3. Tireóide e Paratireóide Flashcards

1
Q

Qual a vascularização da glândula tireoide?

A
  • Arterias tireoidianas superiores (1º ramo da carótida externa) e inferiores (ramo do tronco tireocervical).
  • Veias tireoideas superiores, médias e inferiores.
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2
Q

Quais os nervos relacionados à glândula tireoide?

A
  • Nervo laríngeo superior: nervo sensitivo e motor (m. cricotireóide).
  • Nervo laríngeo inferior (recorrente): nervo motor (todos os outros músculos laríngeos).
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3
Q

Quais as características da glândula tireoide?

A
  • Produz os hormônios T3 e T4 (células foliculares) e calcitonina (células C/parafoliculares).
  • Estimulado pelo TRH liberado pelo hipotálamo.
  • Participa na regulação do metabolismo celular e na resposta inflamatória (procalcitonina).

Obs.: mesmo após tireoidectomias, ainda ocorre aumento de procalcitonina em quadros de infecção bacteriana ou inflamação sistêmica, profuzidas pelos pulmões e intestinos (marcador de fase aguda).

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4
Q

Quais as principais tireoidites?

A
  • Subaguda (De Quervain): tireoidite dolorosa, mole e causada por infecção viral (pós-IVAS).
  • Linfocítica subaguda: relacionada ao parto.
  • Linfocítica crônica (Hashimoto): tireoidite autoimune e principal causa de hipotireoidismo.
  • Fibrosa (Riedel): invasiva e fibrosante (endurecida e indolor).
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5
Q

Quais as características dos nódulos de tireoide?

A
  • Presente em até 76% da população geral.
  • A 85 a 95% dos casos são benignos.
  • Relacionado à idade avançada, sexo feminino e irradiação tireoidiana prévia.
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6
Q

Como é o manejo do nódulos de tireoide?

A
  • TSH baixo: solicitar cintilografia (avaliação de hipertireoidismo).
  • TSH normal ou alto: solicitar USG e avaliar PAAF.

Obs.: normalmente, nódulos < 1cm NÃO são candidatos a punção (e sim segmento em 3 a 6 meses).

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7
Q

Quais as características suspeitas na ultrassonografia de tireoide?

A
  • Nódulo hipoecogênico (principal).
  • Vascularização central.
  • Microcalcificações.
  • Margens irregulares.
  • Nódulo mais alto do que largo.

Obs.: na presença dessas características, solicitar PAAF.

Obs.2: cistos anecóicos são BENIGNOS.

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8
Q

Qual a classificação ultrassonográfica de Chammas para nódulos de tireoide?

A
  • I: ausência de fluxo sanguineo.
  • II: fluxo sanguineo exclusivamente periférico.
  • III: fluxo sanguíneo mais periférico do que central.
  • IV: fluxo sanguíneo mais central do que periférico.
  • V: fluxo sanguíneo exclusivamente central.

Obs.: os tipos IV e V são típicos de carcinoma de tireoide.

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9
Q

Quais as características do bócio?

A
  • Aumento da tireóide de natureza benigna e não infecciosa.
  • Relacionado a produção aumentada de hormônios e hipertireoidismo (tóxico) ou não (atóxico).
  • Pode ser endêmico (deficiência de iodo) ou esporádico.
  • Pode ser difuso ou nodular.
  • Pode ser gigante (bócio mergulhante).
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10
Q

Qual os exames laboratoriais na investigação do bócio?

A
  • TSH, T3 e T4 livre (1º exame).
  • Anti-TPO e TRAb (se hipertireoidismo).
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11
Q

Quais os exames de imagem na avaliação do bócio?

A
  • USG de tireoide.
  • Cintilografia (se hipertireoidismo).
  • TC cervical e de tórax (se bócio mergulhante).
  • PAAF (se nódulo suspeito).
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12
Q

Qual o tratamento do bócio tóxico?

A
  • Sintomas: betabloqueador.
  • Drogas antitireoidianas (cura em 60% dos casos): metimazol ou propiltiouracil (gestantes).
  • Radioiodoterapia: falha do tratamento medicamentoso.

