Trauma 2 - Abdome, TCE, Pelve e outros Flashcards
Trauma em Gestante
CC: Gestante vítima de acidente automobilístico, hemodinamicamente instável.
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Qual a conduta, além da ressucitação volêmica?
Cobrado na UNICAMP - 2021
- Desviar manualmente o útero para a esquerda
OU - Elevar o lado direito do dorso (posicioná-la em decúbito lateral esquerdo)
Essas manobras aliviam a compressão sobre a Cava Inferior, facilitando o retorno venoso
Indicações de TC de crânio em TCE leve? (6)
Cobrado na UNICAMP 2022
- Idade > 65 anos¹
- ECG < 15 após 2h
- Suspeita de fratura de crânio aberta ou com afundamento
- Sinais de fratura de base de crânio
- Vômitos de repetição
- Uso de anticoagulantes
¹Conceito cobrado na questão geradora do card
Trauma de Fígado
A classificação do trauma hepático segundo a AAST é feita de acordo com o que? (2)
Cobrado no PSU-GO 2024
Localização e profundidade das lesões.
Trauma de Fígado
Quais graus de lesão hepática são considerados ‘simples’?
Cobrado no PSU-GO 2024
Grau I, II e III.
Trauma de Fígado
Quais graus de lesão hepática são considerados ‘complexos’?
Cobrado no PSU-GO 2024
Grau IV, V e VI.
Trauma de Fígado
O que caracteriza uma lesão hepática de Grau I?
Cobrado no PSU-GO 2024
- Hematoma subcapsular não expansivo, < 10% da superfície;
- Laceração com avulsão capsular não sangrante, < 1 cm de profundidade.
Trauma de Fígado
O que caracteriza uma lesão hepática de Grau II?
Cobrado no PSU-GO 2024
- Hematoma subcapsular, 10 a 50% da superfície;
- Laceração com avulsão capsular de 1-3 cm de profundidade e com < 10 cm de extensão.
Trauma de Fígado
O que caracteriza uma lesão hepática de Grau III? (4)
Cobrado no PSU-GO 2024
- Hematoma subcapsular > 50% da superfície ou expansivo, ou
- Hematoma subcapsular roto com sangramento ativo, ou
- Hematoma intraparenquimatoso não roto > 10 cm
- Laceração > 3 cm de profundidade.
Trauma de Fígado
O que caracteriza uma lesão hepática de Grau IV?
Cobrado no PSU-GO 2024
- Hematoma intraparenquimatoso roto com sangramento ativo
- Laceração com rotura parenquimatosa de 25-75% de um lobo OU de 1-3 segmentos de Couinaud dentro de um único lobo
Trauma de Fígado
O que caracteriza uma lesão hepática de Grau V? (2)
Cobrado no PSU-GO 2024
- Laceração com rotura parenquimatosa de > 75% de um lobo;
- Lesão vascular de vasos justa-hepáticos (ex. veia cava inferior retro-hepática).
Trauma de Fígado
O que caracteriza uma lesão hepática de Grau VI?
Cobrado no PSU-GO 2024
Avulsão hepática.
Trauma de Abdome
O exame FAST é ruim para detectar lesões de vísceras […] (ocas / maciças)
PUC SP 2025
Ocas
Lesões de vísceras ocas (como estômago, intestino delgado ou grosso) frequentemente liberam pequeno / moderado volume de conteúdo gástrico ou intestinal, ao invés de uma grande quantidade de sangue na cavidade peritoneal.
O FAST é muito eficaz para maiores volumes de líquido, mas não consegue visualizar diretamente as lesões nos tecidos e nem pequenos volumes de líquido intra- abdominal.
Trauma de Abdome
V ou F: Todos os pacientes com lesões abdominais penetrantes que lesam a fáscia posterior devem ser submetidos a uma exploração, embora uma laparoscopia seja suficiente.
PUC SP 2025
Falso!
