Abdome Agudo Inflamatório Flashcards

1
Q

Definição de Colecistite:

A

Inflamação da vesícula, geralmente de causa calculosa, que cursa com febre, leucocitose e dor no quadrante superior direito.

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2
Q

Fatores de risco para colecistite:

A

-Sexo feminino
-Idade
-Obesidade
-Gravidez
-Genética
-DM
-Nutrição parenteral
-Rápida perda ponderal

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3
Q

Fisiopatologia da colecistite:

A

Obstrução lúmen - aumento pressão intraluminal - inflamação inicial da parede vesicular - isquemia localizada - necrose- perfuração - abscesso contido ou peritonite generalizada.

A última parte do órgão geralmente é a parte que mais sofre: por conta da irrigação.

No início do quadro a inflamação é estéril.

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4
Q

Sinais e sintomas da colecistite:

A

-Dor prolongada de 4 a 6 horas
-Pode irradiar para o ombro (sinal de kehr)
-Geralmente associada com febre, náusea, vômitos, anorexia

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5
Q

Achados no exame físico da colecistite aguda:

A

Pode haver febre, taquicardia, hipersensibilidade à palpação e defesa no quadrante superior direito.
O sinal mais importante no exame físico ‘’sinal de murphy’’.

Em casos mais avançados, como na necrose e perfuração da vesícula, os pacientes podem apresentar sinais de sepse, peritonite generalizada.

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6
Q

Exames laboratoriais alterados na colecistite aguda:

A

-Elevação leves a moderadas da fosfatase alcalina (FA)
- gGT
- amilase sérica
-Leucocitose à esquerda
-Bilirrubinas e transaminases (TGO/TGP)

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7
Q

Quais exames de imagem são usados para diagnosticar colecistite aguda:

A

-Ultrassom (1 escolha)
-Cintilografia (padrão-ouro) –> útil quando a ultrassonografia é duvidosa.
-TC (tem a vantagem de descartar outras patologias, mas pode falhar na detecção de cálculos biliares)

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8
Q

Complicações de uma colecistite:

A

COLECISTITE GANGRENOSA + comum + frequente em casos de colecistite Acalculosa.
PERFURAÇÃO
ABSCESSO HEPÁTICO
COLECISTITE ENFISEMATOSA - Clostridium
PANCREATITE
FÍSTULA COLECISTOENTÉRICA (ocorre em casos de paciente
ÍLEO BILIAR
EMPILHAMENTO DE MOEDAS - sinal de obstrução de intestino delgado.

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9
Q

Tratamento da colecistite aguda:

A

ANALGESIA
ANTIBIOTICOTERAPIA - antibioticoterapia empírica contra bactérias gram-negativas, gram-positivas e anaeróbicas.
Colecistectomia videolaparoscopica.

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10
Q

Definição de colangite aguda:

A

Cálculos que impactam no colédoco ou na ampola, impactando os cálculos.
Síndrome clínica caracterizada por febre, icterícia e dor abdominal, que se desenvolve como resultado de obstrução, estase e infecção no trato biliar.

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11
Q

Fisiopatologia da colangite:

A

COLANGITE AGUDA = OBSTRUÇÃO BILIAR

+ COLESTASE

+ HIPERTENSÃO INTRABILIAR

+ INFECÇÃO.

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12
Q

Causas de uma colangite:

A

Cálculos biliares (28% a 70%) - primários ou secundários
Estenose biliar benigna (5% a 28%)
Malignidade (10% a 57 %)
CPRE
Vermes
Síndrome de Mirizzi

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13
Q

Alterações nos exames laboratoriais complementares:

A

Leucocitose + desvio esquerda.
Padrão colestático com elevação da FA + GGT + Bilirrubinas totais transaminases (TGO/TGP) se houver necrose aguda de hepatócitos e formação de microabscessos no fígado.

