Teste 2 - matéria (parte 1) Flashcards
FÁRMACOS COM AÇÃO NO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO AUTACÓIDES E SEUS MODULADORES ANTI-INFLAMATÓRIOS E ANALGÉSICOS FÁRMACOLOGIA ENDÓCRINA FÁRMACOS DO SANGUE FÁRMACOLOGIA DO APARELHO REPRODUTOR FÁRMACOS DIGESTIVOS
Sistema nervoso somático
(voluntário)
* Enerva o músculo esquelético, controla as funções motoras do organismo
* Os axónios com origem na medula espinal libertam a acetilcolina na junção neuromuscular (organização)
* Nervos cranianos
* Nervos raquidianos
(acetilcolina é um neurotransmissor excitatório)
Sistema nervoso autónomo
(ou vegetativo; não depende da vontade da pessoa; tem autonomia intrínseca)
* Atua de forma integrada com o SNC, para regular as funções orgânicas (terminações nervosas que
vão chegar a cada um dos órgãos)
- Sistema nervoso simpático (favorece a vida; fight or flight)
- Sistema nervoso parassimpático (contraria as funções do simpático; rest and digest)
FUNÇÕES DO SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO
- Regula as atividades do: coração, células secretoras e músculo liso
- Estão envolvidos dois neurónios na transmissão (seja o SN simpático ou parassimpático)
- 1º neurónio tem origem no SNC e faz sinapse com um gânglio fora do SNC
- 2º neurónio enerva o tecido alvo (efetor)
Fármaco Parassimpaticomimético
copia as funções do SNParassimpático e liga-se aos seus recetores;
é um agonistas parassimpático (têm afinidade e atividade intrínseca) (mimético/mímica – cópia). Contrai a
pupila, estimula a salivação, reduz os batimentos cardíacos, contrai os brônquios, estimula a atividade do
estômago e do pâncreas, estimula a vesícula biliar, contrai a bexiga e promove a ereção.
Fármaco Simpaticomimético
copia as funções do SNSimpático e liga-se aos seus recetores; é um
agonista simpático. Dilata a pupila, inibe a salivação, acelera os batimentos cardíacos, relaxa os brônquios, inibe a atividade do estômago e do pâncreas, estimula a libertação de glicose pelo fígado, estimula a produção de adrenalina e noradrenalina, relaxa a bexiga e promove a ejaculação.
Fármaco Parassimpáticolítico
antagonista do SNParassimpático, mas ao mesmo tempo um
agonista do SNSimpático; (Simpaticomimético)
Fármaco Simpáticolítico
antagonista do SNSimpático, mas ao mesmo tempo um agonista do SNParassimpático; (Parassimpaticomimético)
SNA: quais os neurónios
-
Sistema nervoso simpático:
-
Neurónio pré-ganglionar
- Origem na porção torácica e lombar da medula espinal e termina no gânglio para- ou pósvertebral, ou enerva diretamente a medula adrenal. Funcionalmente a medula adrenal funciona como um gânglio.
- Libertam acetilcolina nos recetores nicotínicos dos neurónios pós-ganglionares ou na medula adrenal (neurotransmissor excitatório)
-
Neurónio pós-ganglionar
- Origem no gânglio e enerva a célula efetora
- Libertam noradrenalina/norepinefrina nos recetores adrenérgicos a e b do tecido efetor.
- dopamina nos recetores D1 do tecido efetor.
- acetilcolina nos recetores muscarínicos do tecido efetor.
-
Neurónio pré-ganglionar
-
Sistema nervoso parassimpático
-
Neurónios pré-ganglionares
- Origem no mesencéfalo, medula cerebral, ou na porção sagrada da medula espinal. Terminam nos neurónios pós-ganglionares. As terminações dos neurónios pré-ganglionares e gânglios estão localizados dentro ou próximo da célula efetora.
- Libertam acetilcolina nos recetores nicotínicos dos neurónios pós-ganglionares
-
Neurónios pós-ganglionares.
- Enervam os tecidos
- Libertam acetilcolina nos recetores muscarínicos na célula efetora.
-
Neurónios pré-ganglionares
NEUROTRANSMISSORES
Substâncias químicas libertadas no terminal pré-sináptico, que atravessam a fenda sináptica para estimular ou inibir a célula pós-sináptica
- Existem dúzias de neurotransmissores nos neurónios
- Os neurotransmissores podem ser excitatórios e inibitórios
- Cada neurónio usualmente sintetiza e liberta um único tipo de neurotransmissor
Para que uma determinada substância seja o transmissor de uma sinapse específica é preciso que:
- O neurónio pré-sináptico a contenha (em vesículas) e seja capaz de a sintetizar (deve possuir as enzimas específicas envolvidas na sua síntese ou deve possuir transportadores para a sua recaptação neuronal);
- A substância deve ser libertada pelos neurónios pré-sinápticos em resposta à estimulação apropriada;
- A aplicação da substância na membrana pós-sináptica deve mimetizar os efeitos da estimulação de neurónios pré-sinápticos (através de recetores específicos). (pode se usar fármacos que vão copiar os neurotransmissores)
NEUROTRANSMISSORES MAIS IMPORTANTES DO CORPO
- Acetilcolina
- Dopamina
- GABA (ácido gama-aminobutírico)
- Glutamato
- Glicina
- Norepinefrina
- Serotonina
Acetilcolina
Neurotransmissor usado pelos neurónios da medula espinhal para controlar os músculos e por vários neurónios do cérebro para regular a memória. Na maioria das instâncias a acetilcolina é excitatória.
Dopamina
Neurotransmissor que produz sensação de prazer quando libertado pelo cérebro ao longo de todo o sistema. Tem múltiplas funções dependendo do local no cérebro onde atua. É normalmente inibitória.
GABA (ácido gama-aminobutírico)
O maior neurotransmissor inibitório no cérebro.
liga-se aos recetores de Cl-, abre os recetores e promove a entrada de Cl- → potencial negativo no interior do neurónio
Glutamato
O mais comum neurotransmissor excitatório no cérebro
Glicina
Neurotransmissor usado por vários neurónios na medula espinhal. Provavelmente quase sempre atua como neurotransmissor inibitório.
Norepinefrina
Atua como neurotransmissor ou como hormona. No sistema nervoso periférico, em resposta ao fight-or-flight. No cérebro atua como neurotransmissor regulando as funções normais do cérebro. É normalmente excitatória, mas é inibitória em algumas áreas cerebrais.
