Tuberculose e Micose Pulmonar Flashcards

1
Q

Sobre TB: qual o agente etiológico da TB? Qual o nome do paciente que elimina o bacilo para o meio ambiente? Qual o local mais comum de ter tuberculose? Explique como é o mecanismo da primoinfecção da TB? Qual o nome da necrose que ocorre no centro do granuloma formado? Qual o nome dado para o nódulo pulmonar, visto no RX, devido ao granuloma da TB? O que é infecção latente na TB?

A

1) Agente etiológico: Mycobacterium tuberculosis ou chamado de Bacilo de Koch.
2) Pessoa que elimina o bacilo é chamado de bacilífero.
3) Local mais comum é na zona urbana, nas periferias onde as casas, muitas vezes pequenas, comportam mais de 15 pessoas, sendo fácil a transmissão.
4) Primoinfecção da TB: O primeiro contanto do bacilo com a pessoa ele vai para o pulmão, sendo chamado esse processo de primoinfecção. Chegando no pulmão, ocorre que células de defesa não especifica (neutrófilos) tentam combater o bacilo mas não conseguem. Logo depois chega os macrófagos que fagocitam esses bacilos. Porém, o macrófago não consegue conter e os bacilos vão para o sistema linfático, caem na corrente sanguínea e alcançam todos os tecidos do corpo. Leva 3-8 semanas pra formar um GRANULOMA, constituído por linfócitos T e macrófagos, que atuam juntos para fazerem uma contenção e impedir que a doença ocorra. Em 90% dos casos, o granuloma contém o bacilo e não ocorre a doença tuberculose.
6) A necrose formada gera o granuloma CASEOSO.
7) Nódulo de Ghon: é o nódulo pulmonar visto no RX devido a granuloma da TB.
8) Infecção latente por TB: é quando os bacilos ficam contidos no granuloma, NÃO ocorrendo a DOENÇA (90% da população que teve a primoinfecção fica nessa condição pro resto da vida).

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2
Q

Sobre TB: 10% das pessoas que tem a primoinfecção ficam doentes com TB: o que é TB primária e secundária? Em qual faixa etária é o primeiro contato com TB?

A

1) TB primária: é quando a pessoa tem a primoinfecção e não consegue formar o granuloma devido a imunidade baixa, fazendo com que a doença se instale. Essa TB primária normalmente ocorre na infância.
2) TB secundária ou pós-primaria: o granuloma foi formado na primoinfecção e tempos depois esse granuloma se desfaz e acaba ocorrendo a doença devido a baixa imunidade ou a uma reinfecção, que fez com que o granuloma antigo se desfaça para proteger de uma nova exposição aos novos bacilos que a pessoa teve contanto. A TB secundária é mais comum no adulto.
3) O primeiro contato com TB é na infância.

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3
Q

Sobre TB: qual a principal forma de TB? Clínica e RX da TB primária? A criança é bacilífera? Principal complicação da TB primaria? Em quem pode ocorrer a TB miliar?

A

1) Principal forma de TB é pulmonar (80% dos casos).
2) Clínica da TB primária (mais em crianças):
- Pneumonia arrastada (não responde a ATB).
3) RX tórax: adenopatia hilar.
4) A criança não é bacilífera (paucibacilífera), ou seja, não transmite TB. O adulto que transmitiu para a criança.
5) Principal complicação da TB primária: TB miliar.
6) TB miliar ocorre principalmente nos pacientes < 2 anos, imunodeprimidos (HIV) e quem não tomou a vacina BCG.

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4
Q

Sobre TB: clínica e RX da TB pós-primaria? Adulto transmite TB? Principal complicação e imagem causada por fungo da TB pós primária?

A

1)Clínica da TB pós-primária (no adulto normalmente):

  • Tosse > 3 semanas
  • Febre
  • Perda ponderal
  • Sudorese noturna

2)RX tórax da TB pós-primaria:

  • Inicialmente ocorre uma consolidação.
  • Posteriormente ocorre cavitação (principalmente em ápice pulmonar).

3) O adulto é bacilífero (transmite a TB).
4) Principal complicação fúngica da TB pós-primaria: Bola fúngica (Aspergilose): sintoma importante é hemoptise.
5) Imagem da aspergilose pulmonar: TC mostra o sinal da lua crescente.

