Sistemas de secreção tipo III Flashcards

1
Q

O sistema de transporte tipo III é um mecanismo utilizado por muitas bactérias Gram _______.

A

Negativas

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2
Q

O que é o injectissoma e como é estruturado?

A

Estrutura macromolecular que realiza o transporte de subtância do citoplasma da bactéria para o hospedeiro e é formado por:
* corpo basal: conjunto de proteínas embebidas nas membranas celulares e constituído por anéis internos (na membrana interna), pescoço (no espaço periplásmico) e anéis externos (na membrana externa)
* agulha: polimerização de uma única proteína e cujo interior é oco.
* Possui elementos citoplasmáticos como ATPases, cuja função principal não é fornecer energia para o transporte em si, mas sim para o desenrolamento das proteínas e libertação destas das chaperonas para que possam ser transportadas.

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3
Q

Função do translocão:

A

Formação de poros na membrana da célula hospedeira para permitir a entrada das proteínas efetoras.
Atenção: translocão não faz parte do injectissoma mas é libertado para o exterior a partir deste e fica no topo da agulha

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4
Q

3 espécies de Yersenia que são patogénicas para os humanos.

A
  • Y. pestis - causou a peste negra
  • Y. pseudotuberculosis (causa adenite mesentérica e septicaemia)
  • Y. enterocolitica - causa síndromes gastrointestinais (enterite e adenite mesentérica)
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5
Q

O que têm em comum as 3 espécies de Yersinia?

A

Todas têm tropismo para os gânglios linfáticos e todas inibem a fagocitose, de modo a inibir a resposta inflamatória, através do sistema de secreção tipo III.

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6
Q

O que são os ysc e os yop genes da Yersinia?

A
  • Ysc genes: 3 operões (virA, virB e virC) que codificam para a maquinaria de secreção (the injectissoma) e para a sua regulação.
  • Yop genes: codificam para as proteínas efetoras
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7
Q

Como se promove a expressão e secreção das proteínas Yop, artificial e fisiologicamente?

A

Artificialmente, a 37ºC e num meio rico sem Ca2+.
Fisiologicamente, é necessário haver contacto físico entre a bactéria e a célula hospedeira eucariótica

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8
Q

Como se descobriu que os genes ysc codificam para a maquinaria de secreção?

A

Mutação em genes do operão virC levam-se à não secreção in vitro das proteínas efetoras, o que indicou que o operão codificava para a maquinaria de secreção.

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9
Q

Quantas Ysc proteínas são conservadas em todos os sistemas de secreção do tipo IIi?

A

9

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10
Q

Como é que se estabeleceu o modelo básico de injeção de proteínas através de um injectissoma e translocão?

A
  1. Células HeLa infetadas com Y. pseudotubercolosis WT adquiriam uma forma arredondada enquanto que células HeLa crescidas com bactérias mutadas para o gene YopE mantinham o fenótipo normal → YopE funciona no interior da célula eucariótica e interfere com o citoesqueleto
  2. Através de estirpes com YopD mutado percebeu-se que este é necessário para a citotoxicidade de YopE, pois com a sua ausência não se verificava a citotoxicidade de YopE mesmo este estando intacto
  3. Por análise bioinformática, verificou-se que YopD e YopB tinham regiões hidrofóbicas.
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11
Q

Que hipótese se formou depois das observações em relação à maquinaria de secreção Ysc, YopE e YopD?

A

YopE é diretamente citotóxica, mas necessita da maquinaria de secreção Ysc e de YopD-YopB para formarem poros na membrana da célula hospedeira e possibilitarem a sua translocação.

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12
Q

Como se testou a hipótese?

A

Em Y. enterocolitica, fundiu-se a proteína adenilato ciclase (da Bordetella pertussis) ao seu gene yop e também foi introduzido um plasmídeo com os genes da maquinaria ysc → infetaram-se células eucarióticas com este mutante → proteína adenilato ciclase converte ATP em cAMP na presença da calmodulina das células eucarióticas (adenilato ciclase como proteína repórter) → lisar as células e medir os nível de cAMP

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13
Q

Resultados da experiência com adenilato ciclase:

A

Em todos os casos, observou-se que na presença da maquinaria Ysc, os níveis de cAMP aumentam significativamente, o que indicava que Ysc é necessária para a secreção dos genes yop e que este entram na célula eucariótica através do mesmo. Também se verificou em mutantes para yopB, D e N não ocorria o aumento de cAMP, pelo que estas proteínas também são necessárias para a secreção de yopE

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14
Q

Mas como monotorizaram a formação de poros em células nucleadas?

