Síndrome Urêmica Flashcards
Quais os métodos para a avaliação da função renal?
- Dosagem de uréia e creatinina.
- Clearence de creatinina (escolha).
OBS.: o melhor clearence seria de inulina (100% filtrada).
Como é calculado o clearence de creatinina pela fórmula de Cockroft-Gauld?
(140 - idade) x peso / creatinina x 72.
OBS.: se mulher, multiplicar por 0,85!
O clearence de creatinina pode ser usado na lesão renal aguda?
NÃO! O resultado fica superestimado!
Quais as alterações da diurese quanto ao volume?
- Normal: > 400ml/dia.
- Oligúria: < 400ml/dia.
- Anúria: < 100-50ml/dia.
O que é lesão renal aguda?
Resução da função renal dentro de horas ou dias, com redução da taxa de filtração glomerular e aumento de escórias nitrogenadas (uremia) REVERSÍVEL.
Como se caracteriza a lesão renal aguda?
- Aumento da creatinina > ou = 0,3 em 48h.
- Aumento da creatinina > ou = 1,5x o valor base nos últimos 7 dias.
- Débito urinário < 0,5ml/kg/dia.
Quais os estágios da lesão renal aguda pela KDIGO?
- Estágio 1: creatinina < 2x o basal ou débito urinário < 0,5ml/kg/h < 12h.
- Estágio 2: creatinina < 3x o basal ou débito urinário < 0,5ml/kg/h > 12h.
- Estágio 3: creatinina > 3x o basal ou débito urinário < 0,3ml/kg/h > 24h ou anúria > 12h.
Quais as consequências da lesão renal aguda?
- Sobrecarga volumétrica (HAS, edema, ascite).
- Distúrbios hidroeletrolíticos.
- Acidose metabólica.
- Hiperuricemia.
- Uremia.
- Infecções.
Quais os sinais e sintomas de uremia?
- Náuseas e vômitos (principais).
- Cefaléia.
- Pericardite hemorrágica.
- Disfunção plaquetária.
- Encefalopatia urêmica (confusão mental, flapping e hiperreflexia).
- Polineuropatia periférica.
OBS.: a uréia não é a única responsável pelos sintomas da uremia (ex.: ácido guanidinosuccinico também).
Quais os principais distúrbios hidroeletrolíticos da lesão renal aguda?
- Hipercalemia.
- Hiperfosfatemia.
- Hipermagnesemia.
- Hiponatremia.
- Hipocalcemia.
OBS.: BACANA → BAixa CÁlcio e Sódio (NA).
Como é clasificada a lesão renal aguda?
- Pré-renal.
- Pós-renal.
- Intrínseca.
Quais as características da lesão renal aguda pré-renal?
- Decorre da hipoperfusão renal (hemorragias, vômitos, queimaduras, sepse, etc).
- É reversível com a hidratação.
Qual a resposta do glomérulo a hiperperfusão?
- Produção de prostaglandinas: dilatação da arteríola aferente.
- Ação da angiotensina II: contração da arteríola eferente.
OBS.: por isso que AINES e IECA/BRA II podem deteriorar a função renal!
Quis as características da lesão renal aguda pós-renal?
- Decorre da obstrução do trato urinário (ex.: litíase, HPB, bexiga neurogênica, etc).
- Causa dor, hematúria e piúria sem evidências de ITU.
- É reversível com a desobstrução do trato urinário.
OBS.: obstruções parciais do trato urinário podem cursar com poliúria.
Quais as características da lesão renal aguda intrínseca?
Decorre de lesões tubulares, vasculares ou glomerulares.
Quais as principais causas de lesão renal aguda intrínseca?
- Necrose tubular aguda (ex.: aminoglicosídeos, rabdomiólise, contrastes, sepse, etc).
- Nefrite intersticial aguda.
- Glomerulonefrites.
- Obstrução de artéria renal.
- Medicações (ex.: aciclovir).
OBS.: a principal causa de NTA é isquemia (por sepse se na UTI)!
Como é feito o diagnóstico da etiologia da lesão renal aguda?
- EAS (principal).
- USG (causas pós-renais).
- Biópsia renal (se dúvidas).
OBS.: se ClCr < 30, não fazer RNM com gadolínio → fibrosE sistêmica nefrogênica!