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5
Q

Sobre TB: diagnóstico em > 10 anos? quais são os testes de Escarro que confirma TB? Qual o teste de Escarro que fazemos para acompanhar a resposta terapêutica? Se tiver uma clínica e RX muito sugestivo de TB mas com vários testes de Escarro negativo, o que fazer? E se tiver um caso grave com toda clínica e RX sugestivo de TB?

A

1)Diagnóstico em > 10 anos:

  • Clínica
  • RX tórax
  • Teste do Escarro (confirma)

2)Teste de Escarro que confirma TB:

  • Teste rápido molecular por PCR (TRM-TB): é o teste de escolha hoje no Brasil, por ficar pronto com 2h após coleta, por avaliar se há resistência à Rifampicina e ser apenas 1 coleta.
  • Baciloscopia (BAAR): fazer se o TRM-TB estiver indisponível. Não é o padrão ouro por: ter que fazer 2 amostrar em dias diferentes e demora dias para ficar pronto.
  • Cultura: quando tiver vindo negativo baciloscopia ou TRM-TB.

3) Exame de Escarro para acompanhar resposta terapêutica: baciloscopia! O TRM-TB não é a escolha por detectar DNA vivo e morto da TB.
4) Com clínica e RX sugestivos com vários Escarro negativo = podemos iniciar o esquema tratamento para TB.
5) Clínica e RX sugestivo de TB em um caso grave: não esperar Escarro para iniciar Tto para TB.

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6
Q

Sobre TB: diagnóstico em crianças < 10 anos? Qual o local da tuberculose extrapulmonar mais comum no adulto, no paciente com HIV e em crianças? Como saber se a pessoa está infectada por TB mas não doente (infecção latente), está na janela imunológica ou se está doente por TB?

A

1)Diagnóstico de TB em < 10 anos:

-Sistema de pontuação:
•Clínica 
•RX de tórax 
•Contato com adulto com TB 
•Prova tuberculínica (PPD) reator
•Desnutrição 

-Cultura do lavado gástrico

OBS: a criança não consegue fazer o teste de Escarro, por isso sistema de pontuação.

2)TB extrapulmonar mais comum:

  • Adulto: é a TB pleural.
  • HIV+: é a TB ganglionar
  • Crianças: é a TB osteoarticular

3)Paciente em janela imunológica: PPD não reator e repetir em 8 semanas o PPD, pois demora 8 semanas para o sistema imune criar células de defesa competente para atacar o bacilo e dar PPD reator.

4) Paciente infectado por TB mas não doente (infecção latente):
- Clínica e RX normais
- PPD reator

5) Paciente doente por TB:
- Clínica e/ou RX tórax e/ou Escarro presentes
- PPD reator

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7
Q

Sobre TB: clínica, RX e diagnóstico de TB pleural? Como são as características do líquido pleural na TB pleural? Quem são os pacientes que tem TB meníngea? Clínica, complicações e diagnóstico da TB meníngea?

A

1) Clínica de TB pleural: tosse seca arrastada, dor pleurítica e febre.
2) RX de tórax na TB pleural: derrame pleural.
3) Diagnóstico de TB pleural:

  • Clínica
  • RX
  • Toracocentese (na prática se tiver sugestivo de TB podemos já iniciar o tto).
  • Biópsia pleural (fecha o diagnóstico).

4) Características do líquido pleural: exsudato, glicose baixa, ADA > 40 U/L, aumento da celularidade (aumento primeiro com neutrófilos e depois começa a subir linfócitos). Não há aumento de células mesoteliais (isso é para CA).
5) Pessoas mais susceptíveis a TB meníngea: crianças não vacinadas e HIV +.
6) Clínica da TB meníngea:

  • Quadro de meningite arrastada
  • Alteração dos pares cranianos, principalmente o VI, III, IV, VII e VIII.

7)Diagnóstico de TB meníngea:

  • Clínica
  • Punção lombar: rico em proteína, baixa glicose, com aumento de celularidade (no início neutrofílos e depois aumento de linfócitos).

8)Complicações da TB meníngea: hidrocefalia, vasculite, compressão de pares cranianos.

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8
Q

Sobre TB: quais são os fármacos usados no tto de TB no adulto e na criança (< 10 anos)? Como é o esquema de tratamento da TB pulmonar, meníngea? No casos de falência terapêutica (não há melhora do quadro) e MDR (multidroga resistência à rifampicina e isoniazida) o que fazer?

A

1)Esquema RIPE: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol.
No adulto é o RIPE e na criança é o RIP (não usa etambutol em criança).

