Sexologia Forense Flashcards
Definição de sexologia forense
Ramo da Medicina Legal que estuda as questões do comportamento sexual ou relacionadas ao sexo, seus fundamentos médicos, biológicos, psicológicos, sociais e culturais, no que tange às implicações jurídicas.
- Criminal
- Civil: verificação de paternidade, erro essencial de pessoa, etc
Lei 12.845 de 1 de agosto de 2013
(Lei que diz respeito ao atendimento às vítimas de violência sexual)
1) Determina a obrigatoriedade de primeiro atendimento às vítimas de violência sexual.
2) De acordo com o artigo terceiro, o atendimento imediato obrigatório em todos os hospitais integrantes da rede do SUS compreende os serviços
3) No tratamento das lesões, caberá ao médico preservar materiais que possam ser coletados no exame médico legal
4) Cabe ao órgão de medicina legal o exame de DNA para identificação do agressor
Lei 13.718 de 24 de setembro de 2018
1) Tornar pública incondicionada a natureza da ação penal dos crimes contra a liberdade sexual e dos crimes sexuais contra vulnerável
(Qualquer pessoa que tem consciência desse tipo de crime pode denunciar. Não é necessário que a vítima concorde com a denúncia)
2) Estabelecer causas de aumento de pena para esses crimes e definir como causas de aumento de pena o estupro coletivo e o estupro corretivo
Estupro (definição)
“Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”
Consequências legais do crime de estupro
1) Crime hediondo: insuscetível de graça (sem indulto, redução de pena ou condicional) e inafiançável
2) Pena: reclusão de 6 a 10 anos
Conjunção carnal
Penetração do pênis na vagina
Quais os tipos de violência empregados para constranger alguém no crime de estupro?
Efetiva física: há emprego de força física ou similar
Efetiva psíquica: emprego de meios de inibição (embriaguez, alucinógenos)
Presumida: contra quem não pode reagir (ex: meninas < 14 anos ou pessoa dormindo)
Qual é a grave ameaça em um crime de estupro?
Promessa de um mal maior (fazer algum mal à própria vítima ou a alguém que ela ama se houver resistência)
Prática/permissão no crime de estupro
O infrator não é só o que pratica, mas também o que permite que se pratique (cúmplices)
Ato libidinoso
Objetiva o prazer sexual de quem o pratica, sem incluir conjunção carnal; é lascivo, voluptuoso, dirigido para a satisfação do instinto sexual. Exemplo: “mão boba”, trombada, beijo lascivo, visão lasciva, abraço, sexo oral, masturbação, coito anal etc
Lei 12.015/2009
Funde os artigos 213 e 214, criando apenas o crime de estupro, o qual passa a ser constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal, ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso.
Artigo 216-A do código penal
(assédio sexual)
constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente de sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função
(o agressor DEVE SER hierarquicamente superior à vítima)
Artigo 217-A do código penal
(estupro de vulnerável)
Vulneráveis são:
1) <14 anos: vulnerabilidade absoluta
2) >14 anos e <18 anos: vulnerabilidade relativa
3) Portador de enfermidade ou deficiência mental que gere ausência de discernimento
4) Pessoa incapaz de resistir
Resposta aos quesitos da conjunção carnal
1) Houve conjunção carnal ou prática de outro ato libidinoso?
2) Qual a data provável da conjunção carnal ou outro ato libidinoso?
3) Se 1 positivo, em que consistiu?
4) Apresenta lesão corporal?
5) Qual o meio empregado?
6) Da violência resultou para a vítima: incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias, ou perigo de vida, ou debilidade permanente
7) É a examinada enferma ou deficiente mental?
8) Houve qualquer outra causa que tivesse impossibilitado a periciada de reagir?
Sinais de certeza conjunção carnal
Rotura himenal: hímen se rompe a cada conjunção carnal
Presença de esperma ou PSA na vagina.
Gravidez
OBS. Estupro com camisinha: nos bons laboratórios, é possível extrair a presença do lubrificante presente no preservativo (é indicativo apenas).
Sinal de certeza de coito anal
presença de espematozóide no ânus
Sinais sugestivos de coito anal
Relaxamento e dilatação de esfíncter
Fissuras e rágades, equimoses, sangramento
Ambiente de perícia adequado para uma vítima de violência sexual?
1) Organizado
2) Acolhedor
3) Discreto
4) Sigiloso
5) Local onde a vítima se sinta ouvida
6) Funcionários competentes. Importante a presença de pessoas do mesmo sexo da vítima
Exame sexológico forense
1) O exame deve ser feito com inspeção do corpo da vítima, visando detectar lesões corporais, sinais de violência, especialmente na região genital, para-genital ou outras zonas erógenas
2) Também são procuradas lesões de imobilização, sujeição, silenciamento, deslocamento ou arrasto, derivadas de atos libidinosos e da conjunção carnal
3) Exame ginecológico: pode ser feita colposcopia, coleta de material para identificar espermatozoides e análise do hímen
Hímen
1) Apresenta 2 bordas: aderente ( borda de inserção) e livre (borda ao redor do óstio)
2) A borda livre limita o óstio e pode apresentar-se irregular, regular e recortada
3) A altura vai da inserção à borda livre
4) O local da rotura é identificado em um gráfico cartesiano, com 4 quadrantes
5) Para a análise, segura-se os grandes lábios com os polegares, então eles são puxados para frente e para baixo para a visualização himenal
6) Classificação de acordo com:
- Formato do óstio: imperfurado, anular ou circular, ovalar, septado, cribriforme, cordiforme
- Amplitude do óstio: grande, média ou pequena amplitude
- Espessura: membranoso, carnoso
- Orla ou borda: alta, média ou baixa
Como é a membrana do hímen?
A membrana é elástica e permeável, formada por 2 folhetos, entre os quais há tecido conjuntivo, por isso há sangramento e dor na ruptura
Lesões no hímen
As lesões mais frequentes ocorrem na borda livre
Hemorragias leves e passageiras
Duração entre 2 e 4 dias
Orvalho sanguíneo na solução de continuidade
O entalhe é natural da mulher e não atinge a borda de inserção, diferentemente da rotura completa, que apresenta lesão da borda livre até a borda de inserção
Carúnculas mirtiformes
No parto vaginal, ocorrem roturas múltiplas, denominadas carúnculas mirtiformes (carúnculas de tecido conjuntivo) - são roturas de dentro para fora.
Entalhe (hímen)
Pouco profundo, não atinge a borda de inserção da membrana
Borda regular
Bordas revestidas por epitélio igual ao que reveste a membrana
Justaposição incompleta ou impossível das bordas