Obs.: não fazer radioiodoterapia se bócio volumoso, exolftalmia grave, gestantação ou alergia a iodo.

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13
Q

Quais as indicações cirúrgicas do bócio?

A
  • Hipertireoidismo refratário ao tratamento clínico.
  • Sintomas compressivos (disfagia, disfonia ou dispneia).
  • Bócio mergulhante.
  • Suspeita de malignidade.

Obs.: não operar pacientes com hipertireoidismo descompensado pelo risco de crise tireotóxica (dessensibilizar a glândula com LUGOL).

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14
Q

Quais as características do bócio tóxico difuso (Doença de Graves)?

A
  • Doença autoimune que causa aumento difuso da glândula tireoide.
  • É a principal causa de hipertireoidismo.
  • Relacionado ao aumento do TRAb (ativação dos receptores de TSH).
  • Causa orbitopatia (exolftalmia), lid lag e mixedema pré-tibial.

Obs.: TRAb aumentado com orbitopatia e sinais de hipertireoidismo FECHA o diagnóstico de Doença de Graves (sem cintilografia e PAAF).

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15
Q

Quais as características do bócio tóxico multinodular (Doença de Plummer)?

A
  • 2ª principal causa de hipertireoidismo.
  • Presença de adenomas tireoidianos produtores de hormônio.
  • Diagnosticado pela cintilografia com captação localizada de iodo.
  • Tratamento medicamentoso
  • Cirurgia ou ablação se falha.
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16
Q

Quais as características do carcinoma bem diferenciado de tireoide?

A
  • Corresponde aos carcinomas papilar e folicular da tireoide.
  • Mais comum no sexo feminino e em pacientes < 40 anos.
  • Se apresentam como nódulo endurecido na tireoide.
  • Apresentam bom prognósito (mesmo com metástases linfonodais).
  • O principal fator de mal prognóstico é a idade do paciente.

Obs.: os carcinomas bem diferenciados produzem tireoglobulina, respondem ao TSH e apresentam a proteina de membrana NIS (captam iodo).

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17
Q

Quais as características do carcinoma papilar da tireoide?

A
  • É o tumor mais comum de tireoide (75 a 80% dos casos).
  • Associado a exposição a radiação.
  • Apresenta disseminação linfática (linfonodo cístico com tireoglobulina).
  • Histologia com corpos psamomatosos e células de Órfã Annie.
18
Q

Quais as características do carcinoma folicular da tireoide?

A
  • Corresponde a 10% dos tumores da tireoide.
  • Relacionado à deficiência de iodo.
  • Apresentam disseminação hematogênica (raras metástases linfonodais).

Obs.: o Tumor de Células de Hurthle é um subtipo de carcinoma papilar de mal prognóstico.

19
Q

Qual a classificação citológica de Bethesda?

A
  • I (13%): amostra não diagnóstica.
  • II (4%): benigno.
  • III (13 a 30%): indeterminado.
  • IV (30%): células foliculares.
  • V (74%): suspeita de malignidade.
  • VI (97%): maligno.

Obs.: a única forma de diferenciar carcinoma de adenoma folicular no Bethesda IV é com avaliação histológica do nódulo (presença de invasão da cápsula e/ou vascular).

20
Q

Qual a conduta de acordo com a classificação citológica de Bethesda?

A
  • I e III: repetir PAAF.
  • II: segmento.
  • IV, V e VI: cirurgia.

Obs.: nódulos Bethesda VI < 1cm, com ausência de metástase e baixa espectativa de vida podem ser acompanhados.

21
Q

Qual o estadiamento T do carcinoma bem diferenciado de tireoide?

A
  • T1: até 2cm.
  • T2: 2 a 4 cm.
  • T3: > 4cm ou extravasamento capsular.
  • T4: invasão de estruturas adjacentes.

Obs.: antes da cirurgia, realizar USG cervical para avaliação de toda a glândula e para a procura de linfonodos cervicais suspeitos.

22
Q

Qual o tratamento do carcinoma bem diferenciado de tireoide?

