1ºSim_grac Flashcards
Texto para os itens de 1 a 21.
1 Enquanto se processava a grande corrida para as minas, uma lenta infiltração penetra a intrincada rede hidrográfica do Amazonas. Já no primeiro período da história brasileira
5 vemos a colonização portuguesa ocupar a foz do grande rio, onde a atual cidade de Belém do Pará é fundada em 1616. São antes mo- tivos políticos que determinaram a fundação. Holandeses e ingleses tinham tentado, antes
10 de Portugal, estabelecer-se na região. Naque- la data são todos definitivamente expulsos, e os portugueses se instalam sem concorren- tes. A base econômica da colonização será a princípio, como nos demais núcleos do litoral,
15 a lavoura da cana-de-açúcar. Mas a agricul- tura nunca progredirá aí; as condições natu- rais lhe são desfavoráveis. Na mata espessa e semiaquática que borda o grande rio; em terreno baixo e submetido a um regime fluvial
20 cuja irregularidade, com o volume enorme de águas que arrasta, assume proporções catas- tróficas, alagando nas cheias áreas imensas, deslocando grandes tratos de solo que são arrancados às margens e arrastados pela cor-
25 renteza; nesta remodelação fisiográfica inin- terrupta de um território longe ainda do equilí- brio, o homem se amesquinha, se anula. Além disto, a pujança da vegetação equatorial não lhe dá tréguas. A luta exige esforços quase ili-
30 mitados se quiser ir além da dócil submissão às contingências naturais. E tais esforços, a colonização incipiente não os podia fornecer. A agricultura, que requer um certo domínio sobre a natureza, apenas se ensaiou. A con-
35 quista do vale amazônico tinha de contar com outros fatores.
E foi o que se verificou. Encontraram os colonos na sua floresta um grande número de gêneros naturais aproveitáveis e utilizáveis no
40 comércio: o cravo, a canela, a castanha, a sal- saparrilha e sobretudo o cacau. Sem contar
as madeiras e produtos abundantes do reino animal: peixes, caça, a tartaruga. Na extra- ção destes produtos encontrará a colonização
45 amazônica sua base econômica. A mão-de- -obra também foi relativamente fácil. Os in- dígenas eram numerosos, e embora de nível cultural baixo, facilmente se conformaram com o trabalho que deles se exigia; o que, vimo-lo
50 anteriormente, só foi o caso em forma muito limitada em outros lugares.
Explica-se a diferença. No vale amazôni- co os gêneros de atividade se reduzem prati- camente a dois: penetrar a floresta ou os rios
55 para colher os produtos ou capturar o peixe; e conduzir as embarcações que fazem todo o transporte e constituem o único meio de lo- comoção. Para ambos estava o indígena ad- miravelmente preparado. A colheita, a caça, a
60 pesca já são seus recursos antes da vinda do branco: como pescador, sobretudo, suas qua- lidades são notáveis, e os colonos só tiveram neste terreno que aprender com ele. Rema- dor, também é exímio: ninguém, como o índio,
65 suporta os longos trajetos, do raiar ao pôr do sol, sem uma pausa; ninguém espreita e per- cebe, como ele, os caprichos da correnteza, tirando dela o melhor partido: ninguém com- preende tão bem o emaranhado dos canais
70 que formam esta rede complicada e variável de época para época em que se dividem e subdividem os rios amazônicos. Empregado assim em tarefas que lhe são familiares, ao contrário do que se deu na agricultura e na
75 mineração (nesta última, aliás, nunca foi en- saiado), o índio se amoldou com muito mais facilidade à colonização e domínio do branco. Não se precisou do negro.
A infiltração pelo vale acima do rio Amazo- 80 nas inicia-se francamente na segunda metade do séc. XVII. Sua vanguarda serão as ordens religiosas, em particular jesuítas e carmelitas. Não é aqui o lugar próprio para indagar quais os objetivos que animavam os missionários;
85 se o puro zelo religioso da conversão de almas pagãs, se outros projetos mais amplos e não confessados. Quanto aos jesuítas, parece fora de dúvida que tinham na América um plano de grandes proporções: nada menos que 90 assentar nela um imenso império temporal da Igreja Católica e sob sua direção. Não se explica de outra forma a empresa sistemática, e em parte realizada, de conquistar todo o coração do continente sul-americano; o que se 95 revela nesta linha estratégica de missões que se estendem do Uruguai e Paraguai, pelos Moxos e Chiquitos da Bolívia, até o alto Ama- zonas e Orenoco. Reunidas estas missões, de origem espanhola, às portuguesas que subi- 100 ram pelo Amazonas, o conjunto apresenta-se como um bloco imenso e coeso de territórios plantados em cheio na América. Nem se pode dizer que os jesuítas realizavam o objetivo tra- dicional de todas as missões religiosas, isto 105 é, abrir caminho entre populações indígenas para o avanço dos colonos europeus. Lutaram contra estes com todas as armas, inclusive a força, tentando desesperadamente afastá-los
e manter sua hegemonia própria.
PRADO JR., Caio. A Colonização do Vale Amazônico e a Colheita Flo- restal. In: História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1970. Texto adaptado.
- A ideia central do texto é que a região do Amazonas, por sua natureza geográfica, não propiciou o desenvolvimento da ati- vidade industrial açucareira. Por isso, o que lá se desenvolveu fortemente foram a caça, a pesca e o extrativismo vegetal.
Certo.
Esta é a ideia base do texto: a região do Amazonas, por suas singularidades, não permitiu o desenvolvimento da atividade açucareira, mas possibilitou a caça, a pesca e o extrativismo vegetal.
Texto para os itens de 1 a 21.
1 Enquanto se processava a grande corrida para as minas, uma lenta infiltração penetra a intrincada rede hidrográfica do Amazonas. Já no primeiro período da história brasileira
5 vemos a colonização portuguesa ocupar a foz do grande rio, onde a atual cidade de Belém do Pará é fundada em 1616. São antes mo- tivos políticos que determinaram a fundação. Holandeses e ingleses tinham tentado, antes
10 de Portugal, estabelecer-se na região. Naque- la data são todos definitivamente expulsos, e os portugueses se instalam sem concorren- tes. A base econômica da colonização será a princípio, como nos demais núcleos do litoral,
15 a lavoura da cana-de-açúcar. Mas a agricul- tura nunca progredirá aí; as condições natu- rais lhe são desfavoráveis. Na mata espessa e semiaquática que borda o grande rio; em terreno baixo e submetido a um regime fluvial
20 cuja irregularidade, com o volume enorme de águas que arrasta, assume proporções catas- tróficas, alagando nas cheias áreas imensas, deslocando grandes tratos de solo que são arrancados às margens e arrastados pela cor-
25 renteza; nesta remodelação fisiográfica inin- terrupta de um território longe ainda do equilí- brio, o homem se amesquinha, se anula. Além disto, a pujança da vegetação equatorial não lhe dá tréguas. A luta exige esforços quase ili-
30 mitados se quiser ir além da dócil submissão às contingências naturais. E tais esforços, a colonização incipiente não os podia fornecer. A agricultura, que requer um certo domínio sobre a natureza, apenas se ensaiou. A con-
35 quista do vale amazônico tinha de contar com outros fatores.
E foi o que se verificou. Encontraram os colonos na sua floresta um grande número de gêneros naturais aproveitáveis e utilizáveis no
40 comércio: o cravo, a canela, a castanha, a sal- saparrilha e sobretudo o cacau. Sem contar
as madeiras e produtos abundantes do reino animal: peixes, caça, a tartaruga. Na extra- ção destes produtos encontrará a colonização
45 amazônica sua base econômica. A mão-de- -obra também foi relativamente fácil. Os in- dígenas eram numerosos, e embora de nível cultural baixo, facilmente se conformaram com o trabalho que deles se exigia; o que, vimo-lo
50 anteriormente, só foi o caso em forma muito limitada em outros lugares.
Explica-se a diferença. No vale amazôni- co os gêneros de atividade se reduzem prati- camente a dois: penetrar a floresta ou os rios
55 para colher os produtos ou capturar o peixe; e conduzir as embarcações que fazem todo o transporte e constituem o único meio de lo- comoção. Para ambos estava o indígena ad- miravelmente preparado. A colheita, a caça, a
60 pesca já são seus recursos antes da vinda do branco: como pescador, sobretudo, suas qua- lidades são notáveis, e os colonos só tiveram neste terreno que aprender com ele. Rema- dor, também é exímio: ninguém, como o índio,
65 suporta os longos trajetos, do raiar ao pôr do sol, sem uma pausa; ninguém espreita e per- cebe, como ele, os caprichos da correnteza, tirando dela o melhor partido: ninguém com- preende tão bem o emaranhado dos canais
70 que formam esta rede complicada e variável de época para época em que se dividem e subdividem os rios amazônicos. Empregado assim em tarefas que lhe são familiares, ao contrário do que se deu na agricultura e na
75 mineração (nesta última, aliás, nunca foi en- saiado), o índio se amoldou com muito mais facilidade à colonização e domínio do branco. Não se precisou do negro.
A infiltração pelo vale acima do rio Amazo- 80 nas inicia-se francamente na segunda metade do séc. XVII. Sua vanguarda serão as ordens religiosas, em particular jesuítas e carmelitas. Não é aqui o lugar próprio para indagar quais os objetivos que animavam os missionários;
85 se o puro zelo religioso da conversão de almas pagãs, se outros projetos mais amplos e não confessados. Quanto aos jesuítas, parece fora de dúvida que tinham na América um plano de grandes proporções: nada menos que 90 assentar nela um imenso império temporal da Igreja Católica e sob sua direção. Não se explica de outra forma a empresa sistemática, e em parte realizada, de conquistar todo o coração do continente sul-americano; o que se 95 revela nesta linha estratégica de missões que se estendem do Uruguai e Paraguai, pelos Moxos e Chiquitos da Bolívia, até o alto Ama- zonas e Orenoco. Reunidas estas missões, de origem espanhola, às portuguesas que subi- 100 ram pelo Amazonas, o conjunto apresenta-se como um bloco imenso e coeso de territórios plantados em cheio na América. Nem se pode dizer que os jesuítas realizavam o objetivo tra- dicional de todas as missões religiosas, isto 105 é, abrir caminho entre populações indígenas para o avanço dos colonos europeus. Lutaram contra estes com todas as armas, inclusive a força, tentando desesperadamente afastá-los
e manter sua hegemonia própria.
PRADO JR., Caio. A Colonização do Vale Amazônico e a Colheita Flo- restal. In: História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1970. Texto adaptado.
- Infere-se do texto que o autor possui uma visão relativista do valor das diver- sas culturas.
Certo.
Em “…e embora de nível cultural baixo…”, en- tende-se que, para o autor, a cultura indígena era de baixo nível cultural. Fica subentendido, então, que a cultura do homem branco era de alto nível cultural. Esse contraste entre o valor atribuído às culturas é claramente uma visão relativista.
Texto para os itens de 1 a 21.
1 Enquanto se processava a grande corrida para as minas, uma lenta infiltração penetra a intrincada rede hidrográfica do Amazonas. Já no primeiro período da história brasileira
5 vemos a colonização portuguesa ocupar a foz do grande rio, onde a atual cidade de Belém do Pará é fundada em 1616. São antes mo- tivos políticos que determinaram a fundação. Holandeses e ingleses tinham tentado, antes
10 de Portugal, estabelecer-se na região. Naque- la data são todos definitivamente expulsos, e os portugueses se instalam sem concorren- tes. A base econômica da colonização será a princípio, como nos demais núcleos do litoral,
15 a lavoura da cana-de-açúcar. Mas a agricul- tura nunca progredirá aí; as condições natu- rais lhe são desfavoráveis. Na mata espessa e semiaquática que borda o grande rio; em terreno baixo e submetido a um regime fluvial
20 cuja irregularidade, com o volume enorme de águas que arrasta, assume proporções catas- tróficas, alagando nas cheias áreas imensas, deslocando grandes tratos de solo que são arrancados às margens e arrastados pela cor-
25 renteza; nesta remodelação fisiográfica inin- terrupta de um território longe ainda do equilí- brio, o homem se amesquinha, se anula. Além disto, a pujança da vegetação equatorial não lhe dá tréguas. A luta exige esforços quase ili-
30 mitados se quiser ir além da dócil submissão às contingências naturais. E tais esforços, a colonização incipiente não os podia fornecer. A agricultura, que requer um certo domínio sobre a natureza, apenas se ensaiou. A con-
35 quista do vale amazônico tinha de contar com outros fatores.
E foi o que se verificou. Encontraram os colonos na sua floresta um grande número de gêneros naturais aproveitáveis e utilizáveis no
40 comércio: o cravo, a canela, a castanha, a sal- saparrilha e sobretudo o cacau. Sem contar
as madeiras e produtos abundantes do reino animal: peixes, caça, a tartaruga. Na extra- ção destes produtos encontrará a colonização
45 amazônica sua base econômica. A mão-de- -obra também foi relativamente fácil. Os in- dígenas eram numerosos, e embora de nível cultural baixo, facilmente se conformaram com o trabalho que deles se exigia; o que, vimo-lo
50 anteriormente, só foi o caso em forma muito limitada em outros lugares.
Explica-se a diferença. No vale amazôni- co os gêneros de atividade se reduzem prati- camente a dois: penetrar a floresta ou os rios
55 para colher os produtos ou capturar o peixe; e conduzir as embarcações que fazem todo o transporte e constituem o único meio de lo- comoção. Para ambos estava o indígena ad- miravelmente preparado. A colheita, a caça, a
60 pesca já são seus recursos antes da vinda do branco: como pescador, sobretudo, suas qua- lidades são notáveis, e os colonos só tiveram neste terreno que aprender com ele. Rema- dor, também é exímio: ninguém, como o índio,
65 suporta os longos trajetos, do raiar ao pôr do sol, sem uma pausa; ninguém espreita e per- cebe, como ele, os caprichos da correnteza, tirando dela o melhor partido: ninguém com- preende tão bem o emaranhado dos canais
70 que formam esta rede complicada e variável de época para época em que se dividem e subdividem os rios amazônicos. Empregado assim em tarefas que lhe são familiares, ao contrário do que se deu na agricultura e na
75 mineração (nesta última, aliás, nunca foi en- saiado), o índio se amoldou com muito mais facilidade à colonização e domínio do branco. Não se precisou do negro.
A infiltração pelo vale acima do rio Amazo- 80 nas inicia-se francamente na segunda metade do séc. XVII. Sua vanguarda serão as ordens religiosas, em particular jesuítas e carmelitas. Não é aqui o lugar próprio para indagar quais os objetivos que animavam os missionários;
85 se o puro zelo religioso da conversão de almas pagãs, se outros projetos mais amplos e não confessados. Quanto aos jesuítas, parece fora de dúvida que tinham na América um plano de grandes proporções: nada menos que 90 assentar nela um imenso império temporal da Igreja Católica e sob sua direção. Não se explica de outra forma a empresa sistemática, e em parte realizada, de conquistar todo o coração do continente sul-americano; o que se 95 revela nesta linha estratégica de missões que se estendem do Uruguai e Paraguai, pelos Moxos e Chiquitos da Bolívia, até o alto Ama- zonas e Orenoco. Reunidas estas missões, de origem espanhola, às portuguesas que subi- 100 ram pelo Amazonas, o conjunto apresenta-se como um bloco imenso e coeso de territórios plantados em cheio na América. Nem se pode dizer que os jesuítas realizavam o objetivo tra- dicional de todas as missões religiosas, isto 105 é, abrir caminho entre populações indígenas para o avanço dos colonos europeus. Lutaram contra estes com todas as armas, inclusive a força, tentando desesperadamente afastá-los
e manter sua hegemonia própria.
PRADO JR., Caio. A Colonização do Vale Amazônico e a Colheita Flo- restal. In: História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1970. Texto adaptado.
- Em “Enquanto se processava…” (l. 1) e “…se anula.” (l. 27), o vocábulo “se” cum- pre idêntico papel morfológico.
Certo.
Nos dois trechos, o vocábulo “se” é pronome. Na primeira, pronome apassivador; na segunda, pronome reflexivo.
Texto para os itens de 1 a 21.
