Sindrome Compartimental Abdominal Flashcards

1
Q

Pressão Intra Abdominal

A

Pressão intra abdominal é a pressão estável dentro da cavidade abdominal; depende do conteúdo intra abdominal (órgãos, sangue, líquido, coleções) e da complacência da parede abdominal. Na maioria dos doentes graves a pia situa-se habitualmente entre 5 e 7 mmHG. Pacientes portadores de obesidade mórbida e gestantes apresentam cronicamente Aumento da pia basal (10 a 15 Mmhg) sem efeitos adversos.

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2
Q

Pressão de perfusão abdominal (PPA)

A

É a diferença entre a pressão arterial média (PAM) e a pressão intra abdominal (PIA): PPA= PAM-PIA

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3
Q

Hipertensão intra abdominal (HIA)

A
É a pia persistentemente maior ou igual a 12 MM hg. Ela pode ser graduada de um a quatro
I - 12 a 15 mmhg
II- 16 a 20 mmhg
III- 21 a 25 mmhg
IV- > 25 mmhg
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4
Q

Síndrome compartimento abdominal primária

A

Quando se origina de trauma ou doença na região abdominal ou pélvica (trauma, Hemoperitoneo, pancreatite aguda)

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5
Q

Síndrome compartimental abdominal secundária

A

Quando decorre de problemas que não se originam no abdômen nem na pelve (reposição volemica exagerada, sepse, queimadura)

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6
Q

Síndrome compartimento abdominal recorrente

A

Quando volta a ocorrer após o tratamento da SCA primária ou secundária

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7
Q

Definição Síndrome compartimental Abdominal

A

Pressão intra abdominal maior o = a 20 MM HG com pressão de perfusão Abdominal menor que 60 MM HG de maneira sustentada associada a disfunção ou falência orgânica nova

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8
Q

Fatores de risco para síndrome compartimental abdominal

A

Trauma particularmente quando associada a choque com necessidade de grande reposição volemica, queimaduras tanto pela necessidade de reposição de grande quantidade de volume intravenoso quanto pela restrição e diminuição da complacência da parede abdominal, pós operatório de grandes cirurgias abdominais, correção de grandes hérnias de parede abdominal, ascite, sangramento Intra abdominal ou de retroperitonio

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9
Q

Principais fatores associados ao aumento da PIA

➡️ Diminuição da complacência da parede abdominal

A

➡️ Cirurgia abdominal
➡️ Trauma grave
➡️ Queimadura extensa maior que 30%
➡️ Decúbito ventral

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10
Q

Principais fatores associados a aumento da PIA

➡️ aumento do conteúdo intra luminal

A
➡️Gastroparesia 
➡️ Distensão ou Íleo gástrico 
➡️ Íleo (paralítico ou obstrutivo)
➡️ Volvo 
➡️ Obstrução ou pseudo obstrução de cólon (olgivie)
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11
Q

Principais fatores associados a aumento da PIA

➡️ Aumento do conteúdo intra abdominal

A

➡️ Pancreatite aguda
➡️ distensão abdominal
➡️ hemoperitonio, Pneumoperitonio ou coleção intra peritoneal
➡️ peritonite/abscesso intra abdominal
➡️ tumor abdominal/retro peritoneal
➡️ Laparoscopia, Com pressão muito elevada ➡️ Hepatopatia com ascite
➡️ diálise peritoneal

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12
Q

Principais fatores associados ao aumento da PIA

➡️ aumento da permeabilidade capilar

A
➡️ Acidose
➡️ Laparotomia para controle de Danos
➡️ Hipotermia 
➡️ APACHE II ou SOFA elevados
➡️ Reanimação Volemica maciça/ balanço hídrico muito positivo 
➡️ Politransfusão
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13
Q

Principais fatores associados ao aumento da PIA

➡️ miscelânea

A
➡️ Idade 
➡️ bacteremia 
➡️ coagulopatia 
➡️ elevação da cabeceira 
➡️ correção de hérnia incisional gigante 
➡️ ventilação mecânica 
➡️ obesidade ou IMC elevado
➡️ PEEP > 10
➡️ Pneumonia 
➡️ Sepse
➡️ Choque ou Hipotensão
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14
Q

Sistema cardiovascular

A

O aumento da pia causa diminuição do retorno venoso, levando a diminuição do débito cardíaco, por diminuição da pré-carga.
A pressão venosa central aumenta, ocorrendo também aumento da resistência vascular periférica, da pressão de artéria pulmonar e da pressão de capilar pulmonar.
Valores de pia acima de 12 MM hg associam-se já a estase venosa em membros inferiores, com diminuição do retorno venoso.
A hipovolemia piora ainda mais a disfunção cardíaca associada a aumento da pia

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15
Q

Função respiratória

A

A elevação do diafragma leva aumento da pressão intra torácica, elevação do pico de pressão inspiratória e da pressão na via aérea, aumentando o risco de barotrauma. A compressão pulmonar decorrente do aumento da pia causa atelectasia, edema, diminuição da difusão de oxigênio e aumento do Shunt intrapulmonar. Ocorre ainda diminuição da complacência da parede torácica e do volume corrente. Como resultado, aumenta o risco de infecção e de Hipoxemia e hipercarbia, com acidose respiratória.