2) Esquema de tto da TB pulmonar:
- Esquema RIPE por 6 meses (2 meses de RIPE e os 4 meses finais com RI).
3) Esquema de tto da TB meníngea:

  • Esquema RIPE por 12 meses (2 meses de RIPE e 10 meses finais de RI).
  • Corticoide por 1-3 meses.

4)Nos casos de falência terapêutica e MDR: Esquema CLEPT (capreomicina + levofloxacino + etambutol + pirazinamida + terizidona) por 18 meses.

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9
Q

Sobre TB: como fazer o acompanhamento no tto da TB? Quais são os efeitos colaterais do tto da TB? Quais tem efeitos hepatotóxicos das drogas contra TB? Quando interrompemos o tto de TB por hepatotoxicidade? Se houver critérios de interromper o tto de TB quando em que ordem de drogas voltar o tto? O que fazer se mesmo interrompendo o esquema de tto o paciente não melhorou, tem cirrose ou teve hepatotoxicidade e com TB grave? Como é o tto de TB na gestante? Paciente com HIV sem tto e com TB, qual eu trato primeiro?

A

1)Acompanhamento do tto da TB:

  • Tratamento diretamente observado (TDO).
  • Baciloscopia mensal (ideal) ou 2/4/6 mês (mínimo).

2)Efeitos adversos do tto da TB:

  • TODOS do esquema RIPE: Náuseas e vômitos
  • Rifampicina: resfriado, nefrite intersticial aguda, asma, suor e urina laranja.
  • Isoniazida: neuropatia periférica devido a carência de piridoxina causada pela isoniazida.
  • Pirazinamida: aumenta ácido úrico (pode precipitar GOTA)
  • Etambutol: neurite óptica
  • Levofloxacino: aneurisma de aorta e ruptura de tendão.

3) RIP são hepatotóxicos.
4) Interrompemos o esquema RIP por hepatotoxicidade quando:

  • Icterícia
  • TGO ou TGP > 3x com sintomas
  • TGO ou TGP > 5x

5) Se o paciente melhorar da icterícia e das alterações de TGO/TGP em 1 mês podemos voltar as medicações. Começar o esquema novamente primeiro com a rifampicina (menos hepatotóxica), depois isoniazida e por último a Pirazinamida (mais hepatotoxica).
6) Não melhorou/ TB grave/ cirrose: fazer o esquema CEL (capreomicina, etambutol e levofloxacino) por 12 meses.
7) Tto de TB na gestante: RIPE + piridoxina (vit B6).
8) Paciente HIV sem tto prévio com TB: iniciamos primeiro o esquema RIPE e depois de 2 semanas entramos com o tto para o HIV.

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10
Q

Sobre TB: como fazer o controle de TB? O que fazer com a pessoa que mora com as pessoas que moram com um tuberculoso (os contactantes)? O que fazer se o paciente contactante tiver sintoma e/ou RX alterado? O que fazer se o contactante tiver assintomático com RX normal? O que é o PPD? Devemos medir o tamanho da reação da PPD na derme do paciente, o que devemos medir e qual o diâmetro que confirma ou descarta que o PPD veio reator? Em quanto tempo devemos repetir o PPD se vier não reator ? Qual o tto diante de um contactante com PPD reator?

A

1) Controle: Procurar os pacientes bacilíferos e tratá-los.
2) Avaliação dos contactantes: examinar os pacientes + RX tórax.
3) Se tiver sintomas e/ou RX alterado: teste de Escarro (TRM-TB ou BAAR).
4) Contactante assintomático com RX normal: investigar infecção latente com o PPD. Se vier PPD reagente é por que a pessoa foi infectada pelo bacilo.
5) PPD é a prova tuberculínica: é uma prova que mostra se a pessoa teve a resposta imune contra o bacilo (infecção), mas não dá para saber se a pessoa tem a doença tuberculose, só confirma ou descarta que a pessoa está com a infecção latente (infecção sem a doença TB).
6) Devemos medir a área endurecida e não a parte que está vermelha.
7) PPD com lesão < 5 mm: não reator (não infectada).
8) PPD com lesão > ou igual 5 mm: reator (infecção latente).
9) Repetir o PPD em 8 semanas se vier não reator.

10)Tto de contactante com PPD reator: devemos fazer tratar para impedir que o paciente adoeça:
-Isoniazida: 9-12 meses de 270 doses. Pode usar em todos.
OU
-Rifampicina: 4-6 meses de 120 doses (preferir usar Rifampicina em hepatopatas, em < 10 anos ou > 50 anos).
OU
-Isoniazida + rifapentina 12 doses (3 meses).