Como diferenciar lesão renal aguda pré-renal de necrose tubular aguda?
- Pré-renal (consegue reabsorver): sódio urinário < 20, osmolaridade urinária > 500, densidade urinária > 1020 e fração excretória de sódio < 1%.
- NTA (não consegue reabsorver): sódio urinário > 40, osmolaridade urinária < 350, densidade urinária < 1015, presença de cilindros granulosos e pigmentares e fração de excreção de sódio > 1%.
OBS.: a relação uréia/creatinina na pré-renal é elevada.
Quais as exceções nas frações de excreção de sódio na lesão renal aguda?
Noradrenalina, glomerulonefrites e contraste iodado causam lesão renal aguda intrínseca com excreção < 1%.
Qual o tratamento da lesão renal aguda?
- Pré-renal: restaurar volemia.
- Pós-renal: desobstruir o trato urinário.
- Intrínseca: depende da causa de base (ex.: imunossupressão).
- Suspender ou ajustar drogas nefrotóxicas.
OBS.: ceftriaxone, clindamicina, azitromicina e moxifloxacino não precisam de ajuste na dose.
Quais as indicações de diálise de urgência na lesão renal aguda?
- Hipercalemia refratária.
- Hipervolemia refratária.
- Acidose refratária.
- Uremia franca (encefalopatia, pericardite).
- Algumas intoxicações (salicilatos, metanol e etilenoglicol).
OBS.: é feita com cateter de curta permanência implantado na veia jugular interna direita.
O que é doença renal crônica?
Evidencias de anormalidades estrururais ou funcionais do rim por > 3 meses de dorma IRREVERSÍVEL.
Como se caracterísa a doença renal crônica?
- Albuminúria > ou = 30mg/dia OU albumina/creatinina > ou = 30mg/g.
- TFG < 60.
- Evidências ultrassonográficas ou histológicas de lesão renal.
Qual a fisiopatologia da doença renal crônica?
- Agressão renal com perda irreversível de néfrons.
- Hiperfiltração e sobrecarga dos néfrons remanecentes.
- Esclerose e perda de função.
Quais as principais causas de doença renal crônica?
- HAS (Brasil).
- DM (mundo).
- Glomerulopatias.
Qual o quadro clínico da doença renal crônica?
- Uremia (se TFG < 30).
- Acidose metabólica com ânion-gap aumentado.
- Prurido crônico.
- Poliúria (inicialmente) e anúria (estados avançados).
- Hipertensão arterial.
- Endocrinopatias: anemia, dislipidemias, osteodisteofias e intolerância à glicose.
OBS.: as edocrinopatias aparecem mais precocemente (TFG < 60) do que a uremia (TFG < 30).
Quais as características da anemia da doença renal crônica?
- Decorre da deficiência de eritropoetina.
- Inicia-se já no estágio 3 da DRC.
- Tratar com agentes estimuladores da eritropoetina se Hb < 10.
- Alvo terapêutico: Hb = 10-11,5 (mais que isso causa efeitos adversos).
OBS.: sempre antes de iniciar a eritropoetina avaliar os estoques de ferro, folato e vitamina B12!
Quais os tipos de doença óssea na doença renal crônica?
- Alto turnover: osteíte fibrosa.
- Baixo turnover: doença óssea adinâmica e osteomalácia.
Quais as características da osteíte fibrosa?
- Hiperparatireoidismo secundário (aumento do PTH) devido à hiperfosfatemia, hipocalcemia e deficiência de vitamina D.
- Ocorre aumento da reabsorção óssea e depósito desordenado de colágeno.
- Causa dor óssea e fraturas patológicas.
- Há aumento da fosfatase alcalina.
Qual os achados radiográficos da osteíte fibrosa?
- Reabsorção subpeeiosteal das falanges das mãos (patognomônico).
- Crânio em sal e pimenta.
- Coluna em Rugger Jersey.

Qual o tratamento da osteíte fibrosa?
- Restrição de fosfato da dieta.
- Quelantes do fosfato (sevelamer).
- Reposição de vitamina D ou calcitriol.
O que é hiperparatireoidismo terciário?
- Formação de tecido autônomo nas paratireóides que produzem PTH em excesso.
