Unidade 5 - A dimensão pessoal e social da ética Flashcards

1
Q

O que é um juízo?

A

Um juízo é uma operação mental na qual atribuímos uma certa propriedade, P, a um certo sujeito S (este sujeito pode ser qualquer coisa: uma pessoa, uma criatura, um objeto, um lugar, um acontecimento, etc…).

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2
Q

O que é um juízo de facto?

A

Um juízo de facto são juízos puramente descritivos da realidade, ou seja, limitam-se a descrever de forma neutra a realidade dos factos.

Diz-se que a direção da adequação dos juízos de facto parte da realidade para o juízo.

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3
Q

O que é um juízo de valor?

A

Um juízo de valor são juízos que dizem como é que as coisas devem ou deveriam de ser, ou seja, são normativos (ou prescritivos), por vezes, também são juízos que fazem uma avaliação sobre algo.

Diz-se que a direção da adequação dos juízos de valor parte do juízo para a realidade.

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4
Q

O que são os juízos morais?

A

Os juízos morais, são juízos de valor que dizem respeito ao que devemos ou não devemos fazer, ou seja, são os juízos que envolvem as noções de certo e errado, justo e injusto, louvável e censurável, etc…

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5
Q

Qual é que é o problema original dos juízos morais?

A

O problema original dos juízos morais pode ser dividido em 3 problemas.

  1. Os juízos morais são crenças?
  2. Se sim, essas crenças são objetivamente verdadeiras ou falsas?
  3. Se não, de que perspetiva depende a sua verdade ou falsidade?
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6
Q

O que é uma crença?

A

Uma crença consiste no estado mental de pensar que uma dada proposição é verdadeira.

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7
Q

O que é o conteúdo cognitivo?

A

O conteúdo cognitivo é quando há conteúdo que faz sentido perguntar se é verdadeiro ou falso.

Por exemplo a crença, tem conteúdo cognitivo, pois faz sentido perguntar se as mesmas são verdadeiras ou falsas.

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8
Q

Qual é a diferença dos “cognitivistas” com os “não cognitivistas”?

A

Os cognitivistas acreditam que os juízos morais são crenças.

Os não cognitivistas não acreditam que os juízos morais são crenças.

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9
Q

O que defende o não cognitivismo?

A

Os não cognitivistas defendem que os juízos de valor e morais não são crenças, que nem sequer chegam a ser juízos mas sim uma espécie de pseudojuízos. Pois, os mesmos parecem ser juízos estruturalmente mas na realidade não possuem qualquer tipo de conteúdo descritivo, ou seja, não atribuem nenhuma propriedade a um sujeito. Limitam-se a prescrever certas ações ou a expressar certos sentimentos (tal como ordem, desejos, pedidos).

Como tal, não faz sentido perguntar se um sentimento ou prescrição é verdadeira ou falsa. Portanto, sustentam que os juízos de valor não têm qualquer tipo de conteúdo cognitivo - isto é, não são objetos de conhecimento.

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10
Q

O que defende o cognitivismo?

A

Os cognitivistas defendem que os juízos morais são crenças.

Aliás, estes autores acreditam que a diferença entre juízos de facto e de valor é exagerada, pois os juízos morais podem ser considerados juízos de factos, visto que também têm uma componente descritiva.

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11
Q

Quantas perspetivas cognitivistas é que existem e quais?

A

Existem 3 perspetivas cognitivistas:

  • O Subjetivismo;
  • O Relativismo;
  • O Objetivismo;
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12
Q

O que é o subjetivismo?

A

O subjetivismo é uma perspetiva cognitivista que afirmam que os juízos morais têm valor de verdade, e que os mesmos dependem das nossas preferências individuais e subjetivas.

Isso é: Quando alguém afirma “algo é errado” está simplesmente a dizer “eu reprovo algo”, e quando alguém afirma “algo é correto” está simplesmente a dizer “eu aprovo algo”.

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13
Q

Quais são os argumentos a favor do subjetivismo?

A

O argumento a favor do subjetivismo é o “argumento dos desacordos”, que se baseia na constatação da existência de muitos desacordos morais e éticos, como o aborto, eutanásia, justiça da guerra, etc… Como tal, ao contrário da ciência que é objetiva, a ética é um domínio onde cada um tem a sua opinião, portanto, está condenada a ser meramente subjetiva.

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14
Q

Quais são as criticas ao subjetivismo?

A

Há 3 grandes criticas ao subjetivismo:

  1. O subjetivismo tornaria impossível a existência de desacordos morais genuínos
  2. Implica que somos moralmente infalíveis (que não falhemos)
  3. Nem sempre os nossos juízos morais correspondem às nossas preferências subjetivas
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15
Q

O que a crítica do subjetivismo “O subjetivismo tornaria impossível a existência de desacordos morais genuínos” afirma?

A

A crítica do subjetivismo “O subjetivismo tornaria impossível a existência de desacordos morais genuínos” afirma que seria impossível que duas pessoas não tivessem em desacordo sobre um assunto.

Por exemplo, o João afirma “O abordo é errado” e o Simão afirma “O abordo é correto”, como tal, aparentemente o que o João afirma é “Eu não aprovo o aborto” e o Simão “Eu não reprovo o aborto” e o subjetivismo afirma que isso é impossível acontecer, enquanto na realidade, é possível que um aceite e o outro não aceite o abordo.