1 Enquanto se processava a grande corrida para as minas, uma lenta infiltração penetra a intrincada rede hidrográfica do Amazonas. Já no primeiro período da história brasileira
5 vemos a colonização portuguesa ocupar a foz do grande rio, onde a atual cidade de Belém do Pará é fundada em 1616. São antes mo- tivos políticos que determinaram a fundação. Holandeses e ingleses tinham tentado, antes
10 de Portugal, estabelecer-se na região. Naque- la data são todos definitivamente expulsos, e os portugueses se instalam sem concorren- tes. A base econômica da colonização será a princípio, como nos demais núcleos do litoral,
15 a lavoura da cana-de-açúcar. Mas a agricul- tura nunca progredirá aí; as condições natu- rais lhe são desfavoráveis. Na mata espessa e semiaquática que borda o grande rio; em terreno baixo e submetido a um regime fluvial
20 cuja irregularidade, com o volume enorme de águas que arrasta, assume proporções catas- tróficas, alagando nas cheias áreas imensas, deslocando grandes tratos de solo que são arrancados às margens e arrastados pela cor-
25 renteza; nesta remodelação fisiográfica inin- terrupta de um território longe ainda do equilí- brio, o homem se amesquinha, se anula. Além disto, a pujança da vegetação equatorial não lhe dá tréguas. A luta exige esforços quase ili-
30 mitados se quiser ir além da dócil submissão às contingências naturais. E tais esforços, a colonização incipiente não os podia fornecer. A agricultura, que requer um certo domínio sobre a natureza, apenas se ensaiou. A con-
35 quista do vale amazônico tinha de contar com outros fatores.
E foi o que se verificou. Encontraram os colonos na sua floresta um grande número de gêneros naturais aproveitáveis e utilizáveis no
40 comércio: o cravo, a canela, a castanha, a sal- saparrilha e sobretudo o cacau. Sem contar
as madeiras e produtos abundantes do reino animal: peixes, caça, a tartaruga. Na extra- ção destes produtos encontrará a colonização
45 amazônica sua base econômica. A mão-de- -obra também foi relativamente fácil. Os in- dígenas eram numerosos, e embora de nível cultural baixo, facilmente se conformaram com o trabalho que deles se exigia; o que, vimo-lo
50 anteriormente, só foi o caso em forma muito limitada em outros lugares.
Explica-se a diferença. No vale amazôni- co os gêneros de atividade se reduzem prati- camente a dois: penetrar a floresta ou os rios
55 para colher os produtos ou capturar o peixe; e conduzir as embarcações que fazem todo o transporte e constituem o único meio de lo- comoção. Para ambos estava o indígena ad- miravelmente preparado. A colheita, a caça, a
60 pesca já são seus recursos antes da vinda do branco: como pescador, sobretudo, suas qua- lidades são notáveis, e os colonos só tiveram neste terreno que aprender com ele. Rema- dor, também é exímio: ninguém, como o índio,
65 suporta os longos trajetos, do raiar ao pôr do sol, sem uma pausa; ninguém espreita e per- cebe, como ele, os caprichos da correnteza, tirando dela o melhor partido: ninguém com- preende tão bem o emaranhado dos canais
70 que formam esta rede complicada e variável de época para época em que se dividem e subdividem os rios amazônicos. Empregado assim em tarefas que lhe são familiares, ao contrário do que se deu na agricultura e na
75 mineração (nesta última, aliás, nunca foi en- saiado), o índio se amoldou com muito mais facilidade à colonização e domínio do branco. Não se precisou do negro.
A infiltração pelo vale acima do rio Amazo- 80 nas inicia-se francamente na segunda metade do séc. XVII. Sua vanguarda serão as ordens religiosas, em particular jesuítas e carmelitas. Não é aqui o lugar próprio para indagar quais os objetivos que animavam os missionários;
85 se o puro zelo religioso da conversão de almas pagãs, se outros projetos mais amplos e não confessados. Quanto aos jesuítas, parece fora de dúvida que tinham na América um plano de grandes proporções: nada menos que 90 assentar nela um imenso império temporal da Igreja Católica e sob sua direção. Não se explica de outra forma a empresa sistemática, e em parte realizada, de conquistar todo o coração do continente sul-americano; o que se 95 revela nesta linha estratégica de missões que se estendem do Uruguai e Paraguai, pelos Moxos e Chiquitos da Bolívia, até o alto Ama- zonas e Orenoco. Reunidas estas missões, de origem espanhola, às portuguesas que subi- 100 ram pelo Amazonas, o conjunto apresenta-se como um bloco imenso e coeso de territórios plantados em cheio na América. Nem se pode dizer que os jesuítas realizavam o objetivo tra- dicional de todas as missões religiosas, isto 105 é, abrir caminho entre populações indígenas para o avanço dos colonos europeus. Lutaram contra estes com todas as armas, inclusive a força, tentando desesperadamente afastá-los
e manter sua hegemonia própria.
PRADO JR., Caio. A Colonização do Vale Amazônico e a Colheita Flo- restal. In: História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1970. Texto adaptado.
- Caso o segmento “…inclusive a força…” (l. 107-108) seja reescrito inclusive à for- ça, as funções sintáticas de “a força” (ter- mo do trecho original) e “à força” (termo da reescritura) serão idênticas.
Certo.
No trecho original, “a força” é adjunto adverbial de instrumento; na reescrita, “à força” é adjunto adverbial de modo. Portanto, são idênticas as funções sintáticas dos dois termos. Veja-se: Lutaram contra estes com todas as armas, in- clusive [lutaram com] a força…
Lutaram contra estes com todas as armas, in- clusive [lutaram] à força…
Texto para os itens de 1 a 21.
1 Enquanto se processava a grande corrida para as minas, uma lenta infiltração penetra a intrincada rede hidrográfica do Amazonas. Já no primeiro período da história brasileira
5 vemos a colonização portuguesa ocupar a foz do grande rio, onde a atual cidade de Belém do Pará é fundada em 1616. São antes mo- tivos políticos que determinaram a fundação. Holandeses e ingleses tinham tentado, antes
10 de Portugal, estabelecer-se na região. Naque- la data são todos definitivamente expulsos, e os portugueses se instalam sem concorren- tes. A base econômica da colonização será a princípio, como nos demais núcleos do litoral,
15 a lavoura da cana-de-açúcar. Mas a agricul- tura nunca progredirá aí; as condições natu- rais lhe são desfavoráveis. Na mata espessa e semiaquática que borda o grande rio; em terreno baixo e submetido a um regime fluvial
20 cuja irregularidade, com o volume enorme de águas que arrasta, assume proporções catas- tróficas, alagando nas cheias áreas imensas, deslocando grandes tratos de solo que são arrancados às margens e arrastados pela cor-
25 renteza; nesta remodelação fisiográfica inin- terrupta de um território longe ainda do equilí- brio, o homem se amesquinha, se anula. Além disto, a pujança da vegetação equatorial não lhe dá tréguas. A luta exige esforços quase ili-
30 mitados se quiser ir além da dócil submissão às contingências naturais. E tais esforços, a colonização incipiente não os podia fornecer. A agricultura, que requer um certo domínio sobre a natureza, apenas se ensaiou. A con-
35 quista do vale amazônico tinha de contar com outros fatores.
E foi o que se verificou. Encontraram os colonos na sua floresta um grande número de gêneros naturais aproveitáveis e utilizáveis no
40 comércio: o cravo, a canela, a castanha, a sal- saparrilha e sobretudo o cacau. Sem contar
as madeiras e produtos abundantes do reino animal: peixes, caça, a tartaruga. Na extra- ção destes produtos encontrará a colonização
45 amazônica sua base econômica. A mão-de- -obra também foi relativamente fácil. Os in- dígenas eram numerosos, e embora de nível cultural baixo, facilmente se conformaram com o trabalho que deles se exigia; o que, vimo-lo
50 anteriormente, só foi o caso em forma muito limitada em outros lugares.
Explica-se a diferença. No vale amazôni- co os gêneros de atividade se reduzem prati- camente a dois: penetrar a floresta ou os rios
55 para colher os produtos ou capturar o peixe; e conduzir as embarcações que fazem todo o transporte e constituem o único meio de lo- comoção. Para ambos estava o indígena ad- miravelmente preparado. A colheita, a caça, a
60 pesca já são seus recursos antes da vinda do branco: como pescador, sobretudo, suas qua- lidades são notáveis, e os colonos só tiveram neste terreno que aprender com ele. Rema- dor, também é exímio: ninguém, como o índio,
65 suporta os longos trajetos, do raiar ao pôr do sol, sem uma pausa; ninguém espreita e per- cebe, como ele, os caprichos da correnteza, tirando dela o melhor partido: ninguém com- preende tão bem o emaranhado dos canais
70 que formam esta rede complicada e variável de época para época em que se dividem e subdividem os rios amazônicos. Empregado assim em tarefas que lhe são familiares, ao contrário do que se deu na agricultura e na
75 mineração (nesta última, aliás, nunca foi en- saiado), o índio se amoldou com muito mais facilidade à colonização e domínio do branco. Não se precisou do negro.
A infiltração pelo vale acima do rio Amazo- 80 nas inicia-se francamente na segunda metade do séc. XVII. Sua vanguarda serão as ordens religiosas, em particular jesuítas e carmelitas. Não é aqui o lugar próprio para indagar quais os objetivos que animavam os missionários;
85 se o puro zelo religioso da conversão de almas pagãs, se outros projetos mais amplos e não confessados. Quanto aos jesuítas, parece fora de dúvida que tinham na América um plano de grandes proporções: nada menos que 90 assentar nela um imenso império temporal da Igreja Católica e sob sua direção. Não se explica de outra forma a empresa sistemática, e em parte realizada, de conquistar todo o coração do continente sul-americano; o que se 95 revela nesta linha estratégica de missões que se estendem do Uruguai e Paraguai, pelos Moxos e Chiquitos da Bolívia, até o alto Ama- zonas e Orenoco. Reunidas estas missões, de origem espanhola, às portuguesas que subi- 100 ram pelo Amazonas, o conjunto apresenta-se como um bloco imenso e coeso de territórios plantados em cheio na América. Nem se pode dizer que os jesuítas realizavam o objetivo tra- dicional de todas as missões religiosas, isto 105 é, abrir caminho entre populações indígenas para o avanço dos colonos europeus. Lutaram contra estes com todas as armas, inclusive a força, tentando desesperadamente afastá-los
e manter sua hegemonia própria.
PRADO JR., Caio. A Colonização do Vale Amazônico e a Colheita Flo- restal. In: História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1970. Texto adaptado.
- Os vocábulos “história” (l. 4) e “princí- pio” (l. 14) seguem distintas regras de acentuação gráfica.
Errado.
Os dois vocábulos são acentuados em virtude de serem paroxítonas terminadas em ditongo oral.
Texto para os itens de 1 a 21.
1 Enquanto se processava a grande corrida para as minas, uma lenta infiltração penetra a intrincada rede hidrográfica do Amazonas. Já no primeiro período da história brasileira
5 vemos a colonização portuguesa ocupar a foz do grande rio, onde a atual cidade de Belém do Pará é fundada em 1616. São antes mo- tivos políticos que determinaram a fundação. Holandeses e ingleses tinham tentado, antes
10 de Portugal, estabelecer-se na região. Naque- la data são todos definitivamente expulsos, e os portugueses se instalam sem concorren- tes. A base econômica da colonização será a princípio, como nos demais núcleos do litoral,
15 a lavoura da cana-de-açúcar. Mas a agricul- tura nunca progredirá aí; as condições natu- rais lhe são desfavoráveis. Na mata espessa e semiaquática que borda o grande rio; em terreno baixo e submetido a um regime fluvial
20 cuja irregularidade, com o volume enorme de águas que arrasta, assume proporções catas- tróficas, alagando nas cheias áreas imensas, deslocando grandes tratos de solo que são arrancados às margens e arrastados pela cor-
25 renteza; nesta remodelação fisiográfica inin- terrupta de um território longe ainda do equilí- brio, o homem se amesquinha, se anula. Além disto, a pujança da vegetação equatorial não lhe dá tréguas. A luta exige esforços quase ili-
30 mitados se quiser ir além da dócil submissão às contingências naturais. E tais esforços, a colonização incipiente não os podia fornecer. A agricultura, que requer um certo domínio sobre a natureza, apenas se ensaiou. A con-
35 quista do vale amazônico tinha de contar com outros fatores.
E foi o que se verificou. Encontraram os colonos na sua floresta um grande número de gêneros naturais aproveitáveis e utilizáveis no
40 comércio: o cravo, a canela, a castanha, a sal- saparrilha e sobretudo o cacau. Sem contar
as madeiras e produtos abundantes do reino animal: peixes, caça, a tartaruga. Na extra- ção destes produtos encontrará a colonização
45 amazônica sua base econômica. A mão-de- -obra também foi relativamente fácil. Os in- dígenas eram numerosos, e embora de nível cultural baixo, facilmente se conformaram com o trabalho que deles se exigia; o que, vimo-lo
50 anteriormente, só foi o caso em forma muito limitada em outros lugares.
Explica-se a diferença. No vale amazôni- co os gêneros de atividade se reduzem prati- camente a dois: penetrar a floresta ou os rios
55 para colher os produtos ou capturar o peixe; e conduzir as embarcações que fazem todo o transporte e constituem o único meio de lo- comoção. Para ambos estava o indígena ad- miravelmente preparado. A colheita, a caça, a
60 pesca já são seus recursos antes da vinda do branco: como pescador, sobretudo, suas qua- lidades são notáveis, e os colonos só tiveram neste terreno que aprender com ele. Rema- dor, também é exímio: ninguém, como o índio,
65 suporta os longos trajetos, do raiar ao pôr do sol, sem uma pausa; ninguém espreita e per- cebe, como ele, os caprichos da correnteza, tirando dela o melhor partido: ninguém com- preende tão bem o emaranhado dos canais
70 que formam esta rede complicada e variável de época para época em que se dividem e subdividem os rios amazônicos. Empregado assim em tarefas que lhe são familiares, ao contrário do que se deu na agricultura e na
75 mineração (nesta última, aliás, nunca foi en- saiado), o índio se amoldou com muito mais facilidade à colonização e domínio do branco. Não se precisou do negro.
A infiltração pelo vale acima do rio Amazo- 80 nas inicia-se francamente na segunda metade do séc. XVII. Sua vanguarda serão as ordens religiosas, em particular jesuítas e carmelitas. Não é aqui o lugar próprio para indagar quais os objetivos que animavam os missionários;
85 se o puro zelo religioso da conversão de almas pagãs, se outros projetos mais amplos e não confessados. Quanto aos jesuítas, parece fora de dúvida que tinham na América um plano de grandes proporções: nada menos que 90 assentar nela um imenso império temporal da Igreja Católica e sob sua direção. Não se explica de outra forma a empresa sistemática, e em parte realizada, de conquistar todo o coração do continente sul-americano; o que se 95 revela nesta linha estratégica de missões que se estendem do Uruguai e Paraguai, pelos Moxos e Chiquitos da Bolívia, até o alto Ama- zonas e Orenoco. Reunidas estas missões, de origem espanhola, às portuguesas que subi- 100 ram pelo Amazonas, o conjunto apresenta-se como um bloco imenso e coeso de territórios plantados em cheio na América. Nem se pode dizer que os jesuítas realizavam o objetivo tra- dicional de todas as missões religiosas, isto 105 é, abrir caminho entre populações indígenas para o avanço dos colonos europeus. Lutaram contra estes com todas as armas, inclusive a força, tentando desesperadamente afastá-los
e manter sua hegemonia própria.
PRADO JR., Caio. A Colonização do Vale Amazônico e a Colheita Flo- restal. In: História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1970. Texto adaptado.
- A expressão “a região” (l. 10) retoma “a atual cidade de Belém do Pará” (l. 6-7).
Errado.
A expressão “a região” refere-se à região do rio Amazonas, onde os portugueses se instalaram.
Texto para os itens de 1 a 21.
