Sangramentos Da Gravidez Flashcards
Mulher de 30a, G2P0A1, atraso menstrual de 6s, comparece à consulta de emergência referindo sangramento transvaginal discreto e leve dor em baixo-ventre. Exame físico evidencia colo amolecido e fechado ao toque vaginal, sem mais anormalidades. Apresenta exames realizados na semana anterior: beta-hCG 3000 mUI/ml e USGTV sem saco gestacional e/ou embrião intra-uterinos. Repete exame quantitativo de beta-hCG no serviço que mostrou valor de 850 mUI/ml. Qual a suspeita diagnóstica e a conduta ideal:
A) Gravidez ectópica; orientar conduta expectante pois provável resolução espontânea
B) Gravidez ectópica; indicar videolaparoscopia pois risco materno elevado
Letra A
Na avaliação subsequente o beta-hCG caiu para menos de 1000 mUI/ml, o que fala a favor de resolução espontânea do quadro e, portanto, é possível neste caso a adoção de conduta expectante
Após o diagnóstico de gestação ectópica, deve-se observar alguns critérios antes de optar pelo tratamento clínico com metotrexato. Entre tais critérios, encontram-se:
- Ausência de BCF, beta-hCG <5.000, massa com <3,5cm
Verdadeiro
Mulher de 25a, com amenorreia de 15s, refere cólica em baixo ventre e sangramento vaginal há algumas horas. Mucosas coradas, PA 110x70, altura uterina 14cm. Exame especular e toque: presença de comprimidos de misoprostol na vagina, coágulos sanguíneos em moderada quantidade e colo uterino pérvio 2cm. A conduta é:
- Aguardar a expulsão do concepto e manter segredo médico
Verdadeiro
Na incompatibilidade sanguínea materno-fetal, é correto afirmar que:
A) A administração de imunoglobulina anti-D a gestantes Rh negativo com Coombs indireto negativo com 28s de gestação é indicada
B) O teste de Coombs indireto só tem resultado positivo em casos de incompatibilidade Rh
Letra A
O teste de Coombs indireto pode ter resultado positivo na presença de outros anticorpos contra antígenos eritrocitários que não seja o Rh (anti-Kell, anti-Lewis…)
O tratamento de escolha para pct portadora de coriocarcinoma é:
- Quimioterapia
Verdadeiro
O coriocarcinoma corresponde de 10-30% dos casos de neoplasia trofoblástica gestacional. É uma transformação maligna que pode ocorrer após gravidez molar, gravidez ectópica e até gravidez normal. Ele apresenta uma população dismórfica, com células do sincício e citotrofoblasto, além de áreas extensas de necrose e hemorragia. Seu tratamento de escolha constitui na QT, não estando indicada a aspiração intrauterina ou histerec inicialmente. O que irá variar é se vai ser feito mono (metotrexate) ou poliquimioterapia
Uma gestante Rh negativo, e marido Rh positivo, está em sua 3ª gestação. No acompanhamento pré-natal, refere que no 1º parto recebeu imunoglobulina, mas no 2º, não. Nos exames apresentou Coombs indireto positivo com título de 1/16. Diante dessas informações, é correto afirmar que:
A) Não tendo recebido Ig recentemente nessa gestação, deve estar sensibilizada e deverá ser acompanhada com Doppler da cerebral média para monitorar anemia fetal
B) Se o feto apresentar anemia, está indicada a transfusão intrauterina com a administração de sangue com fator Rh positivo, que é o sangue do feto
Letra A
Essa gestante apresenta Coombs indireto +, com título de 1/16 o que demonstra que há anticorpos anti-Rh na circulação materna, provavelmente por sensibilização na gestação anterior. Esse feto está sob risco de anemia, pois os anticorpos maternos podem atravessar a placenta e, se ele for Rh +, levar à hemólise. Se for Rh -, esse fenômeno não vai acontecer.