- Ocorre após anos de hiperparatireoidismo secundário.
- Causa elevação do PTH com cálcio normal ou elevado.
- Tratar com paratireoidectomia subtotal.
Quais as características da doença óssea adinâmica?
Decorre da supressão do PTH pelo tratamento da osteíte fibrosa.
Quais as características da osteomalácia?
Decorre da intoxicação por alumínio pós-seções de diálise e níveis baixos de vitamina D.
Quais as características da dislipidemia da doença renal crônica?
- É a principal alteração.
- Aumento dos triglicerídios com queda do HDL, mas com colesterol total normal.
- Causa aterosclerose acelerada (principal causa de morte na DRC → IAM e AVE).
- Utilizar artovastatina.
Como diferenciar lesão renal aguda de doença renal crônica agudizada?
- Função renal alterada > 3 meses (doença renal crônica).
- Tamanho renal < 8,5cm, perda da relação corticomedular e hiperecogenicidade (doença renal crônica).
- Endócrinopatias (doença renal crônica).

Quis as causas de doença renal crônica com rins de tamanho aumentado?
- Infiltração: amiloidose (mieloma múltiplo), esclerodermia e doença renal policística.
- Hiperfluxo: diabetes melitus, HIV e anemia falciforme.
- Obstrução: hidronefrose.
Qual a classificação da doença renal crônica quanto a taxa de filtração glomerular?
- G1: > 90.
- G2: > 60.
- G3: > 45 (a) e > 30 (b).
- G4: > 15.
- G5: < 15.

Qual a classificação da doença renal crônica quanto a taxa de excreção de albumina?
- A1: < 30.
- A2: 30-300.
- A3: > 300.
OBS.: em pacientes com diabetes, a microalbuminúria é o sinal mais precoce de DRC.
Qual o tratamento da doença renal crônica?
- G1 e G2: IECA ou BRA (reduz a proteinúria e a PA).
- G3: tratar complicações (azotemia, anemia, etc) e encaminhar a um especialista.
- G4: tratar uremia e preparar o paciente para a terapia de substituição renal (ex.: preparar fístula, preservar acessos periféricos, etc).
- G5: terapia de substituição renal.
- Outros: controlar HAS, DM e dislipidemias, cessas tabagismo, reduzir sal e proteínas, etc.
OBS.: NUNCA fazer IECA + BRA!!!
Quais medicações precisam de ajustes quando a TFG < 60?
- IECA.
- BRA.
- Diuréticos.
- AINES.
- Metformina (TGF < 30).
- Digoxina.
Quais alterações são revertidas com a hemodiálise na doença renal crônica?
- Distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-base.
- Hipervolemia e HAS.
- Sinais e sintômas urêmicos (encefalopatia, pericardite, etc).
- Diafunção plaquetária.
Quais alterações não são revertidas com a hemodiálise na doença renal crônica?
- Anemia.
- Doença óssea.
- Dislipidemias.
- Distúrbios do cálcio e fosfato.
- Prurido cutâneo.
Quais as características da hemodiálise?
- Deve ser iniciada com a TFG < 10-15.
- Depuração de substâncias do plasma atravéz de um circuito extracorpóreo.
- Na diálise de emergência, a melhor veia para acesso é a jugular interna direita.
- É confeccionada uma fístula arteriovenosa (arteria radia com veia cefálica).
- É o método mais eficiente de diálise.
- Pode causar hipotensão, hipocalemia pela rápida extração de líquidos e perda de vitaminas hidrossolúveis.
Quais as características da diálise peritoneal?
- Utiliza-se o peritônio como uma membrana semipermeável ao colocar uma substância hipertônica.
- É o melhor método para crianças e pacientes com comorbidades.
- Não fazer se fibrose da cavidade abdominal ou defeito anatômico do diagragma.
- Pode causar peritonite.
Quais as características do transplante renal?
- É a modalidade terapêutica mais eficiênte e com maior sobrevida.
- Deve haver compatibilidade ABO e HLA.
Quais as causas de rejeição do enxerto?
- Imediata: incompatibilidade ABO ou HLA.
- Precoce (< 6 meses): falha da imunossupressão.
- Tardia (> 6 meses): infecção (vírus BK).