1 Enquanto se processava a grande corrida para as minas, uma lenta infiltração penetra a intrincada rede hidrográfica do Amazonas. Já no primeiro período da história brasileira
5 vemos a colonização portuguesa ocupar a foz do grande rio, onde a atual cidade de Belém do Pará é fundada em 1616. São antes mo- tivos políticos que determinaram a fundação. Holandeses e ingleses tinham tentado, antes
10 de Portugal, estabelecer-se na região. Naque- la data são todos definitivamente expulsos, e os portugueses se instalam sem concorren- tes. A base econômica da colonização será a princípio, como nos demais núcleos do litoral,
15 a lavoura da cana-de-açúcar. Mas a agricul- tura nunca progredirá aí; as condições natu- rais lhe são desfavoráveis. Na mata espessa e semiaquática que borda o grande rio; em terreno baixo e submetido a um regime fluvial
20 cuja irregularidade, com o volume enorme de águas que arrasta, assume proporções catas- tróficas, alagando nas cheias áreas imensas, deslocando grandes tratos de solo que são arrancados às margens e arrastados pela cor-
25 renteza; nesta remodelação fisiográfica inin- terrupta de um território longe ainda do equilí- brio, o homem se amesquinha, se anula. Além disto, a pujança da vegetação equatorial não lhe dá tréguas. A luta exige esforços quase ili-
30 mitados se quiser ir além da dócil submissão às contingências naturais. E tais esforços, a colonização incipiente não os podia fornecer. A agricultura, que requer um certo domínio sobre a natureza, apenas se ensaiou. A con-
35 quista do vale amazônico tinha de contar com outros fatores.
E foi o que se verificou. Encontraram os colonos na sua floresta um grande número de gêneros naturais aproveitáveis e utilizáveis no
40 comércio: o cravo, a canela, a castanha, a sal- saparrilha e sobretudo o cacau. Sem contar
as madeiras e produtos abundantes do reino animal: peixes, caça, a tartaruga. Na extra- ção destes produtos encontrará a colonização
45 amazônica sua base econômica. A mão-de- -obra também foi relativamente fácil. Os in- dígenas eram numerosos, e embora de nível cultural baixo, facilmente se conformaram com o trabalho que deles se exigia; o que, vimo-lo
50 anteriormente, só foi o caso em forma muito limitada em outros lugares.
Explica-se a diferença. No vale amazôni- co os gêneros de atividade se reduzem prati- camente a dois: penetrar a floresta ou os rios
55 para colher os produtos ou capturar o peixe; e conduzir as embarcações que fazem todo o transporte e constituem o único meio de lo- comoção. Para ambos estava o indígena ad- miravelmente preparado. A colheita, a caça, a
60 pesca já são seus recursos antes da vinda do branco: como pescador, sobretudo, suas qua- lidades são notáveis, e os colonos só tiveram neste terreno que aprender com ele. Rema- dor, também é exímio: ninguém, como o índio,
65 suporta os longos trajetos, do raiar ao pôr do sol, sem uma pausa; ninguém espreita e per- cebe, como ele, os caprichos da correnteza, tirando dela o melhor partido: ninguém com- preende tão bem o emaranhado dos canais
70 que formam esta rede complicada e variável de época para época em que se dividem e subdividem os rios amazônicos. Empregado assim em tarefas que lhe são familiares, ao contrário do que se deu na agricultura e na
75 mineração (nesta última, aliás, nunca foi en- saiado), o índio se amoldou com muito mais facilidade à colonização e domínio do branco. Não se precisou do negro.
A infiltração pelo vale acima do rio Amazo- 80 nas inicia-se francamente na segunda metade do séc. XVII. Sua vanguarda serão as ordens religiosas, em particular jesuítas e carmelitas. Não é aqui o lugar próprio para indagar quais os objetivos que animavam os missionários;
85 se o puro zelo religioso da conversão de almas pagãs, se outros projetos mais amplos e não confessados. Quanto aos jesuítas, parece fora de dúvida que tinham na América um plano de grandes proporções: nada menos que 90 assentar nela um imenso império temporal da Igreja Católica e sob sua direção. Não se explica de outra forma a empresa sistemática, e em parte realizada, de conquistar todo o coração do continente sul-americano; o que se 95 revela nesta linha estratégica de missões que se estendem do Uruguai e Paraguai, pelos Moxos e Chiquitos da Bolívia, até o alto Ama- zonas e Orenoco. Reunidas estas missões, de origem espanhola, às portuguesas que subi- 100 ram pelo Amazonas, o conjunto apresenta-se como um bloco imenso e coeso de territórios plantados em cheio na América. Nem se pode dizer que os jesuítas realizavam o objetivo tra- dicional de todas as missões religiosas, isto 105 é, abrir caminho entre populações indígenas para o avanço dos colonos europeus. Lutaram contra estes com todas as armas, inclusive a força, tentando desesperadamente afastá-los
e manter sua hegemonia própria.
PRADO JR., Caio. A Colonização do Vale Amazônico e a Colheita Flo- restal. In: História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1970. Texto adaptado.
- Os termos “tais esforços” (l. 31) e “os” (l. 32) possuem a mesma função sintática
Certo.
No exemplo, tem-se o que gramaticalmente é chamado objeto direto pleonástico. Por mo- tivos de ênfase, topicaliza-se o objeto direto, que é repetido sob a forma pronominal. Essa repetição constitui o objeto direto pleonástico. Assim, os dois termos são objeto direto de “podia fornecer”
Texto para os itens de 1 a 21.
1 Enquanto se processava a grande corrida para as minas, uma lenta infiltração penetra a intrincada rede hidrográfica do Amazonas. Já no primeiro período da história brasileira
5 vemos a colonização portuguesa ocupar a foz do grande rio, onde a atual cidade de Belém do Pará é fundada em 1616. São antes mo- tivos políticos que determinaram a fundação. Holandeses e ingleses tinham tentado, antes
10 de Portugal, estabelecer-se na região. Naque- la data são todos definitivamente expulsos, e os portugueses se instalam sem concorren- tes. A base econômica da colonização será a princípio, como nos demais núcleos do litoral,
15 a lavoura da cana-de-açúcar. Mas a agricul- tura nunca progredirá aí; as condições natu- rais lhe são desfavoráveis. Na mata espessa e semiaquática que borda o grande rio; em terreno baixo e submetido a um regime fluvial
20 cuja irregularidade, com o volume enorme de águas que arrasta, assume proporções catas- tróficas, alagando nas cheias áreas imensas, deslocando grandes tratos de solo que são arrancados às margens e arrastados pela cor-
25 renteza; nesta remodelação fisiográfica inin- terrupta de um território longe ainda do equilí- brio, o homem se amesquinha, se anula. Além disto, a pujança da vegetação equatorial não lhe dá tréguas. A luta exige esforços quase ili-
30 mitados se quiser ir além da dócil submissão às contingências naturais. E tais esforços, a colonização incipiente não os podia fornecer. A agricultura, que requer um certo domínio sobre a natureza, apenas se ensaiou. A con-
35 quista do vale amazônico tinha de contar com outros fatores.
E foi o que se verificou. Encontraram os colonos na sua floresta um grande número de gêneros naturais aproveitáveis e utilizáveis no
40 comércio: o cravo, a canela, a castanha, a sal- saparrilha e sobretudo o cacau. Sem contar
as madeiras e produtos abundantes do reino animal: peixes, caça, a tartaruga. Na extra- ção destes produtos encontrará a colonização
45 amazônica sua base econômica. A mão-de- -obra também foi relativamente fácil. Os in- dígenas eram numerosos, e embora de nível cultural baixo, facilmente se conformaram com o trabalho que deles se exigia; o que, vimo-lo
50 anteriormente, só foi o caso em forma muito limitada em outros lugares.
Explica-se a diferença. No vale amazôni- co os gêneros de atividade se reduzem prati- camente a dois: penetrar a floresta ou os rios
55 para colher os produtos ou capturar o peixe; e conduzir as embarcações que fazem todo o transporte e constituem o único meio de lo- comoção. Para ambos estava o indígena ad- miravelmente preparado. A colheita, a caça, a
60 pesca já são seus recursos antes da vinda do branco: como pescador, sobretudo, suas qua- lidades são notáveis, e os colonos só tiveram neste terreno que aprender com ele. Rema- dor, também é exímio: ninguém, como o índio,
65 suporta os longos trajetos, do raiar ao pôr do sol, sem uma pausa; ninguém espreita e per- cebe, como ele, os caprichos da correnteza, tirando dela o melhor partido: ninguém com- preende tão bem o emaranhado dos canais
70 que formam esta rede complicada e variável de época para época em que se dividem e subdividem os rios amazônicos. Empregado assim em tarefas que lhe são familiares, ao contrário do que se deu na agricultura e na
75 mineração (nesta última, aliás, nunca foi en- saiado), o índio se amoldou com muito mais facilidade à colonização e domínio do branco. Não se precisou do negro.
A infiltração pelo vale acima do rio Amazo- 80 nas inicia-se francamente na segunda metade do séc. XVII. Sua vanguarda serão as ordens religiosas, em particular jesuítas e carmelitas. Não é aqui o lugar próprio para indagar quais os objetivos que animavam os missionários;
85 se o puro zelo religioso da conversão de almas pagãs, se outros projetos mais amplos e não confessados. Quanto aos jesuítas, parece fora de dúvida que tinham na América um plano de grandes proporções: nada menos que 90 assentar nela um imenso império temporal da Igreja Católica e sob sua direção. Não se explica de outra forma a empresa sistemática, e em parte realizada, de conquistar todo o coração do continente sul-americano; o que se 95 revela nesta linha estratégica de missões que se estendem do Uruguai e Paraguai, pelos Moxos e Chiquitos da Bolívia, até o alto Ama- zonas e Orenoco. Reunidas estas missões, de origem espanhola, às portuguesas que subi- 100 ram pelo Amazonas, o conjunto apresenta-se como um bloco imenso e coeso de territórios plantados em cheio na América. Nem se pode dizer que os jesuítas realizavam o objetivo tra- dicional de todas as missões religiosas, isto 105 é, abrir caminho entre populações indígenas para o avanço dos colonos europeus. Lutaram contra estes com todas as armas, inclusive a força, tentando desesperadamente afastá-los
e manter sua hegemonia própria.
PRADO JR., Caio. A Colonização do Vale Amazônico e a Colheita Flo- restal. In: História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1970. Texto adaptado.
- É gramaticalmente lícito empregar a par- tícula “se” antes de “quiser” (l. 30), a fim de enfatizar que o agente da ação verbal é indeterminado, conforme a reescrita: A luta exige esforços quase ilimitados se se quiser ir além da dócil submissão às contingências naturais.
Errado.
O próprio infinitivo já indetermina o agente da ação de “querer”, portanto é ilícito empregar a partícula “se” para indeterminar o sujeito nesse contexto gramatical.
Texto para os itens de 1 a 21.
1 Enquanto se processava a grande corrida para as minas, uma lenta infiltração penetra a intrincada rede hidrográfica do Amazonas. Já no primeiro período da história brasileira
5 vemos a colonização portuguesa ocupar a foz do grande rio, onde a atual cidade de Belém do Pará é fundada em 1616. São antes mo- tivos políticos que determinaram a fundação. Holandeses e ingleses tinham tentado, antes
10 de Portugal, estabelecer-se na região. Naque- la data são todos definitivamente expulsos, e os portugueses se instalam sem concorren- tes. A base econômica da colonização será a princípio, como nos demais núcleos do litoral,
15 a lavoura da cana-de-açúcar. Mas a agricul- tura nunca progredirá aí; as condições natu- rais lhe são desfavoráveis. Na mata espessa e semiaquática que borda o grande rio; em terreno baixo e submetido a um regime fluvial
20 cuja irregularidade, com o volume enorme de águas que arrasta, assume proporções catas- tróficas, alagando nas cheias áreas imensas, deslocando grandes tratos de solo que são arrancados às margens e arrastados pela cor-
25 renteza; nesta remodelação fisiográfica inin- terrupta de um território longe ainda do equilí- brio, o homem se amesquinha, se anula. Além disto, a pujança da vegetação equatorial não lhe dá tréguas. A luta exige esforços quase ili-
30 mitados se quiser ir além da dócil submissão às contingências naturais. E tais esforços, a colonização incipiente não os podia fornecer. A agricultura, que requer um certo domínio sobre a natureza, apenas se ensaiou. A con-
35 quista do vale amazônico tinha de contar com outros fatores.
E foi o que se verificou. Encontraram os colonos na sua floresta um grande número de gêneros naturais aproveitáveis e utilizáveis no
40 comércio: o cravo, a canela, a castanha, a sal- saparrilha e sobretudo o cacau. Sem contar
as madeiras e produtos abundantes do reino animal: peixes, caça, a tartaruga. Na extra- ção destes produtos encontrará a colonização
45 amazônica sua base econômica. A mão-de- -obra também foi relativamente fácil. Os in- dígenas eram numerosos, e embora de nível cultural baixo, facilmente se conformaram com o trabalho que deles se exigia; o que, vimo-lo
50 anteriormente, só foi o caso em forma muito limitada em outros lugares.
Explica-se a diferença. No vale amazôni- co os gêneros de atividade se reduzem prati- camente a dois: penetrar a floresta ou os rios
55 para colher os produtos ou capturar o peixe; e conduzir as embarcações que fazem todo o transporte e constituem o único meio de lo- comoção. Para ambos estava o indígena ad- miravelmente preparado. A colheita, a caça, a
60 pesca já são seus recursos antes da vinda do branco: como pescador, sobretudo, suas qua- lidades são notáveis, e os colonos só tiveram neste terreno que aprender com ele. Rema- dor, também é exímio: ninguém, como o índio,
65 suporta os longos trajetos, do raiar ao pôr do sol, sem uma pausa; ninguém espreita e per- cebe, como ele, os caprichos da correnteza, tirando dela o melhor partido: ninguém com- preende tão bem o emaranhado dos canais
70 que formam esta rede complicada e variável de época para época em que se dividem e subdividem os rios amazônicos. Empregado assim em tarefas que lhe são familiares, ao contrário do que se deu na agricultura e na
75 mineração (nesta última, aliás, nunca foi en- saiado), o índio se amoldou com muito mais facilidade à colonização e domínio do branco. Não se precisou do negro.
A infiltração pelo vale acima do rio Amazo- 80 nas inicia-se francamente na segunda metade do séc. XVII. Sua vanguarda serão as ordens religiosas, em particular jesuítas e carmelitas. Não é aqui o lugar próprio para indagar quais os objetivos que animavam os missionários;
85 se o puro zelo religioso da conversão de almas pagãs, se outros projetos mais amplos e não confessados. Quanto aos jesuítas, parece fora de dúvida que tinham na América um plano de grandes proporções: nada menos que 90 assentar nela um imenso império temporal da Igreja Católica e sob sua direção. Não se explica de outra forma a empresa sistemática, e em parte realizada, de conquistar todo o coração do continente sul-americano; o que se 95 revela nesta linha estratégica de missões que se estendem do Uruguai e Paraguai, pelos Moxos e Chiquitos da Bolívia, até o alto Ama- zonas e Orenoco. Reunidas estas missões, de origem espanhola, às portuguesas que subi- 100 ram pelo Amazonas, o conjunto apresenta-se como um bloco imenso e coeso de territórios plantados em cheio na América. Nem se pode dizer que os jesuítas realizavam o objetivo tra- dicional de todas as missões religiosas, isto 105 é, abrir caminho entre populações indígenas para o avanço dos colonos europeus. Lutaram contra estes com todas as armas, inclusive a força, tentando desesperadamente afastá-los
e manter sua hegemonia própria.
PRADO JR., Caio. A Colonização do Vale Amazônico e a Colheita Flo- restal. In: História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1970. Texto adaptado.
- Quando emprega o adjetivo “incipiente” (l. 32), o autor pretende indicar que a co- lonização portuguesa já se encontrava em um estágio mais avançado quando comparada ao momento da descoberta do Brasil.
Errado.
O vocábulo “incipiente” significa “iniciante”. Por- tanto, é incorreta a proposição do item.
Texto para os itens de 1 a 21.
