01.01 - Movimento Humanista. Flashcards

Ementa: Contextualização histórica das psicologias humanistas. Fundamentação e conceituação da teoria da Abordagem Centrada na Pessoa e da Gestalt-terapia. Noção de homem na Abordagem Centrada na Pessoa e na Gestalt-terapia. Convergências e divergências com abordagem existencial (Psicodrama) e as abordagens fenomenológico-existenciais. Programa: Unidade I - História do humanismo na Psicologia. Contextualizar historicamente as psicologias humanistas.

1
Q

Capítulo 20
A psicologia humanista Rogerio Christiano Buys

Não é possível”, vão gritar-vos: isto significa que dois e dois são ___! A natureza não vos pede licença, ela não tem nada a ver com os vossos desejos nem com o fato de que as suas leis vos agradem ou não. Deveis aceitá-la tal como ela é, conseqüentemente, também, todos os seus resultados. Um muro é realmente um muro… etc. Meu Deus, que tenho eu com as leis da natureza e com a aritmética, se, por algum motivo, não me agradem essas leis e o dois e dois são quatro? Está claro que não romperei este muro com a testa, se realmente não tiver forças para fazê-lo, mas não me conformarei com ele unicamente pelo fato de ter pela frente um muro de pedra e de terem sido insuficientes as minhas forças.

Fiódor Dostoievski, Memórias do subsolo

A

quatro

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2
Q

O termo “humanismo” surgiu no _____ entre o final do século XIV e o início do século XV, e denominava tanto um aspecto literário, os escritores clássicos, quanto um viés filosófico, preocupando-se com o valor do homem e a tentativa de compreendê-lo em seu mundo.

A

Renascimento

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3
Q

Nesse segundo aspecto se destacaram ___ (1467-1536) e Pico Della Mirandolla (1463-1495), de acordo com Ferrater Mora (1982).

A

Erasmo

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4
Q

Apesar do caráter recente do termo, podemos encontrar uma história mais longa para o humanismo, associando-o a todo movimento que procure ___ o homem a partir do que mais o caracteriza.

A

pensar

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5
Q

Sartre, por exemplo, define o “humanismo” com o qualquer doutrina que pense o homem tomando como critério aquilo que o diferencia de qualquer outro ser, ou ainda, que entenda o homem na sua _____ própria.

A

existência

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6
Q

Neste aspecto, o movimento humanista teria começado na Grécia do século V a.C., com os ____, principalmente, com o primeiro deles, Protágoras de Abdera, que apresentava um pensamento que ainda hoje ressoa entre nós e que se faz necessário ressaltar: “O homem é a medida de todas as coisas; das coisas que são enquanto são, e das coisas que não são enquanto não são”.

A

SOFISTAS

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7
Q

Os SOFISTAS surgiram com a ___, a cidade grega , no século V a.C., com a necessidade de educar o jovem grego para a democracia então nascente.

A

pólis

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8
Q

O humanismo ____ situa e valoriza o ser humano em seu (humano) mundo. “As coisas” das quais o homem é a medida são apenas as coisas humanas e não o universo, como afirmou Platão (Dherbey, 1986).

A

protagoriano

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9
Q

A importância dos sofistas e do movimento por eles iniciado pode ser avaliada pelo lugar que a crítica a eles teve no pensamento e nos trabalhos de Sócrates, ___ e Aristóteles.

A

Platão

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10
Q

Platão, em vários dos seus Diálogos, critica os sofistas por ensinarem um ____ conhecimento: o conhecimento apenas do que muda (a sociedade, a cidade).

A

falso

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11
Q

O conhecimento verdadeiro seria eterno e ___.

A

imutável

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12
Q

Para Aristóteles, os sofistas não falavam da realidade, de maneira que o que diziam não poderia ser demonstrado, portanto estavam ___ de qualquer conhecimento verdadeiro.

A

distantes

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13
Q

Entretanto, a revisão do trabalho dos sofistas levou um autor da importância de ___ Jaeger (1986: 237) a afirmar: “Do ponto de vista histórico a sofística é um fenômeno tão importante quanto Sócrates ou Platão. Além disso, não é possível concebê-los sem ela”.

