Sifilis Flashcards
Conceito e transmissão
Doença infecto-contagiosa de evolução crônica com manifestações cutâneas e sistêmicas;
Transmissão predominantemente sexual, mas também pode ocorrer por transmissão vertical (transplacentária ou hematogênica), transfusão sanguínea ou inoculação acidental.
Patogeno sífilis
Treponema pallidum, subespécie pallidum
bactéria espiroqueta, não se cora pelo Gram e nem cresce em meios de
cultivo artificiais; sensível ao calor, detergentes, antissépticos e frágil para sobreviver em ambientes secos. Patógeno exclusivo do ser humano.
Classificação quanto a forma de infecçao
Sífilis adquirida;
Sífilis congênita;
Classificação quanto ao tempo de infecção
SÍFILIS RECENTE - ATÉ 1 ANO DE EVOLUÇÃO;
SÍFILIS TARDIA - MAIS DE 1 ANO DE EVOLUÇÃO;
Classificação pelas manifestações clinicas
• Sífilis primária;
• Sífilis latente recente e tardia (diagnóstico apenas sorológico)
• Sífilis secundária;
• Sífilis terciária
• Neurossífilis.
Sífilis Adquirida Recente - Clínica
Lesões tegumentares
Cancro duro
Roséola sifilítica
Sifílides
Condiloma plano
Placas mucosas
Pêlos – alopecia em clareira, alopecia difusa, madarose
Unhas – paroníquia, anoníquia
Lesões sistêmicas
Gânglios – micropoliadenopatia generalizada
Vísceras – hepatite, esplenomegalia
Sistema músculo-esquelético – periostite, artralgia, mialgia
Outras – cefaléia, astenia, febre
Características Cancro duro
ulceração única, lesão limpa, endurecida e indolor.
Pode não ser notado
na mulheres e lesões anais normalmente passam despercebido
pode se localizar em qualquer área de contato sexual e apresentar co-infecção
Mais comum em regiões de atrito - cabeça do pênis e fúrcula vaginal
Linfadenopatia que segue Cancro duro
Regional, indolor, normalmente bilateral
Roséola Sifilítica
erupção eritematosa macular; o secundarismo ocorre de 6 semanas a 6 meses após a cicatrizaçao do cancro duro
Normalmente a erupção é assintomática, mas pode ser dolorosa ou pruriginosa,
e a duração mediana é de cerca de 14 dias em pessoas sem HIV
Sifílides
erupção polimórfica simulando vários outros diagnósticos diferenciais
Condiloma plano
lesões papulosas e placas em regiões de dobras cutâneas
Outras manifestações
Madarose e alopecia – 3 a 7% dos pacientes; podendo ser
a única manifestação clínica
Lesões descamativas palmo-plantares
Lesões orais – placas mucosas
Uveites
Neurossífilis meningovascular - com acometimento dos pares cranianos, quadros meníngeos e isquêmicos, pode acompanhar essa fase.
Manifestação sífilis sistêmicas
mal-estar/fadiga
cefaleia
febre
prurido
anorexia
mialgia, artralgia,
elevação da creatinina e fosfatase alcalina.
Ao exame físico
Exantema – 88-100%
Linfadenopatia – 85-89%
Cancro duro (residual) – 25-43%
Condiloma plano – 9-44%
Hepatoesplenomegalia (foto) – 23%
Placas mucosas – 7-12%
Alopecia – 3-11%
erupção cutânea sem causa determinada
Deve investigar sifilis
Sífilis Adquirida Latente
O que ocorre
▫ 1 ano após o contágio
▫ Silêncio clínico ▫ Sorologias reatoras = diagnóstico
▫ 25% dos pacientes não tratados intercalam lesões de secundarismo com mos períodos de latência, durante um a mdois anos da infecção.
Sífilis Adquirida Tardia
Ocorre aproximadamente em 15% a 25% das infecções não tratadas, apos um período variável de latência, podendo surgir entre 1 e 40 anos
depois do início da infecção.
Clínica sífilis tardia
Lesões tegumentares
Gomas
• Lesões tuberocircinadas
• Nódulos justa-articulares de Jeanselme
• Eritema terciário
Lesões cardiovasculares
• Aortite sifilítica
• Outras – angina, aneurismas não dissecantes, estenose do óstio coronário e insuficiência aórtica.
Neurosifilis
Neurossífilis
Ocular – amaurose repentina
Auricular – surdez repentina
Neurossífilis meningovascular
Neurossífilis parenquimatosa
• Tabes dorsalis
• Paralisia cerebral progressiva e demência
• Atrofia óptica - Sinal da pupila de Argyll-Robertson
Assintomática – alterações no LCR e sorologias +
Diagnóstico laboratorial sífilis
Pesquisa direta do T. pallidum
▫ Microscopia em campo escuro (padrão ouro)
▫ PCR – ex: PCR Multiplex
▫ Imunofluorescência direta
▫ NAAT (nucleic acid amplification tests) - Testes
moleculares para detectar sequências de DNA específicas do T pallidum
Raramente disponíveis; viáveis apenas para as lesões infectantes; alguns são dependentes do analisador; alto custo.
Sorologias
Reações não treponêmicas / lipoidal
▫ Mede Ac IgM e IgG contra Ag cardiolipina – lecitina - colesterol
▫ VDRL; - principalmente
▫ RPR, TRUST; A sensibilidade varia com o estágio
da doença; tipo de teste; técnica laboratorial; são dependentes do
analisador.
Reações treponêmicas
▫ Mede Ac IgM e IgG contra Ag treponêmicos
▫ Testes rápidos (Rapid point-of-care tests - POCTs);
▫ FTA-abs; principal
▫ CIA (quimiluminescência);
▫ TPHA, TP-PA, MHA-TP
Em +85% dos casos, permanecem reagentes por toda vida, mesmo após o tratamento.
Independe do analisador; automatizados.
Cicatriz sorologica
Persistência de reagentes nos TT e/ou nos TNT com baixa titulação após tratamento adequado
Afastado a possibilidade de reinfeccao
Queda TNT em pelo menos 2 diluições
Outras sorologias que devemos solicitar
HBS Ag
Anti HBS
HCV
Anti HIV 1 e 2
Anti HTLV 1 e 2
DD
DD lesões cutâneas
• Sífilis primária – cancro mole, herpes genital, úlceras traumáticas,
piodermite, etc
• Sífilis secundária – exantema viral, farmacodermia, hanseníase, psoríase, líquen plano, sarcoidose, granuloma anular, etc
• Sífilis terciária – tuberculose, leishmaniose, cromomicose, esporotricose, sarcoidose, etc
Sífilis e HIV+ - repensar toda a clínica e o resultado dos exames laboratoriais.
Devido ao cenário epidemiológico atual, recomenda-se tratamento imediato, com benzilpenicilina benzatina, após apenas um teste reagente para sífilis (teste treponemico ou teste não treponemico) para as seguintes situações (independentemente da presença de sinais e sintomas de sífilis)
▫ Gestantes;
▫ Vítimas de violência sexual;
▫ Pessoas com chance de perda de seguimento (que não retornarão ao serviço);
▫ Pessoas com sinais/sintomas de sífilis primaria ou secundaria;
▫ Pessoas sem diagnostico prévio de sífilis.
Tratamento
Penicilina benzatina
Sífilis recente 2,4 milhoes dose unica
Sífilis tardia 2,4 milhões 1 X semana por 3 semanas –
Neurossífilis 18 a 24 milhões
1x dia, IV, doses de 3-4 milhões a cada 4 h por 14 dias
Pode usar ceftriaxona