1 Enquanto se processava a grande corrida para as minas, uma lenta infiltração penetra a intrincada rede hidrográfica do Amazonas. Já no primeiro período da história brasileira
5 vemos a colonização portuguesa ocupar a foz do grande rio, onde a atual cidade de Belém do Pará é fundada em 1616. São antes mo- tivos políticos que determinaram a fundação. Holandeses e ingleses tinham tentado, antes
10 de Portugal, estabelecer-se na região. Naque- la data são todos definitivamente expulsos, e os portugueses se instalam sem concorren- tes. A base econômica da colonização será a princípio, como nos demais núcleos do litoral,
15 a lavoura da cana-de-açúcar. Mas a agricul- tura nunca progredirá aí; as condições natu- rais lhe são desfavoráveis. Na mata espessa e semiaquática que borda o grande rio; em terreno baixo e submetido a um regime fluvial
20 cuja irregularidade, com o volume enorme de águas que arrasta, assume proporções catas- tróficas, alagando nas cheias áreas imensas, deslocando grandes tratos de solo que são arrancados às margens e arrastados pela cor-
25 renteza; nesta remodelação fisiográfica inin- terrupta de um território longe ainda do equilí- brio, o homem se amesquinha, se anula. Além disto, a pujança da vegetação equatorial não lhe dá tréguas. A luta exige esforços quase ili-
30 mitados se quiser ir além da dócil submissão às contingências naturais. E tais esforços, a colonização incipiente não os podia fornecer. A agricultura, que requer um certo domínio sobre a natureza, apenas se ensaiou. A con-
35 quista do vale amazônico tinha de contar com outros fatores.
E foi o que se verificou. Encontraram os colonos na sua floresta um grande número de gêneros naturais aproveitáveis e utilizáveis no
40 comércio: o cravo, a canela, a castanha, a sal- saparrilha e sobretudo o cacau. Sem contar
as madeiras e produtos abundantes do reino animal: peixes, caça, a tartaruga. Na extra- ção destes produtos encontrará a colonização
45 amazônica sua base econômica. A mão-de- -obra também foi relativamente fácil. Os in- dígenas eram numerosos, e embora de nível cultural baixo, facilmente se conformaram com o trabalho que deles se exigia; o que, vimo-lo
50 anteriormente, só foi o caso em forma muito limitada em outros lugares.
Explica-se a diferença. No vale amazôni- co os gêneros de atividade se reduzem prati- camente a dois: penetrar a floresta ou os rios
55 para colher os produtos ou capturar o peixe; e conduzir as embarcações que fazem todo o transporte e constituem o único meio de lo- comoção. Para ambos estava o indígena ad- miravelmente preparado. A colheita, a caça, a
60 pesca já são seus recursos antes da vinda do branco: como pescador, sobretudo, suas qua- lidades são notáveis, e os colonos só tiveram neste terreno que aprender com ele. Rema- dor, também é exímio: ninguém, como o índio,
65 suporta os longos trajetos, do raiar ao pôr do sol, sem uma pausa; ninguém espreita e per- cebe, como ele, os caprichos da correnteza, tirando dela o melhor partido: ninguém com- preende tão bem o emaranhado dos canais
70 que formam esta rede complicada e variável de época para época em que se dividem e subdividem os rios amazônicos. Empregado assim em tarefas que lhe são familiares, ao contrário do que se deu na agricultura e na
75 mineração (nesta última, aliás, nunca foi en- saiado), o índio se amoldou com muito mais facilidade à colonização e domínio do branco. Não se precisou do negro.
A infiltração pelo vale acima do rio Amazo- 80 nas inicia-se francamente na segunda metade do séc. XVII. Sua vanguarda serão as ordens religiosas, em particular jesuítas e carmelitas. Não é aqui o lugar próprio para indagar quais os objetivos que animavam os missionários;
85 se o puro zelo religioso da conversão de almas pagãs, se outros projetos mais amplos e não confessados. Quanto aos jesuítas, parece fora de dúvida que tinham na América um plano de grandes proporções: nada menos que 90 assentar nela um imenso império temporal da Igreja Católica e sob sua direção. Não se explica de outra forma a empresa sistemática, e em parte realizada, de conquistar todo o coração do continente sul-americano; o que se 95 revela nesta linha estratégica de missões que se estendem do Uruguai e Paraguai, pelos Moxos e Chiquitos da Bolívia, até o alto Ama- zonas e Orenoco. Reunidas estas missões, de origem espanhola, às portuguesas que subi- 100 ram pelo Amazonas, o conjunto apresenta-se como um bloco imenso e coeso de territórios plantados em cheio na América. Nem se pode dizer que os jesuítas realizavam o objetivo tra- dicional de todas as missões religiosas, isto 105 é, abrir caminho entre populações indígenas para o avanço dos colonos europeus. Lutaram contra estes com todas as armas, inclusive a força, tentando desesperadamente afastá-los
e manter sua hegemonia própria.
PRADO JR., Caio. A Colonização do Vale Amazônico e a Colheita Flo- restal. In: História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1970. Texto adaptado.
- O fragmento “que determinaram a funda- ção” (l. 8) é oração adjetiva que se liga a “motivos” (l. 7-8).
Errado.
No período São antes motivos políticos que determinaram a fundação, ocorre a expressão de realce “são…que”, a qual não possui função sintática, podendo ser suprimida. Veja-se: An- tes motivos políticos determinaram a fundação. Portanto, a expressão “que determinaram a fun- dação” não constitui oração adjetiva.
Texto para os itens de 1 a 21.
1 Enquanto se processava a grande corrida para as minas, uma lenta infiltração penetra a intrincada rede hidrográfica do Amazonas. Já no primeiro período da história brasileira
5 vemos a colonização portuguesa ocupar a foz do grande rio, onde a atual cidade de Belém do Pará é fundada em 1616. São antes mo- tivos políticos que determinaram a fundação. Holandeses e ingleses tinham tentado, antes
10 de Portugal, estabelecer-se na região. Naque- la data são todos definitivamente expulsos, e os portugueses se instalam sem concorren- tes. A base econômica da colonização será a princípio, como nos demais núcleos do litoral,
15 a lavoura da cana-de-açúcar. Mas a agricul- tura nunca progredirá aí; as condições natu- rais lhe são desfavoráveis. Na mata espessa e semiaquática que borda o grande rio; em terreno baixo e submetido a um regime fluvial
20 cuja irregularidade, com o volume enorme de águas que arrasta, assume proporções catas- tróficas, alagando nas cheias áreas imensas, deslocando grandes tratos de solo que são arrancados às margens e arrastados pela cor-
25 renteza; nesta remodelação fisiográfica inin- terrupta de um território longe ainda do equilí- brio, o homem se amesquinha, se anula. Além disto, a pujança da vegetação equatorial não lhe dá tréguas. A luta exige esforços quase ili-
30 mitados se quiser ir além da dócil submissão às contingências naturais. E tais esforços, a colonização incipiente não os podia fornecer. A agricultura, que requer um certo domínio sobre a natureza, apenas se ensaiou. A con-
35 quista do vale amazônico tinha de contar com outros fatores.
E foi o que se verificou. Encontraram os colonos na sua floresta um grande número de gêneros naturais aproveitáveis e utilizáveis no
40 comércio: o cravo, a canela, a castanha, a sal- saparrilha e sobretudo o cacau. Sem contar
as madeiras e produtos abundantes do reino animal: peixes, caça, a tartaruga. Na extra- ção destes produtos encontrará a colonização
45 amazônica sua base econômica. A mão-de- -obra também foi relativamente fácil. Os in- dígenas eram numerosos, e embora de nível cultural baixo, facilmente se conformaram com o trabalho que deles se exigia; o que, vimo-lo
50 anteriormente, só foi o caso em forma muito limitada em outros lugares.
Explica-se a diferença. No vale amazôni- co os gêneros de atividade se reduzem prati- camente a dois: penetrar a floresta ou os rios
55 para colher os produtos ou capturar o peixe; e conduzir as embarcações que fazem todo o transporte e constituem o único meio de lo- comoção. Para ambos estava o indígena ad- miravelmente preparado. A colheita, a caça, a
60 pesca já são seus recursos antes da vinda do branco: como pescador, sobretudo, suas qua- lidades são notáveis, e os colonos só tiveram neste terreno que aprender com ele. Rema- dor, também é exímio: ninguém, como o índio,
65 suporta os longos trajetos, do raiar ao pôr do sol, sem uma pausa; ninguém espreita e per- cebe, como ele, os caprichos da correnteza, tirando dela o melhor partido: ninguém com- preende tão bem o emaranhado dos canais
70 que formam esta rede complicada e variável de época para época em que se dividem e subdividem os rios amazônicos. Empregado assim em tarefas que lhe são familiares, ao contrário do que se deu na agricultura e na
75 mineração (nesta última, aliás, nunca foi en- saiado), o índio se amoldou com muito mais facilidade à colonização e domínio do branco. Não se precisou do negro.
A infiltração pelo vale acima do rio Amazo- 80 nas inicia-se francamente na segunda metade do séc. XVII. Sua vanguarda serão as ordens religiosas, em particular jesuítas e carmelitas. Não é aqui o lugar próprio para indagar quais os objetivos que animavam os missionários;
85 se o puro zelo religioso da conversão de almas pagãs, se outros projetos mais amplos e não confessados. Quanto aos jesuítas, parece fora de dúvida que tinham na América um plano de grandes proporções: nada menos que 90 assentar nela um imenso império temporal da Igreja Católica e sob sua direção. Não se explica de outra forma a empresa sistemática, e em parte realizada, de conquistar todo o coração do continente sul-americano; o que se 95 revela nesta linha estratégica de missões que se estendem do Uruguai e Paraguai, pelos Moxos e Chiquitos da Bolívia, até o alto Ama- zonas e Orenoco. Reunidas estas missões, de origem espanhola, às portuguesas que subi- 100 ram pelo Amazonas, o conjunto apresenta-se como um bloco imenso e coeso de territórios plantados em cheio na América. Nem se pode dizer que os jesuítas realizavam o objetivo tra- dicional de todas as missões religiosas, isto 105 é, abrir caminho entre populações indígenas para o avanço dos colonos europeus. Lutaram contra estes com todas as armas, inclusive a força, tentando desesperadamente afastá-los
e manter sua hegemonia própria.
PRADO JR., Caio. A Colonização do Vale Amazônico e a Colheita Flo- restal. In: História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1970. Texto adaptado.
- As preposições nos fragmentos “…esta- belecer-se na região…” (l. 10) e “Lutaram contra estes…” (l. 106-107) são sintatica- mente exigidas pelos verbos que as pre- cedem imediatamente.
Errado.
No primeiro fragmento, a preposição “em” não ocorre em virtude da regência de “estabelecer- -se”, mas sim porque integra locução adverbial. No segundo fragmento, a preposição “contra” é exigida pela regência de “lutar”, encabeçando objeto indireto.
Texto para os itens de 1 a 21.
1 Enquanto se processava a grande corrida para as minas, uma lenta infiltração penetra a intrincada rede hidrográfica do Amazonas. Já no primeiro período da história brasileira
5 vemos a colonização portuguesa ocupar a foz do grande rio, onde a atual cidade de Belém do Pará é fundada em 1616. São antes mo- tivos políticos que determinaram a fundação. Holandeses e ingleses tinham tentado, antes
10 de Portugal, estabelecer-se na região. Naque- la data são todos definitivamente expulsos, e os portugueses se instalam sem concorren- tes. A base econômica da colonização será a princípio, como nos demais núcleos do litoral,
15 a lavoura da cana-de-açúcar. Mas a agricul- tura nunca progredirá aí; as condições natu- rais lhe são desfavoráveis. Na mata espessa e semiaquática que borda o grande rio; em terreno baixo e submetido a um regime fluvial
20 cuja irregularidade, com o volume enorme de águas que arrasta, assume proporções catas- tróficas, alagando nas cheias áreas imensas, deslocando grandes tratos de solo que são arrancados às margens e arrastados pela cor-
25 renteza; nesta remodelação fisiográfica inin- terrupta de um território longe ainda do equilí- brio, o homem se amesquinha, se anula. Além disto, a pujança da vegetação equatorial não lhe dá tréguas. A luta exige esforços quase ili-
30 mitados se quiser ir além da dócil submissão às contingências naturais. E tais esforços, a colonização incipiente não os podia fornecer. A agricultura, que requer um certo domínio sobre a natureza, apenas se ensaiou. A con-
35 quista do vale amazônico tinha de contar com outros fatores.
E foi o que se verificou. Encontraram os colonos na sua floresta um grande número de gêneros naturais aproveitáveis e utilizáveis no
40 comércio: o cravo, a canela, a castanha, a sal- saparrilha e sobretudo o cacau. Sem contar
as madeiras e produtos abundantes do reino animal: peixes, caça, a tartaruga. Na extra- ção destes produtos encontrará a colonização
45 amazônica sua base econômica. A mão-de- -obra também foi relativamente fácil. Os in- dígenas eram numerosos, e embora de nível cultural baixo, facilmente se conformaram com o trabalho que deles se exigia; o que, vimo-lo
50 anteriormente, só foi o caso em forma muito limitada em outros lugares.
Explica-se a diferença. No vale amazôni- co os gêneros de atividade se reduzem prati- camente a dois: penetrar a floresta ou os rios
55 para colher os produtos ou capturar o peixe; e conduzir as embarcações que fazem todo o transporte e constituem o único meio de lo- comoção. Para ambos estava o indígena ad- miravelmente preparado. A colheita, a caça, a
60 pesca já são seus recursos antes da vinda do branco: como pescador, sobretudo, suas qua- lidades são notáveis, e os colonos só tiveram neste terreno que aprender com ele. Rema- dor, também é exímio: ninguém, como o índio,
65 suporta os longos trajetos, do raiar ao pôr do sol, sem uma pausa; ninguém espreita e per- cebe, como ele, os caprichos da correnteza, tirando dela o melhor partido: ninguém com- preende tão bem o emaranhado dos canais
70 que formam esta rede complicada e variável de época para época em que se dividem e subdividem os rios amazônicos. Empregado assim em tarefas que lhe são familiares, ao contrário do que se deu na agricultura e na
75 mineração (nesta última, aliás, nunca foi en- saiado), o índio se amoldou com muito mais facilidade à colonização e domínio do branco. Não se precisou do negro.
A infiltração pelo vale acima do rio Amazo- 80 nas inicia-se francamente na segunda metade do séc. XVII. Sua vanguarda serão as ordens religiosas, em particular jesuítas e carmelitas. Não é aqui o lugar próprio para indagar quais os objetivos que animavam os missionários;
85 se o puro zelo religioso da conversão de almas pagãs, se outros projetos mais amplos e não confessados. Quanto aos jesuítas, parece fora de dúvida que tinham na América um plano de grandes proporções: nada menos que 90 assentar nela um imenso império temporal da Igreja Católica e sob sua direção. Não se explica de outra forma a empresa sistemática, e em parte realizada, de conquistar todo o coração do continente sul-americano; o que se 95 revela nesta linha estratégica de missões que se estendem do Uruguai e Paraguai, pelos Moxos e Chiquitos da Bolívia, até o alto Ama- zonas e Orenoco. Reunidas estas missões, de origem espanhola, às portuguesas que subi- 100 ram pelo Amazonas, o conjunto apresenta-se como um bloco imenso e coeso de territórios plantados em cheio na América. Nem se pode dizer que os jesuítas realizavam o objetivo tra- dicional de todas as missões religiosas, isto 105 é, abrir caminho entre populações indígenas para o avanço dos colonos europeus. Lutaram contra estes com todas as armas, inclusive a força, tentando desesperadamente afastá-los
e manter sua hegemonia própria.
PRADO JR., Caio. A Colonização do Vale Amazônico e a Colheita Flo- restal. In: História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1970. Texto adaptado.
- O pronome “quase” (l. 29) intensifica a ideia contida em “ilimitados” (l. 29-30).
Errado.
De fato, o vocábulo “quase” denota ideia de in- tensidade, porém é um advérbio de intensidade.
Texto para os itens de 1 a 21.
