Unidade 3 - Lógica informal Flashcards
O que é um argumento não dedutivo?
Um argumento não dedutivo é aquele em que as premissas oferecem forte apoio para a sua conclusão, mas que não a garantem totalmente.
Exemplo:
(1) Sócrates era grego.
(2) A maioria dos gregos come peixe.
(3) Logo, Sócrates comeu peixe.
Como é que se avalia a validade dos argumentos não dedutivos?
Um argumento não dedutivo é avaliado pelos aspetos informais do mesmo, ao contrário dos argumentos dedutivos é avaliados por métodos lógicos.
De quantas formas podemos organizar os argumentos não dedutivos?
Podemos organizar os argumentos não dedutivos em 3 formas.
- Argumentos indutivos (com generalizações e previsões)
- Argumentos por analogia
- Argumentos de autoridade
Há dois tipos de argumentos indutivos muito recorrentes, generalizações e previsões. Qual a diferença de cada um?
Num argumento indutivo por generalização extraímos uma conclusão geral (que inclui casos que não tivemos experiência) a partir de um conjunto de premissas sobre alguns casos que já tivemos experiência.
Exemplo:
(1) Todos os rubis observados até hoje são vermelhos.
(2) Logo, (provavelmente) todos os rubis são vermelhos.
————-
Num argumento indutivo por previsão, baseamo-nos num conjunto de acontecimentos observados no passado para inferir uma conclusão (ou seja, prever o que poderá acontecer):
Exemplo:
(1) Todos os rubis observados até hoje são vermelhos.
(2) Logo, (provavelmente) o próximo rubi será vermelho.
Como podemos avaliar um argumento indutivo?
Há dois critérios centrais para a avaliação de um argumento indutivo:
Critério 1: A amostra deve ser diversificada, ou seja, possuir muitos exemplos e não apenas 2/3.
Critério 2: A amostra deve ser representativa.
Quais são as principais falácias do argumento indutivo?
Quando alguém não respeita o critério 1, é cometido uma “falácia da generalização precipitada”, pois não está a usar muitos exemplos diversificados
Quando alguém não respeita o critério 2, é cometido uma “falácia da amostra não representativa”, pois os casos observados nas premissas não são bons/claros o suficientes para inferir indutivamente a sua conclusão.
O que são os argumentos por analogia?
Os argumentos por analogia são aqueles que se baseiam na semelhança, ou analogia, entre coisas diferentes.
Exemplo:
(1) O objeto X É COMO ou É SEMELHANTE ao objeto Y.
(2) O objeto Y tem a característica C.
(3) Logo, (provavelmente) o objeto X tem a característica C.
Como podemos avaliar um argumento por analogia?
Há dois critérios centrais para a avaliação de um argumento por analogia:
Critério 1: As semelhanças observadas entre os objetos devem ser relevantes para a característica a inferir a conclusão.
Critério 2: Entre os dois objetos da comparação não devem existir grandes diferenças para a característica a inferir na conclusão.
Qual é a principal falácia do argumento por analogia?
Quer se desrespeite o critério 1 ou o critério 2, é cometido a “falácia da falsa analogia”.
Exemplo:
(1) O universo é como uma máquina.
(2) Uma máquina é produzida por alguém inteligente.
(3) Logo, o universo é produzido por alguém inteligente.
O que são argumentos de autoridade?
Num argumento de autoridade recorre-se à opinião de um perito ou um especialista para reforçar a aceitação de uma determinada proposição.
Exemplo:
(1) Uma autoridade diz que A (sendo A a abreviatura de alguma proposição)
(2) Logo, (provavelmente) A é o caso.
Como podemos avaliar um argumento de autoridade?
Há dois critérios centrais para a avaliação de um argumento de autoridade:
Critério 1: Deve identificar-se claramente as fontes e citar-se as autoridades.
Critério 2: As autoridades devem ser reconhecidamente especialistas no assunto em questão, sendo imparciais e isentas, e a sua opinião não deve ser disputada por outros peritos igualmente qualificados.
Qual é a principal falácia do argumento de autoridade?
Quer se desrespeite o critério 1 ou o critério 2, é cometido a “falácia do apelo ilegítimo à autoridade”.
Qual a diferença entre uma falácia formal e informal?
- Uma falácia formal é uma dedução inválida que parece ser válida, ou seja, a estrutura do argumento (como as falácias da afirmação da consequente ou da negação da antecedente).
- Uma falácia informal é um erro de argumentação, ou seja, é o seu conteúdo que leva o argumento a erro.
O que é a a falácia da petição de princípio?
Comete-se a falácia da petição de princípio (ou argumento circular) quando se pressupõe nas premissas aquilo que se quer ver provado na conclusão.
Exemplo:
(1) As pessoas são todas egoístas.
(2) Logo, as pessoas nunca agem de um modo desinteressado.
O que é a a falácia de falso dilema?
Comete-se uma falácia de falso dilema quando numa das premissas se consideram apenas duas possibilidades ou alternativas, quando na realidade existem muitas outras possibilidades que não estão a ser devidamente consideradas.
Exemplo:
(1) O José é um bom aluno ou será sempre um fracassado ao longo da sua vida.
(2) Mas o José não é um bom aluno.
(3) Logo, o José será sempre um fracassado ao longo da vida.