Na verdade, nem todos os pacientes com lesões abdominais penetrantes que lesam a fáscia posterior do abdome, ou seja, que apresentam violação peritoneal, devem ser submetidos a uma exploração (Digital? Cirúrgica? Não ficou claro). Independentemente, a assertiva estaria incorreta nos dois casos!
…
A exploração digital é uma conduta indicada apenas para o trauma penetrante em parede anterior que não possui indicação imediata de laparoTOMIA (choque, peritonite e/ou evisceração). E sabemos que nem todo trauma penetrante possui essa indicação cirúrgica (laparotomia) imediatamente! Já a laparoscopia diagnóstica é um método útil em pacientes hemodinamicamente estáveis (apenas após a exploração digital com resultado duvidoso) para melhor avaliar a possibilidade de penetração peritoneal e/ou na suspeita de lesão diafragmatica.
Trauma
CC: paciente vítima de trauma automobilístico, sem alterações no ABCD. No “E” relata dor intensa em MIE e edema importante do membro, com pulsos periféricos palpáveis. Realizada RX do membro, sem sinais de fratura.
Qual é o diagnóstico?
USP SP 2024
Síndrome compartimental
O diagnóstico precoce é a chave pro sucesso terapêutico!
Lembrar que a PRESENÇA DE PULSOS DISTAIS e a AUSÊNCIA DE CIANOSE NÃO EXCLUEM O DIAGNÓSTICO e são achados, quando presentes, tardios
Síndrome Compartimental em MMII
Quando e como descomprimir?
USP SP 2024 (R+)
Descomprimir o quanto antes, por meio de fasciotomia, que deve ser feita por meio de duas incisões (lateral e medial).
Quanto > o tempo de evolução e pressão intracompartimental = +GRAVE
As duas incisões devem ser longitudinais, que promovem a descompressão dos quatro compartimentos do membro inferior: anterior, lateral, posterior superficial e posterior profundo.
Trauma de Abdome
CC: Paciente vítima de atropelamento. A: em IOT; B: MVF bilateralmente; C: instável HMD (choque classe III), com FAST positivo; D: Glasgow 3T. Além disso, apresenta uma gasometria com acidose metabólica.
Qual o tratamento inicial recomendado?
USP SP 2024
Reposição volêmica, já iniciando com 2 bolsas de sangue O-
Noção ZERO da banca né?
Como a questão já trouxe a gasometria com acidose metabólica, sabe-se que realizar a etapa inicial com reposição só de cristaloide piora o prognóstico, por exacerbar a tríade letal ao piorar acidose. Então já deve-se indicar a hemotransfusão.
…
Só no mundo mágico das questões pro paciente já ter uma gasometria antes do manejo inicial né? Sem noção.
Trauma de Abdome
Índice de choque de 0,8 + TC de abdome mostrando líquido livre sem a presença de pneumoperitôneo ou lesão parenquimatosa.
- Qual é o provável foco de sangramento?
- Qual é a conduta?
UNIFESP 2024
- Mesentério
- Laparoscopia exploradora
Comentários:
1. Não apresentou lesão parenquimatosa (baço, fígado), nem pneumoperitôneo (vísceras ocas), então a principal suspeita é o mesentério.
2. Há evidência de sangramento sem foco identificado, então está indicada a exploração cirúrgica. Como o IC = 0,8, em uma criança, considera-se estabilidade hemodinâmica, então pode fazer laparoscopia.
Trauma Retroperitoneal
1. Localização dos hematomas em zona 1?
2. Conduta?
SUS-SP 2024
- Linha média → lesões de aorta ou seus ramos principais (tronco celíaco, mesentérica superior, a. renal proximal).
- Abordagem cirúrgica imediata. Exceto quando hematoma retro-hepático
Trauma Retroperitoneal
1. Localização dos hematomas em zona 2?
2. Conduta?
SUS-SP 2024
- Lateral em torno da loja renal → lesões nos vasos renais ou parênquima renal
- Se trauma penetrante = exploração cirúrgica. Se trauma contuso, apenas explorar se for expansivo ou com sangramento ativo.