A
  • T1 e T2 (tumor < 4cm): tireoidectomia parcial.
  • T3 e T4 (tumor > 4cm ou extensão extra-tireoidiana) ou N+: tireoidectomia total.
  • N+: esvaziamento cervical radical extendido (II ao V + VI).
  • Supressão do TSH com levotiroxina: sempre.

Obs.: a cirurgia transoral por vídeo é uma opção em casos selecionados.

Obs.2: as principais incisões para realizar tireoidectomia são a em colar (se N0) OU em T ou H (se N+).

23
Q

Quais as indicações de radiodoterapia no carcinoma bem diferenciado de tireoide?

A
  • T3 e T4.
  • N+
  • M+.

Obs.: antes de iniciar a radioiodoterapia, pode-se solicitar cintilografia com iodo radioativo.

24
Q

Como é o segmento do carcinoma bem diferenciado de tireoide?

A
  • Manter TSH até 1,0 por 3 anos.
  • Dosar tireoglobulina e anti-tireoglobulina.

Obs.: se tireoglobulinas persistentemente aumentadas no pós-operatório, solicitar CINTILOGRAFIA COM IODO 131 para procurar metástases.

25
Q

Quais as características do carcinoma medular de tireoide?

A
  • Derivado das células parafoliculares.
  • A maioria é exporádica, mas pode ser relacionado a mutação do gene RET.
  • Produz calcitonina, CEA e outras substâncias vasomotoras.
  • Causa hipocalcemia, rubor facial e diarreia.
  • Apresenta pior prognóstico.

Obs.: sempre pesquisar mutação do gene RET na presença de carcinoma medular de tireoide (se positivo, pesquisar feocromocitoma e adenoma de paratireoide).

26
Q

Quais as principais síndromes genéticas relacionadas ao gene RET?

A
  • NEM tipo 2A: carcinoma medular de tireoide + feocromocitoma + adenoma de paratireoide.
  • NEM tipo 2B: carcinoma medular de tireoide + feocromocitoma + neurofibromas no TGI e fenótipo marfanoide.
27
Q

Qual a conduta no carcinoma medular de tireoide?

A
  • Tireoidectomia total.
  • Esvaziamento cervical do nível VI (todos) ou dos níveis II a V + VI (se N+).
  • NÃO fazer QT, RT ou radioiodoterapia.
  • Segmento com calcitonina (tempo de duplicação).

Obs.: na presença de feocromocitoma, operar antes da tireoide.

28
Q

Quais as características do carcinoma indiferenciado (anaplásico) da tireoide?

A
  • Derivado das células foliculares da tireoide que NÃO apresentam receptores NIS, sem produção de tireoglobulina e nem responde ao TSH.
  • Mais comum em mulheres idosas.
  • 1% dos canceres de tireoide (mas responsável por 40% dos óbitos).
  • Massa cervical de crecimento acelerdado e invasão de estruturas (dispneia, disfagia e disfonia).
  • Péssimo prognósito.

Obs.: a PAAF pode não diagnosticar, devendo realizar também core-biopsy.

29
Q

Qual o tratamento do carcinoma anaplásico da tireoide?

A
  • Cirurgia (se possível) + QT e RT adjuvantes.
  • Avaliar neoadjuvância com dabrafemib e trametinib.
  • TQT precoce.
30
Q

Quais as características do hematoma cervical pós-tireoidectomia?

A
  • Causa compressão das estruturas cervicais.
  • Pode evoluir com insuficiência respiratória aguda.
  • Tratamento imediato: abrir sutura no leito para drenagem do hematoma e garantir via aérea (após).
  • Tratamento definitivo: cervicotomia exploradora com controle hemostático.
31
Q

Quais as características da hipocalcemia pós-tireoidectomia?

A
  • É a complicação mais comum da tireoidectomia.
  • Decorre de um hipoparatireoidismo transitório.
  • Causa parestesias, cãimbras, sinal de Chevostek e Trosseau.
  • ECG com alargamento do intervalo QT.
  • Tratar com reposição de cálcio (carbonato ou gluconato de cálcio).
32
Q

Quais as características da lesão do nervo laríngeo inferior (recorrente) pós-tireoidectomia?