A

Werner

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14
Q

Mais adiante, no mesmo texto, Jaeger (1986: 243) sustenta que a “posição central que Protágoras atribui à educação do homem caracteriza o propósito _______ da sua educação como “humanismo” no sentido mais explícito. Esta consiste na ordenação da educação humana por sobre todo o reino da técnica, no sentido moderno da palavra, isto é, da civilização”.

A

espiritual

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15
Q

Durante toda a Idade Média, manifesta-se um humanismo de natureza cristã, para o qual o valor do homem é dado na semelhança com Deus. No Renascimento, “o ____ ARISTOTÉLICO” até então prevalecente foi profunda e definitivamente abalado.

A

REALISMO

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16
Q

O conhecimento não era imposto ao homem pelo cosmo, o conhecimento era ___, criação do homem .

A

humano

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17
Q

O humanismo do Renascimento e outras circunstâncias possibilitaram as grandes transformações do pensamento que o homem tinha a respeito do universo e de sua posição nele; como exemplo, podem ser citados os trabalhos de ____ Copérnico (1473-1543) e Galileu Galilei (1564-1642).

A

Nicolau

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18
Q

Descartes (1596-1650), JEAN-JACQUES ROUSSEAU (1712-1778) e Imannuel Kant (1724-1804), nos séculos XVII e XVIII, cada um a seu modo, deram contribuição fundamental à ____ da especificidade do homem, sem deixar de incluir uma discussão sobre o seu valor.

A

compreensão

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19
Q

Descartes havia pensado o conhecimento como ___; o conhecimento não era dado ao homem por um universo predeterminado, analista; o homem conhecia, vale dizer, submetia o universo ao seu conhecimento.

A

ativo

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20
Q

O homem teria o poder de conhecer tudo, inclusive sua própria ________.

A

consciência

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21
Q

No século XVIII, vemos a colocação desse aspecto ativo e ____ no campo ético, tendo em Rousseau um de seus principais personagens.

A

autônomo

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22
Q

Para _, ele estaria para a moral como Newton estaria para a física.

A

Kant

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23
Q

Na esteira do pensamento de ____, Kant
demonstra que o homem é um ser autônomo, apesar da limitação fundamental do seu conhecimento, que chamou de “finitude radical”, pois não conhecemos a realidade em si, mas apenas a representação que dela fazemos, o fenômeno.

A

Rousseau

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24
Q

____, por sua vez, significa que o homem é capaz de criar suas próprias leis.

A

AUTONOMIA

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25
Q

O homem não seria determinado nem pela natureza nem pela história. É neste sentido que Ferry e Renaut (1992) definem o humanismo contemporâneo como a
“concepção (e a valorização) da humanidade em sua capacidade de autonomia – eu quero dizer que o que constitui a modernidade é a maneira como o homem vai se pensar como fonte de suas representações e de seus atos, como seu fundamento (___) ou ainda como seu autor”.

A

sujeito

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26
Q

Esta concepção determinou uma série de movimentos nos séculos XIX e XX, dentre os quais o mais importante foi o Declaração dos Direitos ___-, que veremos a seguir.

A

Humanos

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27
Q

A psicologia humanista surgiu no bojo de um movimento mundial mais amplo que consistiu, poder-se-ia dizer, na ____ do ser humano – de cada ser humano, não somente de alguns.

A

valorização

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28
Q

O ápice desse movimento foi a Declaração Universal dos Direitos do Homem, promulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em ___ e que representou a aceitação universal do HUMANISMO JURÍDICO e a conseqüente recusa do DIREITO NATURAL como fundamento das leis que regeriam as relações entre os homens em todo o mundo .

A

1948

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29
Q

Duas conseqüências muito importantes daí decorrem: primeira, direitos iguais para todos pressupõe igualdade entre todos (a _______,
inversamente, permite e autoriza a diferenciação de direitos).

A

desigualdade

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30
Q

Segunda, e pressuposta na primeira: não há, entre as características especificamente humanas, nenhuma diferença essencial, o que _____ que o ser humano não está determinado por nenhuma condição – seja cultural, geográfica, histórica ou biológica.