Trauma Retroperitoneal
1. Localização dos hematomas em zona 3?
2. Conduta?
SUS-SP 2024
- Pelve → lesões nos vasos ilíacos ou fraturas pélvicas.
- Se trauma penetrante = exploração cirúrgica. Se trauma contuso, não explorar.
Os sangramentos são tamponados na pelve e ao serem explorados resultam em intenso sangramento, por isso não explorar os contusos.
Trauma Retroperitoneal
Conduta em lesões de veia cava retro-hepática?
SUS-SP 2024
Há sangramento ativo?
1. Sim = exploração cirúrgica (heroica)
2. Não = tamponamento
A abordagem com maior probabilidade de sucesso é preservar o tamponamento natural dessa região de baixa pressão, quando viável. Um shunt atriocaval (Shrock) é um método que inclui o isolamento da veia cava retro-hepática, por um shunt intravascular entre a cava infra-hepática e o átrio direito.
Trauma Cervical
Zona 1?
SUS-SP 2024
Atinge a base do pescoço e desfiladeiro torácico. Definida entre a fúrcula esternal e a cartilagem cricoide.
Trauma Cervical
Zona 2?
SUS-SP 2024
- Localizada entre a cartilagem cricoide e o ângulo da mandíbula.
- Contém carótidas, artérias vertebrais, veias jugulares e estruturas do trato aerodigestivo.
Trauma Cervical
Zona 3?
SUS-SP 2024
- Localizada entre o ângulo da mandíbula e a base do crânio.
- Contém carótida distal, glândulas salivares e faringe.
Trauma Cervical
Condutas por zona acometida?
Tradicional? Atualizações?
SUS-SP 2024
- Zonas I e III, tradicionalmente indica-se avaliação por métodos complementares.
- Zona Il indica-se cervicotomia imediata.
No entanto, esta conduta vem sofrendo alterações nos últimos anos e atualmente temos que:
1. Pacientes instáveis, com: sangramento ativo, hematoma em expansão OU lesão aerodigestiva óbvia. Devem ser submetidos à exploração cirúrgica.
2. Por outro lado, pacientes estáveis e sem outra indicação cirúrgica podem ser submetidos à avaliação complementar com exame de imagem.
Trauma Renal
Lesões menores?
HAOC 2025
Graus I, II e III = hematomas subcapsulares e/ou lacerações ou contusões corticais (ou corticomedulares).
Ponto principal: não atingem o sistema coletor
I. Contusão: hematúria macro ou micro, estudos urológicos normais. Hematoma subcapsular não expansivo, sem laceração renal
II. Hematoma perirrenal não expansivo confinado ao retroperitônio renal. Laceração cortical < 1cm de profundidade sem extravasamento urinário.
III. Laceração cortical > 1 cm de profundidade, sem ruptura do sistema coletor
Trauma Renal
Conduta nas lesões menores?
HAOC 2025
Se paciente estável HMD → tratamento conservador
Condutas:
1. Repouso por um período de 7 dias
2. ATB
3. Novo exame de imagem cerca de 1 mês depois que deve indicar resolução do processo
Trauma Renal
Lesões maiores?
HAOC 2025
Graus IV e V = dano à via excretora com extravasamento de urina para o retroperitôneo; explosão renal; trombose vascular e avulsão do pedículo.
Ponto principal: atingem o sistema coletor
IV. Laceração estendendo-se do córtex até a medula do sistema coletor. Vascular: lesão da artéria renal ou veia renal, com hemorragia contida.
V. Laceração com fragmentação total do rim (shattered kidney). Vascular: avulsão do hilo (pedículo) renal, que desvasculariza o rim.
Trauma Renal
Conduta nas lesões maiores?
HAOC 2025
- Grau IV → se estabilidade HMD + extravasamento de contraste na fase arterial da TC = embolização angiográfica. Se instável = nefrectomia
- Grau V → nefrectomia
Obs: alguns autores defendem que mesmo no grau IV a abordagem é sempre cirurgica. Atualmente, a tendência é a conduta não-operatória, sobretudo em traumas contusos e paciente estáveis hmd.