Unidade 5 - A dimensão pessoal e social da ética Flashcards
O que é um juízo?
Um juízo é uma operação mental na qual atribuímos uma certa propriedade, P, a um certo sujeito S (este sujeito pode ser qualquer coisa: uma pessoa, uma criatura, um objeto, um lugar, um acontecimento, etc…).
O que é um juízo de facto?
Um juízo de facto são juízos puramente descritivos da realidade, ou seja, limitam-se a descrever de forma neutra a realidade dos factos.
Diz-se que a direção da adequação dos juízos de facto parte da realidade para o juízo.
O que é um juízo de valor?
Um juízo de valor são juízos que dizem como é que as coisas devem ou deveriam de ser, ou seja, são normativos (ou prescritivos), por vezes, também são juízos que fazem uma avaliação sobre algo.
Diz-se que a direção da adequação dos juízos de valor parte do juízo para a realidade.
O que são os juízos morais?
Os juízos morais, são juízos de valor que dizem respeito ao que devemos ou não devemos fazer, ou seja, são os juízos que envolvem as noções de certo e errado, justo e injusto, louvável e censurável, etc…
Qual é que é o problema original dos juízos morais?
O problema original dos juízos morais pode ser dividido em 3 problemas.
- Os juízos morais são crenças?
- Se sim, essas crenças são objetivamente verdadeiras ou falsas?
- Se não, de que perspetiva depende a sua verdade ou falsidade?
O que é uma crença?
Uma crença consiste no estado mental de pensar que uma dada proposição é verdadeira.
O que é o conteúdo cognitivo?
O conteúdo cognitivo é quando há conteúdo que faz sentido perguntar se é verdadeiro ou falso.
Por exemplo a crença, tem conteúdo cognitivo, pois faz sentido perguntar se as mesmas são verdadeiras ou falsas.
Qual é a diferença dos “cognitivistas” com os “não cognitivistas”?
Os cognitivistas acreditam que os juízos morais são crenças.
Os não cognitivistas não acreditam que os juízos morais são crenças.
O que defende o não cognitivismo?
Os não cognitivistas defendem que os juízos de valor e morais não são crenças, que nem sequer chegam a ser juízos mas sim uma espécie de pseudojuízos. Pois, os mesmos parecem ser juízos estruturalmente mas na realidade não possuem qualquer tipo de conteúdo descritivo, ou seja, não atribuem nenhuma propriedade a um sujeito. Limitam-se a prescrever certas ações ou a expressar certos sentimentos (tal como ordem, desejos, pedidos).
Como tal, não faz sentido perguntar se um sentimento ou prescrição é verdadeira ou falsa. Portanto, sustentam que os juízos de valor não têm qualquer tipo de conteúdo cognitivo - isto é, não são objetos de conhecimento.
O que defende o cognitivismo?
Os cognitivistas defendem que os juízos morais são crenças.
Aliás, estes autores acreditam que a diferença entre juízos de facto e de valor é exagerada, pois os juízos morais podem ser considerados juízos de factos, visto que também têm uma componente descritiva.
Quantas perspetivas cognitivistas é que existem e quais?
Existem 3 perspetivas cognitivistas:
- O Subjetivismo;
- O Relativismo;
- O Objetivismo;
O que é o subjetivismo?
O subjetivismo é uma perspetiva cognitivista que afirmam que os juízos morais têm valor de verdade, e que os mesmos dependem das nossas preferências individuais e subjetivas.
Isso é: Quando alguém afirma “algo é errado” está simplesmente a dizer “eu reprovo algo”, e quando alguém afirma “algo é correto” está simplesmente a dizer “eu aprovo algo”.
Quais são os argumentos a favor do subjetivismo?
O argumento a favor do subjetivismo é o “argumento dos desacordos”, que se baseia na constatação da existência de muitos desacordos morais e éticos, como o aborto, eutanásia, justiça da guerra, etc… Como tal, ao contrário da ciência que é objetiva, a ética é um domínio onde cada um tem a sua opinião, portanto, está condenada a ser meramente subjetiva.
Quais são as criticas ao subjetivismo?
Há 3 grandes criticas ao subjetivismo:
- O subjetivismo tornaria impossível a existência de desacordos morais genuínos
- Implica que somos moralmente infalíveis (que não falhemos)
- Nem sempre os nossos juízos morais correspondem às nossas preferências subjetivas
O que a crítica do subjetivismo “O subjetivismo tornaria impossível a existência de desacordos morais genuínos” afirma?
A crítica do subjetivismo “O subjetivismo tornaria impossível a existência de desacordos morais genuínos” afirma que seria impossível que duas pessoas não tivessem em desacordo sobre um assunto.
Por exemplo, o João afirma “O abordo é errado” e o Simão afirma “O abordo é correto”, como tal, aparentemente o que o João afirma é “Eu não aprovo o aborto” e o Simão “Eu não reprovo o aborto” e o subjetivismo afirma que isso é impossível acontecer, enquanto na realidade, é possível que um aceite e o outro não aceite o abordo.