1 Enquanto se processava a grande corrida para as minas, uma lenta infiltração penetra a intrincada rede hidrográfica do Amazonas. Já no primeiro período da história brasileira
5 vemos a colonização portuguesa ocupar a foz do grande rio, onde a atual cidade de Belém do Pará é fundada em 1616. São antes mo- tivos políticos que determinaram a fundação. Holandeses e ingleses tinham tentado, antes
10 de Portugal, estabelecer-se na região. Naque- la data são todos definitivamente expulsos, e os portugueses se instalam sem concorren- tes. A base econômica da colonização será a princípio, como nos demais núcleos do litoral,
15 a lavoura da cana-de-açúcar. Mas a agricul- tura nunca progredirá aí; as condições natu- rais lhe são desfavoráveis. Na mata espessa e semiaquática que borda o grande rio; em terreno baixo e submetido a um regime fluvial
20 cuja irregularidade, com o volume enorme de águas que arrasta, assume proporções catas- tróficas, alagando nas cheias áreas imensas, deslocando grandes tratos de solo que são arrancados às margens e arrastados pela cor-
25 renteza; nesta remodelação fisiográfica inin- terrupta de um território longe ainda do equilí- brio, o homem se amesquinha, se anula. Além disto, a pujança da vegetação equatorial não lhe dá tréguas. A luta exige esforços quase ili-
30 mitados se quiser ir além da dócil submissão às contingências naturais. E tais esforços, a colonização incipiente não os podia fornecer. A agricultura, que requer um certo domínio sobre a natureza, apenas se ensaiou. A con-
35 quista do vale amazônico tinha de contar com outros fatores.
E foi o que se verificou. Encontraram os colonos na sua floresta um grande número de gêneros naturais aproveitáveis e utilizáveis no
40 comércio: o cravo, a canela, a castanha, a sal- saparrilha e sobretudo o cacau. Sem contar
as madeiras e produtos abundantes do reino animal: peixes, caça, a tartaruga. Na extra- ção destes produtos encontrará a colonização
45 amazônica sua base econômica. A mão-de- -obra também foi relativamente fácil. Os in- dígenas eram numerosos, e embora de nível cultural baixo, facilmente se conformaram com o trabalho que deles se exigia; o que, vimo-lo
50 anteriormente, só foi o caso em forma muito limitada em outros lugares.
Explica-se a diferença. No vale amazôni- co os gêneros de atividade se reduzem prati- camente a dois: penetrar a floresta ou os rios
55 para colher os produtos ou capturar o peixe; e conduzir as embarcações que fazem todo o transporte e constituem o único meio de lo- comoção. Para ambos estava o indígena ad- miravelmente preparado. A colheita, a caça, a
60 pesca já são seus recursos antes da vinda do branco: como pescador, sobretudo, suas qua- lidades são notáveis, e os colonos só tiveram neste terreno que aprender com ele. Rema- dor, também é exímio: ninguém, como o índio,
65 suporta os longos trajetos, do raiar ao pôr do sol, sem uma pausa; ninguém espreita e per- cebe, como ele, os caprichos da correnteza, tirando dela o melhor partido: ninguém com- preende tão bem o emaranhado dos canais
70 que formam esta rede complicada e variável de época para época em que se dividem e subdividem os rios amazônicos. Empregado assim em tarefas que lhe são familiares, ao contrário do que se deu na agricultura e na
75 mineração (nesta última, aliás, nunca foi en- saiado), o índio se amoldou com muito mais facilidade à colonização e domínio do branco. Não se precisou do negro.
A infiltração pelo vale acima do rio Amazo- 80 nas inicia-se francamente na segunda metade do séc. XVII. Sua vanguarda serão as ordens religiosas, em particular jesuítas e carmelitas. Não é aqui o lugar próprio para indagar quais os objetivos que animavam os missionários;
85 se o puro zelo religioso da conversão de almas pagãs, se outros projetos mais amplos e não confessados. Quanto aos jesuítas, parece fora de dúvida que tinham na América um plano de grandes proporções: nada menos que 90 assentar nela um imenso império temporal da Igreja Católica e sob sua direção. Não se explica de outra forma a empresa sistemática, e em parte realizada, de conquistar todo o coração do continente sul-americano; o que se 95 revela nesta linha estratégica de missões que se estendem do Uruguai e Paraguai, pelos Moxos e Chiquitos da Bolívia, até o alto Ama- zonas e Orenoco. Reunidas estas missões, de origem espanhola, às portuguesas que subi- 100 ram pelo Amazonas, o conjunto apresenta-se como um bloco imenso e coeso de territórios plantados em cheio na América. Nem se pode dizer que os jesuítas realizavam o objetivo tra- dicional de todas as missões religiosas, isto 105 é, abrir caminho entre populações indígenas para o avanço dos colonos europeus. Lutaram contra estes com todas as armas, inclusive a força, tentando desesperadamente afastá-los
e manter sua hegemonia própria.
PRADO JR., Caio. A Colonização do Vale Amazônico e a Colheita Flo- restal. In: História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1970. Texto adaptado.
- No período “Os indígenas eram numerosos, e embora de nível cultural baixo, facilmente se conformaram com o trabalho que deles se exigia; o que, vimo-lo anteriormente, só foi o caso em forma muito limitada em outros lugares.” (l. 46-51), o emprego do ponto e vírgula é justificado pela necessidade de separar partes do período as quais já possuem vírgula em seu interior. Assim, evita-se a profusão de vírgulas.
Certo.
Estilisticamente, é inadequado um período conter muitas vírgulas, que gera uma impressão visual ruim, além de um excesso de pausas, o que torna intrincada a sua leitura. Empregando-se o ponto e vírgula para separar partes do período que já possuem vírgula em seu interior, foge-se da necessidade de empregar mais uma vírgula.
Texto para os itens de 1 a 21.
1 Enquanto se processava a grande corrida para as minas, uma lenta infiltração penetra a intrincada rede hidrográfica do Amazonas. Já no primeiro período da história brasileira
5 vemos a colonização portuguesa ocupar a foz do grande rio, onde a atual cidade de Belém do Pará é fundada em 1616. São antes mo- tivos políticos que determinaram a fundação. Holandeses e ingleses tinham tentado, antes
10 de Portugal, estabelecer-se na região. Naque- la data são todos definitivamente expulsos, e os portugueses se instalam sem concorren- tes. A base econômica da colonização será a princípio, como nos demais núcleos do litoral,
15 a lavoura da cana-de-açúcar. Mas a agricul- tura nunca progredirá aí; as condições natu- rais lhe são desfavoráveis. Na mata espessa e semiaquática que borda o grande rio; em terreno baixo e submetido a um regime fluvial
20 cuja irregularidade, com o volume enorme de águas que arrasta, assume proporções catas- tróficas, alagando nas cheias áreas imensas, deslocando grandes tratos de solo que são arrancados às margens e arrastados pela cor-
25 renteza; nesta remodelação fisiográfica inin- terrupta de um território longe ainda do equilí- brio, o homem se amesquinha, se anula. Além disto, a pujança da vegetação equatorial não lhe dá tréguas. A luta exige esforços quase ili-
30 mitados se quiser ir além da dócil submissão às contingências naturais. E tais esforços, a colonização incipiente não os podia fornecer. A agricultura, que requer um certo domínio sobre a natureza, apenas se ensaiou. A con-
35 quista do vale amazônico tinha de contar com outros fatores.
E foi o que se verificou. Encontraram os colonos na sua floresta um grande número de gêneros naturais aproveitáveis e utilizáveis no
40 comércio: o cravo, a canela, a castanha, a sal- saparrilha e sobretudo o cacau. Sem contar
as madeiras e produtos abundantes do reino animal: peixes, caça, a tartaruga. Na extra- ção destes produtos encontrará a colonização
45 amazônica sua base econômica. A mão-de- -obra também foi relativamente fácil. Os in- dígenas eram numerosos, e embora de nível cultural baixo, facilmente se conformaram com o trabalho que deles se exigia; o que, vimo-lo
50 anteriormente, só foi o caso em forma muito limitada em outros lugares.
Explica-se a diferença. No vale amazôni- co os gêneros de atividade se reduzem prati- camente a dois: penetrar a floresta ou os rios
55 para colher os produtos ou capturar o peixe; e conduzir as embarcações que fazem todo o transporte e constituem o único meio de lo- comoção. Para ambos estava o indígena ad- miravelmente preparado. A colheita, a caça, a
60 pesca já são seus recursos antes da vinda do branco: como pescador, sobretudo, suas qua- lidades são notáveis, e os colonos só tiveram neste terreno que aprender com ele. Rema- dor, também é exímio: ninguém, como o índio,
65 suporta os longos trajetos, do raiar ao pôr do sol, sem uma pausa; ninguém espreita e per- cebe, como ele, os caprichos da correnteza, tirando dela o melhor partido: ninguém com- preende tão bem o emaranhado dos canais
70 que formam esta rede complicada e variável de época para época em que se dividem e subdividem os rios amazônicos. Empregado assim em tarefas que lhe são familiares, ao contrário do que se deu na agricultura e na
75 mineração (nesta última, aliás, nunca foi en- saiado), o índio se amoldou com muito mais facilidade à colonização e domínio do branco. Não se precisou do negro.
A infiltração pelo vale acima do rio Amazo- 80 nas inicia-se francamente na segunda metade do séc. XVII. Sua vanguarda serão as ordens religiosas, em particular jesuítas e carmelitas. Não é aqui o lugar próprio para indagar quais os objetivos que animavam os missionários;
85 se o puro zelo religioso da conversão de almas pagãs, se outros projetos mais amplos e não confessados. Quanto aos jesuítas, parece fora de dúvida que tinham na América um plano de grandes proporções: nada menos que 90 assentar nela um imenso império temporal da Igreja Católica e sob sua direção. Não se explica de outra forma a empresa sistemática, e em parte realizada, de conquistar todo o coração do continente sul-americano; o que se 95 revela nesta linha estratégica de missões que se estendem do Uruguai e Paraguai, pelos Moxos e Chiquitos da Bolívia, até o alto Ama- zonas e Orenoco. Reunidas estas missões, de origem espanhola, às portuguesas que subi- 100 ram pelo Amazonas, o conjunto apresenta-se como um bloco imenso e coeso de territórios plantados em cheio na América. Nem se pode dizer que os jesuítas realizavam o objetivo tra- dicional de todas as missões religiosas, isto 105 é, abrir caminho entre populações indígenas para o avanço dos colonos europeus. Lutaram contra estes com todas as armas, inclusive a força, tentando desesperadamente afastá-los
e manter sua hegemonia própria.
PRADO JR., Caio. A Colonização do Vale Amazônico e a Colheita Flo- restal. In: História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1970. Texto adaptado.
- No trecho “…o que, vimo-lo anteriormen- te…” (l. 49-50), é gramaticalmente lícita a próclise do pronome “o”.
Errado.
Não se emprega a próclise após sinal de pausa.
Texto para os itens de 1 a 21.
1 Enquanto se processava a grande corrida para as minas, uma lenta infiltração penetra a intrincada rede hidrográfica do Amazonas. Já no primeiro período da história brasileira
5 vemos a colonização portuguesa ocupar a foz do grande rio, onde a atual cidade de Belém do Pará é fundada em 1616. São antes mo- tivos políticos que determinaram a fundação. Holandeses e ingleses tinham tentado, antes
10 de Portugal, estabelecer-se na região. Naque- la data são todos definitivamente expulsos, e os portugueses se instalam sem concorren- tes. A base econômica da colonização será a princípio, como nos demais núcleos do litoral,
15 a lavoura da cana-de-açúcar. Mas a agricul- tura nunca progredirá aí; as condições natu- rais lhe são desfavoráveis. Na mata espessa e semiaquática que borda o grande rio; em terreno baixo e submetido a um regime fluvial
20 cuja irregularidade, com o volume enorme de águas que arrasta, assume proporções catas- tróficas, alagando nas cheias áreas imensas, deslocando grandes tratos de solo que são arrancados às margens e arrastados pela cor-
25 renteza; nesta remodelação fisiográfica inin- terrupta de um território longe ainda do equilí- brio, o homem se amesquinha, se anula. Além disto, a pujança da vegetação equatorial não lhe dá tréguas. A luta exige esforços quase ili-
30 mitados se quiser ir além da dócil submissão às contingências naturais. E tais esforços, a colonização incipiente não os podia fornecer. A agricultura, que requer um certo domínio sobre a natureza, apenas se ensaiou. A con-
35 quista do vale amazônico tinha de contar com outros fatores.
E foi o que se verificou. Encontraram os colonos na sua floresta um grande número de gêneros naturais aproveitáveis e utilizáveis no
40 comércio: o cravo, a canela, a castanha, a sal- saparrilha e sobretudo o cacau. Sem contar
as madeiras e produtos abundantes do reino animal: peixes, caça, a tartaruga. Na extra- ção destes produtos encontrará a colonização
45 amazônica sua base econômica. A mão-de- -obra também foi relativamente fácil. Os in- dígenas eram numerosos, e embora de nível cultural baixo, facilmente se conformaram com o trabalho que deles se exigia; o que, vimo-lo
50 anteriormente, só foi o caso em forma muito limitada em outros lugares.
Explica-se a diferença. No vale amazôni- co os gêneros de atividade se reduzem prati- camente a dois: penetrar a floresta ou os rios
55 para colher os produtos ou capturar o peixe; e conduzir as embarcações que fazem todo o transporte e constituem o único meio de lo- comoção. Para ambos estava o indígena ad- miravelmente preparado. A colheita, a caça, a
60 pesca já são seus recursos antes da vinda do branco: como pescador, sobretudo, suas qua- lidades são notáveis, e os colonos só tiveram neste terreno que aprender com ele. Rema- dor, também é exímio: ninguém, como o índio,
65 suporta os longos trajetos, do raiar ao pôr do sol, sem uma pausa; ninguém espreita e per- cebe, como ele, os caprichos da correnteza, tirando dela o melhor partido: ninguém com- preende tão bem o emaranhado dos canais
70 que formam esta rede complicada e variável de época para época em que se dividem e subdividem os rios amazônicos. Empregado assim em tarefas que lhe são familiares, ao contrário do que se deu na agricultura e na
75 mineração (nesta última, aliás, nunca foi en- saiado), o índio se amoldou com muito mais facilidade à colonização e domínio do branco. Não se precisou do negro.
A infiltração pelo vale acima do rio Amazo- 80 nas inicia-se francamente na segunda metade do séc. XVII. Sua vanguarda serão as ordens religiosas, em particular jesuítas e carmelitas. Não é aqui o lugar próprio para indagar quais os objetivos que animavam os missionários;
85 se o puro zelo religioso da conversão de almas pagãs, se outros projetos mais amplos e não confessados. Quanto aos jesuítas, parece fora de dúvida que tinham na América um plano de grandes proporções: nada menos que 90 assentar nela um imenso império temporal da Igreja Católica e sob sua direção. Não se explica de outra forma a empresa sistemática, e em parte realizada, de conquistar todo o coração do continente sul-americano; o que se 95 revela nesta linha estratégica de missões que se estendem do Uruguai e Paraguai, pelos Moxos e Chiquitos da Bolívia, até o alto Ama- zonas e Orenoco. Reunidas estas missões, de origem espanhola, às portuguesas que subi- 100 ram pelo Amazonas, o conjunto apresenta-se como um bloco imenso e coeso de territórios plantados em cheio na América. Nem se pode dizer que os jesuítas realizavam o objetivo tra- dicional de todas as missões religiosas, isto 105 é, abrir caminho entre populações indígenas para o avanço dos colonos europeus. Lutaram contra estes com todas as armas, inclusive a força, tentando desesperadamente afastá-los
e manter sua hegemonia própria.
PRADO JR., Caio. A Colonização do Vale Amazônico e a Colheita Flo- restal. In: História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1970. Texto adaptado.
- O vocábulo “Enquanto” (l. 1) denota si- multaneidade de ações.
Certo.
O vocábulo “enquanto” é uma conjunção temporal que, no contexto, indica simultaneidade (concomitância) da corrida para as minas e da penetração lenta da rede hidrográfica do Amazonas.
Texto para os itens de 1 a 21.