Serotonina
(hormona do prazer)
Neurotransmissor envolvido em muitas funções, incluindo humor, apetite e perceção sensorial. Na medula espinhal, é inibitória da dor
MECANISMO FISIOLÓGICO DA LIBERTAÇÃO DE NEUROTRANSMISSORES
À medida que o potencial de ação circula, há alteração das cargas elétricas do neurónio, entra Na+, por repolarização entra Ca2+ (para compensar as cargas) que faz com que as vesiculas (contendo os neurotransmissores) circulem dentro do neurónio em direção à membrana, se fundam com a membrana, libertem os neurotransmissores e estes atuem nos recetores.
Recetores colinérgicos
(medeiam ação da acetilcolina):
* Recetores muscarínicos (metabotrópicos) (cogumelos)
* Recetores nicotínicos (tabaco)
Recetores muscarínicos
(Recetores metabotrópicos – acoplados à proteína G)
- M1: Nos neurónios e medeiam o potencial pós-sináptico excitatório
- M2: Coração a onde decrescem a sua excitabilidade
- M3: Músculo liso, esfíncteres e glândulas secretoras
- M4: SNC
- M5: Nos neurónios dopaminérgicos do mesencéfalo (para aumentarem a libertação de dopamina), artérias e arteríolas cerebrais, vasos sanguíneos periféricos e linfócitos
Recetores nicotínicos
- NM: No músculo na junção neuromuscular
- NN: Nos neurónios do SNC e nos gânglios do SNA
Estes recetores fazem parte dos canais catiónicos não seletivos; a sua ativação conduz a abertura de canais que permitem a passagem de Na, K e Ca, mas predominantemente de Na, o que despolariza a membrana e permite de seguida a abertura dos canais de cálcio para aumentar o seu influxo.
Recetores adrenérgicos
medeiam a ação da epinefrina e da norepinefrina):
* Recetores α
* α1: Células efetoras pós-sinápticas (músculo liso vascular)
* α2: Terminações pré-sinápticas, plaquetas, adipócitos, músculo liso vascular
* Recetores β
* β1: Células efetoras pós-sinápticas, coração (~70%), adipócitos, cérebro, terminais présinápticos adrenérgicos e colinérgicos.
* β2: Células pós-sinápticas no músculo liso (brônquios, útero) e coração (~30%)
* β3: Células efetoras pós-sinápticas: adipócitos (++) e no miocárdio
Efeito:
α → norepinefrina > epinefrina > isoprenalina
β → isoprenalina > epinefrina > norepinefrina
(curva de agonistas; são todos seguros pois a inclinação das
curvas é igual; o que tem mais efeito é o que com menor dose
produzir o mesmo – isoprenalina – promove maior efeito)
Alguns efeitos mediados pelos adrenorecetores
Alguns efeitos mediados pelos adrenorecetores
α1:
* Vasoconstrição
* Aumento da resistência periférica
* Aumento da pressão arterial
* Midríase
* Maior fechamaneto interno da bexiga urinária
α2:
* Inibição da libertação da norepinefrina
* Inibição da libertação de insulina
β1:
* Taquicardia
* Aumento da lipólise
* Aumento da contractibilidade do miocárdio
* Aumento da libertação de renina
β2:
* Vasodilatação
* Leve redução da resistência periférica
* Broncodilatação
* Aumento da glicogenólise hepática e muscular
* Aumento da libertação de glucagónio
* Relaxamento da musculatura uterina
Síntese da acetilcolina
Colina + Ácido acético → Acetilcolina
(Acetilcolinotransferase)
(se tivermos uma doença com excesso de acetilcolina, inibe-se esta enzima)
Acetilcolina → Colina + Ácido acético
(Acetilcolinesterase)
(se tivermos uma doença com falta de acetilcolina, inibe-se esta enzima)
Acetilcolina liga-se aos aas colinérgicos, nicotínicos e muscarínicos, liga-se ao recetor e quando é desligada é degradada pela acetilcolinesterase → colina e ácido acético são recaptados pelo neurónio pré-sináptico para voltar a sintetizar acetilcolina
Ex: Veneno do escaravelho → atua na acetilcolinesterase → acetilcolina constantemente ligada
Potencial de membrana em repouso
carga negativa no interior e carga positiva no exterior
O potencial de repouso é estabelecido quando a entrada de K e a sua saída são iguais
Porque entra o K para o interior da célula?
Porque as proteínas no interior têm carga negativa
Porque sai o K para o exterior da célula?
Porque existe > concentração de K no interior do que no exterior
Propagação de potenciais de ação nas células nervosas
- Em resposta a um estímulo os canais de Na+ abrem uns a seguir aos outros
- O Na+ entra dentro dos axónios e em consequência o K+ sai para o exterior
- A despolarização avança
- Quando o potencial de ação atinge a terminação nervosa induz a abertura de canais de Ca2+ dependentes da voltagem e ocorre a difusão deste ião para o axoplasma
- As vesículas da acetilcolina são atraídas para a membrana do axónio despolarizado e libertam a
acetilcolina contida nas mesmas na fenda sináptica - Por sua vez o Ca2+ induz a libertação de ACh
- A ligação do neurotransmissor ao recetor abre na membrana pós-sináptica os canais de Ca2+
- Depois da neurotransmissão o neurotransmissor é degradado enzimaticamente e retorna ao neurónio
pré-sináptico através de um transportador
O que desencadeia fisiologicamente a acetilcolina?
SLUDGE
* S-salivação
* L-lacrimejar
* U-urinar
* D-defecar
* G-gastric motility (motilidade gástrica)
* E-emesis (vomitar)
(todos os fármacos que inibem a acetilcolinesterase são colinérgicos indiretos; não atuam no recetor, bloqueiam a enzima que degrada a acetilcolina; usado em inseticidas, parasiticidas…)
Como pode um fármaco interferir na neurotransmissão?