A

significa

31
Q

A Declaração Universal dos Direitos do Homem se fundamenta num princípio segundo o qual o ser humano é capaz de _______ qualquer
determinação de qualquer natureza e que, também por isso, é totalmente responsável por seus atos.

A

ultrapassar

32
Q

Este pensamento, todavia, deve ser posto também de forma positiva, não só negando qualquer
influência determinativa no comportamento humano, mas afirmando sua ____, sua condição de criar suas próprias leis.

A

autonomia

33
Q

Daí a universalidade dos _____ humanos; eles não seriam condicionados a nenhuma natureza biológica ou histórica.

A

direitos

34
Q

A psicologia humanista foi gestada durante a década de 1930 nos ____ e teve seus primeiros trabalhos publicados a partir dos anos 1940. Entetanto, foi na década seguinte que esse movimento obteve seu reconhecimento.

A

EUA

35
Q

Os autores que podem ser apontados como iniciadores do movimento ____ em psicologia são ABRAHAM MASLOW, GARDNER MURPHY, GORDON W. ALLPORT e CARL ROGERS.

A

humanista

36
Q

Estes foram os autores que começaram um movimento que veio a ser conhecido como “______ força em psicologia”, pois se postulava como uma alternativa a dois outros movimentos muito fortes nos
Estados Unidos da época, o behaviorismo de John Watson e a psicanálise de Sigmund Freud.

A

terceira

37
Q

O que é comum aos autores da psicologia humanista é a ____ de novos modelos em relação ao ser humano pelo desacordo com aqueles então vigentes e com o determinismo a eles intrínseco.

A

busca

38
Q

Neste sentido, Maslow critica o _____ em psicologia e afirma que a pessoa sadia é capaz de transcender a cultura e as condições da sociedade e renovar valores.

A

determinismo

39
Q

Murphy fala de um “determinismo ___” em oposição a um “determinismo estrito”, que para ele seria fatalismo.

A

frouxo

40
Q

Entende que “quanto mais plenamente desenvolvemos a _______ de nossa situação como pessoa, mais provável é atingirmos um tipo de liberdade que significa alguma coisa, que seja uma consideração inteligente e ponderada de opções e uma seleção de opções que seja realista” (Murphy, citado por Frick, 1975: 77).

A

compreensão

41
Q

Allport, por seu lado, propôs o conceito de “autonomia funcional dos motivos”, segundo o qual o homem não é um ser reativo, mas __.

A

ativo

42
Q

Assim, são os motivos atuais, e entendidos estes do ponto de vista psicológico, que determinam o comportamento humano, e não qualquer fator ______.

A

passado

43
Q

Rogers, por sua vez, concordou com os autores citados acima e afirmou a liberdade essencial do indivíduo em face de qualquer for ma de
determinação, seja ___, biológica ou histórica.

A

social

44
Q

Para esse autor, a ____ e a possibilidade de transcendência de condições desfavoráveis de qualquer natureza são dadas por relações pessoais favoráveis. Porém, tais relações são somente facilitadoras e não determinantes.

A

liberdade

45
Q

Um conceito comum e fundamental aos autores citados e que sustenta a condição de ______ com relação às determinações é o de auto-realização, que pressupõe um potencial a ser realizado e uma tendência à sua realização.

A

independência

46
Q

Rogers denominou “___ atualizante” esse postulado em sua teoria.

A

tendência

47
Q

Pode-se questionar, todavia, se tal conceito não encerra em si o que ele procura criticar: não será, ele mesmo, um determinante biológico? A resposta é parcialmente afirmativa: ele é biológico no que diz respeito ao desenvolvimento físico do ___, o que possibilita o desenvolvimento psicológico, mas não o determina.
O desenvolvimento nesse nível é possibilitado pelas relações inter pessoais vividas.

A

organismo

48
Q

Consoante seus princípios, Rogers propõe uma forma de psicoterapia que, atualmente, pela sua amplitude, é chamada abordagem centrada na pessoa, na qual dá relevo à _______ da pessoa, e não ao papel do psicoterapeuta. É neste ponto que essa abordagem se distancia da concepção de transferência psicanalítica (cf. capítulos 22 a 24).

