Resposta Celular ao Estresse e às Agressões Tóxicas: adaptação, lesão e morte Flashcards
Os quatro aspectos de um processo de doença que formam o cerne da patologia são:
causa (etiologia);
os mecanismos bioquímicos e moleculares do seu desenvolvimento
(patogenia ou patogênese);
alterações estruturais provocadas nas células e órgãos do corpo
(alterações morfológicas);
as consequências funcionais dessas alterações (manifestações clínicas).
O que são adaptações celulares?
Adaptações são alterações reversíveis no tamanho, número, fenótipo,
atividade metabólica ou funções das células, em resposta a modificações em
seu meio ambiente. Tais adaptações podem assumir várias formas distintas.
Hipertrofia
- O órgão hipertrofiado não possui novas células, apenas células maiores.
- Células com capacidade de divisão podem responder aos estímulos sofrendo tanto hiperplasia quanto hipertrofia, porém em tecidos com células que não se dividem (p. ex., células miocárdicas), o aumento da massa tecidual é devido apenas à hipertrofia.
- Em muitos órgãos, hipertrofia e hiperplasia coexistem, contribuindo para o seu aumento de tamanho.
Hipertrofia fisiológica e patológica
Fisiológica: os músculos avantajados dos fisiculturistas praticantes de musculação resultam do aumento do tamanho das fibras musculares
individuais, em resposta ao aumento da demanda.
Patológica: No coração, o estímulo para a hipertrofia é geralmente uma sobrecarga hemodinâmica crônica, devido ou à hipertensão arterial ou a valvas deficientes.
Exemplo de hipertrofia
Crescimento fisiológico do útero durante a gestação constitui um
bom exemplo de aumento de órgão induzido por hormônios,
resultante principalmente de hipertrofia das fibras musculares.
Hiperplasia
- A hiperplasia é definida como um aumento no número de células em um órgão ou tecido em resposta a um estímulo. Embora hiperplasia e hipertrofia sejam processos diferentes, frequentemente elas ocorrem juntas e podem ser induzidas pelos mesmos estímulos externos.
- A hiperplasia somente ocorre em tecidos que contêm células capazes de se dividir, aumentando, portanto, o número de suas células. Ela pode ser fisiológica ou patológica.
Hiperplasia fisiológica: hormonal e compensatória
hormonal: proliferação do epitélio glandular da mama feminina na puberdade e durante a gravidez, geralmente acompanhada por aumento (hipertrofia) das células
epiteliais glandulares.
compensatória: doação um lobo do fígado para transplante, as células que permanecem proliferam de modo que o órgão cresça e retorne, em pouco tempo, ao seu tamanho original.
Hiperplasia patológica
Isso ocorre na próstata também
por estímulo Androgênico
Hiperplasia do
endométrio devido à
ação do estrogênio > Níveis de estrogênio NÃO diminuem, causando hiperplasia das glândulas endometriais > Sangramento anormal
Em ambos os casos se o estímulo for retirado o crescimento regride.
Qual a diferença da hiperplasia patológica para o câncer?
A hiperplasia é o resultado da proliferação de células maduras
induzida por fatores de crescimento, e em alguns casos o aumento ocorre pelo surgimento de novas células a partir de células-tronco teciduais.
Atrofia
- Atrofia é definida como a redução do tamanho de um órgão ou tecido que resulta da diminuição do tamanho e do número de células.
Atrofia fisiológica e patológica
- Atrofia fisiológica: regressão de estruturas embrionárias, tais
como, notocorda, alantoide, diminuição do tamanho do útero após o parto.
-Atrofia patológica:
Redução da carga de trabalho (atrofia de desuso): osso quebrado e leito hospitalar.
Perda da inervação (atrofia por denervação).
Diminuição do suprimento sanguíneo.
Nutrição inadequada.
Perda da estimulação endócrina.
Compressão.
Mecanismos da atrofia
A atrofia resulta da diminuição da síntese proteica e do aumento da degradação das proteínas nas células. A síntese de proteínas diminui em função da atividade metabólica reduzida.
A degradação das proteínas celulares ocorre principalmente pela via ubiquitina-proteossomo – A deficiência de nutrientes e o desuso podem ativar ligases de ubiquitina, que ligam o pequeno peptídio ubiquitina a proteínas celulares, e marcam essas proteínas para degradação nos proteossomos.
A autofagia é o processo no qual as células privadas de alimento
digerem seus próprios componentes na tentativa de reduzir a demanda nutricional igualando-a ao fornecimento.
Metaplasia
Metaplasia é uma alteração reversível na qual um tipo celular diferenciado
(epitelial ou mesenquimal) é substituído por outro tipo celular.
Ela, muitas vezes, representa uma resposta adaptativa em que um tipo de célula sensível a um determinado estímulo nocivo é substituído por outro
tipo de célula que é mais capaz de suportar o ambiente adverso.
A metaplasia do tipo escamoso para colunar também pode ocorrer, como no esôfago de Barrett, no qual o epitélio escamoso do esôfago
é substituído por células colunares tipo intestinais, sob a influência do refluxo do ácido gástrico.
A metaplasia do tecido conjuntivo é a formação de cartilagem, osso ou tecido adiposo (tecidos mesenquimais) em tecidos que normalmente não contêm esses elementos.
Mecanismo de metaplasia
Em uma alteração metaplásica, essas células precursoras diferenciam-se ao longo de um novo caminho. A diferenciação de células-tronco para uma
linhagem particular é provocada por sinais gerados por citocinas, fatores de crescimento e componentes da matriz extracelular presentes no
ambiente celular.
Esses estímulos externos promovem a expressão de genes que dirigem as
células para uma via de diferenciação específica.