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16
Q

Sistema nervoso central

A

A elevação da pia pode causar aumento da pressão intra craniana (PIC) e diminuição da pressão de perfusão cerebral (PPC)

17
Q

Sistema renal

A

Ocorre aumento da resistência vascular renal quando a pia atinge 20 MM HG. A compressão da veia renal causa aumento da resistência venosa, com piora da drenagem venosa, que é a principal causa de lesão renal na síndrome compartimental abdominal. Com a diminuição do débito cardíaco, ocorre vaso constrição arterial, com ativação do sistema simpático e do sistema Renina-angiotensina-aldosterona. Com a manutenção da HIA, e a consequente diminuição do fluxo sanguíneo renal, ocorre diminuição do ritmo de filtração glomérular e do débito urinário, chegando até anúria, quando a PIA beira os 30 mmhg

18
Q

Sistema Gastrointestinal

A

É provavelmente o mais sensível ao aumento da pia. Estudos em animais mostram que pia de 10 MM hg se associar já a diminuição do fluxo mesentérico. Com PIA de 20 mmHg, diminui a perfusão da mucosa intestinal. A compressão venosa que ocorre na HIA causa diminuição do fluxo venoso mesentérico, o que provoca edema do território esplâncnico, que, por sua vez, causa aumento ainda maior da PIA, criando um círculo vicioso.
Piora da perfusão intestinal causa acidose, isquemia e translocação bacteriana, pela perda de barreira mucosa. A sepse que pode se seguir piora o quadro de falências orgânicas

19
Q

Fígado

A

O fluxo sanguíneo portal diminui, levando a diminuição do clearance de ácido láctico pelo fígado, com piora de acidose, mesmo com débito cardíaco e PAM normais.

20
Q

Parede Abdominal

A

A HIA causa diminuição da complacência da parede abdominal e do fluxo sanguíneo para a musculatura da parede abdominal, mesmo antes de se instalar o choque.

21
Q

Exame Físico

A

O Abdômen é tenso e, se o paciente tiver nível de consciência preservado, será doloroso. Hipotensão, taquicardia, insuficiência respiratória, edema periférico, e distensão de veias cervicais são outros sinais que podem estar presentes.

22
Q

Exames de Imagem

A

A tomografia de abdômen, quando realizada, geralmente por outro motivo, pode mostrar:
➡️ Elevação do diafragma
➡️ Infiltração do retroperitôneo
➡️ Compressão da veia cava (aparece murcha)
➡️ Distensão de Alças
➡️ Coleções
➡️ Distensão da parede abdominal, com aumento do diâmetro anteroposterior
➡️ Compressão ou deslocamento dos rins
➡️ Espessamento de alças intestinais

23
Q

Diagnóstico

A

É utilizado a medida da pressão Intravesical.
A medida deve ser feita com o paciente em posição supina, totalmente relaxado, no final da expiração. Inicialmente, a bexiga deve ser totalmente esvaziada; depois injetam-se 25 mL de solução salina estéril e é feita a medida da pressão Intravesical. O zero deve ser a linha axilar média. A medida pode ser expressa em cm de água, convertidos depois em mmHg ou diretamente em mmHg, usando transdutor apropriado

24
Q

Tratamento

A

É melhor prevenir do que tratar a síndrome compartimental abdominal. O ideal é que os fatores que levam aumento da pia sejam reconhecidos e tratados antes que o paciente evolua com hipertensão intra abdominal e falência orgânica.
O tratamento da hipertensão intra abdominal e da síndrome compartimental abdominal inicia-se com medidas de suporte; Quando necessário deve ser feita a descompressão cirúrgica do abdômen que é o tratamento definitivo.
➡️ manter o paciente na posição horizontal
➡️ Reduzir o volume entra abdominal evitando balanço hídricos positivo
➡️ paciente com ascite tensa pode ser tratado exclusivamente com esvaziamento da ascite por punção
➡️ A complacência da parede abdominal pode ser melhorada com controle adequado da dor e com sedação sendo necessário curarizar o paciente e deixa-lo em ventilação mecânica.
➡️ O paciente pode precisar de suporte ventila tório e hemodinâmico
Quando as medidas para baixar a Hia não surgem efeito deve-ser feita a descompressão abdominal, deixando o abdome aberto (peritoniostomia)