A

autonomia

49
Q

Além da psicoterapia, ela abrange também o ensino, o “ensino centrado no aluno”; o trabalho com ____, usando o “grupo de encontro”; e o trabalho com comunidades, usando o que ficou convencionado chamar de “grupão” – grupos de encontro com mais de cem ou duzentas pessoas, como já foram realizados aqui no Brasil.

A

organizações

50
Q

No Brasil, a psicologia humanista foi introduzida predominantemente pelas obras de ___ Rogers, que começaram a ser traduzidas nos anos 1970. Um pouco antes dessa data, a psicoterapia proposta por esse autor começou a ser divulgada na Universidade de São Paulo, por Rachel L. Rosenberg, trabalho que ainda hoje continua.

A

Carl

51
Q

A Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), na mesma época, já tinha a disciplina Técnica de Aconselhamento Psicológico, baseada na _____ centrada no cliente, ministrada pelo Padre Antonius Benko.

A

psicoterapia

52
Q

No Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1974 foi criada a disciplina Psicoterapia Centrada na Pessoa e, pouco tempo de pois, a disciplina Psicologia Humanista Existencial, com conteúdo referente ao ____ humanista.

A

pensamento

53
Q

Também na Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, a partir de 1968, surgiu um interesse pela área, principalmente com a vinda de Max Pagés, ex-aluno e colaborador de Rogers, que orientou um longo e ____ seminário.

A

produtivo

54
Q

No Rio de Janeiro, em 1975, foi fundada a ____ instituição do estado, o Centro de Psicologia da Pessoa (CPP), com a finalidade de divulgar essa abordagem, além de objetivar a formação de psicoterapeutas. Essa instituição está ativa até hoje.

A

primeira

55
Q

Não pode deixar de ser mencionada a vinda ao Brasil de Carl Rogers e sua equipe em 1977, que facilitou um workshop de três semanas em Arcozelo, no Estado do Rio de Janeiro. Os trabalhos de Rachel Rosenberg na USP, do IP-UF RJ, do Departamento de
Psicologia da UFMG e do Centro de Psicologia da Pessoa têm sido ____ da psicologia humanista no Brasil, principalmente através da obra de Carl Rogers.

A

irradiadores

56
Q

O humanismo é um movimento muito amplo, que procura apreender o _____ naquilo que mais o distingue de todos os outros seres vivos.

A

homem

57
Q

O humanismo manifesta-se da mesma forma na ___. E, em certas obras, de maneira direta, dura e magistral, como ocorre em Memórias do subsolo, de Fiodor Dostoievski (2000 [1863]).

A

literatura

58
Q

No que se segue, pretendo distinguir o ____ profundamente humano do estereótipo cândido do humanismo, segundo uma crítica vulgar. Para tal, recorrerei à genialidade de Dostoiévski, na obra citada.
Tratarei da primeira parte do livro, “ O subsolo”, na qual “o próprio personagem se apresenta, expõe seu ponto de vista, e como que deseja esclarecer as razões pelas quais apareceu e devia aparecer no nosso meio” (p. 13).

A

espírito

59
Q

A apresentação do personagem é, em todo o texto, pode-se dizer, a recusa ostensiva de qualquer forma de ______ prévio com o qual se pudesse explicar e caracterizar o ser humano – fosse de que maneira fosse.

A

conhecimento

60
Q

Ao longo do texto, o personagem alinha muitas formas pelas quais se poderia pensar e definir o homem, tomando-se a ___ próprio como exemplo. Aqui já se constata a posição do autor com relação à universalidade do ser humano perante cada indivíduo.

A

si

61
Q

No início, o personagem descarta a sua própria _____, ainda que tenha começado a sua
apresentação como sendo um homem mau: “ […] mesmo no instante do meu mais intenso rancor, eu tinha a consciência, e de modo vergonhoso, de que não era uma pessoa má, nem mesmo enraivecida […] na realidade, nunca pude tornar-me mau” (p. 10).

A

maldade

62
Q

Mais adiante, o personagem relata: “[…] de que o homem inteligente não pode, a sério, tornar-se algo, e de que somente os ___ o conseguem” (p. 17).