De qualquer maneira, o feto deve ser acompanhado com o Doppler da artéria cerebral média para monitorar a velocidade máxima de pico sistólico que, no feto anêmico, está acima do esperado para a idade gestacional
Gestante secundigesta com parto normal anterior realizou pré-natal, detectando, na rotina de exames iniciais, tipagem sanguínea B -, Du -. O pai da criança é A+. Assim, solicitou Coombs indireto que demonstrou positivo para anti-D, motivo que o fez manter solicitação mensal desse exame. Na 28ªs, o Coombs era de 1:32. Foi, então, avaliado por meio de USG Doppler, o pico sistólico da artéria cerebral média e o resultado foi de 1,1 MoM. Nesse caso hipotético, a próximo etapa será:
- Realizar avaliação semanal do pico sistólico da artéria cerebral média
Verdadeiro
Quando o Coombs tem resultado >1:8, o acompanhamento passa a ser feito com Dopplervelocimetria da artéria cerebral média a partir da 20s, que deve ser repetido a cada uma a duas semanas. Valores acima de 1,5 MoM sao indicativos de anemia fetal grave e a cordocentese deve ser realizada para avaliar o hematócrito fetal, com posterior transfusão intrauterina em fetos com <34s. Não há indicação de novo Coombs ou imunoglobulina, já que a pct já está sensibilizada.
Em relação à doença trofoblástica gestacional, é correto afirmar que:
A) A mola hidatiforme completa possui cromossomos apenas de origem paterna, visto que se origina de um óvulo vazio fecundado por um ou dois espermatozoides
B) A mola hidatiforme, independentemente de sua classificação, sempre tem indicação de quimioterapia profilática ou terapêutica
Letra A
O tratamento básico da mola hidatiforme é aspiração, ficando a QT reservada para os casos malignos
Em relação ao abortamento, é correto afirmar que:
- No abortamento séptico, o uso de atb é mandatório, e um dos esquemas possíveis é a associação de clindamicina ou metronidazol com gentamicina IV
Verdadeiro
No abortamento infectado, é obrigatória a internação hospitalar para tratamento com atb venoso com cobertura para anaeróbios (clindamicina ou metronidazol) e gram-negativos (gentamicina)
São fatores que protegem quanto à isoimunização Rh:
- Incompatibilidade ABO entre mãe e o concepto
Verdadeiro
A incompatibilidade ABO protege parcialmente o feto contra a incompatibilidade Rh, uma vez que as hemácias ABO incompatíveis são rapidamente destruídas quando atingem a circulação materna, antes de estimular o sistema imunológico materno a formar anticorpos anti-Rh
Considera-se conduta adequada no aborto retido na 8ª semana de gestação:
- Orientar a pct em relação à possibilidade de aguardar a eliminação fisiológica ou esvaziamento uterino com ou sem preparo do colo uterino
Verdadeiro
Podemos ter 2 condutas possíveis:
. Só acompanhar e aguardar eliminação fisiológica (em geral por até 4s), pois o risco de infecção ou complicação tromboembólica com <4s do óbito é muito pequeno
. Conduta ativa com esvaziamento uterino, que pode ser curetagem ou aspiração manual intrauterina, podendo realizar ou não a dilatação do colo com misoprostol
No 3º mes de seguimento pós esvaziamento uterino por mola hidatiforme, a pct em seguimento clínico evolui com os seguintes valores consecutivos de B-hCG: 129, 64, 1.9. A interpretação correta destes resultados indicam:
- Remissão espontânea
Verdadeiro
Após 3 resultados negativos podemos passar o controle para mensal por 6 meses da negativação
Pct de 19a, com atraso menstrual de 30d, chega a emergência com queixa de dor no baixo ventre, de moderada a forte intensidade, há cerca de 5d, associada a pequeno sangramento vaginal. Avaliada e submetida a exames subsidiários, apresentou hCG elevado de 5.250; hemograma sem alterações; USGTV identificou massa heterogênea em topografia de anexo esquerdo com 3cm rm seu maior diâmetro e pequena quantidade de líquido livre com debris em fundo de saco posterior. Qual a conduta mais adequada a ser seguida após internação?