1 Enquanto se processava a grande corrida para as minas, uma lenta infiltração penetra a intrincada rede hidrográfica do Amazonas. Já no primeiro período da história brasileira
5 vemos a colonização portuguesa ocupar a foz do grande rio, onde a atual cidade de Belém do Pará é fundada em 1616. São antes mo- tivos políticos que determinaram a fundação. Holandeses e ingleses tinham tentado, antes
10 de Portugal, estabelecer-se na região. Naque- la data são todos definitivamente expulsos, e os portugueses se instalam sem concorren- tes. A base econômica da colonização será a princípio, como nos demais núcleos do litoral,
15 a lavoura da cana-de-açúcar. Mas a agricul- tura nunca progredirá aí; as condições natu- rais lhe são desfavoráveis. Na mata espessa e semiaquática que borda o grande rio; em terreno baixo e submetido a um regime fluvial
20 cuja irregularidade, com o volume enorme de águas que arrasta, assume proporções catas- tróficas, alagando nas cheias áreas imensas, deslocando grandes tratos de solo que são arrancados às margens e arrastados pela cor-
25 renteza; nesta remodelação fisiográfica inin- terrupta de um território longe ainda do equilí- brio, o homem se amesquinha, se anula. Além disto, a pujança da vegetação equatorial não lhe dá tréguas. A luta exige esforços quase ili-
30 mitados se quiser ir além da dócil submissão às contingências naturais. E tais esforços, a colonização incipiente não os podia fornecer. A agricultura, que requer um certo domínio sobre a natureza, apenas se ensaiou. A con-
35 quista do vale amazônico tinha de contar com outros fatores.
E foi o que se verificou. Encontraram os colonos na sua floresta um grande número de gêneros naturais aproveitáveis e utilizáveis no
40 comércio: o cravo, a canela, a castanha, a sal- saparrilha e sobretudo o cacau. Sem contar
as madeiras e produtos abundantes do reino animal: peixes, caça, a tartaruga. Na extra- ção destes produtos encontrará a colonização
45 amazônica sua base econômica. A mão-de- -obra também foi relativamente fácil. Os in- dígenas eram numerosos, e embora de nível cultural baixo, facilmente se conformaram com o trabalho que deles se exigia; o que, vimo-lo
50 anteriormente, só foi o caso em forma muito limitada em outros lugares.
Explica-se a diferença. No vale amazôni- co os gêneros de atividade se reduzem prati- camente a dois: penetrar a floresta ou os rios
55 para colher os produtos ou capturar o peixe; e conduzir as embarcações que fazem todo o transporte e constituem o único meio de lo- comoção. Para ambos estava o indígena ad- miravelmente preparado. A colheita, a caça, a
60 pesca já são seus recursos antes da vinda do branco: como pescador, sobretudo, suas qua- lidades são notáveis, e os colonos só tiveram neste terreno que aprender com ele. Rema- dor, também é exímio: ninguém, como o índio,
65 suporta os longos trajetos, do raiar ao pôr do sol, sem uma pausa; ninguém espreita e per- cebe, como ele, os caprichos da correnteza, tirando dela o melhor partido: ninguém com- preende tão bem o emaranhado dos canais
70 que formam esta rede complicada e variável de época para época em que se dividem e subdividem os rios amazônicos. Empregado assim em tarefas que lhe são familiares, ao contrário do que se deu na agricultura e na
75 mineração (nesta última, aliás, nunca foi en- saiado), o índio se amoldou com muito mais facilidade à colonização e domínio do branco. Não se precisou do negro.
A infiltração pelo vale acima do rio Amazo- 80 nas inicia-se francamente na segunda metade do séc. XVII. Sua vanguarda serão as ordens religiosas, em particular jesuítas e carmelitas. Não é aqui o lugar próprio para indagar quais os objetivos que animavam os missionários;
85 se o puro zelo religioso da conversão de almas pagãs, se outros projetos mais amplos e não confessados. Quanto aos jesuítas, parece fora de dúvida que tinham na América um plano de grandes proporções: nada menos que 90 assentar nela um imenso império temporal da Igreja Católica e sob sua direção. Não se explica de outra forma a empresa sistemática, e em parte realizada, de conquistar todo o coração do continente sul-americano; o que se 95 revela nesta linha estratégica de missões que se estendem do Uruguai e Paraguai, pelos Moxos e Chiquitos da Bolívia, até o alto Ama- zonas e Orenoco. Reunidas estas missões, de origem espanhola, às portuguesas que subi- 100 ram pelo Amazonas, o conjunto apresenta-se como um bloco imenso e coeso de territórios plantados em cheio na América. Nem se pode dizer que os jesuítas realizavam o objetivo tra- dicional de todas as missões religiosas, isto 105 é, abrir caminho entre populações indígenas para o avanço dos colonos europeus. Lutaram contra estes com todas as armas, inclusive a força, tentando desesperadamente afastá-los
e manter sua hegemonia própria.
PRADO JR., Caio. A Colonização do Vale Amazônico e a Colheita Flo- restal. In: História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1970. Texto adaptado.
- Preserva-se o sentido original caso o trecho “…nesta remodelação fisiográfica ininterrupta de um território longe ainda do equilíbrio, o homem se amesquinha, se anula.” (l. 25-27) seja reescrito da seguinte maneira: nesta remo- delação fisiográfica ininterrupta de um território longe ainda do equilíbrio, o homem se torna insignificante.
Certo.
No trecho, o autor indica que, diante de uma região tão hostil, com grande remodelação da natureza, o homem é insignificante, desprezível.
Texto para os itens de 1 a 21.
1 Enquanto se processava a grande corrida para as minas, uma lenta infiltração penetra a intrincada rede hidrográfica do Amazonas. Já no primeiro período da história brasileira
5 vemos a colonização portuguesa ocupar a foz do grande rio, onde a atual cidade de Belém do Pará é fundada em 1616. São antes mo- tivos políticos que determinaram a fundação. Holandeses e ingleses tinham tentado, antes
10 de Portugal, estabelecer-se na região. Naque- la data são todos definitivamente expulsos, e os portugueses se instalam sem concorren- tes. A base econômica da colonização será a princípio, como nos demais núcleos do litoral,
15 a lavoura da cana-de-açúcar. Mas a agricul- tura nunca progredirá aí; as condições natu- rais lhe são desfavoráveis. Na mata espessa e semiaquática que borda o grande rio; em terreno baixo e submetido a um regime fluvial
20 cuja irregularidade, com o volume enorme de águas que arrasta, assume proporções catas- tróficas, alagando nas cheias áreas imensas, deslocando grandes tratos de solo que são arrancados às margens e arrastados pela cor-
25 renteza; nesta remodelação fisiográfica inin- terrupta de um território longe ainda do equilí- brio, o homem se amesquinha, se anula. Além disto, a pujança da vegetação equatorial não lhe dá tréguas. A luta exige esforços quase ili-
30 mitados se quiser ir além da dócil submissão às contingências naturais. E tais esforços, a colonização incipiente não os podia fornecer. A agricultura, que requer um certo domínio sobre a natureza, apenas se ensaiou. A con-
35 quista do vale amazônico tinha de contar com outros fatores.
E foi o que se verificou. Encontraram os colonos na sua floresta um grande número de gêneros naturais aproveitáveis e utilizáveis no
40 comércio: o cravo, a canela, a castanha, a sal- saparrilha e sobretudo o cacau. Sem contar
as madeiras e produtos abundantes do reino animal: peixes, caça, a tartaruga. Na extra- ção destes produtos encontrará a colonização
45 amazônica sua base econômica. A mão-de- -obra também foi relativamente fácil. Os in- dígenas eram numerosos, e embora de nível cultural baixo, facilmente se conformaram com o trabalho que deles se exigia; o que, vimo-lo
50 anteriormente, só foi o caso em forma muito limitada em outros lugares.
Explica-se a diferença. No vale amazôni- co os gêneros de atividade se reduzem prati- camente a dois: penetrar a floresta ou os rios
55 para colher os produtos ou capturar o peixe; e conduzir as embarcações que fazem todo o transporte e constituem o único meio de lo- comoção. Para ambos estava o indígena ad- miravelmente preparado. A colheita, a caça, a
60 pesca já são seus recursos antes da vinda do branco: como pescador, sobretudo, suas qua- lidades são notáveis, e os colonos só tiveram neste terreno que aprender com ele. Rema- dor, também é exímio: ninguém, como o índio,
65 suporta os longos trajetos, do raiar ao pôr do sol, sem uma pausa; ninguém espreita e per- cebe, como ele, os caprichos da correnteza, tirando dela o melhor partido: ninguém com- preende tão bem o emaranhado dos canais
70 que formam esta rede complicada e variável de época para época em que se dividem e subdividem os rios amazônicos. Empregado assim em tarefas que lhe são familiares, ao contrário do que se deu na agricultura e na
75 mineração (nesta última, aliás, nunca foi en- saiado), o índio se amoldou com muito mais facilidade à colonização e domínio do branco. Não se precisou do negro.
A infiltração pelo vale acima do rio Amazo- 80 nas inicia-se francamente na segunda metade do séc. XVII. Sua vanguarda serão as ordens religiosas, em particular jesuítas e carmelitas. Não é aqui o lugar próprio para indagar quais os objetivos que animavam os missionários;
85 se o puro zelo religioso da conversão de almas pagãs, se outros projetos mais amplos e não confessados. Quanto aos jesuítas, parece fora de dúvida que tinham na América um plano de grandes proporções: nada menos que 90 assentar nela um imenso império temporal da Igreja Católica e sob sua direção. Não se explica de outra forma a empresa sistemática, e em parte realizada, de conquistar todo o coração do continente sul-americano; o que se 95 revela nesta linha estratégica de missões que se estendem do Uruguai e Paraguai, pelos Moxos e Chiquitos da Bolívia, até o alto Ama- zonas e Orenoco. Reunidas estas missões, de origem espanhola, às portuguesas que subi- 100 ram pelo Amazonas, o conjunto apresenta-se como um bloco imenso e coeso de territórios plantados em cheio na América. Nem se pode dizer que os jesuítas realizavam o objetivo tra- dicional de todas as missões religiosas, isto 105 é, abrir caminho entre populações indígenas para o avanço dos colonos europeus. Lutaram contra estes com todas as armas, inclusive a força, tentando desesperadamente afastá-los
e manter sua hegemonia própria.
PRADO JR., Caio. A Colonização do Vale Amazônico e a Colheita Flo- restal. In: História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1970. Texto adaptado.
- Em “…o que se verificou.” (l. 37), a flexão verbal de “verificou” no singular indica que o sujeito dessa forma verbal é indeterminado.
Errado.
Na frase, ocorre voz passiva sintética. Veja-se a forma passiva analítica:
o que foi verificado
Assim, sintaticamente o sujeito de “verificou” é o pronome relativo “que”, o qual retoma o pronome demonstrativo “o”.
Texto para os itens de 1 a 21.
1 Enquanto se processava a grande corrida para as minas, uma lenta infiltração penetra a intrincada rede hidrográfica do Amazonas. Já no primeiro período da história brasileira
5 vemos a colonização portuguesa ocupar a foz do grande rio, onde a atual cidade de Belém do Pará é fundada em 1616. São antes mo- tivos políticos que determinaram a fundação. Holandeses e ingleses tinham tentado, antes
10 de Portugal, estabelecer-se na região. Naque- la data são todos definitivamente expulsos, e os portugueses se instalam sem concorren- tes. A base econômica da colonização será a princípio, como nos demais núcleos do litoral,
15 a lavoura da cana-de-açúcar. Mas a agricul- tura nunca progredirá aí; as condições natu- rais lhe são desfavoráveis. Na mata espessa e semiaquática que borda o grande rio; em terreno baixo e submetido a um regime fluvial
20 cuja irregularidade, com o volume enorme de águas que arrasta, assume proporções catas- tróficas, alagando nas cheias áreas imensas, deslocando grandes tratos de solo que são arrancados às margens e arrastados pela cor-
25 renteza; nesta remodelação fisiográfica inin- terrupta de um território longe ainda do equilí- brio, o homem se amesquinha, se anula. Além disto, a pujança da vegetação equatorial não lhe dá tréguas. A luta exige esforços quase ili-
30 mitados se quiser ir além da dócil submissão às contingências naturais. E tais esforços, a colonização incipiente não os podia fornecer. A agricultura, que requer um certo domínio sobre a natureza, apenas se ensaiou. A con-
35 quista do vale amazônico tinha de contar com outros fatores.
E foi o que se verificou. Encontraram os colonos na sua floresta um grande número de gêneros naturais aproveitáveis e utilizáveis no
40 comércio: o cravo, a canela, a castanha, a sal- saparrilha e sobretudo o cacau. Sem contar
as madeiras e produtos abundantes do reino animal: peixes, caça, a tartaruga. Na extra- ção destes produtos encontrará a colonização
45 amazônica sua base econômica. A mão-de- -obra também foi relativamente fácil. Os in- dígenas eram numerosos, e embora de nível cultural baixo, facilmente se conformaram com o trabalho que deles se exigia; o que, vimo-lo
50 anteriormente, só foi o caso em forma muito limitada em outros lugares.
Explica-se a diferença. No vale amazôni- co os gêneros de atividade se reduzem prati- camente a dois: penetrar a floresta ou os rios
55 para colher os produtos ou capturar o peixe; e conduzir as embarcações que fazem todo o transporte e constituem o único meio de lo- comoção. Para ambos estava o indígena ad- miravelmente preparado. A colheita, a caça, a
60 pesca já são seus recursos antes da vinda do branco: como pescador, sobretudo, suas qua- lidades são notáveis, e os colonos só tiveram neste terreno que aprender com ele. Rema- dor, também é exímio: ninguém, como o índio,
65 suporta os longos trajetos, do raiar ao pôr do sol, sem uma pausa; ninguém espreita e per- cebe, como ele, os caprichos da correnteza, tirando dela o melhor partido: ninguém com- preende tão bem o emaranhado dos canais
70 que formam esta rede complicada e variável de época para época em que se dividem e subdividem os rios amazônicos. Empregado assim em tarefas que lhe são familiares, ao contrário do que se deu na agricultura e na
75 mineração (nesta última, aliás, nunca foi en- saiado), o índio se amoldou com muito mais facilidade à colonização e domínio do branco. Não se precisou do negro.
A infiltração pelo vale acima do rio Amazo- 80 nas inicia-se francamente na segunda metade do séc. XVII. Sua vanguarda serão as ordens religiosas, em particular jesuítas e carmelitas. Não é aqui o lugar próprio para indagar quais os objetivos que animavam os missionários;
85 se o puro zelo religioso da conversão de almas pagãs, se outros projetos mais amplos e não confessados. Quanto aos jesuítas, parece fora de dúvida que tinham na América um plano de grandes proporções: nada menos que 90 assentar nela um imenso império temporal da Igreja Católica e sob sua direção. Não se explica de outra forma a empresa sistemática, e em parte realizada, de conquistar todo o coração do continente sul-americano; o que se 95 revela nesta linha estratégica de missões que se estendem do Uruguai e Paraguai, pelos Moxos e Chiquitos da Bolívia, até o alto Ama- zonas e Orenoco. Reunidas estas missões, de origem espanhola, às portuguesas que subi- 100 ram pelo Amazonas, o conjunto apresenta-se como um bloco imenso e coeso de territórios plantados em cheio na América. Nem se pode dizer que os jesuítas realizavam o objetivo tra- dicional de todas as missões religiosas, isto 105 é, abrir caminho entre populações indígenas para o avanço dos colonos europeus. Lutaram contra estes com todas as armas, inclusive a força, tentando desesperadamente afastá-los
e manter sua hegemonia própria.
PRADO JR., Caio. A Colonização do Vale Amazônico e a Colheita Flo- restal. In: História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1970. Texto adaptado.
- Com o Novo Acordo Ortográfico da Lín- gua Portuguesa, o vocábulo “cana-de- -açúcar” (l. 15) perdeu os hifens, sendo atualmente grafado cana de açúcar.
Errado.
O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portu- guesa não afetou a grafia de “cana-de-açúcar”, porque é nome de espécie vegetal. Assim, os vocábulos compostos por justaposição, indican- do nomes de espécies vegetais ou animais, são grafados com hífen. Exemplos: pimenta-do-rei- no, joão-de-barro, castanha-do-pará, bem-te-vi.
Texto para os itens de 1 a 21.