A

imbecis

63
Q

“Tornar-se algo”, para o personagem, é, de acordo com os princípios que vimos tratando, tornar-se
determinado por este “algo” que se passa a ser.
“Tornar-se algo” é abrir mão da autonomia e ser de acordo com um modelo – o que o nosso personagem não consegue. Isso seria abrir mão da própria ________ universal do homem.

A

indeterminação

64
Q

Em outro trecho, o personagem afirma que não conseguiu sequer tornar-se um inseto e isso porque “uma consciência muito perspicaz é uma doença, uma doença ____, completa” (p. 18). A “doença” da qual se queixa o personagem é uma condição de autopercepção que o impede de ser “algo”, mesmo um inseto.

A

autêntica

65
Q

Com uma identidade qualquer, mesmo que negativa, nosso personagem se alegraria:Oh! Se eu não fizesse nada unicamente por preguiça: Meu Deus, como eu me respeitaria, então […]. Haveria, pelo menos, uma propriedade como que positiva e da qual eu estaria certo. Pergunta: Quem é? Resposta: Um ____ (p.31).

A

preguiçoso

66
Q

A ____ do personagem de Dostoievski é não ser caracterizado, de uma vez por todas, de maneira que pudesse ser, mesmo por si próprio, algo definido.

A

angústia

67
Q

A angústia vivida por ele já foi descrita de maneira sucinta por ___ em O ser e o nada (2005) – O homem não é nada.

A

Sartre

68
Q

É justamente esse “não ser ___” que é expresso por Dostoievski, na pessoa do seu angustiado personagem.

A

nada

69
Q

A ___ não está ausente na forma pela qual os valores mais preciosos (enquanto características do homem) são ridicularizados.

A

ironia

70
Q

As idéias segundo as quais uma pessoa sempre escolheria o melhor, que a civilização “___” as pessoas, que o homem sempre procura a verdade – são refutadas por meio de sarcasmos cruéis. O
parágrafo VII termina com a pergunta: E de onde concluíram todos estes sabichões que o homem precisa de não sei que vontade normal, virtuosa? Como foi que imaginaram que ele, obrigatoriamente, precisa de uma vontade sensata, vantajosa?

A

adoça

71
Q

E o personagem mesmo responde: O homem precisa unicamente de uma vontade ____, custe o que custar essa independência, e leve onde levar. Bem, o diabo sabe o que é esta vontade… (p. 39).

A

independente

72
Q

Também a ciência não escapa à ferina crítica do nosso personagem na medida em que esta se propõe a explicar o ser humano: Se, por exemplo, efetuados os cálculos, me demonstrarem que, eu fiz uma figa a
determinada pessoa, foi porque deveria fazer irremissivelmente de tal ou qual modo então o que sobrará livre em mim? Sobretudo se sou um sábio e terminei um curso de ____ em alguma parte? (p. 40-41, grifo do autor).

A

ciências

73
Q

Mais adiante o pensamento é complementado: E , em geral , devemos repetir a nós mesmos , sem
descanso, que, impreterivelmente, em tal momento, e em tais circunstâncias, a natureza não nos ___; que é preciso aceitá-la tal como ela é; e não como nós a imaginamos, e se realmente ansiamos por uma tabela e um calendário, bem… e mesmo por uma retorta: senão ela vai impôr-se, prescindindo de nós (p. 42).

A

consulta

74
Q

Para não tornar fastidiosos estes comentários, deixo a conclusão com o personagem: Desejará (o homem) ____ justamente os seus sonhos fantásticos, a sua mais vulgar estupidez, só para confirmar a si mesmo (como se isso fosse absolutamente indispensável) que os homens são sempre homens, e não teclas de piano, que as próprias leis da natureza ameaçam tocar, de tal modo que atinjam um ponto em que não se possa desejar nada fora do calendário. Mas ainda, mesmo que ele realmente mostrasse ser uma tecla de piano, mesmo que isso fosse demonstrado por meio das ciências naturais e da matemática, ainda assim ele não se tornaria razoável e cometeria intencionalmente alguma inconveniência, apenas por ingratidão e justamente para insistir na sua posição (p. 44).

A

conservar