- Tratamento cirúrgico imediato
Verdadeiro
Tratamento clínico de gravidez ectópica com metotrexato:
- Pct estável hemodinamicamente, com gestação ectópica ÍNTEGRA
- Massa anexial < 3.5 a 4cm
- Ausência de BCF
- B-hCG < 5.000
Gestante de 40a, secundigesta, sem acompanhamento pré-natal prévio, apresenta-se em trabalho de parto normal com contrações uterinas frequentes e intensas quando, subitamente, com dilatação de 7cm, apresentou rotura das membranas ovulares, sangramento vaginal intenso e bradicardia fetal severa. A hipótese mais provável é:
- Rotura de vasa prévia caracterizada por sangramento de origem fetal
Verdadeiro
Os vasos prévios descrevem os vasos fetais das membranas que atravessam a região do orifício interno do canal cervical e ocupam uma posição à frente da apresentação.
São associadas às: inserções marginais do cordão, placenta bilobada, placenta sucenturiadas (lobo acessório separado da massa placentária) e, mais frequentemente, à inserção velamentosa do funículo umbilical
Usuária de drogas, na 36ª s de gravidez, da entrada na emergência com quadro de sangramento escuro, volumoso, de início há 30min, associado a forte dor abd. Ao exame físico: PA 150x100, FC 115, AFU 30cm, metrossístoles 7/10’/60’’, BCF 85. A principal hipótese diagnóstica para esse caso é:
- Descolamento prematuro de placenta
Verdadeiro
Fatores de risco para DPP (“TÁ Com DPP”):
- Trauma
- Anos >35
- Corioamnionite
- Drogas (cocaína e tabagismo)
- Polidramnia (e gemelar)
- Pressão alta (principal fator!)
Na rotura de vasa prévia o sangramento é de origem fetal, enquanto na placenta prévia o sangramento é indolor e na rotura uterina é comum a parada da contratilidade uterina
Mulher de 30a, quartigesta, tercípara, com 2 cesáreas anteriores, realiza USG de rotina com 16s que mostra placenta recobrindo o orifício interno do colo uterino. O diagnóstico e conduta são:
A) placenta prévia; solicitar RM para investigar acretismo placentário
B) Inserção baixa da placenta; repetir o exame USG com 28s
Letra B
Como o fenômeno de migração placentária só se completa com 28s, ainda não podemos afirmar que se trata de uma placenta prévia
Em relação às hemorragias da 2ª metade da gestação, assinale a alternativa CORRETA:
A) Os principais fatores de risco para DPP são as causas mecânicas ou traumáticas
B) Na ruptura uterina incompleta, o peritônio visceral permanece íntegro
C) A classificação clínica grau II do DPP se caracteriza por sangramento vaginal discreto, sem repercussões materno-fetais
D) Na PP marginal, a placenta está implantada no segmento uterino inferior, com distância >2cm do orifício interno do colo uterino
Letra B:
Letra A: incorreta. O principal fator de risco para o DPP é a hipertensão
Letra B: correta. Na ruptura incompleta, o peritônio visceral permanece íntegro, enquanto ele está aberto na ruptura completa
Letra C: incorreta. O DPP grau II apresenta sangramento moderado, dor abdominal, hipertonia uterina e sinais de sofrimento fetal
Letra D: incorreta. A placenta prévia marginal tangencia o orifício interno do colo uterino
Gestante de 29a, G4P2A1, encontra-se no momento com 21s de idade gestacional. Sua tipagem sanguínea é O- e a do seu companheiro é AB+. Quando estava com 17s, realizou teste de Coombs indireto e o resultado foi positivo, com títulos de 1:4. Nesse caso, o exame indicado para acompanhamento inicial é:
A) Coombs indireto
B) Dopplervelocimetria de artéria cerebral média
Letra A
No caso de Coombs indireto < ou = a 1:8 não é necessária investigação fetal, pois esses valores estão associados com fetos não acometidos gravemente. Deve-se repetir o Coombs mensalmente e, se houver aumento dos títulos acima de 1:8, inicia-se a investigação fetal preferencialmente com a dopplervelocimetria
O anel da Bandl é um sinal da iminencia de:
- Rotura uterina
Verdadeiro
