro probatório mínimo quanto à lavagem e quanto à infração precedente.
A prática de fato aparentemente criminoso e a punibilidade concreta funcionam como o que?
Parte da Doutrina, os identifica como condições genéricas da ação penal.
Diferencie condições da ação de condições de prosseguibilidade.
A primeira deve estar presente para que o processo penal possa ter início, já a segunda é necessária para o prosseguimento do feito.
Diferencie as condições da ação de as condições objetivas de punibilidade.
Condições da ação - relacionam-se ao direito processual penal e fazem coisa julgada formal.
Condições objetivas de punibilidade - relacionam-se ao direito penal e fazem coisa julgada material.
A decisão final do procedimento administrativo nos crimes materiais contra a ordem tributária tem natureza jurídica de condição específica da ação penal?
Não! Refere-se à condição objetiva de punibilidade.
As ações penais condenatórias se subdividem em: pública e de iniciativa privada.
Agora, responda: quais as 03 espécies de AP pública? Explique-as.
- AP pública incondicionada: a atuação do MP independe do implemento de qualquer condição específica;
- AP pública condicionada: a atuação do MP está subordinada ao implemento de uma condição, qual seja, representação do ofendido ou requisição do Ministério da Justiça; e
- AP pública subsidiária da pública.
As ações penais condenatórias se subdividem em: pública e de iniciativa privada.
Agora, responda: quais as 03 espécies de AP privada? Explique-as.
- AP exclusivamente privada;
- AP personalíssima: a queixa só pode ser oferecida pelo próprio ofendido, sendo incabível a sucessão processual; e
- AP privada subsidiária da pública: será admitida nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal (seu cabimento está subordinado à inércia do MP).
Quais os 09 princípios relacionados à ação penal pública?
Princípios: do ne procedat iudex ex officio; do ne bis in idem; da intranscendência; da obrigatoriedade; da indisponibilidade; da divisibilidade; da oficialidade; da autoritariedade; e da oficiosidade.
Quais os 08 princípios relacionados à ação penal de inciativa privada?
Princípios: do ne procedat iudex ex officio; do ne bis in idem; da intranscendência; da oportunidade ou da conveniência; da disponibilidade; da indivisibilidade; e da oficialidade; da autoritariedade.
O que determina o princípio do ne procedat iudex ex officio?
Determina que, em razão de o sistema acusatório adotado pela CF, o juiz não pode dar início a um processo de ofício (contudo, é possível a concessão de ordem de habeas corpus de ofício).
O que determina o princípio do ne bis in idem?
Determina que ninguém pode ser processado duas vezes pela mesma imputação. Não se aplica este princípio se o processo originário não tiver sido conduzido de maneira independente ou imparcial ou tiver subtraído do acusado a sua responsabilidade criminal; bem como, no caso de ser o acórdão de revisão criminal fraudulento.
O que determina o princípio da intranscendência?
Que a denúncia ou a queixa só podem ser oferecidas contra o provável autor do fato delituoso.
O princípio da obrigatoriedade da ação penal pública impõe um dever de atuação aos órgãos oficiais encarregados da investigação e da ação penal, nos crimes de ação penal pública. Isto não significa que o MP esteja sempre obrigado a pedir a condenação do acusado. Existem 06 exceções a este princípio. Quais são elas?
- transação penal (nos casos de infração de menor potencial ofensivo, se o autor preencher alguns requisitos objetivos e subjetivos, o MP, ao invés de oferecer denúncia, deverá propor a TP, com a aplicação imediata de penas restritivas de direitos ou multa);
- termo de ajustamento de conduta (instrumento de solução extrajudicial de conflitos);
- parcelamento do débito tributário (a sua formalização antes do recebimento da denúncia é causa de suspensão da pretensão punitiva, impedindo assim, o oferecimento da peça acusatória pelo MP);
- acordo de leniência (poderá ser celebrado pelo CADE com pessoas físicas e jurídicas que forem autoras de infração à ordem econômica e que, da sua colaboração, resulte a identificação dos demais envolvidos na infração e a obtenção de informações e documentos que comprovem a infração noticiada ou sob investigação);
- colaboração premiada na nova Lei das Organizações Criminosas (o MP pode deixar de oferecer denúncia se o colaborador preencher, cumulativamente, os seguintes requisitos: não for líder de organização criminosa e for o primeiro a prestar efetiva colaboração, acarretando assim, a extinção da punibilidade do colaborador); e
- acordo de não-persecução penal.
