Rinite Flashcards
Definição de rinite:
Rinite é a inflamação e/ou disfunção da mucosa de revestimento nasal e é caracterizada por alguns dos sintomas nasais: obstrução nasal, rinorreia anterior e posterior, espirros, prurido nasal e hiposmia. Geralmente ocorrem durante dois ou mais dias consecutivos por mais de uma hora na maioria dos dias.
Como as rinites podem ser classificadas?
Quando ao agente etiológico:
1) rinites infecciosas (agudas, autolimitadas, causadas por vírus e menos frequentemente por bactérias); 2) rinite alérgica (forma mais comum, induzida por inalacão de alérgeno em indivíduos sensibilizados);
3) rinite não alérgica não infecciosa (grupo heterogêneo, pacientes sem sinais de infecção e sem sinais sistêmicos de inflamação alérgica. Exemplos: rinite induzida por drogas, rinite do idoso, rinite hormonal, rinite da gestação, rinite ocupacional não alérgica, rinite gustatória e rinite idiopática);
4) rinite mista (expressão significante em pacientes com rinite crônica, com mais de um agente etiológico.
Quadro clínico rinite alérgica:
Espirros (em salvas, muito característico pelas manhãs), prurido (marca na ponte nasal no sulco transversal “saudação do alérgico”), rinorreia hialina e obstrução nasal (intermitente), histórico alérgico pessoal e familiar, identificação dos fatores desencadeantes.
Podem estar associados: conjuntivite alérgica, cefaleia, roncos, prurido ocular, otalgia, prurido auricular, abafamento auricular, hipoacusia, prurido faríngeo e dor de garganta
Grande morbidade - afeta qualidade de vida, atividades diárias e até o sono
Quando a gente fala de rinite a gente não pode esquecer que o nome completo é rinossinusite alérgica, por conta da contiguidade entre a mucosa nasal e dos seios da face.
Fatores desencadeantes na rinite alérgica:
Ácaros domésticos (Dermatophagoides farinae e pteronyssenus ; Blomia tropicalis) como os principais agentes etiológicos da rinite alérgica, seguidos por alérgenos de barata, epitélio de animais domésticos, fungos (alternaria, cladosporium, aspergillus), pólens, irritantes da mucosa (poluentes - cigarro, forno a lenha e irritantes - perfumes, cheiros fortes, produtos de limpeza). Os alimentos raramente desencadeiam sintomas respiratórios de modo isolado. Na maioria das vezes vêm como manifestações associadas a quadros mais graves como a anafilaxia.
Fisiopatologia da rinite alérgica:
Mecanismos celulares e moleculares participantes da reação alérgica e responsáveis pela inflamação alérgica são apresentados de modo a facilitar o entendimento dos diferentes endotipos de rinite propostos.
O que são endotipos?
O conceito de endotipo visa identificar os mecanismos subjacentes envolvidos na gênese da doença e, assim, permitir tratamento direcionado e mais preciso para cada paciente. Esses endotipos são complexos e secundários a processos celulares (eosinófilos, neutrófilos e mediadores inflamatórios deles decorrentes),
moleculares (IgE sérica total e específica, citocinas e quimiocinas inflamatórias), além de danos estruturais da mucosa de revestimento nasal. Assim, identificam-se quatro endotipos de rinite: a) com resposta imunológica tipo 2; b) com resposta imunológica tipo 1; c) rinite neurogênica; d) disfunção epitelial. Espera-se que a rinite mais bem caracterizada receba um tratamento individualizado, mais preciso e com maiores chances de êxito.
conhecido ou não).
Rinite e asma:
A rinite é uma condição muito importante para ser avaliada no paciente com asma. Estima-se que 80% dos pacientes que tem asma também tem rinite alérgica concomitante. O conceito de via aérea única nos diz que como a mucosa respiratória é contínua e os mesmos desencadeantes alérgicos que desencadeiam a rinite desencadeiam asma, para tratar uma você precisa tratar a outra. Desta forma, quando um paciente tem asma e tem rinite alérgica também é importante avaliar como está o controle da rinite alérgica para que a asma fique controlada.