- No potencial de ação na fibra pré-sináptica
- Na síntese do neurotransmissor (bloqueando a enzima acetilcolinotransferase)
- No seu armazenamento
- No seu metabolismo (bloqueando da enzima acetilcolinotransferase)
- Na sua libertação (impedir a fusão das vesículas)
- No seu reaproveitamento
- Na sua degradação
- No recetor (fármacos antagonistas de recetores não deixando que o neurotransmissor se ligue) (os fármacos podem atuar em qualquer uma das etapas da síntese do neurotransmissor)
A acetilcolina pode ser assim controlada ao nível pré-sináptico
* No potencial de ação na fibra pré-sináptica
- Variando a condutibilidade, na membrana do neurónio, através da alteração da condutância do Na+
- Batracotoxina
- Ciguatoxina
- Graianotoxina (venenos)
- MANTÉM OS CANAIS DE Na+ ABERTOS
- Estabilização das membranas
- Tetradotoxina
- Saxitoxina
- Maculotoxina
- ENCERRAMENTO DOS CANAIS DE Na+
A acetilcolina pode ser assim controlada ao nível pré-sináptico
* Na síntese do neurotransmissor – acetilcolina
BLOQUEIO DA ACETILCOLINOTRANSFERASE:
* Iodoacetilcolina,
* Bromoacetilcolina,
* Cloroacetilcolina,
* Quinonas,
* Etilpiridina
BLOQUEIO DA SÍNTESE DE ACETILCOLINA PELA ADIÇÃO DE UM FALSO SUBSTRATO:
* Troxónio e Troxipirrólio
BLOQUEIO DA REENTRADA DA COLINA:
* Hemicolina
A acetilcolina pode ser assim controlada ao nível pré-sináptico
* Na sua libertação
BLOQUEIO DA EXOCITOSE DAS VESÍCULAS COM ACETILCOLINA, POR ADIÇÃO DE Mg
(ANTAGÓNICO AO Ca2+):
* Toxina botulínica
FACILITAR A LIBERTAÇÃO DA ACETILCOLINA, ELEVANDO-A ACIMA DO VALOR FISIOLÓGICO:
* Oxotremorina
ELIMINAR AS RESERVAS DE ACETILCOLINA:
* Toxina da aranha viúva negra e beta-bungarotoxina (veneno de cobras)
A acetilcolina pode ser ainda controlada ao nível sináptico
* Na sua degradação
BLOQUEIO DA ACETILCOLINESTERASE:
* Organofosforados
(a acetilcolina não é degradada, logo, não há colina para ser recaptada para sintetizar acetilcolina)
A acetilcolina pode ser ainda controlada ao nível pós-sináptico
* No recetor
- Agonistas da acetilcolina - FÁRMACOS PARASSIMPATICOMIMÉTICOS (copiam a ação da acetilcolina, tem capacidade de se ligar ao recetor, afinidade e atividade intrínseca)
- Antagonistas competitivos da acetilcolina - FÁRMACOS PARASSIMPATICOLITICOS (ligam-se ao recetor da acetilcolina e não desencadeiam resposta fisiológica)
Considerando que as ações do SNS e SNP são antagónicas os f. parassimpaticomiméticos têm o mesmo efeito que as substâncias simpaticolíticas (e vice-versa)
Agonistas colinérgicos
(copiam a ação da acetilcolina)
Naturais:
* Acetilcolina (fraca biodisponibilidade logo não tem aplicação clínica)
* Betanecol
* Pilocarpina
* Arecolina
* Muscarina (Amanita muscaria)
Também há compostos de semi-síntese sem aplicação clínica
Acetilcolina
- Tal como o seu recetor é uma molécula alifática, isto é, não tem uma estrutura cíclica nem fixa, é flexível e reconhece vários recetores
- É um mau fármaco, porque é facilmente hidrolisável e pouco seletiva no local de ação
- Aplicação tópica para contração da pupila em cirurgia ocular
Acetilcolina
- Tal como o seu recetor é uma molécula alifática, isto é, não tem uma estrutura cíclica nem fixa, é flexível e reconhece vários recetores
- É um mau fármaco, porque é facilmente hidrolisável e pouco seletiva no local de ação
- Aplicação tópica para contração da pupila em cirurgia ocular
Betanecol
- Administração SC para tratar distensão da bexiga porque aumenta a sua contratilidade, em Animais de Companhia e aumenta a motilidade GI em Grandes Animais mas com eficácia questionável
- Poucos estudos feitos em animais, doses resultam da extrapolação humana
- Efeitos adversos: aumento da motilidade GI, desconforto abdominal e diarreia
- Não administrar em suspeita de obstrução GI ou urinária (pois se houver obstrução, ao contrair pode ruturar)
- Pouco usado
Pilocarpina
- Aplicação tópica para tratar glaucoma e induzir miose (contração da pupila, que favorece a redução da pressão intraocular; glaucoma – aumento da pressão intraocular devido à acumulação de líquido)
- Efeitos adversos: irritação e inflamação da uvia
- Repetição das doses ou sobredose pode ter efeitos sistémicos (vómitos, diarreia e hipersiália)
- Produto armazenado no frio, prazo de validade curto
- Administração a horas rigorosas senão não provoca efeito desejado
Agonistas colinérgicos indiretos
(favorecem a ação da acetilcolina nos recetores impedindo que a acetilcolina seja degradada – indiretos; bloqueiam a ação da acetilcolinesterase)
Fármacos anticolinesterase → Bloqueio da acetilcolinesterase → Aumenta a concentração disponível de acetilcolina, sendo um maior nº de recetores ocupados → > resposta nicotínica e muscarínica (e temos SLUDGE)
Bloqueiam a acetilcolinesterase por 3 mecanismos:
- Inibição reversível por ligação ao sítio aniónico
- Carbamilação da ACh no sítio ativos (reversível)
- Fosforilação da ACh ligação covalente com efeito longo, irreversível, ex. organofosforados (ligações covalentes – mais estáveis)
Tipos:
* Reversíveis - substâncias naturais dos derivados dos CARBAMATOS; Usar com cuidado com outros Agonistas Colinérgicos
* Irreversíveis (utilizados maioritariamente como inseticidas)
Agonistas colinérgicos indiretos reversíveis
- edrofónio,
- neostigmina,
- fisiostigmina
Edrofónio
Indicações e aplicação clínica
* Ação curta
* Diagnóstico de miastenia gravis (Anselmo Ralph)
* Reverter ação do pancurónio
RA/Efeitos laterais (EL)
* Mínimos (ação curta)
* Overdose: hipersiália, náuseas, vómitos e diarreia
* Atropina
Contra-indicações
* Gatos são muito sensíveis
* Potencia outros ACI
Neostigmina (Brometo de neostigmina)
Indicações e aplicação clínica
* Tratamento de miastenia gravis
* Antídoto intoxicação anticolinérgicos
* Tratar retenção urinária pósoperatória pois > a contração do músculo liso
* Ruminantes estimula motilidade ruminal e intestinal
* Cavalos estimula motilidade intestinal, mas não estomacal
RA/Efeitos laterais (EL):
* Efeitos colinérgicos semelhantes à inibição da acetilcolinesterase: (SLUDGE) diarreias e aumento das secreções
* A piridoestigmina (brometo de piridoestigmina) tem menos efeitos secundários
Contra-indicações:
* Não usar quado há obstrução intestinal, urinária, asma, broncoconstrição ou arritmias cardíacas
Fisiostigmina
(atravessa a BHE)
Indicações e aplicação clínica
* Tratamento de intoxicações por anticolinérgicos e de retenção urinária
RA/Efeitos laterais (EL)
* Efeitos colinérgicos semelhantes à inibição da acetilcolinesterase: (SLUDGE) Diarreias e aumento das secreções, miose, bradicardia, fraqueza muscular
Contra-indicações
* Não administrar com esteres da colina como o betanecol
Intoxicações por agonistas colinérgicos reversíveis. O que fazer?