O princípio da oportunidade ou conveniência da ação penal de inciativa privada determina que, cabe ao ofendido ou seu representante legal o juízo de oportunidade ou conveniência acerca do oferecimento (ou não) da queixa-crime. Também se aplica ao Ministro da Justiça.
Caso o ofendido não queira exercer seu direito de queixa há duas possibilidades, quais são elas?
Decadência - causa extintiva da punibilidade; perda do direito de queixa pelo seu não exercídio no prazo de 6 meses, contados a partir do conhecimento da autoria, em regra.
Renúncia - causa extintiva da punibilidade; aplicação exclusiva as AP exclusivamente privada e privada personalíssima; pode ser expressa ou tácita.
O princípio da indisponibilidade da ação penal pública diz que o MP não pode dispor ou desistir do processo em curso. Também se aplica à AP privada subsidiária da pública.
Agora, responda: qual a exceção a este princípio?
Suspensão condicional do processo - aplicável aos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou superior a 1 ano, abrangidas ou não por esta Lei, o MP poderá propor a SCP, por 2 a 4 anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime e também os demais requisitos.
O princípio da disponibilidade da ação penal de iniciativa privada que diz ser possível a desistência do processo criminal em andamento pelo querelante. A desistência pode ocorrer de 03 formas, quais são elas?
Perdão da vítima - causa extintiva da punibilidade; aplicação restrita à AP exclusivamente privada e privada personalíssima; cabível quando houver aceitação por parte do querelado.
Perempção - causa extintiva da punibilidade; perda do direito de prosseguir no exercício da ação penal privada em virtude da desídia do querelante.
Conciliação e termo de desistência da ação no procedimento dos crimes contra a honra de competência do juiz singular.
O princípio da divisibilidade determina que o processo criminal de um obriga aos processo de todos.
Agora responda: para os Tribunais Superiores, este princípio se aplica na ação penal pública?
Não, para os Tribunais Superiores vigora o princípio da divisibilidade na ação penal pública.
O princípio da indivisibilidade da ação penal de iniciativa privada afirma que, em que pese, a queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, o MP deverá velar pela sua individualidade.
Neste sentido, a renúncia e o perdão de um não se estenderá aos demais.
O parquet tem duas possibilidades, quais sejam, omissão voluntária e involuntária. Explique-as melhor!
Na omissão voluntária, o querelante tem consciência do envolvimento de mais de um agente, contudo oferece queixa-crime em relação à apenas um deles. Aqui, há uma renúncia tácita quantos aos sujeitos excluídos, a qual se estende a todos os coautores e partícipes, inclusive aos que foram incluídos no polo passivo da demanda.
Por outro lado, na omissão involuntária, em que o querelante não tem conhecimento dos outros agentes, deve o MP requerer a intimação do querelante para que proceda ao aditamento da queixa-crime a fim de incluir os demais coautores e partícipes.
Em que consiste o princípio da oficialidade?
Consiste na atribuição da legitimidade para a persecução criminal aos órgãos do Estado.
O que determina o princípio da autoritariedade?
Determina que os órgãos responsáveis pela persecução criminal são autoridades públicas.
Em que consiste o princípio da oficiosidade?
Nos crimes de ação penal pública incondicionada, os órgãos incumbidos da persecução penal devem agir de ofício, independentemente de provocação do ofendido ou de terceiros.