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11
Q

Sobre TB: quais são as indicações de fazer PPD no paciente (ou seja, investigar infecção latente)? Podemos aplicar a vacina BCG em RN de contactante de bacilífero?

A

1)Indicações de investigação de infecção latente (Indicação de pedir PPD):

  • Profissionais de saúde: só tratar nessas pessoas se o PPD aumentar > ou igual a 10 mm em 1 ano.
  • RN contactante de bacilífero no 3 mês de vida.

2)Conduta nos RN contactante de bacilífero: não vacinar com BCG ao nascer e dar Isoniazida ou Rifampicina por 3 meses. Fazer PPD apos 3 meses, se não vier reator aplicar a BCG. Se vier reator não vacinar e continuar o tto por mais 3 meses de isoniazida ou mais 1 mês de Rifampicina.

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12
Q

Sobre micose pulmonar: existe duas formas nas micose pulmonares: a aguda e crônica. Tem como o paciente apresentar a forma crônica sem antes ter apresentado a forma aguda? Sempre diante de um paciente com sintomas que sugerem TB devemos pensar em qual diagnóstico diferencial?

A

1) Pode SIM o paciente ir direto para a forma crônica e não ter os sintomas da forma aguda.
2) Paciente com sintomas típicos de TB devemos sempre pensar em histoplasmose crônica e paracoccidioidomicose crônica (se assemelha muito a TB).

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13
Q

Sobre paracoccidioidomicose: qual a forma mais comum de paracoco, aguda ou crônica? Epidemio e clínica da forma aguda? Epidemio, clínica e RX da forma crônica? Diagnóstico? Como vem o resultado histopatológico? Tto?

A

1) A forma crônica é responsável por 90% dos casos.
2) Epidemio forma aguda:

  • Homens (16:1): isso deve ao fato de que o estrogênio protege a mulher.
  • Jovens < 30 anos.
  • Paciente que mora em região agrícola.

3)Clínica forma aguda:

Se assemelha a MONONUCLEOSE:

  • Febre
  • Adenomegalia generalizada que podem fistulizar
  • Hepatoesplenomegalia
  • Perda de peso e adinamia
  • Raramente causa insuficiência adrenal
  • Pode gerar icterícia e ascite quilosa por aumento extremo dos linfonodos obstruído hilo hepático e dificuldade de drenagem linfática do intestino.

4)Epidemio da forma crônica:

  • Homens (16:1)
  • Meia idade (40-60 anos).
  • Paciente que mora em região agrícola.
  • Paracoco não é contagioso, se pega por inalação do fungo no solo.

5)Clínica da forma crônica:

Se assemelha a TB:

  • Tosse crônica, expectoração e dispneia aos esforços com lenta progressão.
  • Febre e emagrecimento podem estar ausentes (mais comum na forma aguda)
  • Lesões de mucosas labiais e ORAIS são característicos da fase crônica.
  • Lesão de pele: lesão ulcerosa (PLECT).

6) RX tórax da forma crônica:
- Infiltrado pulmonar bilateral simétrico pedi-hilar em terço médio (“Asa de morcego”)
7) Diagnóstico: Escarro/ raspado da pele/ biópsia.
8) Histopatológico: “Roda de leme”

9) Tto:
- Formas leves: Itraconazol 18 meses ou Bactrim.
- Formas graves: Anfotericina B

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14
Q

Sobre histoplasmose: como é a clínica da forma aguda? Clínica e RX forma crônica? A forma crônica acomete mais em pacientes que tem quais doenças? Diagnóstico? Etiologia? Tto? Transmissão?

A

1) Clínica forma aguda:
- Síndrome gripal
2) Clínica da forma crônica:

Se assemelha muito com TB:

  • Tosse crônica, perda de peso, febre, adinamia
    3) RX tórax na histoplasmose crônica:
  • Igual da TB: infiltrado em ápice e até forma miliar igual TB miliar.
    4) Paciente que já tem DPOC e bronquiectasias tem mais chance de desenvolver histoplasmose crônica.
    5) Diagnóstico: cultura do Escarro, biópsia pulmonar e sorologia.
    6) Etiologia: Histoplasma capsulatum.
    7) Tto:
  • Forma leve: intraconazol
  • Forma grave: Anfo B.

8)Transmissão: inalação do fungo, onde há fezes de aves e morcegos como em cavernas e galinheiros.

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