- Regeneradores das colinesterases (administrar)
- Só funcionam numa fase inicial do processo
- Diacetilmonoxina e Pridina Aldoximetilcloreto
- Atropina doses mais elevadas
- NUNCA ADMINISTRAR LEITE NEM MORFINA - o 1º aumenta a absorção o 2º deprime o centro respiratório
Agonistas colinérgicos indiretos irreversíveis
- Diflupinal
- Pirofosfato de tetraetilo
- Ecotiofato
Não são usados em Med. Vet: Inseticidas e pesticidas, matar insetos por exaustão devidos à excitação permanente;
Efeitos laterais: Intoxicações
-
Organofosforados:
- Malatião
- Paratião
- Mipatox
Miastenia gravis, Doença de Alzheimer, Glaucoma ocular
Efeitos laterais: Intoxicações
Antagonistas colinérgicos
- São antagonistas competitivos da acetilcolina e dos compostos parassimpaticomiméticos, atuam nos recetores pós-ganglionares do Sistema Nervoso Parassimpático – PARASSIMPATICOLÍTICOS (ou simpaticomimético) (atuam na contração muscular)
- Atuam nos recetores muscarínicos
- Antagonistas competitivos reversíveis (se for adicionado maior quantidade de acetilcolina consegue-se reverter o seu efeito pois é reversível, porque quem tem maior capacidade de se ligar ao recetor é a acetilcolina)
Antagonistas colinérgicos
Compostos
Compostos naturais:
* Atropina
* Escopolamina (Hiosciamina)
Compostos de semi-síntese:
* Butilescopolamina
Compostos de síntese:
* Ciclopentolato
* Glicopirrolato
* Propantelina
* Tropicamida
Atropina
antagonista colinérgico do tipo muscarínico (recetores muscarínicos)
Indicações e aplicação clínica
* Adjuvante da anestesia ou em procedimentos que aumentem a frequência cardíaca e reduzam as secreções GI (salivar), respiratórias e a frequência respiratória
* Contraria a estimulação vagal
* Antídoto de intoxicação por organofosforados e por cogumelos
RA/Efeitos laterais (EL)
* Ílio paralítico
* Constipação
* Taquicardia
* Retenção urinária
* Xerostomia
* Cabras e coelhos são resistentes porque comem a beladona (planta)
Contra-indicações
* Não usar em doentes com glaucoma, ílio paralítico, taquicardia
* Administração sempre via parentérica nunca oral!
Interações
* Não misturar com soluções alcalinas (ex: bicarbonato)
Escopolamina = Hioscina
Indicações e aplicação clínica
* Ação anti-emética para reduzir o vómito associado ao transporte e algumas doenças GI
RA/Efeitos laterais (EL)
* Xerostomia (boca seca),
* ílio paralítico,
* Constipação,
* Taquicardia
Contra-indicações
* Não usar em doentes com glaucoma, ílio paralítico, taquicardia
Interações
* Não misturar com soluções alcalinas (ex: bicarbonato)
Propantelina
Indicações e aplicação clínica
* Reduz a contração da ms. lisa e as secreções do TGI
* Trata bradicardia e bloqueio cardíaco
* Pouca evidência científica (não muito usada em vet)
RA/Efeitos laterais (EL)
* Ílio paralítico
* Retenção urinária
* Xerostomia
Interações
* Interfere com a metoclopramida (agonista dos recetores de serotonina usada para tratar vómitos)
Curare
antagonista colinérgico do tipo nicotínico (recetores nicotínicos)
Recetores nicotínicos: funções
Fibras musculares esqueléticas
Abertura de canais de Na+ (despolarização) (constante)
Recetores muscarínicos: funções
Fibras musculares cardíacas
Abertura de canais de K+ (hiperpolarização)
Fibras musculares lisas
Butilescopolamina
Utilizado em cólicas em cavalos e animais de companhia
Indicações e aplicação clínica
* Tratar dor, espasmolítico, reduz espasmos dolorosos dos órgãos abdominais e pélvicos (ex: cólicas)
* Ação no músculo liso
RA/Efeitos laterais (EL)
* Aumento da frequência cardíaca, decréscimo das secreções, mucosas secas
Contra-indicações
* Decresce a motilidade intestinal
Interações
* Antagoniza fármacos colinérgicos
Glicopirrolato
Indicações e aplicação clínica
* Inibir efeitos vagais e aumentar a frequência cardíaca
* Adjuvante anestésico
RA/Efeitos laterais (EL)
* Xerostomia, ílio paralítico, constipação, taquicardia, retenção urinária
Contra-indicações
* Não usar em doentes com glaucoma, ílio paralítico, gastroparesis e taquicardia
Interações
* Não há reportadas
Tropicamida e ciclopentolato
Indicações e aplicação clínica
* Após a remoção cirúrgica de cataratas, como profilático para reduzir sinequias
* Efeito + rápido que a atropina
RA/Efeitos laterais (EL)
* Ciclopentolato demora + a fazer efeito em olhos escuros
* Tropicamida não é afetada pela cor do olho
Contra-indicações
Interações
FARMACOLOGIA DA TRANSMISSÃO ADRENÉRGICA - SNSimpático
No SN Simpático o neurotransmissor presente no terminal pós-ganglionar é a noradrenalina (catecolamina) e a adrenalina
(o SNSimpático dilata a pupila, dilata os brônquios, aumenta a frequência cardíaca, vasoconstrição, relaxa o TGI, relaxa a bexiga, relaxa o útero; tudo a favor da vida)
Síntese da noradrenalina e da adrenalina
- A partir da Fenilalanina é sintetizada a Dopamina, Norepinefrina e a Epinefrina
- A síntese é citoplasmática:
- Fenilalanina → Tirosina → DOPA → Dopamina → Norepinefrina → Epinefrina
- Ficam acumuladas em vesículas
Síntese da noradrenalina e da adrenalina
- A partir da Fenilalanina é sintetizada a Dopamina, Norepinefrina e a Epinefrina
- A síntese é citoplasmática:
- Fenilalanina → Tirosina → DOPA → Dopamina → Norepinefrina → Epinefrina
- Ficam acumuladas em vesículas
- Gl. Adrenal - sintetiza epinefrina que atua como neurotransmissor;
- A dopamina tem uma estrutura próxima do neurotransmissor podendo funcionar como tal.
