5) Abordagem para perda de peso de pacientes pós-cirurgia bariátrica". Flashcards
1
Q
a fisiopatologia desse reganho de peso pos bariatrica?
A
- Capacidade Gástrica Aumentada
Com o tempo, o estômago pode se dilatar ou se adaptar após a cirurgia, especialmente se o paciente não seguir uma dieta restritiva. Essa expansão permite o consumo de maiores quantidades de alimentos, o que facilita o reganho de peso.
2
Q
a fisiopatologia desse reganho de peso pos bariatrica?
A
- Alterações Hormonais e Metabólicas
Grelina: A cirurgia bariátrica, especialmente a gastrectomia vertical, reduz significativamente os níveis de grelina, um hormônio que estimula o apetite. No entanto, com o tempo, os níveis de grelina podem se restabelecer, levando ao aumento do apetite e, consequentemente, ao consumo calórico elevado.
GLP-1 e PYY: Esses hormônios intestinais, que promovem a saciedade e reduzem a ingestão alimentar, também sofrem alterações após a cirurgia. A eficácia dessas mudanças hormonais pode diminuir com o tempo, reduzindo a sensação de saciedade e contribuindo para o reganho de peso.
3
Q
a fisiopatologia desse reganho de peso pos bariatrica?
A
- Adaptação Metabólica
O corpo pode se adaptar à nova realidade pós-cirúrgica, diminuindo o metabolismo basal em resposta à perda de peso significativa. Esse mecanismo de defesa, conhecido como “termogênese adaptativa”, pode levar a um menor gasto calórico em repouso, tornando mais difícil a manutenção da perda de peso.
4
Q
a fisiopatologia desse reganho de peso pos bariatrica?
A
- Comportamentos Alimentares e Psicológicos
Após a fase inicial de perda de peso, alguns pacientes podem voltar a hábitos alimentares inadequados, como a ingestão de alimentos ricos em calorias e o “beliscar” constante. Fatores psicológicos, como o uso de comida como conforto emocional ou o desenvolvimento de distúrbios alimentares, também podem contribuir para o reganho de peso.
5
Q
a fisiopatologia desse reganho de peso pos bariatrica?
A
- Perda de Massa Muscular
Durante a perda de peso rápida após a cirurgia, ocorre uma perda significativa de massa muscular, o que reduz o gasto energético. Se a massa muscular não for mantida ou recuperada através de exercícios físicos, o metabolismo pode diminuir ainda mais, facilitando o ganho de peso.
6
Q
a fisiopatologia desse reganho de peso pos bariatrica?
A
- Deficiências Nutricionais
A cirurgia pode levar a deficiências nutricionais, especialmente de vitaminas e minerais que são importantes para o metabolismo. A deficiência de vitamina D, por exemplo, pode estar associada ao ganho de peso e à dificuldade em mantê-lo. - Fatores Genéticos
A predisposição genética ao reganho de peso não pode ser descartada. Pacientes com histórico familiar de obesidade ou resistência à insulina podem estar mais predispostos a reganhar peso, mesmo após a cirurgia.
7
Q
Após a cirurgia bariátrica, a prevenção do reganho de peso pode ser auxiliada pelo uso de medicamentos, especialmente quando combinados com intervenções comportamentais e nutricionais (DIETA + MUSCULACAO OU CROSSFIT)
A
- Agonistas do GLP-1 (Ex. Liraglutida, Semaglutida)
Mecanismo de Ação: Esses medicamentos mimetizam o GLP-1, um hormônio que aumenta a saciedade, retarda o esvaziamento gástrico e reduz a ingestão de alimentos.
Evidências: Estudos demonstram que agonistas do GLP-1 são eficazes na manutenção da perda de peso e na prevenção do reganho de peso após a cirurgia bariátrica. Eles também melhoram o controle glicêmico, o que é benéfico para pacientes com diabetes tipo 2.
Dosagem: Liraglutida é administrada subcutaneamente em doses que variam de 1,8 mg a 3,0 mg por dia. Semaglutida, que tem uma potência maior, pode ser administrada semanalmente em doses de 0,5 mg a 1,0 mg. - Inibidores da Recaptação de Norepinefrina e Dopamina (Ex. Bupropiona)
Mecanismo de Ação: Bupropiona atua no sistema nervoso central, aumentando os níveis de norepinefrina e dopamina, o que ajuda a controlar o apetite e reduzir a compulsão alimentar.
Evidências: Quando combinada com naltrexona (em uma formulação conhecida como Contrave), a bupropiona tem mostrado ser eficaz na perda de peso e pode ser útil para manter a perda de peso pós-cirurgia.
Dosagem: Bupropiona é tipicamente administrada em doses de 150 mg a 300 mg por dia, em combinação com naltrexona. - Orlistate
Mecanismo de Ação: Orlistate é um inibidor de lipase que impede a absorção de cerca de 30% das gorduras ingeridas na dieta, reduzindo a ingestão calórica total.
Evidências: Este medicamento pode ser útil como um complemento para controlar o peso após a cirurgia, especialmente em pacientes que ainda consomem uma quantidade significativa de gorduras.
Dosagem: A dose recomendada é de 120 mg três vezes ao dia, durante ou imediatamente após as refeições. - Antagonistas Opioides (Ex. Naltrexona)
Mecanismo de Ação: Naltrexona bloqueia os receptores opioides, que estão envolvidos na recompensa alimentar e na compulsão alimentar. Quando combinada com bupropiona, potencializa a redução do apetite e controle do peso.
Evidências: A combinação de naltrexona com bupropiona tem se mostrado eficaz na manutenção da perda de peso e é aprovada para o tratamento de obesidade.
Dosagem: Em combinação com bupropiona, a dosagem usual é de 8 mg de naltrexona com 90 mg de bupropiona, duas vezes ao dia. - Topiramato
Mecanismo de Ação: Topiramato é um anticonvulsivante que também tem propriedades de perda de peso, agindo no cérebro para reduzir o apetite e aumentar a saciedade.
Evidências: Quando combinado com fentermina (na formulação conhecida como Qsymia), tem mostrado ser eficaz na manutenção da perda de peso.
Dosagem: As doses variam, mas geralmente começam com 25 mg por dia e podem ser aumentadas até 100 mg, dependendo da tolerância e eficácia. - Fentermina
Mecanismo de Ação: Fentermina é um supressor de apetite que age no sistema nervoso central para diminuir o apetite.
Evidências: Embora a fentermina seja eficaz a curto prazo, seu uso prolongado deve ser monitorado devido ao risco de dependência e efeitos colaterais cardiovasculares.
Dosagem: A dosagem recomendada é de 15 mg a 37,5 mg por dia.
Considerações Finais
Critérios de Uso: A escolha de medicamentos deve ser baseada em uma avaliação individual do paciente, considerando fatores como comorbidades (ex. diabetes, hipertensão), tolerância ao medicamento e risco de efeitos colaterais.
Monitoramento Contínuo: É essencial o acompanhamento regular para monitorar a eficácia e ajustar as doses conforme necessário.
Combinação de Abordagens: Medicamentos devem ser usados como parte de uma abordagem multifatorial que inclua mudanças de estilo de vida, como dieta e exercício físico, além de suporte psicológico.