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14
Q

Quais exames de imagem são indicados para detectar colangite aguda:

A

obrigatoriamente, exame de imagem que demonstre dilatação da via biliar ou até mesmo o fator obstrutivo:
-Ultrassonografia
-TC
-Colangioressonância
-CPRE (exame terapêutico) - É um exame diagnóstico e

terapêutico para realizar a drenagem da via biliar e retirada de cálculos, geralmente
realizada após confirmação diagnóstica da colangite por meio de exames de imagem

(ultrassom, tomografia, colangiorressônancia).

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15
Q

Tratamento da colangite aguda:

A

A colangite aguda deve ser tratada de acordo com sua gravidade.
O tratamento da colangite aguda baseia-se em: medidas de suporte, antibioticoterapia endovenosa
drenagem da via biliar

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16
Q

Fisiopatologia da apendicite:

A

Obstrução lúmen -> Aumento Pressão Intraluminal -> inflamação inicial da parede
apendicular -> isquemia localizada
-> necrose -> perfuração -> abscesso
contido ou peritonite generalizada.

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17
Q

Apendicite, definição:

A

Inflamação do apêndice vermiforme

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18
Q

Causas apendicite:

A

1.fecalito ou apendicolito (fezes endurecidas),
2.hiperplasia linfoide,
3.neoplasias,
4.processos infecciosos,
5.cálculos,
6.enema baritado,
7.materiais de frutas e vegetais (como sementes)
8.parasitas, como áscaris

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19
Q

Sinais e sintomas da apendicite:

A

-Anorexia (perda do apetite)
-Início de dor epigástrica ou periumbilical difusa, frequentemente em cólica
-Migração da dor para fossa ilíaca direita após 12h
-Febre baixa (inferior a 38 ºC)

20
Q

Achados no exame físico da apendicite aguda:

A

-Ruídos hidroareos diminuídos
-Dor localiza-se no quadrante inferior direito
-Dor a descompressão brusca no ponto de Mc Burney (Blumberg)

21
Q

Nome do score usado no teste de apendicite:

A

score de alvarado

22
Q

Interpretação do score de alvarado e pra que serve:

A

Diagnosticar apendicite:
0-3 pontos: pouco provável que seja apendicite
> ou = 3 : provável apendicite, investigar com auxilio de exame de imagem
> ou = 7 = grandes chances - encaminhar para cirurgia

23
Q

Quais as fases da apendicite?

A

Fase 0 - apêndice normal
Fase 1 - apêndice com hiperemia e edema (catarral) - apêndice nao complicada
Fase 2 - apêndice com exsudato fibrinoso (flegmonosa) - apêndice nao complicada
Fase 3 - apêndice com necrose e abcesso (supurativa) - apêndice complicada
Fase 4 - apêndice perfurada (gangrenosa) - apêndice complicada

24
Q

Como é feito o diagnóstico da apendicite?

A

O diagnóstico é clínico.
Os exames de imagem estariam indicados nos casos duvidosos, com evolução mais arrastada (> 48horas) e, principalmente, nos quadros atípicos, como em crianças, idosos, imunocomprometidos, obesos, gestantes

25
Q

Achados laboratoriais da apendicite:

A
  • Leucocitose com desvio à esquerda: presente em 90% dos casos.
  • Urina I ou EAS: geralmente é normal, mas pode apresentar leucocitúria se o apêndice
    inflamado estiver próximo à bexiga ou ureter. Lembre-se de que o apêndice pode
    apresentar diversas posições anatômicas e que um EAS com piúria não afasta o diagnóstico de apendicite.
  • PCR (proteína C reativa): pode estar aumentada, mas não é específica e nem sensível para o diagnóstico ou exclusão de apendicite.
  • Teste de gravidez: a gravidez ectópica rota pode apresentar-se com um quadro clínico
    semelhante à apendicite aguda. Por esse motivo, devemos solicitar a dosagem do Beta
    HCG nas mulheres em idade fértil.
26
Q

Exames de imagem solicitados na apendicite:

A

-Ultrassom (exame inicial):
ACHADOS NA IMAGEM
-Apêndice aumentado, imóvel e não compressível.
-Diâmetro apendicular > 6 mm (alguns autores colocam 7 mm) = achado mais preciso.
-Espessamento da parede apendicular (> 2 mm) = imagem em alvo.
-Borramento da gordura periapendicular = hiperecogenicidade da gordura mesenterial adjacente.
-Visualização de fecalito.
-Líquido livre na pelve ou presença de coleções (abscesso).
-Ausência de gás no interior do apêndice, material líquido espesso no interior.
-Camada submucosa menos ecogênica (indicativo de perfuração).
-Aumento da vascularização parietal do apêndice.
-Proeminência de gordura pericecal ou periapendicular superior a 10 mm de espessura

-TC (padrão-ouro):
Diâmetro apendicular ≥ 7 mm.
Espessamento da parede apendicular (> 2 mm) = “sinal do alvo”.
Borramento da gordura periapendicular.
Líquido e ar periapendicular (sugerem perfuração).
Realce da parede do apêndice.
Fecalito (observado em aproximadamente 25% dos casos).
Abscesso periapendicular.
Pneumoperitônio é raro na apendicite, mas pode estar presente na perfuração.
Acentuada infiltração da gordura pericecal, afastamento do ceco da parede
abdominal e presença de gás fora de al.

27
Q

Tratamento da apendicite:

A

A apendicectomia aberta foi o único tratamento padrão para a apendicite. Atualmente, a apendicectomia laparoscópica é o padrão ouro.

28
Q

Pancreatite, definição:

A

Pancreatite aguda é o nome dado ao
processo inflamatório agudo que
afeta o pâncreas, podendo envolver
tecidos peripancreáticos e/ou outros órgãos.

29
Q

Segundo a classificação de atlanta, quais os subtipos da pancreatite?

A

Pancreatite aguda edematosa intersticial: cursa com aumento difuso ou localizado
do pâncreas secundário a edema inflamatório, sem necrose. Está associada à doença leve, com baixa morbimortalidade. Autolimitada, geralmente, apresenta resolução em uma semana.

Pancreatite necrosante: há evolução para necrose do parênquima pancreático, dos
tecidos peripancreáticos ou de ambos. Está
associada a quadros graves, com elevada morbimortalidade

30
Q

Causas da pancreatite aguda:

A

LITÍASE BILIAR - 40%
ÁLCOOL - 30-35%
IDIOPÁTICA - 30%

HIPERTRIGLICERIDEMIA >1000

MEDICAMENTOS - metronidazol, tetraciclina, tiazídicos, furosemida, acetaminofeno

TRAUMA

ALTERAÇÕES ANATÔMICAS - pâncreas divisum

31
Q

O que diz a teoria da autodigestão da pancreatite?

A

defende que, na PA, ocorre uma ativação das enzimas proteolíticas ainda no interior das células acinares – e, portanto, em pleno parênquima pancreático. Essas enzimas ativadas, principalmente a tripsina, seriam responsáveis pela digestão dos tecidos pancreáticos.

A morte celular intensa levaria à ativação do complemento e liberação de peptídeos de substâncias vasoativas, bradicinina e histamina, gerando vasodilatação, bem como aumento da permeabilidade vascular. síndrome de resposta inflamatória sistêmica com potencial evolução para falência orgânica de QUALQUER ORGÃO.

PANCREATITE É SISTÊMICA

32
Q

Sinais e sintomas da pancreatite aguda:

A

EXAME FÍSICO

Sinais VITAIS: febre, taquicardia, hipotensão, taquipneia e hipoxemia podem ser surpreendidos, sobretudo em pacientes com quadro mais grave.

MUCOSA: icterícia pode ser evidenciada por esclera amarelada, não obrigatória em todos os pacientes com pancreatite aguda.

ABDÔMEN: dor leve à palpação ou dor intensa, a depender da gravidade da inflamação pancreática. Essa dor à palpação pode ocorrer não só na região epigástrica/abdome superior, mas em todo o abdome, de forma
difusa. Distensão abdominal pode ser percebida.