1 Enquanto se processava a grande corrida para as minas, uma lenta infiltração penetra a intrincada rede hidrográfica do Amazonas. Já no primeiro período da história brasileira
5 vemos a colonização portuguesa ocupar a foz do grande rio, onde a atual cidade de Belém do Pará é fundada em 1616. São antes mo- tivos políticos que determinaram a fundação. Holandeses e ingleses tinham tentado, antes
10 de Portugal, estabelecer-se na região. Naque- la data são todos definitivamente expulsos, e os portugueses se instalam sem concorren- tes. A base econômica da colonização será a princípio, como nos demais núcleos do litoral,
15 a lavoura da cana-de-açúcar. Mas a agricul- tura nunca progredirá aí; as condições natu- rais lhe são desfavoráveis. Na mata espessa e semiaquática que borda o grande rio; em terreno baixo e submetido a um regime fluvial
20 cuja irregularidade, com o volume enorme de águas que arrasta, assume proporções catas- tróficas, alagando nas cheias áreas imensas, deslocando grandes tratos de solo que são arrancados às margens e arrastados pela cor-
25 renteza; nesta remodelação fisiográfica inin- terrupta de um território longe ainda do equilí- brio, o homem se amesquinha, se anula. Além disto, a pujança da vegetação equatorial não lhe dá tréguas. A luta exige esforços quase ili-
30 mitados se quiser ir além da dócil submissão às contingências naturais. E tais esforços, a colonização incipiente não os podia fornecer. A agricultura, que requer um certo domínio sobre a natureza, apenas se ensaiou. A con-
35 quista do vale amazônico tinha de contar com outros fatores.
E foi o que se verificou. Encontraram os colonos na sua floresta um grande número de gêneros naturais aproveitáveis e utilizáveis no
40 comércio: o cravo, a canela, a castanha, a sal- saparrilha e sobretudo o cacau. Sem contar
as madeiras e produtos abundantes do reino animal: peixes, caça, a tartaruga. Na extra- ção destes produtos encontrará a colonização
45 amazônica sua base econômica. A mão-de- -obra também foi relativamente fácil. Os in- dígenas eram numerosos, e embora de nível cultural baixo, facilmente se conformaram com o trabalho que deles se exigia; o que, vimo-lo
50 anteriormente, só foi o caso em forma muito limitada em outros lugares.
Explica-se a diferença. No vale amazôni- co os gêneros de atividade se reduzem prati- camente a dois: penetrar a floresta ou os rios
55 para colher os produtos ou capturar o peixe; e conduzir as embarcações que fazem todo o transporte e constituem o único meio de lo- comoção. Para ambos estava o indígena ad- miravelmente preparado. A colheita, a caça, a
60 pesca já são seus recursos antes da vinda do branco: como pescador, sobretudo, suas qua- lidades são notáveis, e os colonos só tiveram neste terreno que aprender com ele. Rema- dor, também é exímio: ninguém, como o índio,
65 suporta os longos trajetos, do raiar ao pôr do sol, sem uma pausa; ninguém espreita e per- cebe, como ele, os caprichos da correnteza, tirando dela o melhor partido: ninguém com- preende tão bem o emaranhado dos canais
70 que formam esta rede complicada e variável de época para época em que se dividem e subdividem os rios amazônicos. Empregado assim em tarefas que lhe são familiares, ao contrário do que se deu na agricultura e na
75 mineração (nesta última, aliás, nunca foi en- saiado), o índio se amoldou com muito mais facilidade à colonização e domínio do branco. Não se precisou do negro.
A infiltração pelo vale acima do rio Amazo- 80 nas inicia-se francamente na segunda metade do séc. XVII. Sua vanguarda serão as ordens religiosas, em particular jesuítas e carmelitas. Não é aqui o lugar próprio para indagar quais os objetivos que animavam os missionários;
85 se o puro zelo religioso da conversão de almas pagãs, se outros projetos mais amplos e não confessados. Quanto aos jesuítas, parece fora de dúvida que tinham na América um plano de grandes proporções: nada menos que 90 assentar nela um imenso império temporal da Igreja Católica e sob sua direção. Não se explica de outra forma a empresa sistemática, e em parte realizada, de conquistar todo o coração do continente sul-americano; o que se 95 revela nesta linha estratégica de missões que se estendem do Uruguai e Paraguai, pelos Moxos e Chiquitos da Bolívia, até o alto Ama- zonas e Orenoco. Reunidas estas missões, de origem espanhola, às portuguesas que subi- 100 ram pelo Amazonas, o conjunto apresenta-se como um bloco imenso e coeso de territórios plantados em cheio na América. Nem se pode dizer que os jesuítas realizavam o objetivo tra- dicional de todas as missões religiosas, isto 105 é, abrir caminho entre populações indígenas para o avanço dos colonos europeus. Lutaram contra estes com todas as armas, inclusive a força, tentando desesperadamente afastá-los
e manter sua hegemonia própria.
PRADO JR., Caio. A Colonização do Vale Amazônico e a Colheita Flo- restal. In: História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1970. Texto adaptado.
- O fato de o texto narrar brevemente parte da colonização do Brasil implica que a função da linguagem predominante é a referencial.
Errado.
De fato, a função que predomina no texto é a re- ferencial. Porém, o fato de um texto narrar uma história não implica que a função da linguagem predominante seja a referencial. Um texto poderia, por exemplo, narrar a história da transformação de uma língua em outra, o que faria dele um texto cuja função predominante da linguagem é a metalinguística. O que faz predominar no tex- to a função referencial da linguagem é a sua indicação de fatos, de eventos da realidade, empregando a linguagem objetivamente, trazendo informações objetivas ao leitor.
Texto para os itens de 1 a 21.
1 Enquanto se processava a grande corrida para as minas, uma lenta infiltração penetra a intrincada rede hidrográfica do Amazonas. Já no primeiro período da história brasileira
5 vemos a colonização portuguesa ocupar a foz do grande rio, onde a atual cidade de Belém do Pará é fundada em 1616. São antes mo- tivos políticos que determinaram a fundação. Holandeses e ingleses tinham tentado, antes
10 de Portugal, estabelecer-se na região. Naque- la data são todos definitivamente expulsos, e os portugueses se instalam sem concorren- tes. A base econômica da colonização será a princípio, como nos demais núcleos do litoral,
15 a lavoura da cana-de-açúcar. Mas a agricul- tura nunca progredirá aí; as condições natu- rais lhe são desfavoráveis. Na mata espessa e semiaquática que borda o grande rio; em terreno baixo e submetido a um regime fluvial
20 cuja irregularidade, com o volume enorme de águas que arrasta, assume proporções catas- tróficas, alagando nas cheias áreas imensas, deslocando grandes tratos de solo que são arrancados às margens e arrastados pela cor-
25 renteza; nesta remodelação fisiográfica inin- terrupta de um território longe ainda do equilí- brio, o homem se amesquinha, se anula. Além disto, a pujança da vegetação equatorial não lhe dá tréguas. A luta exige esforços quase ili-
30 mitados se quiser ir além da dócil submissão às contingências naturais. E tais esforços, a colonização incipiente não os podia fornecer. A agricultura, que requer um certo domínio sobre a natureza, apenas se ensaiou. A con-
35 quista do vale amazônico tinha de contar com outros fatores.
E foi o que se verificou. Encontraram os colonos na sua floresta um grande número de gêneros naturais aproveitáveis e utilizáveis no
40 comércio: o cravo, a canela, a castanha, a sal- saparrilha e sobretudo o cacau. Sem contar
as madeiras e produtos abundantes do reino animal: peixes, caça, a tartaruga. Na extra- ção destes produtos encontrará a colonização
45 amazônica sua base econômica. A mão-de- -obra também foi relativamente fácil. Os in- dígenas eram numerosos, e embora de nível cultural baixo, facilmente se conformaram com o trabalho que deles se exigia; o que, vimo-lo
50 anteriormente, só foi o caso em forma muito limitada em outros lugares.
Explica-se a diferença. No vale amazôni- co os gêneros de atividade se reduzem prati- camente a dois: penetrar a floresta ou os rios
55 para colher os produtos ou capturar o peixe; e conduzir as embarcações que fazem todo o transporte e constituem o único meio de lo- comoção. Para ambos estava o indígena ad- miravelmente preparado. A colheita, a caça, a
60 pesca já são seus recursos antes da vinda do branco: como pescador, sobretudo, suas qua- lidades são notáveis, e os colonos só tiveram neste terreno que aprender com ele. Rema- dor, também é exímio: ninguém, como o índio,
65 suporta os longos trajetos, do raiar ao pôr do sol, sem uma pausa; ninguém espreita e per- cebe, como ele, os caprichos da correnteza, tirando dela o melhor partido: ninguém com- preende tão bem o emaranhado dos canais
70 que formam esta rede complicada e variável de época para época em que se dividem e subdividem os rios amazônicos. Empregado assim em tarefas que lhe são familiares, ao contrário do que se deu na agricultura e na
75 mineração (nesta última, aliás, nunca foi en- saiado), o índio se amoldou com muito mais facilidade à colonização e domínio do branco. Não se precisou do negro.
A infiltração pelo vale acima do rio Amazo- 80 nas inicia-se francamente na segunda metade do séc. XVII. Sua vanguarda serão as ordens religiosas, em particular jesuítas e carmelitas. Não é aqui o lugar próprio para indagar quais os objetivos que animavam os missionários;
85 se o puro zelo religioso da conversão de almas pagãs, se outros projetos mais amplos e não confessados. Quanto aos jesuítas, parece fora de dúvida que tinham na América um plano de grandes proporções: nada menos que 90 assentar nela um imenso império temporal da Igreja Católica e sob sua direção. Não se explica de outra forma a empresa sistemática, e em parte realizada, de conquistar todo o coração do continente sul-americano; o que se 95 revela nesta linha estratégica de missões que se estendem do Uruguai e Paraguai, pelos Moxos e Chiquitos da Bolívia, até o alto Ama- zonas e Orenoco. Reunidas estas missões, de origem espanhola, às portuguesas que subi- 100 ram pelo Amazonas, o conjunto apresenta-se como um bloco imenso e coeso de territórios plantados em cheio na América. Nem se pode dizer que os jesuítas realizavam o objetivo tra- dicional de todas as missões religiosas, isto 105 é, abrir caminho entre populações indígenas para o avanço dos colonos europeus. Lutaram contra estes com todas as armas, inclusive a força, tentando desesperadamente afastá-los
e manter sua hegemonia própria.
PRADO JR., Caio. A Colonização do Vale Amazônico e a Colheita Flo- restal. In: História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1970. Texto adaptado.
- Em “A luta exige esforços quase ilimitados…” (l. 29-30), o autor emprega linguagem figurada.
Certo.
O vocábulo “luta” não denota, nesse exemplo, disputa entre pessoas ou grupos, mas sim um esforço para conseguir ocupar a região do Amazonas, diante das dificuldades oferecidas pela natureza da região.
Texto para os itens de 1 a 21.
1 Enquanto se processava a grande corrida para as minas, uma lenta infiltração penetra a intrincada rede hidrográfica do Amazonas. Já no primeiro período da história brasileira
5 vemos a colonização portuguesa ocupar a foz do grande rio, onde a atual cidade de Belém do Pará é fundada em 1616. São antes mo- tivos políticos que determinaram a fundação. Holandeses e ingleses tinham tentado, antes
10 de Portugal, estabelecer-se na região. Naque- la data são todos definitivamente expulsos, e os portugueses se instalam sem concorren- tes. A base econômica da colonização será a princípio, como nos demais núcleos do litoral,
15 a lavoura da cana-de-açúcar. Mas a agricul- tura nunca progredirá aí; as condições natu- rais lhe são desfavoráveis. Na mata espessa e semiaquática que borda o grande rio; em terreno baixo e submetido a um regime fluvial
20 cuja irregularidade, com o volume enorme de águas que arrasta, assume proporções catas- tróficas, alagando nas cheias áreas imensas, deslocando grandes tratos de solo que são arrancados às margens e arrastados pela cor-
25 renteza; nesta remodelação fisiográfica inin- terrupta de um território longe ainda do equilí- brio, o homem se amesquinha, se anula. Além disto, a pujança da vegetação equatorial não lhe dá tréguas. A luta exige esforços quase ili-
30 mitados se quiser ir além da dócil submissão às contingências naturais. E tais esforços, a colonização incipiente não os podia fornecer. A agricultura, que requer um certo domínio sobre a natureza, apenas se ensaiou. A con-
35 quista do vale amazônico tinha de contar com outros fatores.
E foi o que se verificou. Encontraram os colonos na sua floresta um grande número de gêneros naturais aproveitáveis e utilizáveis no
40 comércio: o cravo, a canela, a castanha, a sal- saparrilha e sobretudo o cacau. Sem contar
as madeiras e produtos abundantes do reino animal: peixes, caça, a tartaruga. Na extra- ção destes produtos encontrará a colonização
45 amazônica sua base econômica. A mão-de- -obra também foi relativamente fácil. Os in- dígenas eram numerosos, e embora de nível cultural baixo, facilmente se conformaram com o trabalho que deles se exigia; o que, vimo-lo
50 anteriormente, só foi o caso em forma muito limitada em outros lugares.
Explica-se a diferença. No vale amazôni- co os gêneros de atividade se reduzem prati- camente a dois: penetrar a floresta ou os rios
55 para colher os produtos ou capturar o peixe; e conduzir as embarcações que fazem todo o transporte e constituem o único meio de lo- comoção. Para ambos estava o indígena ad- miravelmente preparado. A colheita, a caça, a
60 pesca já são seus recursos antes da vinda do branco: como pescador, sobretudo, suas qua- lidades são notáveis, e os colonos só tiveram neste terreno que aprender com ele. Rema- dor, também é exímio: ninguém, como o índio,
65 suporta os longos trajetos, do raiar ao pôr do sol, sem uma pausa; ninguém espreita e per- cebe, como ele, os caprichos da correnteza, tirando dela o melhor partido: ninguém com- preende tão bem o emaranhado dos canais
70 que formam esta rede complicada e variável de época para época em que se dividem e subdividem os rios amazônicos. Empregado assim em tarefas que lhe são familiares, ao contrário do que se deu na agricultura e na
75 mineração (nesta última, aliás, nunca foi en- saiado), o índio se amoldou com muito mais facilidade à colonização e domínio do branco. Não se precisou do negro.
A infiltração pelo vale acima do rio Amazo- 80 nas inicia-se francamente na segunda metade do séc. XVII. Sua vanguarda serão as ordens religiosas, em particular jesuítas e carmelitas. Não é aqui o lugar próprio para indagar quais os objetivos que animavam os missionários;
85 se o puro zelo religioso da conversão de almas pagãs, se outros projetos mais amplos e não confessados. Quanto aos jesuítas, parece fora de dúvida que tinham na América um plano de grandes proporções: nada menos que 90 assentar nela um imenso império temporal da Igreja Católica e sob sua direção. Não se explica de outra forma a empresa sistemática, e em parte realizada, de conquistar todo o coração do continente sul-americano; o que se 95 revela nesta linha estratégica de missões que se estendem do Uruguai e Paraguai, pelos Moxos e Chiquitos da Bolívia, até o alto Ama- zonas e Orenoco. Reunidas estas missões, de origem espanhola, às portuguesas que subi- 100 ram pelo Amazonas, o conjunto apresenta-se como um bloco imenso e coeso de territórios plantados em cheio na América. Nem se pode dizer que os jesuítas realizavam o objetivo tra- dicional de todas as missões religiosas, isto 105 é, abrir caminho entre populações indígenas para o avanço dos colonos europeus. Lutaram contra estes com todas as armas, inclusive a força, tentando desesperadamente afastá-los
e manter sua hegemonia própria.
PRADO JR., Caio. A Colonização do Vale Amazônico e a Colheita Flo- restal. In: História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1970. Texto adaptado.
- Em “podia fornecer” (l. 32), o segundo verbo integra o sentido do primeiro.
Errado.
Em virtude de a expressão “podia fornecer” ser uma locução verbal, sabe-se que os dois verbos formam uma unidade semântica, ou seja, possuem valor de um único verbo. Assim, o segundo verbo não integra (completa) o sentido do primeiro.
Considerando-se os preceitos do Manual de Redação da Presidência da República, julgue os itens subsequentes.
- Em geral, a exposição de motivo (EM) é destinada a deputados e senadores e pode propor que verbas sejam destinadas a obras de interesse público.
Errado.
Normalmente, a exposição de motivos (EM) é destinada ao Presidente da República ou ao Vice-Presidente, com o propósito de propor me- dida, submeter projeto de ato normativo à con- sideração do destinatário ou informá-lo sobre determinado assunto.
Considerando-se os preceitos do Manual de Redação da Presidência da República, julgue os itens subsequentes.
