Tema 05 - Sondagem vesical de alívio e técnica de coleta Flashcards
Como diferenciar um caso de anúria e de retenção urinária com a sondagem vesical?
- Na retenção urinária, a bexiga distendida é palpável na região suprapúbica (globo vesical). A passagem de um cateter seguida de desaparecimento do globo vesical sela o diagnóstico de retenção.
- Na anúria a bexiga está vazia e o cateterismo comprova a inexistência de urina.
O cateterismo uretral pode ser realizado para fins diagnósticos ou terapêuticos.
Quais são as indicações terapêuticas? (2)
- Drenagem da bexiga, para descomprimi-la, em pacientes
com retenção urinária aguda ou crônica como resultado de
condições como obstrução infravesicular do trato urinário
ou bexiga neurogênica. - Instilação de medicação para terapia intravesical local ou
para irrigação para remover sangue e coágulos da bexiga urinária (por vezes necessário em pacientes com hematúria macroscópica).
O cateterismo uretral pode ser realizado para fins diagnósticos ou terapêuticos.
Quais são as indicações diagnósticas? (4)
- Para obter uma amostra não contaminada de urina para
teste microbiológico. - Para instilação de meio de contraste para procedimento de imagem.
- Para medir débito urinário em pacientes criticamente enfermos ou durante procedimentos cirúrgicos.
- Para medir volume de urina residual após a micção, quando métodos não invasivos (como ultrassonografia), não forem acessíveis.
O cateterismo uretral pode ser realizado para fins diagnósticos ou terapêuticos.
Qual a contraindicação absoluta?
- lesão uretral, confirmada ou suspeita.
Se houver qualquer dúvida de lesão, exames genitais e retais devem ser realizados e uretrografia retrógada deve ser considerada antes de tentar o cateterismo, é prudente consultar um especialista antes do cateterismo!
Quais são os achados físicos associados à lesão uretral?
Os achados físicos associados à lesão uretral incluem:
- sangue no meato uretral
- hematúria macroscópica (encontrada em mais de 90% dos casos de ruptura uretral)
- hematoma perineal
- próstata “alta”.
O cateterismo uretral pode ser realizado para fins diagnósticos ou terapêuticos.
Quais são as contraindicações relativas? (3)
- Estenose uretral;
- Cirurgia uretral ou de bexiga recente;
- Paciente combativo ou não cooperativo.
O cateterismo uretral pode ser realizado para fins diagnósticos ou terapêuticos.
Quais são as possíveis complicações? (4)
- Infecções do trato urinário
- Infecções nosocomiais
- Trauma uretral e vesical
- Complicações da descompressão súbita
O cateterismo uretral pode ser realizado para fins diagnósticos ou terapêuticos.
Quais são as possíveis complicações relacionadas a ITU?
- são comuns após cateterismos uretrais
- Embora muitas infecções sejam limitadas a bacteriúria assintomática, em alguns casos, desenvolvem-se:
- pielonefrite
- bacteremia
- urossepsia.
O cateterismo uretral pode ser realizado para fins diagnósticos ou terapêuticos.
Quais são as possíveis complicações relacionadas às Infecções nosocomiais?
- o potencial para doença grave ou morte é real, uma vez que as infecções nosocomiais (infecções adquiridas no ambiente hospitalar) do trato urinário aumentam a permanência hospitalar em três dias e triplicam a taxa de mortalidade em pacientes cateterizados.
As três principais bactérias que causam infecções do trato urinário (ITU) são:
- Escherichia coli
- Proteus mirabilis
- Klebsiella sp
O cateterismo uretral pode ser realizado para fins diagnósticos ou terapêuticos.
Quais são as possíveis complicações relacionadas aos traumas uretrais e vesicais?
lesões traumáticas podem causar estenoses, estreitamento e cicatrizes na uretra. Em homens, também pode ocorrer parafimose.
O cateterismo uretral pode ser realizado para fins diagnósticos ou terapêuticos.
Quais são as possíveis complicações relacionadas à descompressão súbita?
- hematúria
- hipotensão transitório (reflexo vasovagal)
- diurese pós-obstrutiva.
Quais são os pacientes com risco aumentado de infecções relacionadas ao cateter uretral/vesical?
- idosos
- pessoas com diabetes
- pessoas com injúria renal subjacente
- doenças avançadas com risco de vida.
Pontos importantes sobre prevenção
O que se diz a respeito da técnica correta?
O que se diz a respeito do uso de antibióticos?
- A maneira mais eficaz de prevenir infecções do trato urinário é evitar o cateterismo sempre que possível.
- Se o procedimento deve ser realizado, as medidas preventivas incluem o uso de uma técnica de inserção asséptica estrita, a manutenção diligente de um sistema coletor fechado e a redução da duração do cateterismo.