A
  • Lesão unilateral: rouquidão.
  • Lesão bilateral: dispneia importante (se paralisia mediana).

Obs.: lesões do nervo laríngeo superior causam alteração no timbre vocal (incapacidade de atingir tons agudos).

33
Q

Como é o metabolismo do cálcio?

A
  • Paratireóides secretam PTH, que aumentam a reabçorção de cálcio nos osso, nos rins e aumento da absorção intestinal de cálcio.
  • O aumento do cálcio inibe a secreção do PTH e aumento da secreção de calcitocina pelas células C da tireóide.
  • A calcitonina aumenta o depósito de cálcio nos ossos e diminui a reabsorção de cálcio nos rins (aumenta a calciúria).

Obs.: o PTH também REDUZ a concentração sérica de fósforo por aumento da excreção renal.

34
Q

Quais as características do hiperparatireoidismo primário?

A
  • Decorre de um adenoma produtor de PTH de forma autônoma (85% dos casos).
  • Associado a NEM 1 (principal tumor) e NEM 2A.
  • Causa hipercalcemia com hipofosfatemia.
  • Em alguns casos, pode ocorrer com cálcio normal (normocalcêmico) ou PTH normal (pseudonormo-hormonal).
  • Geralmente diagnosticado após exame de rotina com hipercalcemia assintomática.
  • Tratamento pode ser conservador ou cirúrgico (exérese do adenoma).

Obs.: níveis de cálcio > 14 aumentam as chances de malignidade associada.

35
Q

Qual o quadro clínico do hiperparatireoidismo primário?

A
  • Dor óssea.
  • Litíase urinária de repetição.
  • Fraturas patológicas (lesões osteolíticas).
  • Tumores marrons.
  • Alterações psiquiátricas.
  • Pancreatite aguda (raro).
  • Úlcera péptica perfurada (raro).

Obs.: a maioria dos casos é ASSINTOMÁTICA.

36
Q

Quais as indicações de cirurgia no hiperparatireoidismo primário?

A

RICO

  • Rim (nefrolitíase ou clearence de creatinina < 60).
  • Idade < 50 anos.
  • Cálcio > 1mg/dl acima do limite normal ou calciúria > 400mg em 24h.
  • Osso (osteoporose ou fratura vertebral).

Obs.: caso não possua NENHUM desses critério, pode fazer o tratamento conservador.

37
Q

Quais os exames solicitar antes do tratamento cirúrgico do hiperparatireoidismo primário?

A
  • USG cervical.
  • Cintilografia com MIBI.
  • Tomografia 4D.
38
Q

Quais as características do hiperparatireoidismo secundário?

A
  • Ocorre em pacientes com doença renal crônica prolongada.
  • Pode ocorrer por deficiência da vitamina D ou de cálcio.
  • A hipocalcemia causada pela doença renal e deficiência de vitamina D estimula a secreção de PTH e causa hipertrofia das paratireóides.
  • Causa também hiperfosfatemia pela disfunção renal (apesar do PTH aumentado).
  • Tratamento da doença renal, quelantes do fósforo e reposição de cálcio e vitamina D (se falha, paratireoidectomia subtotal).
39
Q

Quais as características do hiperparatireoidismo terciário?

A
  • Secreção autônoma de PTH em pacientes renais crônicos que passaram por transplante renal.
  • As glândulas sofrem autonomização pelo estímulo crônico.
  • Causa hipercalcemia e hipofosfatemia (rins funcionantes).
  • Tratamento cirúrgico (paratireoidectomia subtotal).
40
Q

Quais as características da síndrome da fome óssea?

A
  • Hiperabsorção ossea após queda abrupta do PTH.
  • Ocorre após paratireoidectomia em pacientes com hiperparatireoidismo severo e tireoidectomias em pacientes com hipertireoidismo mal controlados.
  • Causa HIPOcalcemia, HIPOmagnesemia e HIPOfosfatemia.
  • Tratamento dos distúrbios hidroeletrolíticos.