Vacinação na APS Flashcards
(20 cards)
qual a diferença da imunização ativa x passiva?
Ativa: necessita de estímulo prévio para se desenvolver, podendo resultar da administração de antígenos (vacinas), que o organismo reconhece como substância estranha e busca neutalizá-las ou eliminá-las, geralmente proteção duradoura
Passiva: indivíduo recebe anticorpos contidos nas igs heterólogas (soros) e nas igs humanas, administradas profiláctica ou terapeuticamente, proteção temporária
quais são os 5 tipos de vacinas?
Vacina atenuada: Vírus ou bactérias vivas que, após cultivados em meios adversos, perderam sua virulência, mantendo sua capacidade imunogênica
Vacinas inativadas: Administração de micro-organismos mortos para induzir a resposta imunológica. Não conferem imunidade duradoura, necessitando ser repetidas periodicamente durante toda a vida.
Vacinas conjugadas: Fabricadas com fração de micro-organismos purificados (sacarídeos) ligados a proteínas, com capacidade de induzir memória imunológica.
Vacina recombinante: Produzida com micro-organismos geneticamente modificados, pela inserção do fragmento de DNA do antígeno em determinado micro-organismo para a produção de proteína imunogênica.
Vacina combinada: Resulta da agregação de diferentes antígenos para proteção contra diferentes doenças que são administradas em uma mesma preparação.
quais são as vias de administrações para vacinas?
Via oral: substâncias que são absorvidas pelo TGI com facilidade
Via intradérmica: via de absorção muito lenta
Via subcutânea: administração de substâncias não irritantes que precisam ser absorvidas lentamente
Via intramuscular: administração de substâncias não irritantes que precisam ser absorvidas rapidamente
o que fazer quando não se localiza os registros das vacinações?
pode ser solicitadas sorologias para verificação da imunidade
o teste pode não ser sensível o suficiente ou não estar disponível
a vacinação de uma pessoa já imune não confere risco adicional além dos relacionados a aplicação da vacina
o que é feito quando ocorre o atraso de doses?
apenas se deve administrar as doses faltantes
quais casos não são contraindicações de vacinação?
reações locais leves após aplicação de vacina anterior, terapia antimicrobiana atual, estar em fase de convalescença de doença aguda, diarreia, infecções da via aérea superior, desnutrição, uso de corticoides por período inferior a 2 semanas e em doses não imunodepressoras
em quais casos devem ser postergadas as vacinações?
doenças febris moderadas a graves
quais são os pacientes que não podem tomar vacinas vivas?
imunodeprimidos
na imunodepressão secundária ao tratamento de câncer com quimioterapia e radioterapia o paciente só pode realizar vacinas vivas atenuadas após 3 meses da cessação da imunossupressão e dependendo da sua situação clínica
quais são as contraindicações absolutas para vacinação?
reação alérgica grave a um dos componentes da vacina
urticária generalizada, dificuldade respiratória, edema de glote, hipotensão ou choque
quais são as vacinas do calendário básico do Ministério da Saúde?
Vacina da Tuberculose (atenuada): mycobacterium bovis, indicada p prevenir formas graves (miliar e meníngea)
Vacina da Hepatite B (recombinante)
Vacina adsorvida da Difteria, Tétano, Pertússis, Hepatite B (recombinante) e Haemophilus influenzae tipo b (conjugada) – Pentavalente
Vacina Inativada da Poliomielite
Vacina Oral do Rotavírus Humano (atenuada)
Vacina Pneumocócica 10-valente (conjugada)
Vacina Meningocócica C (conjugada)
Vacina da Febre Amarela (atenuada)
Vacina do sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral)
Vacina do sarampo, caxumba, rubéola e varicela (tetraviral) (atenuadas)
Vacina varicela (atenuada)
Vacina da hepatite A (inativada)
Vacina da influenza (fragmentada e inativada)
Vacina do papilomavírus humano
quais são as vacinas indicadas na gestação ou lactação?
Hepatite B: três doses (0, 1 e 6 meses)
Difteria e tétano: três doses ou reforço
ambas dependem da situação vacinal
vacinas compostas por agentes vivos apresentam riscos teóricos para o feto durante a gravidez, sendo contraindicadas
amamentação não contraindica nenhuma vacinação, exceto a da FA, risco teórico de transmissão desse vírus vacinal pelo leite materno
quais são as vacinas indicadas para profissionais da saúde?
além das vacinas preconizadas para adultos pelo calendário básico, deverão receber:
vacinas contra Haemophilus influenzae tipo b, Hepatite B e Varicela para os sem história prévia de doença ou vacinação
duas doses de Tríplice viral - SCR e vacina Menigococica, esta em microbiologistas rotineiramente expostos a isolamento desses germes
quais são as doenças com a possibilidade de imunoprofilaxia pós-exposição?