- Liberação da noradrenalina: a despolarização da membrana da terminação nervosa abre canais de Ca2+ na membrana, e a consequente entrada de Ca2+ promove a fusão e o esvaziamento das vesículas sinápticas.
Como é controlada a libertação de noradrenalina?
- Feed-back negativo (quando as concentrações são baixas dentro das vesículas, produz-se e circula para se libertar; quando as concentrações são altas dentro das vesículas, à menos libertação)
Degradação das catecolaminas
- A ação da noradrenalina libertada termina quando ocorre captura do transmissor nas terminações nervosas noradrenérgicas. A adrenalina e a noradrenalina circulantes são degradadas enzimaticamente, porém muito mais lentamente do que a acetilcolina, porque a acetilcolinesterase localizada na sinapse inativa o neurotransmissor em milissegundos. As 2 enzimas principais que metabolizam as catecolaminas estão localizadas intracelularmente, por isso a captação pelas células precede a sua degradação metabólica.
- As catecolaminas endógenas e exógenas são metabolizadas principalmente por 2 enzimas: a monoaminooxidase (MAO) e a catecol-O-metil transferase (COMT).
- A MAO está no interior das células, ligada à membrana externa das mitocôndrias.
- A COMT está ausente nos neurónios noradrenérgicos, mas encontra-se na medula da supra-renal e em muitas outras células e tecidos.
Como podemos controlar farmacologicamente a noradrenalina ao nível pré-sináptico?
Pode-se usar fármacos que inibem a MAO e todas as enzimas que intervêm na síntese das catecolaminas.
A noradrenalina pode ser assim controlada ao nível pré-sináptico
- Interferência na síntese do mediador
- Bloqueio da captação do mediador (captação de novo para ser degradada pelas células)
- Variação na excitabilidade da membrana neuronal (importante para a entrada de Ca2+ e depois as vesiculas de fundirem)
- Na alteração na libertação do mediador (mediador=neurotransmissor)
- Bloqueio na metabolização do mediador (das enzimas MAO e COMT)
A noradrenalina pode ser assim controlada ao nível pré-sináptico
* Interferência na síntese dos mediadores
uso de falsos substratos que bloqueiam a enzima (falsos substratos – são antimetabolitos; a enzima pega nele e trabalha com ele ficando bloqueada)
- Segunda hidroxilação: alfa-metil-tirosina (inibe a 2ª enzima: tirosina hidroxilase)
- Descarboxilação: alfa-metil-dopa (inibe a 3ª enzima: DOPA descarboxilase)
- Terceira hidroxilação: sulfiran (inibe a 4ª enzima: dopamina hidroxilase)
A noradrenalina pode ser assim controlada ao nível pré-sináptico
* Bloqueio do armazenamento da dopamina
impede a acumulação nas vesículas
* RESERPINA
* RESCINAMINA
A noradrenalina pode ser assim controlada ao nível pré-sináptico
* Bloqueio da condutibilidade na membrana do neurónio
conseguido pela alteração na condutância do Na+ (despolarização ou hiperpolarização permanente)
* Impossibilita a síntese da noradrenalina (tudo aquilo que interfere mantendo o canal aberto ou não o deixando fechar)
A noradrenalina pode ser assim controlada ao nível pré-sináptico
* Alteração da libertação do mediador
> ou < a libertação de NOR por onda de despolarização:
- Fármacos excitatórios (facilitam a libertação de NOR) – Anfetaminas (estimulantes corticais)
- Fármacos inibitórios (indicam que não é necessário libertar NOR) – Xilazina (usado para anestesiar)
A noradrenalina pode ser assim controlada ao nível pré-sináptico
* Bloqueio da metabolização da noradrenalina depois de ser utilizada
Iproniazida (iMAO) (bloqueia a MAO)
A noradrenalina pode ser assim controlada ao nível pré-sináptico
* Bloqueio do transporte ativo da noradrenalina para dentro do terminal
Cocaína e Imipramina
A noradrenalina pode ser assim controlada ao nível pré-sináptico
* Bloqueio do transporte ativo da noradrenalina para dentro do terminal
Cocaína e Imipramina
Como é feito o controlo farmacológico da noradrenalina a nível dos recetores pós-sinápticos?
- Fármacos simpaticomiméticos (agonistas)
- Fármacos simpaticolíticos (antagonistas)
Simpaticomiméticos f. agonistas da noradrenalina
-
Catecolaminas:
- Epinefrina,
- Norepinefrina,
- Dopamina,
- Isoproterenol
-
Não catecolaminas:
- Fenilefrina,
- Dobutamina (a Dobutamina e a Dopamina são isómeros)
- Fenilpropanolamina,
- Albuterol
- Isoxsuprina,
- Terbutalina
- Zilpaterol
Epinefrina, Norepinefrina, Dopamina
Farmacocinética
- Inalação
- PO - metabolizadas por oxidação e conjugação
- SC - fazem vasoconstrição
(ficamos reduzidos a administração IV)
Afinidade dos recetores α e β
α→ norepinefrina > epinefrina > Isoprenalina
β→ Isoprenalina > epinefrina > norepinefrina
Epinefrina
Uso terapêutico:
* Reduz o broncoespasmo
* Trata reações de hipersensibilidade e choque anafilático nas quais há broncoespasmos
* Ao reduzir o fluxo sanguíneo cutâneo serve para prolongar o efeito da anestesia local
* Aplicada topicamente controla a hemorragia localizada
* Reduz a pressão intraocular no glaucoma de angulo aberto
* Restaura a função cardíaca quando há paragem cardiovascular
Efeitos adversos:
* Ansiedade
* Medo
* Hemorragia cerebral
* Arritmias cardíacas
Norepinefrina
Sem aplicação terapêutica e sem efeitos adversos
Dopamina
Uso terapêutico:
* Choque cardiogénico – atua nos recetores beta 1 (que aumentam a frequência de contração do coração, a automatização, o ritmo, a contratilidade…)
* Cronotropo positivo
* Choque séptico
* Insuficiência cardíaca aguda (ICA)
Efeitos adversos:
* Taquicardia e arritmia ventricular
* Idênticas à anterior, mas mais rápidas por ser rapidamente metabolizada
Isoproterenol
Mecanismo de ação:
* Estimula os recetores Beta (1 e 2), pouco efeito nos recetores alfa
* Aumenta a frequência, a contratilidade a condutância do coração
* Relaxa a musculatura lisa dos brônquios
Indicações terapêuticas:
* Quando necessária a pronta estimulação do coração (inotropo e cronotropo)
* Aliviar broncoespasmo agudo
Administração:
* IV ou inalatória
Efeitos adversos:
* Taquicardia e taquiarritmias (é sempre o exagero do efeito terapêutico)
Fenilefrina
Alfa 1; contração ms lisa dos vasos, induz vasoconstrição
Aplicação tópica para constrição de vasos periféricos
Cirurgia para aumentar pressão sanguínea
Descongestionante nasal, uso oftálmico
Dobutamina
Beta 1 e 2; ICA, pq tem efeito inotropo sem aumentar a frequência cardíaca.