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16
Q

O que a crítica do subjetivismo que “Implica que somos moralmente infalíveis” afirma?

A

A crítica do subjetivismo que “Implica que somos moralmente infalíveis” afirma que cada um de nós nunca iremos falhar nos juízos morais, como tal, não é verdade, pois ao longo da vida mudamos de opinião em relação a uma questão moral por sentirmos que estávamos errados.

17
Q

O que a crítica do subjetivismo que “Nem sempre os nossos juízos morais correspondem às nossas preferências subjetivas” afirma?

A

A crítica do subjetivismo que “Nem sempre os nossos juízos morais correspondem às nossas preferências subjetivas” afirma que por vezes um sujeito que aceita algo que moralmente falando não tem problema, contudo, o mesmo sujeito prefere que algo não aconteça.

Exemplo:
O João não vê problema moralmente que a sua namorada queira passar tempo com um melhor amigo, mas o João prefere que isso não aconteça.

18
Q

O que é o Relativismo?

A

O relativismo é uma perspetiva cognitivista que afirmam que os juízos morais têm valor de verdade, e que os mesmos dependem das preferências coletivas e ao conjunto de normas que esse coletivo está disposto de acordar, isto é, dependem do conjunto social/comunidade que cada indivíduo vive.

19
Q

Quais são os argumentos a favor do relativismo?

A

O argumento a favor do relativismo é o “argumento da diversidade cultural” que baseia o seu argumento afirmando que culturas diferentes, têm códigos morais diferentes, portanto, se cada cultura têm os seus códigos morais, não há uma verdade moral objetiva.

20
Q

Quais são as criticas ao relativismo?

A

Há 5 críticas principais ao relativismo:

  1. O argumento da diversidade cultural não é sólido
  2. Há acordos imorais
  3. Impossibilita o progresso moral das sociedades
  4. Conduz ao conformismo
  5. É autorrefutante
21
Q

Porque que o relativismo é autorrefutante?

A

O relativismo é autorrefutante porque se todo o valor é relativo, então o próprio relativismo é de valor relativo e não pode impor-se como uma verdade absoluta.

22
Q

Porque que o relativismo conduz ao conformismo?

A

O relativismo conduz ao conformismo porque se os valores morais depende de cada cultura, anula qualquer espírito crítico e qualquer perspetiva de evolução ou até mesmo uma mudança nos hábitos e de valores culturais.

23
Q

Porque que o relativismo impossibilita o progresso moral das sociedades?

A

O relativismo impossibilita o progresso moral das sociedades porque deixaríamos de poder afirmar que há culturas moralmente melhores do que outras, portanto teríamos de tolerar culturas com pressupostos morais condenáveis, como a escravatura, a perseguição religiosa, a discriminação, etc… Visto que cada cultura, tem o seu código moral.

24
Q

Porque que o relativismo promove acordos imorais?

A

O relativismo promove acordos imorais porque a maioria dos membros de uma sociedade estar disposto a aceitar um certo código moral não é uma condição suficiente para o legitimar.

A maioria pode acordar um sistema injusto e intolerante para com uma classe minoritária, prejudicando-os.

25
Q

Porque que o argumento da diversidade cultural do relativismo não é sólido?

A

O argumento da diversidade cultural do relativismo não é sólido porque o facto de haver culturas com códigos morais diferentes não é uma condição suficiente para que não haja uma verdade moral objetiva.

Pode simplesmente haver culturas com códigos morais errados.

26
Q

O que é o objetivismo?

A

O objetivismo é uma perspetiva cognitivista que afirmam que os juízos morais têm valor de verdade, contudo esse valor é independente de qualquer perspetiva, ou seja, os juízos morais são objetivamente verdadeiros ou falsos. Estes autores consideram que existe um domínio de factos morais objetivos, isto é, dependem de certos padrões neutros de avaliação.

O juízo moral é correto quando, independentemente dos nossos gostos, preferências ou convicções, tem as melhores razões do seu lado.

Isso é: Quando alguém afirma “algo é errado” está a dizer “independentemente das nossas preferências pessoais ou coletivas, há boas razões para reprovar algo” e vice-versa.

27
Q

Quais são as criticas ao objetivismo?

A

Há 2 principais críticas ao objetivismo:

  1. O argumento dos desacordos
  2. O argumento da estranheza
28
Q

O que é o argumento dos desacordos?

A

O argumento dos desacordos, é um argumento que critica o objetivismo e que afirma que na ética ao contrario da ciência, há um forte desentendimento, mesmo entre especialistas, portanto, conclui que a ética não pode ser objetiva.

29
Q

O que é o argumento da estranheza?

A

O argumento da estranheza, é um argumento que crítica o objetivismo, e esse argumento afirma que o objetivismo pressupõe a existência de propriedades estranhas, pois seriam propriedades reais e objetivas das coisas, mas simultaneamente teriam a capacidade de incentivar todo agente moral agir de certa forma. Contudo, não parece existir nada no mundo com essas características portanto, o objetivismo só pode ser falso