A

Incubar macrófagos com o composto BCECF que consegue atravessar membranas → dentro dos macrófagos, é clivado por esterases intracelulares tornando-se incapaz de voltar a atravessar a membrana, ficando preso. Para além disso, fica fluorescente → infetar macrófagos com Y. enterocolitica e medir a fluorescência de BCECF no supernadante

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15
Q

Resultados da experiência com BCECF:

A
  • células infetadas com bactérias wild-type: não se observou a fluorescência → existem proteínas efetoras que “selam” os poros depois da injeção de modo a evitar a saída de conteúdo citoplasmático e evitar uma resposta inflamatória
  • células infetadas com bactérias mutadas para 5 proteínas efetoras e para yopN ou para 6 proteínas efetoras: houve deteção quando conjugadas com B e D → yopB e D são ambos necessários para a formação do poro.
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16
Q

Como é que o poro YopB-YopD se liga ao injectissoma?

A

Verificou-se que existe um terceiro translocador, LcrV, uma proteína hirofílica → em bactérias LcrV- (utilizou-se um soro com um anticorpo anti-LcrV) não se verifica a citotoxicidade mediada por YopE, logo este é necessário para a ligação da agulha ao poro e forma uma estrutura particular na ponta da agulha

17
Q

Como é que as proteínas secretadas são reconhecidas pelo injectissoma?

A
  • sinal de secreção no N-terminal, que não é cortado, nos primeiros 20-30 aminoácidos da proteína
  • ajuda de proteínas chaperonas
18
Q

Características das proteínas chaperonas:

A
  • pequenas (baixa peso molecular)
  • acídicas
  • diméricas
  • falta de atividade ATPase
  • exclusivamente citosólicas
  • ligam-se com grande afinidade aos seus substratos
19
Q

Funções das proteínas chaperonas:

A
  • impedir a degradação das efetoras → há proteínas yop que podem ter um domínio que leve à sua agregação no meio bacteriano e posterior degradação, dado esse não ser o seu destino final e as chaperonas ligam-se nesse domínio
  • manter o estado desenrolado da proteína para facilitar a passagem pelo canal estreito da agulha
  • manter o sinal de secreção tri-dimensiomal
  • ajuda a conferir uma hierarquia no processo de secreção
20
Q

Os genes ysc-yop apenas são expressos a uma temperatura de _____.

A

37 ºC → então o injectissoma também só é assembly a 37 º

21
Q

Fator de transcrição que ativa a expressão de ysc-yop a 37ºC?

A

VirF

22
Q

Como é controlada a expressão dos genes ysc e yop nas bactérias?

A
  • Sem contacto, Ysc M1 e M2 inibem VirF
  • Quando há contacto com a célula hospedeira, M1 e M2 são excretadas para fora da bactéria e VirF passa a estar ativo e há expressão dos genes ysc e yop
23
Q

Como é que o sistema é mantido inativa a 37ºC na ausência de contacto ou na presença de Ca2+?

A

YopN, TyeA e LcrG formam um complexo presumidamente no citosol da bactéria, que impede a secreção na ausência de contacto com uma célula hospedeira ou na presença de cálcio por oclusão da “entrada” do injectissoma. Na presença do hospedeiro ou ausência de Ca2+, YopN é excretada, libertando as outras duas proteínas da “entrada” do injectissoma, deixando o complexo de bloquear a excreção.

24
Q

O que ocorre em mutantes YopN, TyeA e LcrG?

A

Os mutantes são “calcium-blind”, o que significa que há excreção de proteínas efetoras para o meio extracelular, na ausência de contacto com uma célula hospedeira ou na presença de cálcio.
Para além disso, a translocação não é polarizada quando na presença de células hospedeiras, existindo proteínas efetoras no meio extracelular.

  • Assim, a secreção é polarizada e ativada pelo contacto de uma bactéria com a membrna da célula hospedeira, um processo controlado dentro da bactérias por YopN, Tyea e LcrG.