Tratamentos curtos, IV, semivida rápida (rapidamente biotransformada)
Fenilpropanolamina
Alfa e beta; descongestionante nasal, broncodilatador moderado, aumenta a contração do esfíncter uretral, tratar priapismo no cão.
PO (adm. em animais que tem incontinência urinária)
Albuterol
Beta 2; relaxa a ms lisa dos brônquios, inibe a libertação dos mediadores da inflamação dos mastócitos. (adm. no caso de alergia; fazem bronquioconstrição)
Cavalos inalação
Isoxsuprina
Beta 2, vasodilatador que relaxa os vasos sanguíneos dos dígitos do cavalo.
Tratar laminites.
Terbutalina
Beta 2. Broncodilatador, inibe a libertação dos mediadores da inflamação dos mastócitos.
Cavalos IV; cão e gato PO e SC (usado em animais com alergias)
Zilpaterol
Beta 2. Semelhante à norepinefrina. Promotor de crescimento e melhorar eficácia alimentar. Bovinos (não se pode usar, é proibido)
Simpaticolíticos-f. antagonistas da norepinefrina
(antagonista do SNSimpático = agonista da acetilcolina = Parasimpaticomimético; agonista tem afinidade e atividade intrínseca; antagonista apenas tem afinidade)
Bloqueadores adrenérgicos alfa 1 e alfa 2 (reverter os efeitos da anestesia):
* Fenoxibenzamina,
* prazosin,
* fentolamina,
* Ioimbina,
* atipamizole
Bloqueadores adrenérgicos beta 1 e beta 2:
* Propranolol,
* atenolol,
* metoprolol,
* esmolol,
* sotalol
Fenoxibenzamina
a-1 e 2 no ms liso, relaxa-o.
Ligação covalente (com o recetor; duração de ação prolongada, ligação +estável).
Trata vasoconstrição periférica. Relaxa a ms lisa uretral, tratando espasmos uretrais. Tratar laminites, pq aumenta a perfusão vascular.
Cães e gatos PO, cavalos IV.
Prazosin
a-1, vasodilatador, semelhante a fenoxibenzamina.
Cão e gatos PO. Cavalos experimental
Fentolamina
a-1 e 2, vasodilatador, tratar hipertensão aguda.
Cão e gato IV
Loimbina
a-2, antagonista de fármacos agonistas a-2 como xilazina e detomidina, medetomidina, IV, IM, SC
Atipamizole
a-2, antagonista de fármacos agonistas a-2 como xilazina e dexmedetomidina.
Os animais recuperam a sedação em 5-10 min. IV.
Propranolol
b-1 e 2, lipofílico, sofre efeito da 1ª passagem. Usado para decrescer a frequência cardíaca.
IV e PO (lipofílico, por PO é bem absorvido no intestino; é +eficaz adm. IV porque PO há decréscimo da biodisponibilidade)
Atenolol
b-1, dos + usados em cão e gato, como antiarrítmico, ou outras condições em que é necessário diminuir o ritmo sinusal. PO
Metoprolol
b-1, lipofílico, sofre efeito da 1ª passagem, controlar taquiarritmias, controlar frequência ventricular, decréscimo da condução AV e SA. PO
Esmolol
b-1. Semi-vida muito curta (metabolizado pelos eritrócitos - estearases)
Controlo rápidos de hipertensão e taquiarritmias. IV (no caso de urgências)
Sotalol
b-1 e 2, controlar arritmias ventriculares. PO
Agonistas ganglionares nicotínicos
Nicotina e agentes idênticos à nicotina
* Só têm interesse terapêutico os agentes idênticos à nicotina como antiparasitários. (ligam-se aos recetores da acetilcolina, o parasita contrai fica com espasmos e não consegue se agarrar tão bem à mucosa intestinal)
FUNÇÃO DO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
* Sistema nervoso somático: (voluntário)
- Enerva o músculo esquelético, controla as funções motoras do organismo
- Os axónios com origem na medula espinal libertam a acetilcolina na junção neuromuscular (organização)
- Nervos cranianos
- Nervos raquidianos
(acetilcolina é um neurotransmissor excitatório)
Bloqueadores neuromusculares
-
Despolarizantes (despolarizam o neurónio)
- Succinilcolina (sem aplicação med vet)
-
Não despolarizantes (bloqueadores competitivos) (não despolarizam o neurónio)
- Pancurónio, Atracurio (Derivados do amónio quaternário)
Uso terapêutico:
* Relaxamento muscular o que facilita a cirurgia e permite reduzir a dose do anestésico
* Facilitam a entubação endotraqueal
* Reverter ação com inibidores reversíveis da colinesterase (agonistas colinérgicos indiretos) como neostigmina e edrofónio
AUTACÓIDES: o que são
(substância endógenas (própria do organismo) que atuam como hormonas)
* RESPONSÁVEIS PELA HOMEOSTASIA
* Área localizada (síntese e ação) (secretados numa área específica; ex: ácido clorídrico produzido no estômago devido a recetores de histamina nas células parietais responsáveis pela produção)
* Resposta ao trauma (fisiológica ou fisiopatológica) (Ex: inchaço de alguma pancada)
* Não são hormonas circulantes, mas atuam como tal (funções semelhantes; atuam por mecanismos de feedback, liga/desliga)
* Semivida curta e rapidamente degradados
Ex de modulador deos autacóides: anti-histamínicos
FUNÇÃO DOS AUTACÓIDES
- Modulação processos secretores (histamina e secreção gástrica)
- Modulação fluxo sanguíneo em certos tecidos (vasodilatação)
- Modulação da ação do músculo liso (bronquiodilatação e bronquioconstrição associado a alergia)
- Importante na alergia (picadas de insetos e medicamentos), na inflamação e na dor
CLASSE DOS AUTACÓIDES
- Aminas biogénicas: Histamina e Serotonina
-
Autacóides derivados dos lípidos:
- Eicosanóides:
- PG (prostaglandinas)
* LTS (leucotrienos)
* TXS (tromboxanos)
- PG (prostaglandinas)
- Ativadores das plaquetas
- Eicosanóides:
- Peptídeos biogénicos: Bradiquinia e Angiotensina
Histamina
* Agonistas
(ligam-se aos recetores da histamina)
* 2-metilhistamina (protótipo de agonista H1)
* 4-metilhistamina e impromidina (protótipos de agonista H2)
Histamina
- Biosíntese
Histidina da dieta → Histamina
(L-histidina descarboxilase)
(histidina é um a.a. presente na alimentação; histamina acumula-se preferencialmente nos mastócitos)
Histamina
Biotransformação
Histamina → N-metilhistamina (50%)
(N-metiltranferase da histamina)
Histamina → Ácido imidazoleacético (25%)
(Histaminase)
(os restantes 25% sai sobre a forma não biotranformada)
Histamina
Armazenamento e distribuição
Bem distribuída nos tecidos, a sua síntese e [ ] varia entre tecidos:
* Pulmões, pele e mucosa gástrica (reações alérgicas respiratórias e cutâneas) libertação de histamina pelos mastócitos (pele e pulmões)
* Alimento e estimulação vagal - libertação de histamina das células enterocromafins, que
iniciam a secreção de HCl - Estomago
* Mastócitos armazenam a histamina em associação com a heparina, a sua síntese nos mastócitos é pequena
* SNC - o hipotálamo contém histamina (neurotransmissor);
* Venenos e insetos contém histamina;
* No alimento é digerida no intestino, logo sem importância.