- O uso rotineiro de antibióticos profiláticos não traz benefícios e estimula a proliferação de espécies resistentes. No entanto, o tratamento com antibióticos deve ser considerado para pacientes com alto risco de infecção e para aqueles submetidos a certos procedimentos invasivos, com ressecção transuretral da próstata e transplante renal.
Quais são os equipamentos necessários?
- EPIs: luva de procedimento e estéril, capote, óculos de proteção e touca.
- Degermante: PVPI ou clorexidina.
- Antisséptico: PVPI tópico ou clorexidina aquoso.
- Bandeja estéril: cuba rim, cuba redonda, pinça, gaze e campo cirúrgico.
- Lidocaína gel 2%: para efeito anestésico/lubrificar e dilatar a uretra.
- Sonda de Nelaton: no 14 a 16 para mulheres e no 16 a 18 para homens.
- Seringa de 20 mL.
- Frasco coletor de urina.
- Esparadrapo e etiqueta.
Qual é o check list para sondagem de alívio em homens?
- Explicar o procedimento ao paciente e obter seu consenti-
mento. - Reunir o material e levar até o paciente.
- Promover ambiente iluminado e privativo.
- Higienizar as mãos.
- Calçar luvas de procedimento.
- Posicionar o paciente em decúbito dorsal com as pernas afastadas, preservando sua privacidade com uso de biombos. Verificar as condições de higiene do períneo (não é necessário fazer tricotomia).
- Realizar degermação: visualizar o meato uretral.
- Retirar as luvas de procedimentos.
- Abrir a bandeja estéril.
- Organizar o material sobre a bandeja estéril: despejar clorexidina ou PVPI na cuba redonda, abrir as gazes, abrir a seringa,abrir o pacote da sonda de Nelaton (conferir se a sonda está fechada), abrir o campo e colocar o pote de coleta da urina.
- Calçar luvas estéreis.
- Desacoplar a seringa e pedir para um auxiliar despejar lidocaína gel 2% na seringa, desprezando o primeiro jato da bisnaga de lidocaína, fechar e deixar preparado.
- Realizar a antissepsia: dobrar três gases e colocar dentro da cuba redonda; com a mão não dominante segurar ou afastar a genitália para a exposição do meato uretral, com a mão dominante realizar a antissepsia iniciando com movimentos circulares a partir do meato uretral, no sentido do prepúcio para a
base do pênis, na última vez que passar a gaze no meato uretral devemos ficar com a mão sobre o pênis. - Realizar a assepsia: colocar campo estéril, já aberto previamente com uma mão só.
- Colocar a cuba rim sobre o campo fenestrado, em frente à fenestra do campo.
- Introduzir no meato urinário 20 ml de lidocaína gel 2% com auxílio da seringa nos homens, posicionando o pênis em 90º em relação ao corpo do paciente.
- Introdução da sonda: com a mão dominante introduzir a sonda no meato uretral do paciente até o final e retornar urina na cuba rim.
- Coleta da urina: drenar a urina na cuba rim (mais ou menos 20 mL) e desprezar urina no frasco graduado. Caso necessário, coletar a urina em frasco estéril para exame urianálise, primeiramente devemos pegar o frasco do campo estéril, após coletar urina deixar ele em cima da maca e, ao final do procedimento tampá-lo (a parte de dentro é estéril).
- Palpação suprapúbica: após término da drenagem espontânea, realizar massagem ou palpação suprapúbica para avaliar possível volume residual.
- Retirar a sonda e a cuba rim.
- Retornar o paciente para posição anatômica de repouso, retornar o prepúcio a posição anatômica.
- Retirar o excesso de antisséptico da pele com auxílio de compressa úmida, secando em seguida.
- Verificar o volume drenado.
- Recolher o material, providenciando o descarte e armazenamento adequado.
- Higienizar as mãos novamente.
- Registrar o procedimento na evolução e/ou folha de observações complementares de enfermagem do paciente, atentando para as características e volume urinários.
- Identificar os frascos com urina coletada e encaminhar ao laboratório.
- Solicitar os exames a serem realizados.
Qual é o check list para sondagem de alívio em mulheres?
- Explicar o procedimento ao paciente e obter seu consenti-
mento. - Reunir o material e levar até o paciente.
- Promover ambiente iluminado e privativo.
- Higienizar as mãos;
- Calçar luvas de procedimento.
- Posicionar o paciente em decúbito dorsal com as pernas afas-
tadas em posição ginecológica ou “frog legs”, preservando sua
privacidade com uso de biombos. Verificar as condições de hi-
giene do períneo (não é necessário fazer tricotomia). - Realizar degermação: visualizar o meato uretral.
- Retirar as luvas de procedimentos.