O sinal de Bandl corresponde à distensão do segmento inferior do útero, formando uma depressão em faixa infraumbilical e conferindo ao útero aspecto semelhante a uma ampulheta. Na maioria das vezes, ele está associado a contrações intensas e dolorosas e ao sinal de Frommel, que consiste no retesamemto dos ligamentos redondos, desviando o útero anteriormente
Quadro de DPP onde o sangramento é acompanhado por dor abdominal intensa, hipertonia uterina, feto morto, sem coagulopatia é classificada em grau:
- 3A
Verdadeiro
- Grau 0 (assintomático): diagnóstico retrospectivo pelo histopatológico da placenta
- Grau I (leve): Há sangramento vaginal mas a paciente não refere dor
- Grau II (intermediário): Há sangramento vaginal com dor abd e feto vivo (mas apresenta sinais de sofrimento), levando em conta os achados clínicos e laboratoriais
- Grau III (grave): Caracteriza-se pelo sangramento genital importante com hipertonia uterina, hipotensão materna e óbito fetal. Pode ser dividido em:
III A - sem coagulopatia
III B - com coagulopatia
Quanto à placenta prévia, é correto afirmar que:
A) Todas as gestantes com placentas prévias posteriores à USG devem ser encaminhadas para complementação diagnóstica com RM
B) A presença de placenta em posição fundica não exclui a possibilidade de placenta prévia, pela eventualidade de placenta sucenturiada
Letra B
Os resultados da RM não são superiores aos da USG
A placenta sucenturiada ocorre quando um lobo acessório apresenta-se separado da massa placentária, o que exige a pesquisa do segmento inferior para a pesquisa de placenta prévia ainda que a placenta seja fundica
A forma clínica da doença trofoblástica gestacional que tem pior prognóstico é;
A) Coriocarcinoma
B) Tu trofoblástico do sítio placentário
Letra A
A forma clínica de pior prognóstico na doença trofoblástica gestacional é o coriocarcinoma. Trata-se de um tumor de células germinativas de crescimento rápido que pode evoluir rapidamente para metástase pulmonar e hepática
A mais comum é a mola invasora
A mais agressiva é o tu de sítio placentário
Como é o tratamento conservador da gravidez ectópica integra, com o metotrexate?
- prescrever metotrexate 50mg/m2 de superfície corporal, IM. Repetir B-hCG quantitativo no 4º e 7º dia. Caso a redução do nível do B-hCG seja < 15% no 7º dia, repetir nova dose de metotrexate
- Prescrever o metotrexate 1mg/kg nos dias 1, 3, 5, 7, alternando com ácido folínico na dose de 0,1 mg/kg nos dia 2, 4, 6, e 8, dosando B-hCG quantitativo no dia da nova aplicação do metotrexate
Ambas verdadeiras
Pct de 32a submeteu-se a esvaziamento uterino por gestação molar e manteve dosagens seriadas de B-hCG nos dias 1, 7, 14 e 21. Os resultados foram, respectivamente: 1300, 1200, 1150 e 1000. O diagnóstico é de:
A) Restos molares
B) Neoplasia trofoblástica gestacional
Letra B
No acompanhamento da mola hidatiforme temos alguns critérios para pensar em neoplasia trofoblástica gestacional: elevação de 10% do B-hCG ou platô em 3 valores. No caso, temos um platô
Gestante de 10s, procura Emergência Obstétrica com queixa de sangramento vaginal. Ao exame, apresenta abdome flácido e fundo uterino entre a sínfise púbica e a cocatriz umbilical. O sangramento vaginal é de pequena intensidade, e não há dilatação no colo uterino. A pesquisa de B-hCG no sangue é positiva. USG não identifica feto nem embrião. A hipótese diagnóstica para esse caso é:
A) Doença trofoblástica
B) Gravidez ectópica
Letra A
O útero só passa da sínfise púbica após 12s, e só chega entre a sínfise e a cicatriz umbilical em torno de 16s. No caso em questão, o útero esta muito maior que o esperado.
Gestação ectópica não teria o útero aumentado
Sobre placenta prévia, é correto afirmar que:
- Classicamente, a placenta prévia é definida como a presença de tecido placentário que recobre ou está muito próximo ao orifício interno do colo uterino após 28s de gestação
Correto
Quais são os tipos de abortos?
Colo FECHADO:
•Aborto completo
•Ameaça de aborto
•Aborto retido
Colo ABERTO:
•Aborto incompleto
•Aborto inevitável
•Aborto infectado