Histamina
- Mecanismos de libertação
- Danos físicos (frio, calor, trauma) → rompem os mastócitos
- Libertação mediada pelo sistema imunitário (IgE desgranulam os mastócitos e há libertação)
-
Medicamentos (morfina, polimixina, penicilina) (mastócitos desgranulam, fazem edema da
glote e vasoconstrição dos bronquíolos e causam asfixia) - Picadas de animais e plantas libertam histamina e causam dor e eritema
Hipersensibilidade do tipo I
No mastócito aos recetores de IgE liga-se a IgE, o mastócito tem no seu citoplasma grânulos que que a histamina está ligada ao sulfato de heparina e ao sulfato de condroítina, o mastócito rebenta e a histamina entra em circulação.
Recetores para a histamina
(metabotrópicos porque utilizam fosfatoinositol e AMPc como mecanismo para o recetor; são semelhantes aos recetores da glicoproteína P)
- H1 - Medeiam contração ms. lisa (↑Ca2+ e ativação da proteína quinase C; bronquíolos e intestinos); vasodilação (artérias e veias); permeabilidade capilar (endotélio) e prurido (Quando a histamina se liga a um recetor H1, é agonista, pois promove a contração da musculatura lisa porque há da [ ] de Ca2+ e a ativação da proteína quinase C) (Se adm. um anti-histamínico H1 os bronquíolos dilatam (favorece as trocas respiratórias), há vasoconstrição e diminui o prurido);
- H2 - Secreção gástrica ácida e vasodilatação (recetores H2 no estômago; promove a digestão) (Se adm. um anti-histamínico H2 diminui a digestão e há vasoconstrição)
- H3 - Localização pré-sináptica nos neurónios, medeiam libertação neurotransmissores
- H4 - Mastócitos, basófilos e eosinófilos
Histamina
* Efeitos farmacológicos
-
Aparelho cardiovascular (↑ contratilidade
do ❤️, hipotensão por diminuição da resistência periférica, dilatação das arteríolas, capilares e vénulas; ↑ permeabilidade capilar - edemas) - Aparelho respiratório (contração da ms. lisa H1; exceção gatos)
- Tecidos glandulares (ação nos recetores H2 (c. parietais) - secreção de HCl e pepsina; ↑ secreção de catecolaminas pela medula adrenal; estimula a secreção salivar)
- Tecido intradérmico (picada de inseto: vermelhidão; edema/calor; dor) (A injeção ID de histamina produz a tripla resposta de Lewis: vermelhidão, pápula, vasodilatação)
Histamina
* Indicações terapêuticas
A histamina não tem indicações terapêuticas (há à venda compostos:)
Betazole - análogo da histamina, agonista dos recetores H2, aumenta a secreção gástrica ácida (não tem relevância farmacológica)
Fosfato de histamina - menos utilizado; utilizado para diagnóstico (testar a secreção gástrica); tem muitos efeitos laterais. (se suspeitamos que o animal não consegue produzir HCl, podemos adm. fosfato de histamina e depois medir a produção de HCl e se o animal aumentar a produção de HCl significa que não está a produzir histamina, tem deficiência na síntese de histamina; Se não continuar a produzir é pq não há recetores da histamina)
Pentagastrina (ex. de um nome comercial de um composto semelhante ao betazol)
FÁRMACOS ANTIHISTAMÍNICOS
- Para os recetores H1 e H2;
- Os anti-histamínicos H3 não têm aplicação terapêutica;
- Os 1ºs a serem utilizados foram os H1, referidos como antihistamínicos clássicos
- Eram classificados como antagonistas competitivos dos recetores da histamina, atualmente como agonistas inversos
Antihistamínicos H1
Fármacos
-
Antihistamínicos de 1ª geração (são os +antigos)
- Difenidramina,
- dimenidrato,
- hidroxizina,
- clorfeniramina,
- meclizina,
- prometazina,
- ciproheptadina,
- pirilamina
-
Antihistamínicos de 2ª geração (são os +recentes)
- Loratidina,
- cetirizina,
- fexofenadina
Antihistamínicos 1ª de geração
Caraterísticas farmacocinéticas
Fármacos não ionizados a pH fisiológico, atravessam a barreira HE, sedação (não são tão bons pois atravessam facilmente as barreiras principalmente a BHE causando sonolência)
Antihistamínicos de 2ª geração
Caraterísticas farmacocinéticas
Fármacos ionizados a pH fisiológico, não atravessam a barreira HE, não causam sedação (por isso são os melhores)
Antihistamínicos H1
Efeito
– Relaxam o ms. liso contraído nos bronquíolos e no intestino
– Inibem a vasodilatação periférica, assim contrariam a formação de edemas
– Inibem a sensação de picada (inibem a tripla resposta de Lewis)
- não tem efeitos adversos
Antihistamínicos H1
Indicações terapêuticas
- Urticária e prurido
- Reações alérgicas aos medicamentos
- Anafiláxia (idiopática)
- Prevenir o enjoo associado aos transportes (difenidramina, dimenidrato, meclizina)
- Indução de sedação (prometazina e difenidramina)
- ++ seguros que corticoesteróiddes (tem menos efeitos secundários)
Farmacocinética
H1 - 1ª Geração
- Não há dados para os animais (nunca foram feitos estudos em animais - são muito caros)
- Informação proveniente de medicina humana
- Bem absorvidos por via oral
- Boa distribuição e ligados às proteínas plasmáticas (>=60%)
- Biotransformação hepática citocromo p450 (no RER onde se encontra o citocromo p450)
- Excreção maioritariamente na urina
Farmacocinética
H1 - 2ª Geração
Os da 1ª geração +
* Excreção as fezes
Antihistamínicos H1
Reações adversas
- Depressão do SNC (letargia, sonolência, ataxia); diminuem com o tempo (por haver ligeira habituação)
- Boca seca, retenção urinária (i.e. efeitos antimuscarínicos); cuidado com o glaucoma
- Alergia (reações de hipersensibilidade)
- Tolerância
- Em doses elevadas estimulação do SNC (ex. pirilamina em cavalos)
Antihistamínicos H2
Características
- São inibidores da secreção gástrica
- Competem com a histamina pela sua ligação aos recetores H2 das células parietais, diminuindo assim a secreção de HCl
- CIMETIDINA; RANITIDINA, FAMOTIDINA
Antihistamínicos H2
Indicações terapêuticas
- Tratamento de úlceras gástricas, duodenais e abomasais
- Não é muito utilizado em vet mas quando é utilizado é sempre com recurso à cascata
Em situações em que a produção de HCl está associada a erosões e úlceras gástricas – gastrites – deve-se administrar um anti-histamínico H2 porque este vai ligar-se ao recetor e atuar como agonista inverso, ou seja, não vai haver AMPc nem excreção de H+ e por sua vez de HCl pelo que se resolve a sintomatologia.