- É necessário indicar, no documento oficial, o seu tipo sem emprego de abreviatura, usando-se letras maiúsculas.
Certo.
Seguindo-se os preceitos do Manual de Redação da Presidência da República, deve-se indicar o tipo do documento oficial por extenso, sem abreviaturas, com letras maiúsculas.
Considerando-se os preceitos do Manual de Redação da Presidência da República, julgue os itens subsequentes.
- Na indicação da data de emissão de um documento oficial, deve-se informar o local, seguido da data, consoante o exemplo a seguir:
Brasília; 2 de outubro de 2020.
Errado.
Segundo o Manual de Redação da Presidência da República, após a indicação do local, emprega-se vírgula, jamais ponto e vírgula.
Considerando-se os preceitos do Manual de Redação da Presidência da República, julgue os itens subsequentes.
- O princípio da impessoalidade na redação de textos oficiais justifica-se pelo interesse público que esses documentos devem privilegiar, jamais sendo dirigidos a interesses particulares
Certo.
De fato, um dos princípios norteadores dos textos oficiais é a impessoalidade, que indica a preponderância do interesse público em detrimento de possíveis interesses particulares.
No Distrito Federal, predominam os latossolos, seguidos dos cambissolos. Conforme dados da Embrapa, os primeiros são solos porosos, perme- áveis e bem drenados, associados à vegetação de cerrado e cerradão.
A respeito do solo do DF, julgue o item.
- Os cambissolos são pouco desenvolvidos, associados à vegetação de campo limpo, e ocorrem em vertentes das bacias dos rios Maranhão, Descoberto e São Bartolomeu, e em encostas com declividade mais acentuada, como na depressão do Paranoá e na bacia do Rio Preto.
Certo. O cambissolo (CX) ocupa 31% do território no DF. Esses solos são resultantes da contínua erosão e diminuição dos processos químicos. Aparecem principalmente nas escarpas das áreas das Bacias do Descoberto, São Bartolomeu e Maranhão.
A respeito de Brasília, julgue o item.
- Para garantir a preservação, muitas espécies são tombadas pelo Patrimônio Ecológico do Distrito Federal, entre elas: pindaíba, paineira, ipê-roxo, ipê-amarelo, pau-brasil e buriti.
Certo.
Correto, muitas espécies são tombadas pelo Patrimônio Ecológico do Distrito Federal, entre elas: pindaíba, paineira, ipê-roxo, ipê-amarelo, pau-brasil e buriti.
Os ipês se espalham com facilidade em solo brasiliense e se tornaram marca registrada da capital. No período do inverno, quando a árvore floresce nas cores branca, roxa, rosa ou amarela, é comum ver turistas e moradores fotografando-a como se fosse um monumento e espalhando belas imagens nas redes sociais.
A respeito do clima do DF, julgue o item abaixo.
- O clima do DF, segundo a classificação de Koppen, é equatorial, em que são ní- tidas duas estações, a primavera-verão – período chuvoso, e o outono-inverno – período seco.
Errado.
O período com mais chuvas, geralmente fortes e de curta duração, é entre o fim da primavera e o fim do verão, de outubro ao início de maio, quando a umidade relativa do ar é mais alta (com mais de 70%) e deixa a cidade mais ver- de. O clima do DF, segundo a classificação de Koppen, é tropical, em que são nítidas duas es- tações, a primavera-verão – período chuvoso, e o outono-inverno – período seco.
A respeito da segurança pública do Distrito Federal, julgue o item.
- Pela sua condição de sede do governo federal, o governo do DF, por meio de sua Secretaria de Segurança Pública, é responsável pela administração dos presídios existentes na região do entorno.
Errado.
COPEN é o órgão consultivo e fiscalizador da execução penal vinculado à Secretaria de Segurança Pública. É responsável por inspecionar as unidades prisionais e os serviços nelas prestados e emitir parecer sobre indulto e comutação de pena. Também cabe ao COPEN realizar a cerimônia de livramento condicional (apenas no DF).
Acompanhando o ritmo do entorno, o DF registrou crescimento demográfico de 24,9% em 15 anos — duas vezes mais que a média nacional, de 12,3%.
Julgue o item a seguir.
- A Ride foi criada com o objetivo de articular ações administrativas do governo federal, dos estados de Minas Gerais e Goiás e do Distrito Federal, além dos municípios que a compõem.
Certo.
A Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE/DF) foi criada pela Lei Complementar n. 94, de 19 de fevereiro de 1998, e regulamentada pelo Decreto n. 2.710, de 4 de agosto de 1998, alterado pelo Decreto n. 3.445, de 4 de maio de 2000.
A RIDE tem como objetivo articular e harmonizar as ações administrativas da União, dos estados e dos municípios para a promoção de projetos que visem à dinamização econômica e à provisão de infraestruturas necessárias ao desenvolvimento em escala regional.
Considere a seguinte afirmação:
“Nenhum policial gosta de correr.”
- A negação lógica dessa sentença é “Todo policial gosta de correr”.
Errado.
“Nenhum” é um quantificador universal negativo, logo devo utilizar um particular (PEA) para negar. Assim, o correto seria: Pelo menos um / Existe / Algum policial gosta de correr.
DICA:
Negação de NENHUM → Algum, pelo menos um, existe um…
Negação de TODOS → Pelo menos um…não / algum… não / existe um…não.
Negação de Algum, pelo menos um, existe um → Nenhum
Negação de Pelo menos um…não / algum… não / existe um…não… → Todos.
- Considerando-se verdadeira a proposi- ção: “Se Ana não estuda RLM e Maria es- tuda Informática, então Pedro será apro- vado”, pode-se concluir que “Se Pedro é reprovado, então Ana estuda RLM ou Ma- ria não estuda informática”.
Certo.
Como a questão deu uma proposição verdadei- ra, qualquer equivalência será uma conclusão. P: Ana estuda RLM.
Q: Maria estuda Informática.
R: Pedro será aprovado.
“Se Ana não estuda RLM e Maria estuda Infor- mática, então Pedro será aprovado” =
(~p ^ q)→ r
Equivalência da condicional.
Contrapositiva: (~p ^ q) → r = ~r → ~(~p ^ q) = ~r → p v ~q
~r = não aprovado = reprovado
~r → p v ~q = Se Pedro é reprovado, então Ana estuda RLM ou Maria não estuda informática.
- A sentença “eu estou mentindo” é uma proposição simples.
Errado.
“Eu estou mentindo” é um paradoxo. Portanto não pode ser proposição
Em uma equipe de 300 policiais, 50 são administradores, 80 têm pós-graduação e 15 são administradores e têm pós-graduação.
- A quantidade de policiais dessa equipe que não têm pós-graduação e que não são administradores corresponde a 175.
Errado.
são 4 conjuntos: o 1º pós com “0” só ele / “15”com Adm./80-15=65 com não Adm.
2º Adm com “0” só ele/”15”com pós/50-15=35 sem pós
3º sem pós com “0”só ele/50-15=35 com Adm/300-15-35-65=185 com não Adm
4º não Adm com “0”só ele/300-15-35-65=185 com sem pós/80-15=65 com pós
•Utilizando os diagramas lógicos, verificamos que: – 65 •policiais têm pós e não são administradores; – 35 são •administradores e não têm pós;– 185 não são administradores e não têm pós.
Em uma equipe de 300 policiais, 50 são administradores, 80 têm pós-graduação e 15 são administradores e têm pós-graduação.
- O percentual de policiais que não tem pós-graduação e que são administrado- res é de 5%.
Errado.
300 = 100%
35 = x%
300x = 3.500
x = 11,66%
Em uma equipe de 300 policiais, 50 são administradores, 80 têm pós-graduação e 15 são administradores e têm pós-graduação.
- Neste grupo, os policiais estão na razão de 1 administrador para 5 não administradores.
Certo.
Administradores = 50
Não administradores = 250
50/250 = 1/5
- Diego escreveu sucessivamente GRAN- CURSOSONLINE, obtendo a seguinte sequência de letras: GRANCURSOSONLINEGRANCURSO- SONLINEGRANCURSOSONLINE….
E parou na nongentésima octogésima terceira letra. Seguindo esse padrão, a próxima letra que Diego deverá escrever é a letra A.
Errado.
Perceba que na sequência GRANCURSOSONLINE há 16 letras. Logo, esse é o padrão que se repete.
Nongentésima octogésima terceira = 983.
Logo, a próxima letra será a de número 984.
Para encontrar a letra de número 984, basta dividi-lo por 16.
Assim, 984/16 é 61 e o resto é 8.
Isto significa que em 984 letras eu terei 61 padrões (GRANCURSOSONLINE) + 4 letras de uma nova sequência:
G-R-A-N-C-U-R-S
Então, a próxima letra será “S”.
- “Acordei cedo para ver o sol nascer atrás da colina antes de tomar café” é uma pro- posição composta.
Errado.
A proposição dada é uma proposição simples. Não há qualquer conectivo lógico.
- Sabendo ser falsa a sentença “Se corro e não estudo, então serei aprovado”, pode-se concluir que corro e não estudo e sou reprovado.
Certo.
p: Corro.
~q: Não estudo.
r: Serei aprovado.
Se corro e não estudo, então serei aprovado = (p^~q)→r=FALSO
Preciso negar para encontrar uma verdade. Assim:
~[(p ^ ~q) → r] = p ^ ~q ^ ~r = Corro e não estudo e sou reprovado.
- O sexto termo dessa sequência somado com o sétimo termo é igual a 95.
Certo. 5 5+2(2)=9 5+3(2) = 14 5+4(2) = 21 5+5(2) = 30 5+6(2) = 41 5+7(2) = 54 41+54= 95
- São exemplos de memórias voláteis: RAM, CACHE e BIOS.
Errado.
A BIOS é um sistema de entrada e saída responsável em enviar as instruções básicas solicitadas pela CPU para operar os dispositivos básicos quando ligamos o nosso computador.
- Os antivírus, como Avast, Kaspersky e Winrar têm a característica de serem oferecidos como free, dispondo de menos recursos e como premium, com uma gama maior de ferramentas.
Errado.
Winrar é um programa compactador de arqui- vos, e não antivírus.
- Em um procedimento de backup, torna-se imprescindível o teste dos backups realizados para que não haja imprevistos na recuperação de dados, caso necessário.
Certo.
É imprescindível que os backups realizados sejam testados de modo a não correrem riscos de estarem corrompidos durante uma recuperação.
- No Windows 10, através da ferramenta Executar, é possível o acesso ao editor de textos Word através do comando WINWORD.
Certo.
Através da ferramenta EXECUTAR temos acesso, através de comandos, aos executáveis do Windows.
- No Linux, através do comando “cd” (sem as aspas) é possível o acesso a uma pasta no ambiente BASH.
Certo.
cd -> change Directory = Acessar um diretório.
- No Microsoft Word 2016, a execução da combinação de teclas de atalhos CTRL+= irá aplicar o subscrito em uma palavra selecionada.
Obs.: O caractere “+” foi utilizado apenas para interpretação da questão.
Certo.
As principais teclas de atalhos do Word 2016:
CTRL+A: ABRIR CTRL+ N: NEGRITO CTRL+I: ITÁLICO CTRL+S: SUBLINHADO CTRL+J: JUSTIFICAR CTRL+T: SELECIONAR TUDO CTRL+L: LOCALIZAR CTRL+R: REFAZER CTRL+U: SUBSTITUIR CTRL+E: CENTRALIZAR CTRL+Q: ALINHAR A ESQUERDA WORD CTRL+G: ALINHAR A DIREITA CTRL+Z: DESFAZER CTRL+K: INSERIR HIPERLINK CTRL+W: FECHAR CTRL+P: IMPRIMIR CTRL+B: SALVAR CTRL+ SHIFT + “+”: SOBRESCRITO CTRL+ =: SUBSCRITO CTRL+END: FINAL DO DOCUMENTO CTRL+ ENTER: QUEBRA DE PÁGINA CTRL+D: FORMA- TAR FONTE ALT: DICAS DE ATALHOS ALT+Q: DIGA-ME O QUE VOCÊ DESEJA FAZER F1: AJUDA F4: REPETIR A ÚLTIMA AÇÃO F5: IR PARA F7: ORTOGRÁFIA E GRA- MÁTICA F12: SALVAR COMO SHIFT+ ENTER: QUEBRA DE LINHA CTRL+SHIFT+D: SUBLI- NHADO DUPLO CTRL+SHIFT+C: COPIAR FORMATAÇÃO CTRL+SHIFT+V: COLAR FORMATAÇÃO
CTRL+O: NOVO
CTRL+HOME: INÍCIO DO DOCUMENTO
SHIFT+F3: ALTERNAR ENTRE MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS
- No Microsoft Excel 2016, a função ARRUMAR é utilizada para agrupar várias cadeias de texto em uma única sequência de texto.
Errado.
A função CONCATENAR é uma função de texto que permite unir duas ou mais variáveis em uma única célula. O Excel apresenta uma configuração chamada ‘“concatenar” (ou “concat”, nas versões mais recentes do programa), capaz de unir informações de diversas células em apenas uma.
A função ARRUMAR irá remover todos os espaços do texto, exceto os espaços únicos entre palavras. Use ARRUMAR no texto que recebeu de outro aplicativo e que tenha espaçamento irregular.
No Google Chrome, versão atual, através do botão(retângulo com três pontinhos na vertical) é possível a transmissão da guia atual para um dispositivo conectado na mesma conta do usuário utilizada para o login no navegador.
Certo.
- Um usuário, ao acessar uma página e perceber que o seu navegador foi direcionado de maneira transparente para uma página falsa com as mesmas características da página oficial, pode ter acessado um DNS que foi vítima de um pharming.
Certo.
Pharming é um tipo específico de phishing que envolve a redireção da navegação do usuário para sites falsos, por meio de alterações no serviço de DNS (Domain Name System). Neste caso, quando você tenta acessar um site legítimo, o seu navegador Web é redirecionado, de forma transparente, para uma página falsa.
- No Microsoft Power Point 2016, existe um recurso que concentra todas as características da apresentação em um slide, tais como fontes, estilos, animações, possibilitando que o usuário herde essas características de aparência para todos os slides da sua apresentação. O recurso é conhecido como slide mestre e pode ser acessado através da guia INSERIR.
Errado.
SLIDE MESTRE é acessado através da guia EXIBIR.
Julgue os itens segundo os direitos fundamentais.
51. O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado.
Certo.
CF. Art. 5o, LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
- Conceder-se-á habeas corpus para proteger direito líquido e certo, não amparado por “habeas- -data”, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
Errado.
CF. Art. 5o, LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não am- parado por “habeas-corpus” ou “habeas-data”, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
- Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos na Constituição.
Certo.
CF. Art. 12, § 1o Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão no 3, de 1994)
- Serão realizadas concomitantemente às eleições municipais as consultas populares sobre questões locais aprovadas pelas Câmaras Municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral até 20 dias antes da data das eleições, observados os limites operacionais relativos ao número de quesitos.
Errado.
CF. Art. 14, § 12. Serão realizadas concomitantemente às eleições municipais as consultas populares sobre questões locais aprovadas pelas Câmaras Municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90 (noventa) dias antes da data das eleições, observados os limites operacionais relativos ao número de quesitos. (Incluído pela Emenda Constitucional no 111, de 2021)
- A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.
Certo.
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional no 4, de 1993)
Julgue os itens segundo a organização do Estado.
56. Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividi-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de referendo, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
Errado.
CF. Art. 18, § 3o Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
- Compete à União manter relações com Estados estrangeiros e participar de or- ganizações internacionais.
Certo.
CF. Art. 21. Compete à União: I – manter rela- ções com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;
Julgue os itens segundo a organização dos poderes.
58. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema majoritário, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
Errado.
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
- É da competência exclusiva do Congresso Nacional decretar o estado de calamidade pública de âmbito nacional.
Certo.
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
XVIII – decretar o estado de calamidade pública de âmbito nacional previsto nos arts. 167- B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitu- cional no 109, de 2021)
- O mandato do Presidente da República é de 4 (quatro) anos e terá início em 1º de janeiro do ano seguinte ao de sua eleição
Errado.
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de 4 (quatro) anos e terá início em 5 de janeiro do ano seguinte ao de sua eleição. (Redação dada pela Emenda Constitucional no 111, de 2021)