Hepatite B
Varicela
Tétano
Meningite
Hanseníase
Raiva humana
quais são os eventos adversos comuns aos imunobiológicos?
Reações locais (eritema, edema, dor, prurido)
Febre
Convulsão
Reações de hipersensibilidade imediata grave
Manifestações alérgicas menos graves
Episódios hipotônicos-hiporresponsivos
qual a conduta quando ocorrem reações locais como evento adverso a vacina?
- Analgésicos, se necessário
- Compressas frias nas primeiras 24-48 horas após a aplicação da vacina
- Se abscesso: avaliação médica (avaliar uso de antibiótico e drenagem)
qual a conduta quando ocorre febre como evento adverso a vacina?
- Repouso e hidratação
- Paracetamol: 10-15 mg/kg/dose (dose máxima de 750 mg) de 6/6 h
- Se febre alta sem resposta ao paracetamol, administrar dipirona 20-25 mg/kg/dose de 6/6 h ou ibuprofeno 5-10 mg/kg de 6/6 h (máx. 40 mg/kg/dia)
- Uso profilático de antitérmico quando em vacinação anterior houve febre elevada ou história de convulsão febril: paracetamol no momento da vacinação e depois de 6/6 h durante 24-48 h
Observação: antitérmicos podem reduzir resposta antigênica das vacinas e por isso não devem ser usados de rotina. As doses de paracetamol e dipirona são menores em neonatos
qual a conduta quando ocorre convulsão como evento adverso a vacina?
- Colocar a pessoa em decúbito lateral, de preferência no chão sobre superfície macia, em posição segura e livre de objetos que possam causar machucaduras
- Manter vias aéreas livres com leve hiperextensão do pescoço ao término da crise. Aspirar secreções quando necessário
- Afrouxar as roupas. Oxigênio úmido, se cianose
- Proteger a língua com gaze dobrada entre os dentes
- Anticonvulsivantes: diazepam 0,05-0,2 mg/kg, IV, lento, ou via retal na dose de 0,5 mg/kg. Dose máxima de 10 mg/dose. Alternativa: midazolam 0,05-0,15 mg/kg IV. Dose máxima de 6 mg/dose. Essas medicações podem ser repetidas até três vezes
- Ausência de resposta com benzodiazepínicos: fenobarbital ou fenitoína IV
- Não acordar a criança após a crise; é normal que ela durma mesmo sem remédios
- Referenciar para avaliação neurológica, se primeira crise
qual a conduta quando ocorrem reações alérgicas menos graves como evento adverso a vacina?
- Anti-histamínicos, se urticária ou exantema pruriginoso. Por exemplo, a hidroxizina 0,5-1 mg/kg, VO, a cada 4-6 h, em crianças, ou difenidramina
- Corticoide, dependendo da intensidade e do tipo de reação alérgica
qual a conduta quando ocorrem reações de hipersensibilidade imediata grave como evento adverso a vacina?
- Entre em contato com serviço de emergência chamando uma ambulância
- Manter vias aéreas livres. Oxigênio com máscara ou intubação
- Epinefrina (1:1000): 0,3-0,5 mL/SC ou IM em adultos; 0,1-0,3 mL/SC ou IM em crianças; repetir a cada 10-15 min
- Difenidramina 25-50 mg IM ou IV no adulto; 12,5-50 mg VO, IM ou IV na criança
- Hidrocortisona 100 mg-1g IM ou IV no adulto; 10-100 mg IV na criança
- Metilprednisolona 1-2 mg/kg IV 6/6 h
- Broncodilatadores inalatórios (adultos): 0,25-0,5 mL em nebulização
- SF 0,9 mL: 1.000-2.000 mL rápido em adultos; 30 mL/kg na 1a hora em crianças
- Referenciar para ficar em observação hospitalar por 24 h pelo risco de recorrência
qual a conduta quando ocorrem episódios hipotônico-hiporresponsivos como evento adverso a vacina?
- Tratamento conservador
- Garantia de ambiente ventilado e de hidratação
- Precauções, a fim de se evitar a broncoaspiração
- Antitérmicos, se necessário
- Observação rigorosa até a resolução do quadro
- Diagnóstico diferencial com quadro infeccioso