Antihistamínicos H2
Farmacocinética
- Bem absorvidas quando administradas por via oral
- Distribuição ligadas às PP
- Metabolização hepática (P450)
- Excretadas pelos rins
Antihistamínicos H2
Reações adversas
(poucas em Med. Vet)
* Pouco comuns quando administradas nas doses recomendadas
* No homem tem um efeito antiandrogénico com a possibilidade de ocorrer ginecomastia (cimetidina) (crescimento das mamas)
* A cimetidina inibe as enzimas do CP450, podendo reduzir a biotransformação de outros fármacos.
(A cimetidina é +usada por existir em apresentações comerciais compatíveis com a adm. a animais, porém é um inibidor da biotransformação de fármacos a nível hepático pelo que não se deve adm. fármacos de inibição da secreção gástrica misturados com outros fármacos sendo que a maior parte é biotransformada no fígado exceto os eliminados em natureza)
Inibidores da libertação da histamina
-
Cromolina de sódio (Inibidor da desgranulação dos mastócitos, não é um anti-histamínico)
– Hiperpolariza os mastócitos, por abertura dos canais de Cl-, impedindo que estes libertem a histamina (entra Cl- e a hiperpolarização impede a desgranulação)
– Não inibe os recetores H1 e H2, abre os canais de cloro
– Indicada para o tratamento:
* Reações alérgicas nasais e pulmonares
* Não absorvida por via oral
* Utilizada profilaticamente (preventivamente)
* Nebulizações em equinos com máscara
* A 4% tópica serve para tratar conjuntivites
Serotonina
* Biosíntese
Triptofano → 5-hidroxitriptofano → Serotonina
(Hidroxilase do triptofano) (Descarboxilase do ácido L-aromático)
Serotonina
Armazenamento
- SNC (síntese e armazenamento, pensa-se que atue como neurotransmissor)
- TGI (sintetizada pelas células enterocromafins) (motilidade intestinal – peristaltismo de propulsão)
- Sangue e plaquetas (transportam e armazenam)
- Venenos
- Plaquetas
Serotonina
Catabolismo
Serotonina → 5-hidroxiindoleacetaldeído → ácido 5-hidroindoacético
(monoaminaoxidase) (reação de oxidação)
Serotonina
Recetores
Conhecidos pela sigla 5-HT, e há do 1 ao 7
Funções da serotonina
Controlo da motilidade intestinal, temperatura corporal, sono, agressão, funções endócrinas
Serotonina
Efeitos farmacológicos
- Pode provocar vasoconstrição ou vasodilatação (depende do recetor envolvido)
- A serotonina não tem efeito terapêutico (não se adm. serotonina, mas sim compostos que favorecem a sua síntese, ex: triptofano)
Agonistas da serotonina na natureza
- Ergotamina,
- ergonovina,
- ergocriptina,
- ergocristina,
- ergosina,
- ergovalina (Fungos Claviceps purpúrea)
Atuam em recetores adrenérgicos e serotonérgicos (podem ser agonistas e antagonistas)
Sem uso clínico
-
Cetanserina (inibidor dos recetores da serotonina) (antagonista, liga-se e não deixa a ergovalina ligar-se)
- Tratar a severa vasoconstrição induzida pela ergovalina
(se um animal ingerir “Fungos Claviceps purpúrea” vai ter porções do corpo a sofrer necrose, pois a ergovalina presente, vai atuar nos recetores serotonérgicos das extremidades e causar vasoconstrição e deixa de haver irrigação sanguínea)
- Tratar a severa vasoconstrição induzida pela ergovalina
Fármacos modificadores dos recetores da serotonina
- Agonistas ou antagonistas da serotonina
- Aumentando ou diminuindo a motilidade do TGI
(agonistas estimulam a motilidade GI e antagonistas diminuem a motilidade GI; situações em que há aumento da motilidade GI são quando se vomita e quando se tem diarreia; alterações de motilidade GI podem ser contrariadas com a adm. de um fármaco antagonista dos recetores da serotonina e diminui-se a motilidade do TGI)
Fármacos pró-cinéticos agonistas dos recetores da serotonina
- Cisaprida
- metoclopramida
Cisaprida
Uso clínico
* Aumentar a motilidade
* Tratar refluxo gástrico
* Gastroparesia
* Constipação
Alvo
* Magistral
* Retirado do mercado por ter efeitos adversos sobre o coração (Homem)
* Cão, gato e cavalo
agonista, liga-se aos recetores de serotonina e controla a motilidade
Metoclopramida
Uso clínico
* Antiemético (controla o vómito)
* Aumenta a motilidade
Alvo
* Cão
* Gato
* Cavalo
causa intusceção; é um antiemético que aperta o cárdia, aumenta a motilidade da porção proximal do intestino delgado e esta porção pode invaginar na restante; fármaco que se pode adm., mas só para controlar o vómito, não durante muito tempo
Fármaco antagonista dos recetores da serotonina
Ciproheptadina
* Utilizado na estimulação do apetite em gatos, tratamento da asma felina, urinar inadequado (Spray Urinário) em gatos
Prostaglandinas (PGS) e Tromboxanos (TXS)
- Biosíntese
Provenientes do ácido araquidónico