- Abrir a bandeja estéril.
- Organizar o material sobre a bandeja estéril: despejar clorexi-
dina ou PVPI na cuba redonda, abrir as gazes, abrir a seringa,
abrir o pacote da sonda de Nelaton (conferir se a sonda está
fechada), abrir o campo e colocar o pote de coleta da urina. - Calçar luvas estéreis.
- Realizar a antissepsia: dobrar três gases e colocar dentre da
cuba redonda; com a mão não dominante segurar ou afastar a
genitália para a exposição do meato uretral, com a mão domi-
nante realizar a antissepsia iniciando com movimentos circula-
res a partir do meato uretral. Deixar a mão não dominante
afastando os grandes lábios, não pode tirar a mão daqui!!! - Realizar a assepsia: colocar campo estéril, já aberto previa-
mente com uma mão só. - Colocar a cuba rim sobre o campo fenestrado, em frente à fe-
nestra do campo. - Passar lidocaína em gel 2% na ponta da sonda de Nelaton (pe-
dir para alguém te auxiliar). - Introdução da sonda: com a mão dominante introduzir a
sonda no meato uretral do paciente até uns 3-4 cm e retornar
urina na cuba rim. - Coleta da urina: drenar a urina na cuba rim (mais ou menos 20
mL) e desprezar urina no frasco graduado. Caso necessário, co-
letar a urina em frasco estéril para exame urianálise, primeira-
mente devemos pegar o frasco do campo estéril, após coletar
urina deixar ele em cima da maca e, ao final do procedimento
tampá-lo (a parte de dentro é estéril). - Palpação suprapúbica: após término da drenagem espontâ-
nea, realizar massagem ou palpação suprapúbica para avaliar
possível volume residual. - Retirar a sonda e a cuba rim.
- Retornar o paciente para posição anatômica de repouso.
- Retirar o excesso de antisséptico da pele com auxílio de com-
pressa úmida, secando em seguida. - Verificar o volume drenado.
- Recolher o material, providenciando o descarte e armazena-
mento adequado. - Higienizar as mãos novamente.
- Registrar o procedimento na evolução e/ou folha de observa-
ções complementares de enfermagem do paciente, atentando
para as características e volume urinários. - Identificar os frascos com urina coletada e encaminhar ao la-
boratório. - Solicitar os exames a serem realizados.
Qual é o check list para sondagem de alívio em crianças/bebê?
- Devemos fazer uma higiene.
- Colar um coletor de urina infantil.
- Manobra de quick-wee: pegar uma gaze umidificada e fazer
uma massagem na criança.
Observações:
O coletor de urina infantil só pode ficar lá por 1 hora.
Na criança não dá pra fazer um controle de volume
Quais são os tipos de cateteres ureterais? Qual é o mais indicado para sondagem vesical de alívio?
(5)
• Cateter de Foley: cateter de ponta reta de duplo lúmen; é usado com mais frequência
• Cateter de coudé: tem uma ponta semirrígida curva que facilita a colocação nos pacientes com aumento de próstata.
• Cateteres de lúmen triplo (três vias): tem uma ponta adicional para irrigação da bexiga.
• Cateter reto: pode ser usado para cateterismo intermitente ou em uma base única para obter uma amostra de urina.
• Sonda de Nelaton: também chamada de sonda ou cateter vesical de alívio.
Observação: a maioria dos cateteres tem um balão de retenção na extremidade distal que, quando cheio de água, mantém o cateter no lugar dentro da bexiga.
Alguns cateteres são feitos com materiais especiais para determinados pacientes. Cite exemplos. (2)
• Muitos cateteres são feitos de látex (cateteres laranjas); no entanto, versões à base de silicone (cateteres transparentes) estão disponíveis para pacientes com sensibilidade ao látex ou alergia.
• Cateteres revestidos com liga de prata resistem ao crescimento bacteriano e podem ser usados em pacientes com alto risco de infecção.
Quais são as modalidades de coleta urinária? (3)
• Domiciliar com coleta do jato médio.
• Sondagem vesical (alívio ou demora): caso não conseguir fazer de demora, fazer dilatação via sondas de alívio gradualmente aumentando.
• Punção suprapúbica: muito comum realizar em crianças. Para todos os tipos de coleta, deve-se desprezar o primeiro jato, iniciando a coleta no jato médio, deve-se higienizar a região genital e recolher 20 mL. Além disso, desse ser entregue 30 min após a micção e caso não seja levada para o laboratório, deixar refrigerada até 2 horas.
Para realizar diagnóstico: domiciliar > sondagem de alívio > punção suprapúbica (é a primeira opção em crianças por se involuntária.
Para pacientes com retenção aguda: sondagem vesical de demora (não fazer de alívio) > punção suprapúbica.