33
Q

Como é feito o diagnóstivo de pancreatite:

A

NÃO DEPENDE DE IMAGENS

Para diagnóstico de pancreatite aguda, são necessários dois dos

três critérios abaixo:

  1. Achados clínicos típicos/compatíveis: dor abdominal no

quadrante superior do abdome + náuseas e vomitos
2. elevação > 3x níveis séricos AMILASE / LIPASE
3. Achados característicos em exames imagens

34
Q

Exames de imagem para diagnóstico de pancreatite:

A

-Ultrassom (obrigatório para descobrir a etiologia)
-TC (Em caso de DÚVIDA diagnóstica
Suspeita complicações da pancreatite aguda.

Nesses casos, o exame de escolha é a TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE ABDOME
COM CONTRASTE, que deverá ser realizada apenas APÓS 72 HORAS DO INÍCIO DOS
SINTOMAS DE PANCREATITE AGUDA).

35
Q

Qual o nome dos critérios que são utilizados para uma pancreatite aguda ser considerada grave?

A

PANCREATITE AGUDA É

CONSIDERADA GRAVE QUANDO
TRÊS OU MAIS CRITÉRIOS DE
RANSON ESTIVEREM PRESENTES!

36
Q

Como é feito o tratamento da pancreatite aguda?

A
  1. ressuscitação volêmica;
  2. controle álgico - opióides ??;
  3. manejo dietético - JEJUM ABSOLUTO - reintrodução conforme melhora

clínica paciente.

Importante pontuar: NÃO há necessidade de aguardar normalização de

amilase e lipase para reintrodução da dita oral!

A ressuscitação volêmica agressiva é a etapa mais importante no manejo do
paciente com pancreatite aguda, devendo ser instituída ainda nas primeiras
12 a 24 horas de início dos sintomas (SF / RL)

37
Q

Quando iniciar um tratamento com antibiótico para o paciente com pancreatite aguda?

A

Quando o paciente cursar com
FEBRE

DETERIORIZAÇÃO CLÍNICA

COLEÇÃO PANCREÁTICA COM GÁS

38
Q

Quando desconfiar de pancreatite aguda complicada?

A
  • Persistência ou recorrência de dor abdominal;
  • Novo aumento nos níveis séricos das enzimas pancreáticas

(amilase e lipase);

  • Piora da disfunção orgânica;
  • Piora clínica do doente: sinais de sepse, como febre, leucocitose

Complicações possíveis:
PSEUDOCISTO

COLEÇÃO FLUÍDA PERIPANCREÁTICA

COLEÇÃO NECRÓTICA

39
Q

Definição de diverticulite:

A

A diverticulite aguda é definida como uma inflamação de um divertículo, geralmente associada à microperfuração.

40
Q

Fatores de risco para diverticulite:

A

-Pacientes idosos
✓ Aumento da pressão intraluminal;
✓ Alteração da motilidade intestinal;
✓ Modificação da estrutura colônica;
✓ Dieta pobre em fibras
✓ Alta ingestão alimentar de carne
vermelha, baixa ingesta de fibra alimentar;
✓ Falta de atividade física;
✓ Obesidade;
✓ Tabagismo;

41
Q

Fisiopatologia da diverticulite:

A

A causa subjacente da diverticulite é a perfuração microscópica ou macroscópica de um divertículo devido à inflamação diverticular e necrose focal.

42
Q

Sinais e sintomas do paciente com pancreatite aguda:

A

DOR QIE
NÁUSEAS
VÔMITOS
FEBRE

ALTERAÇÕES HÁBITO INTESTINAL (CONSTIPAÇÃO/ DIARRÉIA)

43
Q

Alterações laboratoriais da pancreatite :

A

Leucocitose e aumento da PCR são comuns.
Pode haver aumento da amilase e lipase.

Leucocitúria é possível pela proximidade do cólon sigmoide com a bexiga.

44
Q

Além dos exames laboratoriais quais outros exames complementarem podem ser usados para diagnóstico de pancreatite aguda?

A

TC (É O MELHOR EXAME A SER REALIZADO NA SUSPEITA DE UMA DIVERTICULITE AGUDA)

Obs: colonoscopia é contra-indicado em casos agudos, apenas após a resolução completa do caso para investigar sinais de malignidade.

45
Q

Nome dado a classificação que especifica a diverticulite:

A

Classificação de Hinchey