Como se dividem os exames complementares na rinite alérgica?
De acordo com a finalidade de avaliação eles podem ser divididos em: a) diagnóstico etiológico, b) avaliação da cavidade nasal, c) avaliação por imagem e d) avaliação complementar.
Exames complementares para diagnóstico etiológico na rinite alérgica:
Os exames subsidiários mais importantes no diagnóstico etiológico da rinite alérgica, tanto pela especificidade como pela sensibilidade, são os skin prick test (SPT) (teste de puntura ou teste cutâneo) e a avaliação dos níveis séricos de IgE alergenoespecífica (IgE total tem pouco valor).
Exames complementares para avaliação da cavidade nasal na rinite alérgica:
Outros exames (citologia nasal, bacterioscopia e cultura de secreções de vias aéreas, avaliação do olfato, permeabilidade nasal [rinometria acústica, rinomanometria, pico de fluxo nasal]) são usados com menor frequência.
Exames complementares para avaliação de imagem na rinite alérgica:
A radiografia simples da rinofaringe é útil para o diagnóstico de obstrução nasal por hipertrofia da tonsila faríngea (adenoide) ou por outros processos tumorais da rinofaringe. A dos seios paranasais (incidências de Caldwell e Waters)
não tem papel no diagnóstico da rinite alérgica. A tomografia computadorizada e a ressonância nuclear magnética de seios paranasais podem ser necessárias na avaliação de quadros inflamatórios e infecciosos crônicos sinusais, em complicações de quadros infecciosos agudos e na avaliação de processos tumorais benignos e malignos.
Quais as principais comorbidades associadas a rinite alérgica?
As principais comorbidades associadas à rinite alérgica são: asma, conjuntivite alérgica, rinossinusite aguda, crônica, otite média com efusão e as alterações do desenvolvimento craniofacial dos respiradores bucais em crianças, além de apneia e hipopneia obstrutiva do sono, tanto em crianças como em adultos.
Quais medicamentos compõem o quadro de opções terapêuticas na rinite alérgica?
Anti-histamínicos H1 isolados (anti-H1; sistêmicos ou tópicos), descongestionantes (sistêmico, tópico nasal), corticostecoides (sistêmico, tópico nasal), cromoglicato dissódico, antagonistas de receptores de leucotrienos. Além desses, a solução salina, a imunoterapia alergenoespecífica e agentes imunobiológicos.
Uso de anti-H1 na rinite alérgica:
Medicamentos de primeira linha, especialmente os de 2ª geração. Os anti-H1
tópicos nasais têm eficácia similar aos compostos orais e apresentam como vantagem terapêutica início de ação mais rápido e maior efetividade no controle da obstrução nasal.
Uso de descongestionantes nasais na rinite alérgica:
Os descongestionantes nasais são estimulantes adrenérgicos ou adrenomiméticos, cuja ação principal é a vasoconstrição, produzem alívio rápido do bloqueio nasal na rinite alérgica. De acordo com a via de aplicação, são divididos em dois grupos: oral e tópico nasal. A pseudoefedrina é o descongestionante oral mais usado, seguido pela fenilefrina. No Brasil, só estão disponíveis em combinação com anti-H1. A pseudoefedrina deve ser usada com cautela em função de sua ação psicotrópica e de seus potenciais efeitos colaterais cardiovasculares. Não é recomendada para pacientes menores de quatro anos, pelo maior risco de toxicidade e doses de 120 mg não são recomendadas para menores de 12 anos. Os descongestionantes tópicos nasais devem ser usados no máximo por até 5-7 dias, pois o uso prolongado aumenta o risco de rinite medicamentosa, muitas vezes de difícil controle. Além disso, podem causar efeitos cardiovasculares importantes, assim como no sistema nervoso central , são contraindicados em menores de seis anos. Também devem ser evitados em idosos, devido a maior incidência de hipertensão e retenção urinária com seu uso nessa faixa etária.